quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Aeromodelismo: campeão de terra, mar e ar


O aeromodelismo só recentemente foi reconhecido como desporto, mas desde 1936 que existiam lojas a vender material de aeromodelismo e a 19 de Julho de 1942 realizou-se o I Campeonato Paulista de Aeromodelismo, no Campo de Marte.

Em 1970 surgiu o clube ‘Aerobu’, de voo livre, e, em 1975, Eolo Carlini, o primeiro brasileiro a participar de um Campeonato Mundial de motor FAI, classificou-se em fly-off entre os melhores do mundo. Em 1987 o aeromodelismo foi reconhecido como desporto no Brasil e em 1996 a delegação brasileira de aeromodelismo 'Voo Circular Controlado' obteve o 6º lugar no Campeonato Mundial da Suécia.

Entretanto, Luiz Eduardo Mei conseguiu o recorde brasileiro e sul-americano em 'Velocidade', voando a 294 km/h.

Ocasionalmente o Botafogo dispôs de aeromodelismo entre as suas práticas deportivas e conseguiu obter o título de campeão estadual em 1962, no ano em que obteve, entre todas as suas modalidades desportivas, um feito inédito de nível mundial ao conquistar 120 títulos!

Apesar de ter sido o único título da modalidade, segundo a inexistência de outras informações públicas sobre a matéria, o Botafogo teve direito, nesse ano, ao epíteto de campeão da cabeça aos pés (xadrez, futebol…) e de campeão de terra, mar e ar (basquetebol, remo, aeromodelismo…).

A designação de ‘campeão de terra, mar e ar’ foi atribuída pelo Comitê Olímpico Internacional em virtude de o Botafogo ter sido a entidade poliesportiva que conquistou títulos simultaneamente naqueles três elementos planetários e em todas as categorias desportivas em que participou nesse ano.

Fontes principais
Acervo e pesquisa de Rui Moura
http://www.amamodelismo.com.br
http://www.diarioweb.com.br

Mensagem de 28 a 31 de Janeiro de 2008

PARABÉNS AOS JOGADORES INFANTIS DE FUTEBOL DO BOTAFOGO QUE CONQUISTARAM A COPA GAZETINHA NACIONAL!

Saudação aos infantis do Botafogo de Futebol e Regatas que conquistaram a Copa Gazetinha 2008 e fizeram a 'volta olímpica' no 'Engenhão' após o jogo Botafogo x Mesquita, aos quais se juntaram os campeões pré-mirins que venceram a Copa Light 2007 e os campeões mirins, infantis e juniores que venceram a Copa Roberto Dinamite 2007.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Botafogo resolve desafio em vinte minutos

Não assisti ao desafio pela televisão porque o Premium FC só apresentará o jogo em diferido no próximo Domingo, após transmitir ao vivo, no Sábado, o jogo Botafogo x Vasco da Gama. Por outro lado, tive muitas intermitências no relato da Rádio Globo. Nestas condições, limitar-me-ei a apresentar apenas a ficha técnica e alguns apontamentos a partir dos gols que pude visionar na Internet.

Aparentemente o Botafogo ganhou facilmente o jogo: 3x0 aos 22 minutos e 4x0 na primeira parte. No segundo tempo foi esperar que o relógio do árbitro parasse, naturalmente. Jorge Henrique pareceu-me mais uma vez em evidência servindo muito bem os companheiros para gol, Zé Carlos confirmou poder vir a ser um ‘craque’ a cobrar faltas e mesmo a aparecer bem posicionado para marcar, Wellington Paulista estava nas jogadas, Alessandro continua com o seu trevo de quatro folhas dos últimos jogos, marcando um gol com bastante sorte, tal como, aliás, o primeiro gol assinalado por Wellington Paulista, cuja bola entrou na baliza após bater nas costas do goleiro e, finalmente, Abedi estreou-se também na marcação de gol.

Apesar da facilidade da goleada, diria que dois dos nossos gols foram bafejados pela sorte, o que por não ser comum não é muito desejável. Por outro lado, ambos os gols do Mesquita são claramente falhas defensivas uma vez mais. No primeiro gol do adversário Leandro Neto passou entre dois jogadores do Botafogo, um deles o supostamente seguríssimo Ferrero. Sucede que no jogo contra o Americano, logo aos 2 minutos, um jogador passou, na cabeça da área, por entre dois botafoguenses, e um deles era Ferrero, salvando Castillo com uma boa defesa. Desta vez foi semelhante, apenas com a jogada mais descaída para o lado esquerdo do ataque do Mesquita e terminou mesmo em gol.

Entretanto, o segundo gol do Mesquita é claramente falha do goleiro Castillo, que chega mal à bola e a deixa na área com um ‘tapinha’, permitindo o rebote – este sim, indefensável. Isto suscita-me a necessidade de tornar a sublinhar, apesar da vitória, que o Botafogo ainda não se livrou do que considero serem os dois maiores problemas da equipa do ano passado: o goleiro (já é o segundo gol por falha sua) e a defesa que deixa um jogador do Mesquita e outro do Americano passar entre dois atletas botafoguenses!

Sábado contra o Vasco da Gama talvez se possa avaliar melhor o funcionamento desta equipa, apesar dos cruzmaltinos não estarem muito bem no campeonato. Aliás, desejo que o teste mais sério ocorra apenas nas semifinais contra os reais candidatos ao título.

Em todo o caso, deve-se realçar que o Botafogo não ganhava os quatro primeiros jogos do campeonato desde 1997, quando conquistou invicto, e só com vitórias, a Taça Guanabara. Porque não outra vez?...

Finalmente, destaque para a 'volta olímpica' dos pequenos campeões da Copa Gazetinha Nacional 2008 (infantis), da Copa Light 2007 (pré-mirim) e da Copa Roberto Dinamite 2007 (mirim, infantil e júnior). A categoria dos 'graúdos' espera-vos para grandes façanhas!

FICHA TÉCNICA
Botafogo 6x2 Mesquita
Gols: Wellington Paulista 16' 1°T, Zé Carlos 19' 1°T, Lúcio Flávio 22' 1°T, Zé Carlos 36' 1°T, Alessandro 12' 2°T, Abedi 47' 2°T (Botafogo); Leandro Netto 6' 2°T, Édson 18' 2°T (Mesquita)
Competição: Campeonato Carioca
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’, 30 de Janeiro de 2008
Arbitragem: Leonardo Garcia Cavaleiro; Ediney Guerreiro Mascarenhas e Eduardo de Souza Couto (RJ)
Cartões Amarelos: Diguinho, Fábio, Ferrero e Triguinho (Botafogo); Alessandro Lopes, Dé e Márcio Orelha (Mesquita)
Cartões Vermelhos: Alessandro Lopes (Mesquita)
Botafogo: Castillo, Alessandro, Renato Silva, Ferrero e Triguinho (Eduardo); Diguinho (Abedi), Túlio, Lúcio Flávio e Zé Carlos; Jorge Henrique e Wellington Paulista (Fabio). Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’.
Mesquita: Borges; Édson, Juan, Alessandro Lopes e Felipinho; Léo, Índio, Bruno Suzano (Vágner Eugênio) e André Melo (Dé); Leandro Netto e Márcio Orelha (Fábio Costa). Técnico: Mário Marques.

Augusto Frederico Schmidt, o artífice da fusão botafoguense


Augusto Frederico Schmidt, o ‘gordinho sinistro’, nasceu a 18 de Abril de 1906 no seio de uma família abastada do Rio de Janeiro e faleceu a 8 de Fevereiro de 1965, na mesma cidade. Foi Schmidt o idealizador da fusão entre o Botafogo Football Club e o Club de Regatas Botafogo, do qual era presidente (1941-42).

Na sequência da morte fulminante de Armando Albano em plena quadra do Mourisco foi Schmidt que encetou a fusão, embora depois apenas viesse a ser vice-presidente do Botafogo de Futebol e Regatas [ver artigos: A fusão dos Botafogos e o poeta da estrela solitária; Fusão dramática entre a ‘Estrela Solitária’ e o ‘Glorioso’].

Extraordinário ‘lobista’ na política, Schmidt teceu a teia da fusão dos Botafogos, duas paixões clubistas que Schmidt deixa adivinhar no seu poema ‘Estrela Solitária’. Gravado para sempre nas ‘letras brasileiras’ e na vida do Botafogo, Schmidt gravou também a sua arte na política ao tornar-se íntimo de Juscelino Kubitschek, outro botafoguense.

Schmidt estudou no colégio Champs Soleil, na Suiça, regressou ao Rio em 1916 após a morte do pai e continuou os seus estudos no Colégio São José, passando depois por diversas escolas. Após a morte da mãe abandonou os estudos e dedicou-se ao comércio, radicando-se em São Paulo e ligando-se a Mário e Oswald de Andrade. Em 1928 publicou o seu primeiro livro: ‘Canto do Brasileiro Augusto Frederico Schmidt’. Em seguida criou uma editora e tornou-se um grande divulgador do ‘modernismo’.

