por
Auriel de Almeida
Investigador
esportivo
especialmente
para o Mundo Botafogo
A relação entre alvinegros e flamenguistas, nos anos 40,
já não era há tempos tão cordial quanto no princípio do amadorismo. […] O
confronto chegaria a ser apelidado de “O Clássico da Rivalidade”. […]
A partida foi disputada na casa alvinegra, o já então
Estádio de General Severiano, e foi memorável não só pela grande exibição do
Glorioso como pelo papelão feito pelos rivais. Desde então chamado de o “Jogo
do Senta”, conquistou seu espaço na galeria de jogos inesquecíveis do futebol
carioca. […]
A bola sobrou limpa para Heleno, notável cabeceador,
fazer um dos pontos mais fáceis de sua vida e transformar a vitória em goleada:
4 a 1. […]
O Flamengo diminuiu o prejuízo aos 30 minutos, mas com
uma ajudinha do árbitro. […] O goleiro Ary foi impedido de pular pelos rivais e
viu a bola entrar. […] O juiz […] não deu a falta e validou o gol. […] Mas nem
deu para os flamenguistas sonharem na reação. […] Geninho […] chutou forte, […]
a bola bateu na trave, no chão e voltou para o gramado. O juiz Mossoró entendeu
que a bola havia entrado. […]
Parecia o fim do mundo. Os jogadores rubro-negros,
revoltados, cercaram o árbitro aos berros. […] Um dirigente do Flamengo […] orientou
os seus atletas a parar de jogar. […] Os jogadores obedeceram e sentaram-se no
campo. […] E nesse gesto antidesportivio permaneceram por nove longos minutos.
[…] Mossoró deu a partida por encerrada com o placar de 5 a 2. […] O clássico
entre Botafogo e Flamengo, após o “Jogo do Senta”, jamais seria o mesmo.
Nota do Mundo Botafogo: e ainda lá estão, sentados para a
eternidade.
Excerto autorizado pelo autor. In: ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura, pp. 63,
64, 65 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br)
2 comentários:
Rui,
Como sonho com essa época! Época em que os cathartiformes tremiam em nos enfrentar!
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
O que me espanta nesses jogadores do Botafogo é não entrarem em campo contra os medíocres times dos cathartiformes para golearem. Porque 'respeitar' a força do adversário já não faz lugar, porque a força deles está exclusivamente nas arbitragens e nos corpos diretivos brasileiros de futebol. Em campo mesmo era para golear.
Abraços Gloriosos.
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