segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A minha sugestão, presidente


Permitam-me os leitores que comente palavras do presidente da República Federativa do Brasil acerca da janela de transferências ao admitir que o Governo pode intervir de alguma forma nessa questão:

– “Ou tem uma lei proibindo a venda de jogadores no meio do campeonato, ou você muda o calendário brasileiro para que (ele) seja compatível com a abertura de janelas do mercado externo. Alguma coisa nós vamos fazer.” – frisou Lula.

É louvável a preocupação do presidente, mas não entendo o problema. Pelo contrário, parece-me interessante que a meio e antes do início dos campeonatos os clubes possam reavaliar os seus elencos, vender, emprestar e comprar jogadores. Até porque quando a ‘janela’ abre é igual para todos: quando se está a meio do ano e do campeonato brasileiro, iniciam-se o campeonatos europeus; quando se está no fim do ano e do campeonato brasileiro, estamos sensivelmente a meio dos campeonatos europeus. Mas respeito a opinião do presidente.

Porém, a propósito do chefe de Estado referir que “alguma coisa nós vamos fazer”, gostaria de avançar com uma sugestão. Preocupado como sempre com o desenvolvimento dos desportos em toda a Lusofonia e no mundo, sugiro ao presidente que quando ele e a sua equipa decidir fazer alguma coisa acerca do assunto, também faça preceder a proposta de uma profunda reflexão e respectiva proposta de alteração acerca das atitudes, comportamentos e práticas das instituições futebolísticas brasileiras, e especialmente sobre as sucessivas arbitragens cujas atuações se saldam por favorecer, com ‘erros grosseiros’ e ‘elementares’, geralmente clubes como o Corinthians, o Flamengo e o São Paulo em detrimento de outros clubes, como o Botafogo e os clubes gaúchos, que são repetidamente prejudicados por arbitragens incompetentes e escandalosamente autoras de ‘erros óbvios’ que qualquer pessoa que conheça futebol reconheceria –visando melhorar significativamente as práticas esportivas nesta e noutras matérias.

Sugiro ao presidente que providencie auditorias nas instituições oficiais futebolísticas, que ordene a instauração de inquéritos acerca de arbitragens e outras situações passíveis de parcialidade na avaliação e validação de resultados esportivos, bem como no modo como os diversos clubes são tratados. E que reavalie e faça alguma coisa acerca dos poderes quase extraordinários do Supremo Tribunal de Justiça Esportivo que manifestamente pronunciou, em muitos casos, sentenças opostas para casos semelhantes, visando a melhoria do seu desempenho e do seu sentido de justiça.

Creio que tais medidas seriam um enorme contributo para a edificação do ex-melhor futebol do mundo, que honrariam pessoas como Pelé, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Rivelino, etc. e muitos outros craques que tiveram uma carreira ganhadora sem necessidade de benefícios extras.

Tais medidas constituiriam, também, um grande progresso na senda do desenvolvimento de um país com muitas potencialidades esportivas, mas cujas práticas não honram, amiudadas vezes, o desiderato esportivo dos homens e mulheres que amam o desporto e a transparência competitiva.

O presidente declarou, ainda, que o “Corinthians foi campeão paulista invicto, campeão da Copa do Brasil, está pensando na Libertadores...”, mas que “desmonta o time e perde quatro jogadores em um final de semana”. Creio que o presidente também se deveria preocupar, precedentemente, com os ‘erros grosseiros’ de arbitragens que, por razões de incompetência sucessiva ou outras, sonegam aos clubes os merecidos resultados de quem durante a semana trabalhou duramente para obter sucesso e que, num lapso ínfimo de tempo, vê lançado por terra todo o seu trabalho exercido com dignidade e todos os seus esforços, crenças e aspirações esportivas.

Sugiro, por isso, que se coloquem os problemas não apenas ao nível de interesses específicos de clubes, como é o caso da ‘janela de transferências’, mas que se coloque o problema numa dimensão nacional ao serviço da democracia, da independência e do desenvolvimento nacional.

Aliás, creio que é também para isso que existe o Ministério do Esporte. E para que o desporto cumpra, na prática, o lema “Brasil, um país de todos”.

13 comentários:

Rodrigo Federman disse...

Rui, eu sugiro uma campanha para que o presidente "sapo barbudo" e o "treinero" peguem o mesmo vôo e desembarquem na ilha de Lost!!!
Abs e SA!!!

Miguel Gonzalez disse...

Ruy, me passa sua lista de títulos do Botafogo no Atletismo.