Schmidt foi uma das maiores figuras intelectuais da sua época fazendo, nos seus poemas, incursões aos temas da morte, da ausência, da perda e do amor. Publicou diversos livros de poemas, entre os quais ‘O galo branco’, ‘Prelúdio à revolução’, ‘Estrela Solitária’, ‘Navio Perdido’, ‘Pássaro Cego’, ‘Aurora Lívida’, ‘Babilônia’, mas também publicou livros importantes como editor – por exemplo, ‘Casa grande e senzala’ (de Gilberto Freire) e ‘Caetés’ (de Graciliano Ramos).

Schmidt foi igualmente um espírito criativo e empreendedor, tendo fundado a cadeia de supermercados Disco, no Rio de Janeiro, e a Panair, enriquecendo pelo seu talento. Porém, também foi político, diplomata e ghost-writer preferido de Juscelino Kubitschek, criando o lema de campanha ’50 anos em 5’.

O poeta político escreveu inúmeros discursos para Juscelino e muitas das suas ideias concretizaram-se, tais como a criação da Operação Pan-Americana (OPA), que inspirou o surgimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ainda foi delegado do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) e embaixador na Comunidade Económica Europeia, hoje designada por União Europeia.

Schmidt servia Juscelino para ‘driblar a crise’ e foi provavelmente o maior ‘lobista’ que o país conheceu. Em 1960, Schmidt teve uma destacada influência como presidente do Conselho dos 21, na Conferência de Bogotá. Mais tarde, Schmidt também foi um dos artífices do movimento militar de Março de 1964 contra o ascendente comunista, mas, após a vitória, Schmidt passou a defender os estudantes e os operários presos e combateu os novos planos da ditadura para o país, acusando-os de falta de grandeza para um país necessitado de progresso.

Em homenagem a este extraordinário intelectual, político e botafoguense, fica aqui um belíssimo excerto de ‘Canto do estrangeiro’:

“Quero morrer de noite –
As janelas abertas,
Os olhos a fitar a noite infinda.

Quero morrer de noite.
Irei me separando aos poucos,
Me desligando devagar.
A luz das velas envolverá meu rosto lívido.

Quero morrer de noite
As janelas abertas.
Tuas mãos chegarão aos meus lábios
Um pouco de água.
E os meus olhos beberão a luz triste dos teus olhos.
Os que virão, os que ainda não conheço,
Estarão em silêncio,
Os olhos postos em mim.

Quero morrer de noite
As janelas abertas,
Os olhos a fitar a noite infinda.

Aos poucos me verei pequenino de novo, muito pequenino.
O berço se embalará na sombra de uma sala
E na noite, medrosa, uma velha coserá um enorme boneco.
Uma luz vermelha iluminará um grande dormitório
E passos ressoarão quebrando o silêncio.
Depois na tarde fria um chapéu rolará numa estrada...

Quero morrer de noite –
As janelas abertas.
Minha alma sairá para longe de tudo, para bem longe de tudo.

E quando todos souberem que já não estou mais
E que nunca mais volverei
Haverá um segundo, nos que estão
E nos que virão, de compreensão absoluta.”

Fontes
http://br.geocities.com/jerusalem_13/augustofrederico.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Frederico_Schmidt
http://www.astormentas.com/din/poemas.asp?autor=Augusto+Frederico+Schmidt
http://www.revista.agulha.nom.br/afs2.html
http://www.speculum.art.br/module.php?a_id=319

Amor e praga de botafoguense...

O tricolor Dodô atribui a sua má fase a 'praga de botafoguense'. Nunca acreditei nas sofisticadas juras de amor ao Botafogo proferidas pelo hoje tricolor Dodô, devido ao excesso delas; mas sempre acreditei nas afirmações simples de amor proferidas pelo botafoguense André Lima.

No Canal Botafogo, desde que a esposa do tricolor se manifestou publicamente contra os dirigentes do Botafogo, considerei que o jogador não teria mais condições para jogar. Não só jogou como foi substituir o André Lima, no auge da forma, que chegara a marcar três gols num desafio (Sport Recife) e que era o maior goleador botafoguense à época, embora jogando poucas vezes – e que quando entrava geralmente havia virada no resultado.

Manifestei, no Canal Botafogo, que André Lima deveria continuar titular, porque tinha apenas 22 anos, estava em boa forma e possuía veia de goleador, enquanto o tricolor Dodô tinha 34 anos, estava fora de forma e o episódio do doping acabaria provavelmente com a carreira dele. E nenhum ídolo pode ser mais importante do que o Botafogo, que à época tinha a responsabilidade de manter a liderança do campeonato brasileiro de futebol!

Quase ninguém viu isto, saudou-se o regresso do ídolo e a saída do botafoguense André Lima tornou-se eminente e bastante pacífica. Foi um erro grave, em minha opinião.

Quando o hoje tricolor Dodô saiu, uma parte significativa de torcedores clamou para que ficasse. Foi outro erro, mas nem por isso o jogador se lembrou deles antes de proferir a frase que proferiu. Qual desses torcedores quer hoje o tricolor Dodô de volta?... E qual deles não apostaria no regresso de André Lima?...

Os botafoguenses têm que reaprender a tornar ídolo quem merece e não quem parece. Quarentinha, botafoguense até à morte, que não comemorava efusivamente os gols que assinalava, não ‘parecia’ merecer, mas ‘merecia’ ter sido ídolo à época. Os botafoguenses, habituados a grandes ídolos do passado, procuram novos ídolos com certa avidez. Porém, cada vez se torna mais difícil dispor de um ídolo, e talvez isso não seja realmente determinante. O Botafogo é muito mais importante!

Outrora, o Botafogo ganhou campeonatos cariocas com e sem ídolos especiais. Não é necessário criar ídolos – bastas vezes com pés de barro – para ganhar campeonatos. Teremos que reaprender a viver sem ídolos, se tal for necessário, porque o fundamental é possuir uma equipa profissionalizada, determinada e humilde, que seja competitiva e que saiba com clareza o que vale e o que quer.

O que precisamos é de onze titulares em forma e de um treinador capaz!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Cuca entusiasmado

Entrevistado na Rádio Brasil, Alexi Stival, o ‘Cuca’, elogiou os jogadores do Botafogo pela sua garra e combatividade, referindo que eles “são os melhores” de todos com quem trabalhou. O treinador realçou a homogeneidade do grupo, salientando que este ano, ao contrário do ano anterior, o nível dos reservas no banco é mais compatível com os titulares.

Cuca considerou, ainda, que o ano começou bem e que é necessário manter a forma, acreditando que em 2007 o grupo caiu de produção devido à perda de cinco titulares, caso contrário o Botafogo poderia ter conquistado títulos.

O treinador considerou, também, que o ano se iniciou muito bem, tal como em 2007, não se podendo é perder a humildade e a postura. Esta avaliação coincide precisamente com as minhas últimas considerações sobre o time.

Na análise ao último jogo escrevi que “a equipa ‘sua’ em campo, é solidária e obedece muito mais ao treinador do que a equipa de 2007”. É justamente por isto que Cuca considera os jogadores mais homogéneos e “os melhores” com quem trabalhou. Aqui inscreve-se precisamente a combatividade e, permitam-me avançar com esta ideia, estes jogadores parecem-me intimamente dispostos a mostrar que podem ser melhores – ou obter melhores resultados – do que a equipa do ano passado. E isto é absolutamente vantajoso para o trabalho do treinador!

De resto, em mensagem no início do campeonato, saudei os jogadores desejando que jogassem com “PROFISSIONALISMO, HUMILDADE E VONTADE”, que é justamente o que Cuca realça nesta equipa. Se as linhas de orientação inicial deste grupo se mantiverem, as hipóteses de discutir títulos podem ser grandes.

Em minha opinião, na entrevista de Cuca, só faltou – a não ser que não tenha sido noticiado ou que Cuca tenha feito silêncio intencional – referências aos pontos a melhorar. O ano passado o treinador considerou que “armar uma defesa é fácil”, sugerindo que armar o ataque é que é difícil.

Na minha modesta posição de torcedor peço a Cuca que, então, faça o ‘fácil’: que arme a nossa defesa, porque o jogo aéreo continua a ser um ponto fraco, quer em relação às más saídas do goleiro quer em relação aos defesas. Se o ataque se ajustou rapidamente ao esquema do Cuca, que é o mesmo do ano passado, obedecendo ponto por ponto à estratégia, então o treinador ainda tem melhores condições este ano para armar a defesa do que o ano passado, devido ao comportamento destes jogadores.

