domingo, 25 de agosto de 2013

Botafogo 0x2 Atlético Paranaense

Creio que o líder não esteve em campo e foi uma sombra dos últimos jogos. Perder com o Atlético fora de casa numa boa fase do adversário não é de todo anormal, mas mostra uma vez mais a falta de regularidade dos times no campeonato brasileiro, porque foi uma derrota não suada por nós.

O Atlético imprimiu desde o início muita correria ao jogo, com pouca eficiência, mas enrolando o Botafogo, que alinhou na correria do adversário. Em vez de travar o jogo, como faria Didi, a equipa embala na correria e sujeita-se a tomar um gol a qualquer momento. A meio do 1º tempo parecia que as coisas estavam ineficientemente equilibradas, mas o Atlético ganhou novo fôlego, tornou a insistir na correria e o Botafogo alinhou novamente. A defesa, jogando em linha para o impedimento, arriscava-se a tomar gol num contra-ataque rápido e só a ineficiência finalizadora do Atlético evitou a derrota ao fim do 1º tempo.

A postura do Botafogo não é aceitável ao ser dominado o tempo todo, tanto mais que devia saber que é sempre assim que o Atlético tem jogado em Curitiba – segundo o comentador –, isto é, na correria e na pressão. E ninguém foi capaz, nem Seedorf, de acalmar o jogo para lhe imprimir um ritmo mais lento, visando travar e envolver o adversário, partindo rapidamente para o ataque.

No início do 2º tempo, em vez do Botafogo cair surpreendentemente em cima do Atlético, torna a jogar da mesma maneira, e quando Gabriel perde a bola logo no início da 2ª parte, o ataque do Atlético passa incrivelmente por quatro botafoguenses e pelo goleiro, inaugurando o marcador quase em cima da linha.

Em suma, uma defesa que vem mostrando muita ineficiência, tomando gols em todos os jogos: nada mais nada menos que 13 gols em 7 jogos, isto é, uma média de praticamente dois gols sofridos por partida. É muito. Não é de líder. Na análise ao último jogo contra o Atlético Mineiro escrevi: “o time reage muito bem, mas toma muito mais gols do que no início do campeonato com os mesmos dois zagueiros. O treinador tem que trabalhar melhor a defesa.”

Mas desta vez o time não reagiu. Seedorf foi praticamente anulado, e quando está em campo e é anulado, o Botafogo não sabe jogar, porque continua a insistir na dependência dele. Creio que a substituição de Seedorf poderia ter ocorrido, e talvez o Botafogo se reinventasse como na quinta-feira passada. Há dias que não são os dias de Seedorf, e aí creio ser preferível tentar jogar sem ele, mas… o treinador arriscaria substituir o craque?...

Pior do que isso foi o Botafogo desnortear-se após tomar o 1º gol, levando em seguida o 2º noutra bola perdida no nosso campo. Em contra-ataque rápido provocado pelo Atlético, que atraiu o Botafogo, os paranaenses chegaram novamente dentro da pequena área e marcaram o 2º gol. Parece-me não ser aceitável para um líder tomar dois gols dentro da pequena área num espaço de tempo ínfimo.

Ademais, o nervosismo tomou conta da equipa pela 1ª vez este ano, como se a liderança pesasse toneladas, e Jeferson tomou um amarelo inutilmente, prejudicando a equipa, que também não vai ter Vitinho na próxima partida. Em minha opinião, salvo prova maior, Vitinho não deveria ter sido expulso. Um amarelo talvez fosse merecido pela rispidez do lance que protagonizou, mas a expulsão deveria ser apenas para Botelho, que puxou o cabelo de Vitinho no chão.

O árbitro errou nesse lance, prejudicando o Botafogo, além de ter deixado os atleticanos jogarem muito duro sobre os jogadores do Botafogo sem lhes distribuir os devidos amarelos (foram dados apenas dois amarelos aos atleticanos). Em todo o caso, evidentemente que não foi por isso que perdemos, já que não levámos praticamente perigo à baliza adversária, mas certamente saímos prejudicados.