Anónimo disse...

O Rodrigo é fã mesmo do Lulinha, quer até coplocá-lo em um seriado tão legal. Melhor do que isso, para o nosso presidente, só um voo que desembarque em Malibu. Lembra do SOS Malibu? Com a Pâmela Anderson?

Por mim ele desembarcava em um filme do Jason: Sexta-Feira 13, Jason na esplanada do ministérios.

Um abraço.

Gil disse...

Rui,

É exigir muito do nosso presidente!
O partido do governo batia no peito e pregava a moralidade, porém, é tão corrupto como todos os outros que governaram a nossa querida terra. Infelizmente!

Abs e Sds, BOTAFOGUENSES!!!

Ruy Moura disse...

Rodrigo, Antinha e Gil, não sejam tão mauzinhos... Afinal, com quem é que eu reclamaria se as personagens citadas fossem para a Ilha de Lost?... rsrsrs...

Creio que independentemente das nossas críticas a certas pessoas que ocupam determinados cargos,não devemos perder a oportunidade de as convidar a tomarem atitudes. É assim que se faz o mundo... Quem cala consente e quem não diz nada inexiste...

Cerremos fileiras, amigos, sempre que possamos!...

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Miguel, os títulos estão na etiqueta 'títulos', mas eu envio para ti o rol - por e-mail.

Abraços Gloriosos!

Luis Eduardo Carmo disse...

Rui,

É falácia de um torcedor corintiano, chuva de verão.

O governo é fatiado e dividido entre a tal "base aliada". O Ministério do Esporte não foge à regra e está entregue ao PC do B, na figura de Orlando Silva.

Orlando Silva é mais um dos quadros originados na UNE, que o PC do B preside há uns 18 anos. É boa pessoa, mas certamente não vai se meter com o futebol profissional. Sua área de atuação é mais social do que propriamente econômica.

SA!

Anónimo disse...

PREZADO RUI SUA ANALISE COMO SEMPRE PRECISA MAS ERROU AO ACHAR QUE O MINISTÉRIOS DO ESPORTE SIRVA PARA ALGO NESSE PAÍS - O QUE SABEMOS NA REALIDADE SERVE PARA MUITA COISA,MENOS PARA DESENVOLVER OU CRIAR REGRAS ESPECÍFICAS PARA O DESPORTO NACIONAL - É UMA VERGONHA - DEVERIA SE CHAMAR MINISTÉRIO DO NÃO DESENVIOLVIMENTO ESPORTIVO DO BRASIL - SAUDAÇÕES ALVINEGRAS - MARCOS VENICIUS

Ruy Moura disse...

Amigos Biriba e Marcos, não gosto muito de desvendar os mistérios da escrita... Prefiro que ele seja percebida em vez de explicada... Mas desta vez, valorizando a nossa amizade, vou-me exceder e desvendar...

Eu sei o que é realmente o Ministério do Esporte, sei quem é o seu ministro e também sei muito bem que ele é membro do PCdoB. E também sei o que é o PCdoB. Por isso só falei nele no fim do texto... Porque durante o texto era inútil. Mas achei que era merecida uma 'alfinetada' final nesse ministério... Não propus que o ministério fizesse alguma coisa, mas apenas que ele deveria servir para alguma coisa... Entenderam, não entenderam?... rsrsrs...

Abraços Gloriosos!

Luis Eduardo Carmo disse...

Rui,

Essa de certa forma "voou" por cima da minha cabeça. rs

SA!

Ruy Moura disse...

Rsrsrs...

Abração, Biriba!

Anónimo disse...

Rui:

Acrescentaria a extinção da Lei Zico/Pelé (ou dos próprios). Pelo menos a sua reformulação. Ela só beneficia empresários e clubes estrangeiros que levam nossos jovens talentos de graça. Até aos jogadores de clubes pequenos ela é muito prejudicial. Não tendo vínculo com esses clubes que só disputam competições oficiais durante 3 ou 4 meses ao ano, eles assinam contratos de curta duração e passam boa parte do ano desempregados (pelo menos no futebol).

Abraços,
Marcelão

Ruy Moura disse...

De acordo. Acho que as condições deviam ser globais. As equipas brasileiras não ganham o que deviam com as suas revelações. Em minha opinião, a lei vigente facilita a aposta em muitos jogadoeres maus. Se a lei fosse diferente obrigava a pensar seriamente a scontrataçõea. Que muitas vezes são pensadas 'em cima do joelho'. Como no nosso clube.

Abraços Gloriosos!

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