Como o ataque consegue funcionar bastante bem ao 3º jogo, assevero desde já que é prioridade absoluta tratar do ajustamento da nossa defesa – razão principal, em minha opinião, de não ter havido títulos o ano passado (independentemente das ‘habilidades’ dos árbitros). O Americano esteve muito perto do gol por duas vezes no início da partida – uma por bobeada da defesa que deixou Alexandre passar entre dois zagueiros (salvou Castillo muito bem) e o outro precisamente em jogo aéreo (rasou o poste).

Nos anos gloriosos do Botafogo, em que eu vivia no Rio de Janeiro e assisti a todos os famosos craques jogarem – desde Nílton Santos e Garrincha até Gerson e Jairzinho –, foi Manga – a ‘aranha alvinegra’ – e a consistente defesa do Botafogo que nos garantiu muitas vezes o resultado mínimo ou o empate, quando o ataque não estava inspirado.

Em minha opinião, os títulos começam a ser ganhos pelos defensores, ultimados pelos armadores e concretizados pelos atacantes.

Botafogo vence a Copa Gazetinha Nacional

Decorreu em Santa Maria de Jetibá o 13º Festival de Futebol Infantil (Festbolin), designado por ‘Copa Gazetinha Nacional’. Não obstante o favoritismo do Vasco da Gama, que é o maior vencedor da Copa, a equipa do Botafogo sagrou-se campeã.

A final foi disputada entre alvinegros: o Botafogo do Rio de Janeiro e o Atlético de Minas. Após uma partida muito equilibrada o resultado final favoreceu o Botafogo por 1x0. O meia Matheus estabeleceu o placar final logo aos 17 minutos da 1ª parte com um chute de primeira.

No segundo tempo o Atlético Mineiro tentou dar a volta ao resultado, mas a defesa do Botafogo, apesar da expulsão do meia Victor Hugo, manteve firme e inviolável a baliza dos cariocas.

No final, com a conquista do título, houve jogadores ajoelhados no campo e o hino botafoguense foi entoado com muita emoção. Em terceiro lugar ficou o Pedra da Cebola que venceu o Acesita por 3x2.

A campanha do Botafogo foi a seguinte:

Final
· Botafogo 1x0 Atlético Mineiro (MG) [Gol de Matheus]

Semifinal
· Botafogo 3x0 Rio Branco (ES) [Gols de Cidinho (2) e João António]

Quartas-de-final
· Botafogo 3x0 América (MG) [Gols de Jão António (2) e Matheus]

Fase de Grupo
· Botafogo 5x0 AERT [Gols de Cidinho, João Filipe, João António, Renan e William]
· Botafogo 4x0 Anchieta [Gols de Leozinho, Victor Francisco, Matheus e Wellington]
· Botafogo 4x1 Carangola [Gols de Brendon (2), Matheus e Cidinho]
· Botafogo 2x0 Santos [Gols de João António (2)]

Por enquanto vai bem o futebol botafoguense 2008: vencedor da ‘estranha’ Copa Peregrino (categoria principal), vencedor da Copa Gazetinha Nacional (categoria infantil) e líder do seu grupo no campeonato carioca de futebol.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Escola de Futebol da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

A CPLP visa a concertação político-diplomática entre os seus Estados membros (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), nomeadamente para o reforço da sua presença no cenário internacional e para a promoção e difusão da língua portuguesa.

No domínio específico do desporto a CPLP define, nos seus objectivos gerais, “a cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comunicações, justiça, segurança pública, cultura, desporto e comunicação social”.

Esta organização considera imperativo “incentivar e promover o intercâmbio de jovens, com o objectivo de formação e troca de experiências através da implementação de programas específicos, particularmente no âmbito do ensino, da cultura e do desporto”.

Nesse quadro, vai ser criada a ‘Escola Internacional de Futebol dos Países de Língua Portuguesa’, em Brasília, cujo ideia inicial foi apresentada aos ministros e secretários do Desporto dos países da CPLP por ocasião da realização dos ‘V Jogos Desportivos da CPLP’, ocorridos em Agosto de 2005, em Angola, com base na proposta de criação apresentada pelo presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Faizal Sidat, em Maio de 2005.

A primeira iniciativa concreta será a realização, entre 17 de Março e 15 de Maio de 2008, do ‘Curso de Aperfeiçoamento para Técnicos de Futebol da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa", o qual contará com a participação de cerca de quarenta treinadores dos diversos países membros da CPLP.

Além deste curso de aperfeiçoamento, a escola oferecerá cursos e estágios para atletas, gestores desportivos, árbitros, fisioterapeutas, massagistas e demais profissionais ligados ao futebol.

A atribuição de vagas para o referido curso seguiu o critério da dimensão relativa de cada Estado-membro e da sua população, de forma a favorecer a posterior disseminação dos conhecimentos adquiridos. As vagas são as seguintes: Angola, 6 vagas; Cabo Verde, 4 vagas; Guiné-Bissau, 5 vagas; Moçambique, 8 vagas; São Tomé e Príncipe, 4 vagas; Timor-Leste, 5 vagas.

Dado o interesse do Governo brasileiro em incrementar o intercâmbio e a cooperação na área desportiva, o Ministério Brasileiro dos Esportes transferiu uma dotação orçamental para a Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília com vista a serem asseguradas as despesas com hospedagem, alimentação, uniformes, transporte local e outras relacionadas.

O Governo decidiu, ainda, custear as passagens aéreas dos participantes na presunção de que tais programas permitem a formação da cidadania, a inclusão social e funcionam como um instrumento do desenvolvimento.

Fonte
http://www.cplp.org/

Dinâmica e trabalho de equipa

Assisti ao jogo hoje às 6h30m da manhã no Premium FC, pelo que já estava preparado pelo relato e pelas notícias de Domingo a analisar algumas jogadas especiais. A partida decorreu globalmente de forma agradável para o Botafogo, tornando a inaugurar o marcador bastante cedo devido a um ataque intensificado na primeira meia hora. Com uma ligação cada vez maior entre os jogadores vislumbra-se um tipo de jogo muito parecido com o do ano passado, isto é, movimentado e ofensivo, mas também com problemas na defesa como em 2007.

Aos dois minutos de jogo, Alexandre passou entre dois jogadores botafoguenses na cabeça da área e ficou na cara de Castillo, que fez uma boa defesa. Supondo que é um clássico e supondo que o adversário marca, provavelmente ao segundo minuto de jogo o técnico e a equipa teriam um problema bicudo para resolver. Por isso, é de continuar a temer o esquema defensivo existente, permeável a jogadas rápidas de contra-ataque do adversário, tanto mais quanto poucos minutos depois uma bola perigosa passou a rasar a baliza botafoguense.

Por outro lado, Castillo não se afigura seguro em bolas pelo alto, falhando por duas vezes em cruzamentos durante a primeira parte. Castillo posiciona-se bem, tem bons reflexos e sabe fechar os ângulos na cara dos atacantes, mas nos centros sai algumas vezes em falso. Em minha opinião o Botafogo treina muito o ataque e pouco a defesa, tal como no ano passado e isso pode ser fatal em jogos decisivos, assim como foi em 2007.

À parte as insuficiências da defesa o Botafogo articulou-se melhor, foi rápido em ambos os tempos de jogo, fez jogadas muito bonitas e, sobretudo, concretizou novamente gols ‘modernos’. Além disso, a equipa ‘sua’ em campo, é solidária e obedece muito mais ao treinador do que a equipa de 2007.

O primeiro gol, aos 6 minutos, evidenciou a qualidade dos municiadores de jogo e a rapidez de deslocação do ataque botafoguense; o 2º gol, aos 21 minutos, evidenciou a rapidez e a precisão da equipa, que fez um gol em quatro toques a partir de Castillo, e mostrou que Wellington Paulista continua a jogar sem egoísmo, articulando bem com Jorge Henrique, mas finalizando mal por duas ou três ocasiões de gol possível. Na segunda parte, o 3º gol merecia ser ‘tombado’ pelo prefeito como lance de ‘golaço de equipa’. A partir daí o Botafogo jogou com muita tranquilidade e tornou a desperdiçar alguns gols flagrantes, designadamente por Wellington Paulista e num lance de Alessandro cara a cara com a baliza.