Espero que o Botafogo não vá jogar assim em Minas Gerais. Se o fizer, arrisca-se à eliminação. E, atenção, o estilo do Atlético Mineiro também é de correria. Se alinharmos, pode ser fatal. Espero que não.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x0 Atlético Paranaense
» Gols: Éderson, aos 46’ e 56’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 26.08.2013
» Local: Estádio Durival de Britto, em Curitiba
» Público:
» Renda:
» Árbitro: Wagner Reway (MT); Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e Emerson Augusto de Carvalho (SP)
» Disciplina: cartão amarelo – Bolívar, Edilson e Jefferson (Botafogo); Luiz Alberto e Manoel (Atlético Paranaense) e cartão vermelho – Vitinho (Botafogo) e Pedro Botelho (Atlético)
» Botafogo: Jefferson, Gilberto (Edilson, 74’), Bolívar, Dóris e Lima; Marcelo Mattos (Alex, 71’) e Gabriel; Lodeiro, Seedorf e Vitinho; Rafael Marques (Elias, 56’). Técnico: Oswaldo Oliveira.

» Atlético Paranaense: Weverton, Jonas (Juninho, 80’), manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho; Bruno Silva, João Paulo, Paulo Baier (Marco Antônio, 72’) e Everton; Éderson e Dellatorre (William Rocha, 88’). Técnico: Vagner Mancini.

13 comentários:

Lorismario disse...

Rui. No primeiro gol houve uma falta no Seedorf feita pelo Manoel e que deu origem ao contra ataque. aquilo lá é um pasto disfarçado de campo. Ninguem ganha lá assim como o Atl, Paranaense só ganhou da Portuguesa e da Ponte Preta fora. O pasto do meu sítio e melhor do que o campo deles. O tal do Manoel bateu a vontade no Vitinho. Por que ele foi expilso? Loris

MAM disse...

também acho que o Seedorf tinha que ter saído, ou melhor nem ter entrado por que estava nítido que ele não esta 100%

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

Caro Rui:
Veja aqui minha coleção de camisas do Glorioso.
A última, da direita, na parte de baixo, está autografada pelo grande Jairzinho.
http://postimg.org/image/rm0kd4air/
Publique no seu blog, acho que o pessoal vai gostar.

Abraços

Ruy Moura disse...

Com falta ou sem falta jogamos ZERO, Loris. O Vitinho foi expulso claramente para compensar, certamente com o pretexto de que fez uma entrada dura no goleiro, quando na verdade um momento antes tinha havido contato com o defesa que projetou o Vitinho. Mas não é de estranhar, não é mesmo? As arbitragens são incompetentes e parciais de lés a lés do país. Para ganhar, tem que ser jogando muito mais para que a arbitragem não possa decidir.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

100% de acordo, Marco. Mas a mania de que sem Seedorf não jogamos... Vitinho e Lodeiro teriam jogado provavelmente melhor sem ele, porque sem Seddorf a marcação não iria ser tão cerrada e o Vitinho abriria mais espaços articulando com Lodeiro e Rafael Marques. Eu teria entrado com o Elias no lugar do Seedorf, que é um jogador que dentro da área pode resolver.

Em suma, eu detesto o 4-5-1, ou o 4-1-4-1, ou o 4-2-3-1, etc. O meu preferido é o 4-3-3, mas compreendo que não temos atletas para isso, pelo que me contentaria com um 4-4-2.

Abraços Gloriosos!

Sergio Di Sabbato disse...

Mais uma vez não pude ver o jogo, mas me chamou a atenção uma observação sua que estou plenamente de acordo: a correria que certos times impõe e o Botafogo entra nesse tipo de jogo. Falta um jogador que saiba cadenciar o jogo, concordo completamente. Jogar mal, todo time um dia joga, mas pelo que entendi, o Botafogo jogou acomodado e sem vibração. Isso é ruim. Perder para o Atlético Paranaense naquele estádio é normal, principalmente porque a arbitragem brasileira ´pe conivente com a violência e o anti-jogo, mas isso não pode servir de desculpa para se jogar tão mal. Agora é pensar na quarta contra o Galo e depois domingo contra o SP e torcer para que quem entrar de conta do recado. Esse campeonato é muito difícil e muita coisa ainda vai acontecer. Tomara que o Botafogo se mantenha firme até o fim. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Certo, Aurélio. Publicarei. Obrigado.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Vamos ver, Sérgio, vamos ver. Continuo a insistir que não temos elenco, para que não apanhemos depois um balde de água fria. Claro que em cada rodada eu e todos os botafoguenses têm esperança, e é justo que usufruamos a liderança ou a vice-liderança, mas só tenmos time, não temos elenco. E num campeonato longo conta mais o elenco do que o time titular. Por isso é que insisto na importância da Copa do Brasil...

Abraços Gloriosos!

