quinta-feira, 11 de março de 2010

A perfeição do imperfeito

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Nunca saberemos quem é aquele ser com útero, seios, vagina, aquele ser maternal, bom, terrível quando contrariado no “ponto g” da alma. Por outro lado, elas nunca saberão o que é um pênis pendurado, um bigodão, a porrada num jogo do Flamengo, um puteiro visitado de porre, nunca saberão do desamparo do macho em sua frágil grossura. Elas jamais saberão como somos.” – Arnaldo Jabor em O Globo de 9/3/2010.

Aparentemente é um texto que ignora a essência de dois seres que se completam, que se fundem e que caminham unidos fazendo a cultura que somente dois seres que se conhecem bem podem construir – uma cultura de modernidade e futurismo fundada na génese de um Universo com milhões de anos.

Porém, lido melhor, é um texto que identifica especificamente os sujeitos como gente que anda à “porrada num jogo do Flamengo”. E entre eles mesmos, acrescente-se. Nesse sua especificidade é um texto culturalmente perfeito.

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