Na generalidade a equipa mexeu-se bem, articulou-se bem e os jogadores foram versáteis em várias posições, tal como o treinador gosta. Jorge Henrique continua a sua veia de goleador, Wellington Paulista torna-se cada vez mais referência na articulação do ataque, Lúcio Flávio permanece a jogar muito bem, Túlio mantém-se forte e coeso na equipa, Alessandro continua a surpreender positivamente e Renato Silva mostrou estar a mais na equipa, tornando a fazer falta de cartão amarelo sem necessidade – e foi melhor nas investidas ao ataque do que a defender. Triguinho e Zé Carlos fizeram boas apresentações, mas ainda precisam de afinar as suas posições na equipa. A resistência física da equipa parece ter melhorado em relação ao último jogo.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x0 Americano
Gols: Túlio, 6’ 1ºT; Jorge Henrique, 21’ 1ºT; Zé Carlos, 3’ 2ºT.
Competição: Campeonato Carioca
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’, 27 de Janeiro de 2008
Arbitragem: Pathrice Wallace Correa Maia; Marcos Tadeu Peniche Nunes e Lennart da Silva Novaes Neto (RJ)
Cartões Amarelos: Alessandro, Renato Silva e Túlio (Botafogo); Anderson, Cafu, Pachola e Silvan (Americano)
Botafogo: Castillo, Alessandro, Renato Silva, Ferrero e Triguinho; Diguinho, Túlio (Abedi) e Lúcio Flávio; Jorge Henrique, Wellington Paulista e Zé Carlos (Edson). Técnico: Alexi Stival, o 'Cuca'.
Americano: Wender, Cafu, Ciro, Anderson e Rondinelli (Junior); Silvan, Ivan, Leandro Leite e Pachola (Izaías); Alexandre e Romualdo (Bruninho). Técnico: Sérgio Alexandre.

Qual foi o maior craque sul-americano de sempre?

Resultados da enquete:

Di Stéfano: 1 voto (4%)
Garrincha: 21 votos (88%)
Maradona: 0 votos (0%)
Pelé: 2 votos (8%)

[Votação entre 21-27/01/2008]

domingo, 27 de janeiro de 2008

Mensagem de 25 a 27 de Janeiro de 2008

QUE AMARILDO SEJA BEM SUCEDIDO NO COMANDO DO AMÉRICA FUTEBOL CLUBE!

Mensagem a saudar Amarildo, o 'Possesso', ex-botafoguense campeão do mundo em 1962, aquando da tomada de posse do cargo de treinador do América do Rio.

Apesar do desejo de 25 de Janeiro, Amarildo foi demitido a 30 de Janeiro após ter perdido o único jogo que dirigiu. O América possui quatro derrotas ao cabo de quatro jornadas e contratou, após a 4º rodada, o seu… quarto treinador!!!

Paulo Antônio Azeredo, gandula na fundação e artífice de títulos

Paulo Antônio Azeredo foi um dos grandes presidentes que revolucionou a gestão do Botafogo Football Club. Paulo Azeredo foi presidente pela primeira vez em 1923, depois entre 1926-36 (solicitando dispensa em 1935 e dando lugar a Rivadávia Corrêa Meyer) e, finalmente, após a fusão, entre 1954-63.

Azeredo foi o primeiro ‘gandula’ do Botafogo, quando ainda existiam as palmeiras do Largo dos Leões como baliza, porque não tinha idade para jogar. Flávio Ramos, entrevistado anos mais tarde, refere-se a Paulo Azeredo como “menino também, desmontando de seu ‘poney’ e encostando-se a uma palmeira, para torcer, como nosso primeiro ‘gandula’” (Castro, 1951: 14-15). Mas o ‘gandula’ foi campeão infantil em 1910, tornou-se veterano em 1916, benemérito em 1925 e grande benemérito em 1939.

Nos primeiros anos, entre 1912 e 1924, o Botafogo precisava de uma garantia de campo que lhe permitisse expandir o seu património, de tal modo que fosse possível aumentar a arquibancada e construir a sede social, um ‘velho’ sonho botafoguense. Então, iniciou-se uma campanha para tornar perpétuo o aforamento do terreno. O dirigente desta campanha foi precisamente Paulo Azeredo, que influenciou o seu pai, que era político, a interceder pelo Botafogo. A 2 de Janeiro de 1925, o Presidente da República, Arthur Bernardes, sancionou o decreto do Congresso Nacional que autorizava o aforamento do imóvel ao Botafogo.

Entretanto, em 1926, com o seu entusiasmo e empreendedorismo, o novo presidente levou uma alma nova ao Botafogo. Alceu Castro refere-se assim ao presidente: “Foi eleito presidente o vulto inconfundível de Paulo Azeredo, que assim iniciou sua magnífica administração (…) que daria ao Botafogo as maiores glórias esportivas, morais e materiais” (Castro, 1951: 265).

Paulo Azeredo percebeu que era necessário voltar a conquistar títulos, pois o Botafogo ia fazer quase duas décadas sem ser campeão carioca. Então, o presidente montou uma nova comissão técnica, muito mais eficiente do que as anteriores.

A Comissão foi composta pelo médico Victor Guisar, pelo técnico inglês Charles Williams e por um superintendente, o húngaro Nicolas Ladanyi. O húngaro vinha com tal prestígio que levou o técnico Williams a solicitar a demissão e quem passou a auxiliar o novo técnico Ladanyi foi Nilo Braga, que se manteve a jogar e a marcar gols.

Esta estrutura, montada a partir da presidência, permitiu ao Botafogo tornar-se tetracampeão carioca e conquistar cinco títulos em apenas seis anos. As campanhas destes títulos assinalaram 75 vitórias, 22 empates e 16 derrotas, 320 gols a favor e 176 contra, e o goleador Carvalho Leite marcou gol em 79 ocasiões.

Foi por esta época que houve uma grave cisão no futebol carioca e levou à existência de duas ligas. O Botafogo, defendendo aquilo que na época se considerava as tradições do desporto carioca, repudiou o profissionalismo implantado em 1933 e ficou a disputar o torneio da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), então a entidade oficial filiada na Confederação Brasileira de Desportos (CBD).

Na presidência de Paulo Azeredo foi construída a sede em 1928, e a Mourisco-Pasteur, em finais da década de 1950, também se realizou sob a sua presidência. Foi também durante a presidência de Paulo Azeredo que ficou aberto o caminho para a fusão do Botafogo das regatas com o Botafogo do futebol.

Quer os botafoguenses de terra, quer os de mar, desejavam a união entre os dois clubes e foi Paulo Azeredo, juntamente com Viveiros de Castro, que, em 1931, incumbiu Alceu Mendes de Oliveira Castro de sondar o seu primo, António de Oliveira e Castro, a maior figura do Club de Regatas Botafogo, legendário campeão de remo de 1902, sobre a fusão dos dois clubes. A decisão do 'Almirante' foi favorável, embora adiada devido à grande influência do Fluminense no CR Botafogo.

Paulo Azeredo esteve presente na fusão do Botafogo, tendo sido quem sugeriu a designação de Botafogo de Regatas e Futebol, acabando por se inverter as modalidades e vingar o ‘Futebol e Regatas’.

O grande dirigente foi, nessa qualidade, campeão carioca de futebol por oito vezes: 1930, 1932, 1933, 1934, 1935, 1957, 1961, 1962. Na última administração de Azeredo o Botafogo atingiu a famosa marca de 120 títulos num único ano em todas as modalidades praticadas, sagrando-se campeão de terra (futebol), mar (remo) e ar (aeromodelismo).

Fontes principais
Castro, Alceu Mendes de Oliveira (1951), O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro: Gráfica Milone
Pepe, Braz; Miranda, Luiz Felipe; Carvalho, Ney Óscar (1996), Botafogo – O Glorioso. Uma História em Preto e Branco. Rio de Janeiro: Ney Óscar Ribeiro de Carvalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Presidentes_do_Botafogo_de_Futebol_e_Regatas

sábado, 26 de janeiro de 2008

Atletismo: desportistas de craveira internacional

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Em 1880 existia no Rio de Janeiro o ‘Club Brasileiro de Cricket’ que vendia poules de aposta para as corridas a pé e o primeiro clube a ser fundado foi o São Paulo Athletic a 3 de Maio de 1888.

Até ao final do século vários clubes surgiram. Em todos esses clubes o atletismo foi praticado de forma empírica e descontínua. Porém, em 1907, foi editado um livro de regras oficiais para diversos jogos e desportos, inclusive o atletismo. Em 1914 o jornal O Estado de São Paulo já patrocinava o Campeonato do Atleta Completo, uma espécie de dodecatlo.

O Botafogo praticou durante muitos anos o atletismo, tendo obtido muitos sucessos e sido representado por atletas de craveira internacional e olímpica. Os dados estatísticos sobre o atletismo botafoguense são difíceis de encontrar nas fontes disponíveis.

No entanto, um esforço de pesquisa permitiu destacar alguns atletas e referir alguns títulos conquistados pelo Botafogo ou pelos seus atletas representando o Brasil.