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

Achei que meu comentário sobre o jogo tinha ido, mas aqui vai de novo:

O time não jogou nada. O Jefferson não tinha nada que ir reclamar na outra área, tomou um cartão infantil. Ontem faltou postura, a verdade é essa. Espero que joguem dez vezes mais do que isso contra o Atlético MG e contra o São Paulo. O Fluminense perdeu hoje pro SPO, mas os paulistas jogaram mal.
Seedorf hoje esteve irreconhecível, assim como o resto do time. Vitinho foi expulso injustamente. Enfim, dormiram como dormiram no primeiro tempo contra a Portuguesa. É bom o Oswaldo acertar o time. Não me preocupou o resultado e sim a falta de gol. Espero que joguem bem para não jogar fora o ano, pois a Copa do Brasil me parece mais tangível que o Brasileiro.

Abraços!

Émerson disse...

Rui e amigos, Gabriel mais uma vez falhou, querendo enfeitar jogadas. Parece que está se achando o novo Nei Conveição. Tomamos o priimeiro por falha dele, assim como foi contra o Vasco e contra o Atlético-MG (2x2).
Gilberto é bom no apoio, mas péssimo na marcação.
Lima é uma aberração.
Júlio César tem deixado muito espaço, quando atua.
Talvez venha daí o número excessivo de gols que temos tomado.
Quanto a Seedorf, também acho que deveria ter saído, pois se não está bem fisicamente, compromete todo o time.
Foi horrível!
Também acho que Vitinho não deveria ter sido expulso, ele só atingiu o goleiro porque foi empurrado. O juiz fez o jogo do São Paulo (expulsando Vitinho e dando o terceiro amarelo a Jefferson). Mas não foi por causa do juiz que perdemos. Perdemos porque jogamos sem vibração, sem colocar a bola no chão.

Ruy Moura disse...

Concordo, Aurélio. O Seedorf poderia ter ficado fora, o Jefferson não sabe reclamar corretamenmte de modo a não ser advertido e o time nada jogou. Também não é o resultado que me assusta, o que me assusta é que um mcandidato ao título não pode oscilar dessa maneira. Quando se colocam à defesa o resultado é sempre o memso: tomam gols e não ganham os jogos.
E entrou, Aurélio, só que você fez o comentário na outra publicação: 'vozes para entender a alma'.

A minha resposta foi esta:

Em minha opinião ainda falta traquejo a esta equipa, apesar de dar a cara. Eu apostaria mais na Copa do Brasil. Não creio que possa ganhar o Brasileiro. Quando vier o cansaço, as contusões e os cartões, que peças de reposição temos? Quase nada!

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Émerson, muitos dos problemas advém, em minha opinião, da incapacidade de diretores e treinadores na gestão do plantel. Por exemplo: a) os jogadores começam a ser elogiados e acham-se os melhores, tal como o Elkeson que chegou a gritar após um gol: 'Eu sou f...'; b) as fírulas toleradas pelos treinadores; c) a incapacidade de concentração durante todo o jogo; d) a desobediência tática; etc.

Eu já tenho dito e repito: os dirigentes de clubes e treinadores brasileiros deviam fazer estágios / cursos na Europa. O futebol no Brasil não está evoluindo, e o europeu é que está dando cartas em todo o mundo. Na verdade, hoje pouca gente se interessa pelo futebol sul-americano fora da América do Sul, embora continuem a gostar dos craques brasileiros, mas acompanham-nos no Real Madrid, Barcelona, Porto, Chelsea, Manchester, etc... Já o João Saldanha se referia ao dirigismo amador do futebol no final da década de 1960...

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Por exemplo, Émerson, o Rogério Ceni ficou absolutamente siderado quando esteve uns dias no Centro de Treinamento do Real Madrid e ficou embasbacado com o que viu... Sugeriu numa entrevista que aplicaria tais ensinamentos se fosse treinador... Então, porque os treinadores brasileiros não fazem vistas / estágios / cursos onde devem? Eu sempre entendi que devemo-nos emular com os melhores do mundo. Os japoneses não tiveram nenhum complexo de inferioridade após a II Grande Guerra em imitar o melhor dos americanos e depois ultrapassá-los com as suas próprias virtudes. E só deixaram de liderar o mundo (fizeram-nos nas décadas de 1960 e 1970) porque os americanos investirram na revolução digital e tomaram novamente a dianteira - e são imitados tanto quanto possível por outros países. Porque não imitar os melhores? É para isso que a metodologia do benchamarking foi tão desenvolvida.

Abraços Gloriosos!

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

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