Aida dos Santos Menezes é a atleta botafoguense mais falada porque até hoje teve a melhor classificação de sempre do atletismo feminino. Aida foi campeã carioca, brasileira, sul-americana, ibero-americana e luso-brasileira, destacando-se, ainda, com a obtenção de duas medalhas de bronze em pentaplo no campeonato panamericano em 1967 (Winnipeg) e em 1971 (Cáli), e nos jogos olímpicos de Tóquio em 1964 (4º lugar no salto em altura com 1,74m e melhor classificação olímpica do atletismo feminino em todos os tempos).
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Aida continuou a defender a Estrela Solitária em torneios masters. Professora titular da cadeira de Educação Física na Universidade Federação Fluminense desde 1975, sócia emérita e membro do Conselho Deliberativo como benemérita, Aida foi homenageada em 1995 na inauguração da pista de atletismo da UFF com o seu nome, e em 2006 com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, entregue anualmente a uma personalidade com importante vida atlética.
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No atletismo destacaram-se ainda, entre outros, os seguintes atletas:

Silvina das Graças Pereira, tricampeã carioca de atletismo em 1965-1966-1967, medalha de prata em salto à distância em 1971 e medalha de bronze nos 200m em 1975, ambas nos Jogos Pan-americanos.
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Nadim Severo Marreis, atleta de arremessos de martelo, disco e peso, várias vezes campeão carioca e medalha de bronze no lançamento do peso nos Jogos Pan-americanos de 1951.
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A nível nacional o Botafogo venceu quatro disputas em campeonatos, mas as posses definitivas dos troféus ocorriam após grupos de anos e o Botafogo foi, por esta regra, apenas vice-campeão brasileiro de atletismo em 1945-1951 (1º Troféu Brasil, 3 títulos) e 1962-1965 (4º Troféu Brasil, 1 título) e 3º colocado em 1966-1970 (5º Troféu Brasil, 1 título).

Fontes principais
Pepe, Braz; Miranda, Luiz Felipe; Carvalho, Ney Óscar (1996), Botafogo – O Glorioso. Uma História em Preto e Branco. Rio de Janeiro: Ney Óscar Ribeiro de Carvalho
http://www.atletismo-trofeubrasil.com.br/
http://www.museudosesportes.com.br/

Mensagens de 18 a 26 de Janeiro de 2008

1) QUE O BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS SE APRESENTE COM PROFISSIONALISMO, HUMILDADE E VONTADE DURANTE TODO O CAMPEONATO CARIOCA!

2) TANTAS SAUDADES QUE TEMOS DE TI, MANÉ GARRINCHA!

Mensagens à estreia do Botafogo de Futebol e Regatas no campeonato carioca de 2008 e aos 25 anos do desaparecimento do extraordinário craque de futebol que fez a ‘alegria do povo’.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Balada nº 7

Em 1973, após um jogo de homenagem a Garrincha, no qual participou Pelé com o Maracanã apinhado de 100 mil pessoas, Moacir Franco, um cantor muito em voga na época, decidiu compor uma balada sobre o grande craque e apresentá-la no programa televisivo ‘Discoteca do Chacrinha’ precisamente quando Mané Garrincha era entrevistado. Eis a Balada nº 7 de Moacir Franco:

Sua ilusão entra em campo no estádio vazio
Uma torcida de sonhos aplaude talvez
O velho atleta recorda as jogadas felizes
Mata a saudade no peito driblando a emoção

Hoje outros craques repetem as suas jogadas
Ainda na rede balança seu último gol
Mas pela vida impedido parou
E para sempre o jogo acabou
Suas pernas cansadas correram pro nada
E o time do tempo ganhou

Cadê você, cadê você, você passou
O que era doce, o que não era se acabou
Cadê você, cadê você, você passou
No vídeo tape do sonho, a história gravou.

Ergue os seus braços e corre outra vez no gramado
Vai tabelando o seu sonho e lembrando o passado
No campeonato da recordação faz distintivo do seu coração
Que as jornadas da vida, são bolas de sonho
Que o craque do tempo chutou

Cadê você, cadê você, você passou
O que era doce, o que não era se acabou
Cadê você, cadê você, você passou
No vídeo tape do sonho, a história gravou

Dez anos depois, o saudoso Mané Garrincha faleceu e o seu corpo foi velado no Estádio do Maracanã, local onde milhares de fãs puderam prestar-lhe a última despedida. A urna do ‘Chaplin do futebol’ foi coberta por uma bandeira do Botafogo e ele foi levado para a sua cidade natal, Pau Grande.

No cemitério em que jaz o corpo de Garrincha existe um memorial expressando todo o amor que o Brasil inteiro dedicava ao bicampeão mundial: "Ele era uma criança doce / Falava com os passarinhos".

Fonte principal

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Os compromissos da bandeirinha

Após o jogo Botafogo versus Figueirense pela semifinal da Copa Brasil, durante o qual a auxiliar Ana Paula Oliveira anulou dois gols legais do Botafogo - que dariam o lugar na final -, foi dito que se encontraria fisicamente fora de forma e não estava bem colocada quando assinalou as anulações dos gols.

Ana Paula foi suspensa pelas entidades competentes, que reconheceram os calamitosos falhanços. Apesar disso, Ana Paula nunca reconheceu os seus erros. E enveredou por outras ´modalidades' de vida social, iniciando-as com o ensaio nu para a revista Playboy.

A bandeirinha teria agora uma dupla oportunidade de regressar em força: através dos testes que tinha que fazer para voltar a arbitrar e como membro que desfilaria no Carnaval pelo Salgueiro no carro alegórico que sairia do Maracanã.

No que respeita aos testes já sabemos que Ana Paula não se preparou suficientemente, tem quilos a mais e não cumpriu sequer metade do exigido. De vinte arranques de 150 metros não chegou a cumprir dez. Aos ensaios do Salgueiro Ana Paula apresentou-se uma única vez e a escola de samba ameaçou não apresentá-la no desfile. Em outra notícia de hoje, o Salgueiro teria já retirado a bandeirinha das suas cogitações, substituindo-a por outra pessoa.

Com credenciais assim poder-se-á esperar que em próximos jogos que arbitre a bandeirinha não consiga acompanhar as jogadas ou até mesmo que falte ao compromisso. Em jogo do Botafogo será, aliás, o mais aconselhável.

Em todo caso, fica a questão: não tendo tempo para se preparar fisicamente, nem para ensaiar na escola de samba com a qual se comprometeu, como confiar que está disposta a emendar os seus erros e a poder arbitrar novamente?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Castillo, o ‘iluminado’

A segunda partida oficial do ano mostrou que o Botafogo continua com a mesma disposição atacante com a qual iniciou o ano anterior. Balanceado para o ataque desde o primeiro minuto, rapidamente colocou o resultado num confortável 2x0 aos 18 minutos do primeiro tempo, através de Jorge Henrique.

Sem nenhuma marcação em cima, Lúcio Flávio municiava o ataque, Zé Carlos aparecia bastante pela esquerda a lançar para a área e Jorge Henrique, muito mais avançado do que há um ano, sofreu um penalty não assinalado e marcou dois bons gols, um depois de Zé Carlos chutar contra o goleiro e o outro a passe de Lúcio Flávio.

No entanto, entre os 18 minutos do 2º gol e os 33 minutos, em que Castillo se estreou de modo fulminante a defender muito bem um penalty, passaram-se 15 minutos em que o Friburguense criou jogadas perigosas por lhe ter sido dado mais espaço, incluindo o lance do penalty, sobretudo porque o Botafogo quis continuar a atacar ao mesmo ritmo sem cuidar da defesa e das marcações como ate aí tinha feito. E como Jorge Henrique perdeu um gol na cara do goleiro os minutos seguintes foram marcados por muitos passes errados, não tendo Zé Carlos sido nesses 15 minutos o mesmo do primeiro quarto de hora, enquanto o equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque baixou visivelmente de nível. E foi esse um dos problemas do ano passado, pelo qual o Botafogo sofreu seis dezenas de gols. Essa é uma lacuna a rever rapidamente, sob pena de contra os clubes melhor apetrechados não estarmos suficientemente preparados. Esses 15 minutos devem ser alvo de análise mais aprofundada pelo comando técnico e jogadores.

No entanto, o posicionamento das peças em jogo foi inicialmente adequado e o esquema do treinador pareceu bom. Isto significa que, a dada altura, os jogadores se desconcentraram ou não souberam gerir com tranquilidade a vantagem obtida. Na verdade, o Botafogo esteve apagado durante 15 minutos, período do qual apenas saiu após Castillo defender muito bem um penalty – sobre o qual comentou ter sido ‘iluminado’.

A partir daí o Botafogo geriu melhor a vantagem e na segunda parte acrescentou mais dois gols. Todavia, deve-se realçar que quer Jorge Henrique, quer Wellington Paulista, quer Fábio já no final, desperdiçaram gols cara a cara com o goleiro. Em jogos decisivos isso paga-se normalmente com derrotas.

No entanto, apesar de o adversário ser relativamente fraco, a movimentação da nossa equipa em campo foi globalmente positiva. Lúcio Flávio fez mais uma bela partida de municiador da maioria dos ataques, Jorge Henrique destacou-se como avançado e goleador, Wellington Paulista confirmou ser oportuno marcando novo gol e suficientemente humilde para passar bolas a Jorge Henrique quando melhor colocado e Castillo brilhou finalmente, tendo travado, com a sua defesa, o estímulo do Friburguense – apesar de na segunda parte mostrar pouco acerto nas saídas da baliza.

Na segunda parte o Botafogo tomou novamente as rédeas da partida e após a expulsão de um jogador friburguense a posse de bola passou a ser privilégio do Botafogo. No entanto, apesar de ter obtido mais dois gols, o Botafogo parece não ter ainda preparo físico para o segundo tempo e o treinador demorou excessivamente a substituir, o que já no ano passado acontecera frequentemente. Estes pontos merecem ser analisados pelo comando técnico.

A equipa pode melhorar ainda muito a sua coesão, sobretudo porque este ano não terá que jogar em função de um atacante, como o ano passado fazia. A triangulação Zé Carlos, que é um meia ofensivo, Wellington Paulista e Jorge Henrique, sem contar com Escalada ainda, pode ser muito produtiva. Túlio e Diguinho tiveram um desempenho acima da média. Ao contrário do que é costume, Alessandro fez uma boa partida e um gol com classe, mas Renato Silva continua a ser igual a si próprio e a fazer faltas desnecessárias.

Em minha opinião o árbitro não esteve bem na primeira meia hora, porque não assinalou penalty sobre o Jorge Henrique e porque devia ter expulsado Ferrero segundo os regulamentos. O que poderia ter sido grave para o Botafogo – sobretudo se tivesse redundado em 2x1 –, significando que o comando técnico deve agir sobre os jogadores nesta matéria de fazerem penalties com a mão. O restante trabalho do árbitro foi regular porque o resultado do jogo ajudava a isso.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 4x1 Friburguense
Gols: Jorge Henrique 10’ e 18’ 1ºT, Wellington Paulista 12’ 2ºT e Alessandro 17’ 2ºT; Tiago Messias 18’ 2ºT
Competição: Campeonato Carioca
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’, 23 de Janeiro de 2008
Arbitragem: Antonio Frederico Schneider; Jorge Luís Campos Roxo e Francisco Pereira de Souza (RJ)
Cartões amarelos: Ferrero e Abedi (Botafogo); Cadão, Sérgio Gomes, Bidu, Tiao Messias, Guido (Friburguense)
Cartão vermelho: Cadão (Friburguense)
Botafogo: Castillo, Alessandro (Abedi), Renato Silva, Ferrero, Triguinho, Túlio, Diguinho, Lucio Flávio (Adriano Felício), Zé Carlos, (Fábio), Jorge Henrique, Wellington Paulista. Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’
Friburguense: Adriano, Sérgio Gomes (Ziquinha), Cadão, Tiago Messias, Gilson (Maycon), Bidu, Cassiano, Everton, Guido, Victor Hugo, Paulo Roberto (Léo Andrade). Técnico: Cleimar Carvalho

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Ranking de árbitros no Rio de Janeiro

Hoje deparei com a notícia de que a Comissão de Arbitragem da Federação de Futebol do Rio de Janeiro decidiu suspender, após a primeira rodada, os árbitros William de Souza Nery por não ter assinalado dois penalties a favor do Vasco da Gama no jogo que o Madureira ganhou por 2x1, bem como Adriano Pereira Machado por não ter coibido a violência durante o jogo entre o Botafogo e o Resende. Ambos regressarão apenas na quinta rodada.

O presidente da referida Comissão afirmou que quem não cumprir as medidas terá que se reciclar e só regressa quando estiver preparado. Esta é uma novidade relativamente à avaliação de árbitros no campeonato carioca, cujos cinco piores classificados no final serão rebaixados à segunda divisão e os melhores classificados da segunda divisão ingressam na primeira.

Na minha visão esta é uma excelente notícia para os ‘pequenos’ clubes, sempre mais prejudicados em favor dos ‘grandes’, e também favorável ao Botafogo, o qual é geralmente o mais prejudicado dos ‘grandes’ do Rio e foi, entre outros prejuízos menos óbvios, claramente penalizado na final do campeonato carioca de 2007 com as decisões do árbitro Djalma Beltrami e na Copa Brasil com as decisões da bandeirinha Ana Paula Oliveira.

Contudo, no mesmo dia, também se lê que a referida bandeirinha “contou com um empurrãozinho” da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF) para poder regressar aos campos de futebol. A bandeirinha completou menos de metade do pretendido no teste físico, mas foi aprovada e retornará provavelmente no fim-de-semana aos campos paulistas. De vinte arrancadas de 150 metros seguidas a bandeirinha completou apenas nove e desistiu na décima.

A justificação para a aprovação foi a de que “Ana Paula está muito abaixo do que a gente quer, mas ela tem um compromisso de melhorar em 40 dias”.

A questão é saber se decisões como as dos paulistanos vão continuar a fazer escola no futebol brasileiro e, por sua vez, as decisões dos cariocas serão breves e rapidamente esquecidas. A questão é saber se as decisões dos cariocas são realmente sérias e para durar e, por sua vez, os paulistanos ficarão gradualmente sem espaço de manobra. A questão é saber se a medida é de natureza estrutural ou apenas conjuntural.

A questão é eu permanecer na dúvida sobre qual dos dois caminhos vingará: o da penalização ou o do perdão aos árbitros incompetentes. Alguém sabe?...

Fonte
http://esporte.uol.com.br/

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A reinvenção do Botafogo

Octávio de Moraes, além de jogador botafoguense campeão e artilheiro de 1948, foi arquitecto, jogador de futevôlei e… poeta. Em 1987, aos 64 anos de idade, sem poder adivinhar que o Botafogo recuperaria a sede perdida para a Companhia do Vale do Rio Doce e reconstituiria o património, escreveu este belíssimo poema:

“Na Avenida Wenceslau Braz, esquina de Lauro Sodré,
Há uma casa antiga, mas amiga de lúcida memória,
Que insiste em permanecer, como se sobrevivesse.
Anciã e sozinha de ajuda, sem número e sem luz própria,
A casa é tal qual estrela, dessas que são solitárias
E vão se extinguindo longe, muito longe e lentamente.
Às vezes parece gente, decadente. Mas contente.
Feliz, como uma velha bailarina aplaudida de repente.
Com altivez, sim senhora, e até com certo bom senso.
(Ora, direis, ouvir estrelas... coisas de botafoguenses).
Onde se sustentam esses ossos velhos, inconformados,
De tijolo e de cimento, argamassados?
Onde se acende o brilho que ainda brilha,
Em raros, quase momentos,
Nas órbitas vazias dos olhos que eram janelas,
Cegas, pobres, desaparecidas?
Só alguns desvendam fundo esse álbum de família,
Essa vontade desumana de viver das nossas alvenarias,
O desenhado de ternura, do projeto da nossa vã arquitetura,
E esse imortal soluço que rebenta.
Que rebenta das nossas páginas.
Aí passam, frente a nós diariamente, transeuntes tão indiferentes.
Incapazes de reconhecer a glória na coisa arruinada,
Não sabem que é placenta, de preto e de branco ensanguentada.
Nos fere, ferida aberta. Nos dói, solidão fechada,
De preto e branco, enlutada.
Nos fins das tardes quentes de qualquer verão
(Dá um plano americano, vozes no fundo, capela, cantando.
Botafogo, Botafogo, campeão... muito longe e bem piano).
Só nós compreendemos essa casa, essa causa, esse dano.
Na varanda da frente, toda a nossa gente está sentada,
Descansada. Nas cadeiras de vime, como antigamente.
Não são fantasmas desses comuns, impenitentes
Nem estão vestidos em fúnebres sobrecasacas.
Só nós os vemos vivos e lindos, muito mais que findos,
Em seus ternos SS 120 de linho branco, elegantes.
(Mil novecentos e oitenta e sete, fusão da imagem,
Passa para a mesma vara no ano quarenta e sete.)
Oi, Dr. Paulo Azeredo, Oi Flávio Ramos Trindade,
Nelson Cintra, Sérgio Darcy, oi Ney Cidade,
Dr. Ibsen de Rossi, oi Dr. Rivadávia, oi Dr. Jair Tovar,
Oi Lulu Aranha, oi Carlos Martins da Rocha, ah! Seu Carlito,
Oi Adhemar Bebiano, Seu Júlio, oi Estelita,
Dr. Alceu, oi Julinho, Arrepiado, Otacílio,
Oi Augusto Frederico Schmidt, oi Nilo Murtinho Braga,
oi Chico Barbastefano, oi General Saddock de Sá, oi Bibi, oi Mimi
Castro, oi Vítor, Moysés,
Oi Graham Bell, oi Nariz Álvaro Lopes Cançado,
Oi Álvaro Marieta, Pascoal Boneca, oi Perácio Zé,
Oi Martim Silveira, Canalli, oi Heleno de Freitas,
Oi Tim Elba de Pádua Lima, oi Aluísio, oi Rubinho,
Oi Geninho Efigênio de Freitas Bahiense, oi Lugano,
Oi Zezinho, oi Ary Fanho, oi Gussi, oi Biné, oi Tréca,
Oi Sherife Nilo Raposo, oi Mané Garrincha, oi Lobato,
Oi Paulo Valentim, oi Valtencir, Guilherme Bode,
Oi Doroteu, oi Patesko,
Oi Deus!
São só nomes, são só homens. Somos homens,
Que sofremos, que estamos e estivemos lá.
E entre os mortos e os feridos, entre os novos e os antigos,
Aturdidos perguntamos: o que nos restará?
Ah! Botafogo, meu Botafogo, igualzinho ao meu Brasil.
(Recebe o afeto que se encerra em vosso peito varonil.
E quem não gostar do Botafogo...)
Brasil-Botafogo de Futebol e Regatas
Que não atas nem desatas,
Onde está teu futebol, onde estão tuas regatas?
Se há vendilhões no templo, regateias, não resgatas.
Se há fáceis benemerências, condecoras os piratas.
Te falta amor, Botafogo, sobram as receitas baratas.
De milhares de emoções, fizeste massa falida.
Nossa herança merecida, puseste a fundo, perdida.
E é isso que nos mata; concordar com a concordata.
Mas, um dia desses, num rio que passou em nossas vidas,
com certeza num Rio de Janeiro, às margens plácidas,
Quem sabe num morro do Cão, hoje no chão,
Ou noutra rua Conde de Irajá, ao largo do Humaitá,
Novos moços amigos lembrarão moços antigos,
Por nomes Pedros, ou Mem, outros Estácios,
Alguns chamados Flávios, ou Carlos, eu sei lá,
Das famílias Azeredo, Meyer, Bebiano, Palmeiro,
Que tal Rocha, Aranha, Sodré, Tovar, não serve Sá?
E eles vão te fundar outra vez, Botafogo...
Te inventar outra vez, no bairro que ainda está.
E a mesma velha emoção voltará, bem requentada,
O mesmo preto preto e o mesmo branco branco
A mesma estrela solitária, dessa vez mais solidária,
Pra variar.
E fazendo música e jogando bola,
E fazendo música e jogando bola,
Para que a poesia, nossa particular poesia,
Torne à sua origem.
Vê se não morre, Botafogo!
Pelo menos antes de nós.
Nós os herdeiros, postos a ferro, marinheiros,
Nas galés das galerias, da nossa máxima galera!
Ai! Ninguém vai comparecer ao formidável enterro,
Da nossa última, última quimera.”

Fontes (algumas)
Jornal do Brasil, 26 de Junho de 1988
http://geocities.com/beijospratorcida/reinvencao.htm

Octávio Moraes, futebolista e criador do futvôlei

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Octávio Sérgio da Costa Moraes nasceu a 9 de Julho de 1923 em Belém do Pará e faleceu a 19 de Outubro de 2009 no Rio de Janeiro [nota acrescentada após a sua morte]. A sua mãe, Eneida de Moraes, foi uma grande escritora e cronista pioneira no Rio de Janeiro.

Octávio foi atacante do Botafogo entre 1942 e 1953 e, mais tarde, após abandonar o futebol, exerceu arquitectura, foi colunista no Jornal do Brasil e Presidente da Associação Garantia ao Atleta Profissional.

Octávio jogou com Heleno de Freitas e foi integrante da extraordinária equipa do Botafogo campeã carioca de 1948, sendo companheiro de Osvaldo Baliza, Pirilo, Paraguaio, Geninho e tantos outros futebolistas consagrados. Nesse ano, Octávio foi o artilheiro do campeonato carioca com 21 gols.

No ano seguinte, em 1949, Octávio foi convocado para o ‘escrete canarinho’, realizando 4 jogos e marcando 1 gol. O artilheiro foi o sétimo maior goleador do Botafogo, assinalando 171 gols em 200 jogos. Octávio Moraes é considerado, também, um dos criadores do futvôlei nas praias cariocas. Já em 1987 escreveu um dos mais belos poemas sobre o Botafogo.
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Estreia no Botafogo
» 24/03/1943: 3x3 América, Torneio Relâmpago, São Januário. Gols do Botafogo: Geninho (2) e Octávio.

Despedida do Botafogo
» 28/09/1952: 3x2 Madureira, Campeonato Carioca, General Severiano. Gols do Botafogo: Octávio, Zezinho e Braguinha.

Competições, jogos e gols (200 jogos e 171 gols)
» Campeonato Carioca (1943 a 1952); 77 jogos; 49 gols
» Torneio Municipal (1943 a 1948); 32 jogos; 25 gols
» Torneio Relâmpago (1943 a 1946); 12 jogos; 9 gols
» Torneio Rio-São Paulo (1950 a 1952); 15 jogos; 10 gols
» Amistosos (1944 a 1952); 64 jogos; 78 gols

Títulos
» Campeão da taça Fernando Loretti de aspirantes: 1943 (marcou 17 gols).
» Bicampeão carioca de amadores adulto: 1943 (marcou 18 gols) e 1944 (marcou 22 gols)
» Campeão do torneio início de amadores adulto: 1944 (marcou 3 gols)
» Bicampeão carioca de aspirantes: 1944 (marcou 4 gols) e 1945 (marcou 15 gols)
» Campeão do torneio início do campeonato carioca 1ª divisão: 1947
» Campeão carioca 1ª divisão: 1948 (marcou 21 gols)

. Artilharia
» Campeonato Carioca de 1948: 21 gols

Seleção brasileira (1949)
» Estreia: 03/04/1949 – 9x1 Equador, Campeonato Sul-Americano, Rio de Janeiro.

Jogo mais importante
BOTAFOGO 3x1 VASCO DA GAMA
» Competição: Campeonato Carioca (decisão)
» Gols: Paraguaio (de cabeça) e Braguinha, no 1° tempo; Octávio e Ávila (de cabeça, contra), no 2° tempo
» Data: 12/12/1948
» Local: General Severiano, Rio de Janeiro
» Público: 20.000 (18.321 pagantes)
» Árbitro: Mário Gonçalves Vianna
» Botafogo: Osvaldo Baliza, Gérson e Nílton Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Geninho, Pirillo, Octávio e Braguinha. Técnico: Zezé Moreira.
» Vasco da Gama: Barbosa, Augusto e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Friaça, Ademir Menezes, Dimas, Ipojucan e Chico. Técnico: Flávio Costa.
Obs: 1) Gérson abandonou o campo aos 10’ do segundo tempo, por contusão. O Botafogo atuou com 10 (dez) até o final; 2) Botafogo, campeão carioca (1948). Fontes: Jornal dos Sports e Boletim do Botafogo FR.

Fontes: Acervo e pesquisa de Rui Moura; Acervo e pesquisa de Pedro Varanda; Boletim do Botafogo; Jornal dos Sports; http://portoroberto.blog.uol.com.br/; http://pt.wikipedia.org/; http://www.sambafoot.fr/joueurs/1995_Octavio.html

Previsão para o Botafogo no 'cariocão'

Resultados da enquete:

Campeão: 26 votos (96%)
Vice-campeão: 0 votos (0%)
Não é finalista: 0 votos (0%)
Sem classificação em grupos: 1 voto (4%)

[Votação entre 14-20/01/2008]

domingo, 20 de janeiro de 2008

Neném Prancha, o 'filósofo' da bola


Antônio Franco de Oliveira nasceu a 16 de Junho de 1906 e faleceu a 16 de Janeiro de 1976, tendo sido conhecido por todos como Neném Prancha devido às suas mãos medirem 23 centímetros de comprimento e calçar sapatos número 44.

Foi torcedor incondicional do Botafogo de Futebol e Regatas desde o dia em que chegou a Copacabana, procedente de Resende, ganhando fama no extinto Posto Quatro Futebol Clube e no Carioca Esporte Clube. Verdadeiro mito e profundo conhecedor do futebol brasileiro, Neném Prancha foi 'roupeiro' do departamento de atletismo do Botafogo desde 1943 e trabalhou para a divisão juvenil de futebol.

Neném Prancha foi sempre uma figura misteriosa que nunca falava do seu passado e que, apesar de viver imenso tempo na praia, nunca o viram tomar banho de mar. Vivia num quarto na sede do Botafogo e tal como muitos outros funcionários, passou privações frequentes devido a salários em atraso. Porém, jamais pensou em abandonar o clube do seu coração e foi com muita dificuldade que acedeu a ser internado na casa de saúde onde viria a despedir-se do mundo. Neném Prancha também nunca pensou em casamento, quer por alegadamente ter dinheiro apenas para “manter o estômago em dia”, quer porque lia sempre nos jornais as notícias sobre brigas conjugais e dizia que “casamento é coisa muito séria para terminar nas manchetes de jornais”.

Ao longo de décadas Neném Prancha foi criador de imensas frases lapidares sobre o futebol. É possível que algumas fossem da autoria de João Saldanha, mas o próprio Saldanha parece que as assumia como se fossem do homem que, por essa razão, ficou conhecido como o 'filósofo da bola' Neném era adepto do futebol objectivo e sem floreados, afirmando que o “futebol é muito simples: quem tem a bola ataca, quem não tem defende…”. Por isso ele não gostava do drible e recomendava aos jogadores de área para “jogar a bola para cima, enquanto ela estiver no alto não há perigo de gol.” Neném Prancha também não era adepto das concentrações e dizia que “se concentração ganhasse jogo, o clube do presídio não perdia uma partida”, tal como era inimigo de superstições porque acreditava realmente era no talento e, por isso, afirmava que “se macumba resolvesse, o campeonato baiano terminava sempre empatado”.

Neném lançou muitos jovens jogadores – entre os quais o famoso Heleno de Freitas – e sempre que deparava com um rapaz habilidoso aconselhava-o a que “jogador de futebol tem que ir na bola com a mesma disposição com que vai num prato de comida. Com fome, para estraçalhar.” Para os goleiros ele tinha também uma máxima: “O goleiro deve andar sempre com a bola, mesmo quando vai dormir. Se tiver mulher, dorme abraçado com as duas”. Esta frase está seguramente relacionada com outra em que afirma que “O Goleiro é uma posição tão amaldiçoada que onde ele pisa nem nasce grama…”.

Sobre bons jogadores o 'filósofo da bola' garantia que “jogador bom é que nem sorveteria: tem várias qualidades.” Um dos jogadores que mais admirou, considerando-o um dos maiores armadores de futebol do mundo, foi Didi, tendo dito que “O Didi joga bola como quem chupa laranja, com muito carinho”.

Neném era admirador do futebol clássico e por isso considerava que o “futebol moderno é que nem pelada; todo mundo corre e ninguém sabe para onde…”. Por isso é que defendia que “quem corre é a bola; senão, era só fazer um time de batedores de carteira…”.

A seriedade era uma das características fundamentais de Neném Prancha e quando foi jogador no futebol de praia, antes de ser treinador dos juvenis do Botafogo, o 'filósofo da bola' evitava bater penalties, porque “penalty é uma coisa tão importante, que quem devia bater é o presidente do clube”.

Às vezes as suas frases eram um pouco incompreensíveis, como a que afirma que “quem pede tem preferência, quem se desloca recebe…”. Mas quem tiver dúvidas sobre a perspicácia do 'filósofo', convém lembrar que, entre vários receios da altitude em que se realizava a Copa do Mundo de 1970, Neném Prancha previra a conquista definitiva da Taça Jules Rimet com o tricampeonato brasileiro de futebol: “Jogador brasileiro não vai ter problema no México, não; tudo já morou em favela e não pode se queixar de altitude…”

Fonte
Artigo publicado originalmente por Rui Moura no blogue História do Futebol: http://blog.soccerlogos.com.br/

Fontes principais do artigo original
Folha de S. Paulo, 17 de Janeiro de 1976.
Nunca houve um Homem como Heleno, de Marcos Eduardo Neves, Ediouro, 2006.

Botafogo em ritmo de estreia

O Botafogo realizou a sua primeira partida pelo campeonato carioca sem deslumbrar nem comprometer. Algo lento e ainda com falta de ritmo, venceu por 2x0 com dois gols ‘modernos’ de Zé Carlos e Wellington Paulista. Neste jogo foi entregue ao Botafogo a taça de campeão da Copa Peregrino (foto).

O Botafogo iniciou a partida impondo o seu ritmo e aos 8 minutos poderia ter aberto o marcador por Alessandro, que não encontrou a melhor forma de cabecear um centro de Zé Carlos. Porém, a pressão do Botafogo não era muito clarividente e o primeiro tempo terminou empatado, depois de aos 37 minutos Wellington Paulista ter levado a bola a embater na trave direita e depois na esquerda, antes de morrer nas mãos do goleiro Rodolpho.

Na segunda parte, aos 8 minutos, Zé Carlos cobrou uma falta à direita da entrada da área, a bola descreveu um arco perfeito para o lado esquerdo e entrou, sem apelo nem agravo, no ângulo superior direito da baliza adversária.

A partir do gol o Botafogo pressionou mais e aos 14 minutos, numa jogada perfeita pelo lado direito e próximo da linha de meta, Jorge Henrique driblou por duas vezes o zagueiro adversário, centrou rápido e rasteiro e Wellington Paulista, aparecendo em velocidade, rematou de primeira e fixou o resultado final em 2x0.

O Botafogo descansou, o Resende tentou atacar fazendo entrar os atacantes Jack Jones e Roberto, mas a nossa defesa evidenciou superioridade e não deu oportunidades ao adversário, apesar de Renato Silva, mais uma vez, ter levado um cartão amarelo desnecessariamente.

O resultado poderia ter sido mais amplo e evidenciar uma equipa com maior entrosamento e perigosidade, mas Adriano Felício, Fábio e Lúcio Flávio desperdiçaram as boas oportunidades que desfrutaram.

As notas mais salientes do jogo vão para Ferrero, que jogou com segurança e tranquilidade, Túlio, que continua a impor a sua garra e determinação, Jorge Henrique, que nos brinda com jogadas notáveis, e Diguinho, pela regularidade dos seus jogos.

Wellington Paulista, desaparecido até fazer a bola bater nas duas traves, parece ser um jogador oportuno que surge do quase nada para marcar. Castillo fez a sua terceira partida sucessiva sem ter trabalho, aguardando-se o seu comportamento em jogos difíceis. Lúcio Flávio fez algumas boas jogadas, como sempre, mas no segundo tempo cansou-se, tal como Zé Carlos. A equipa ainda continua sem o ritmo necessário.

Uma nota de atenção para a insistência de Cuca em Renato Silva: tal como no ano passado o jogador não dá mostras de merecer vestir a camisa branca e preta, mas quem tem ‘pai’ assim continuará a ‘furar’ e a ser escalado.

Numa equipa aparentemente sem ‘craques’, tal como muitas outras no futebol brasileiro, os esquemas táticos são essenciais para a vitória, já que existem poucos lances resolvidos através da genialidade individual. Por isso, cada vez mais os esquemas engendrados pelos treinadores são responsáveis por vitórias e derrotas. Então, Cuca terá que crescer muito em relação ao ano passado, em que incorreu diversas vezes nos mesmos erros, sob pena de não constituir diferencial na hora decisiva de ganhar os três pontos.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2-0 Resende
Gols: Zé Carlos 8’ 2ºT e Wellington Paulista 14’ 2ºT
Data: 19 de Janeiro de 2008
Estádio: João Havelange, ‘Engenhão’
Arbitragem: Adriano Pereira Machado; Jackson Massarra dos Santos e Michel Correia
Público: 12.525
Disciplina: Cartão amarelo para Renato Silva e Wellington Paulista (Botafogo), Valdir, Hirishi e Fabiano (Resende).
Botafogo: Castillo, Alessandro (Fábio), Ferrero, Renato Silva e Triguinho; Diguinho, Túlio, Zé Carlos (Adriano Felício) e Lúcio Flávio; Jorge Henrique e Wellington Paulista (Marcelinho). Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’.
Resende: Rodolpho, Valdir, Márcio Costa, Naílton e Fabiano; Fred (Roberto), Beto, Hiroshi (Fábio) e Léo; Rafael e Arangio (Jack Jones). Técnico: António Carlos Roy.

sábado, 19 de janeiro de 2008

A fusão dos Botafogos e o poeta da estrela solitária


O nascimento do Botafogo de Futebol e Regatas em 1942 só foi possível porque ambos os presidentes do BFC e do CRB o desejavam. Especialmente Augusto Frederico Schmidt, presidente do Club de Regatas, foi o grande articulador dessa fusão.

Schmidt foi um notável homem de letras e de negócios, político e diplomata, poeta e botafoguense. Schmidt fundou a cadeia de supermercados Disco e a Panair, entre outros empreendimentos privados e enriqueceu com talento.

Schmidt foi diplomata e ghost-writer preferido de Juscelino Kubitschek – outro botafoguense –, criando-lhe o slogan de campanha: ’50 anos em 5’.

A vasta produção poética foi iniciada em 1928 com ‘Canto do Brasileiro Augusto Frederico Schmidt’ e culminou com ‘Estrela Solitária’, em 1940. Manuel Bandeira considerou sobre o poeta que ele “quebrou os clichês gastos do modernismo da primeira hora”.

As estrelas são uma constante na poesia de Schmidt. No ‘Canto do Estrangeiro’ lê-se:

“(…) Tua beleza é uma beleza de escrava.
Nasceste para as grandes horas de glória,
E o teu corpo nos levará ao desespero.

Tua beleza é uma beleza de rainha.
Dos teus gestos simples, da tua incrível pobreza,
É que nasce essa graça
Que te envolve e é o teu mistério.

Tua beleza incendiará florestas e navios.
Nasceste para a glória e para as tristes experiências,
Ó flor de águas geladas,
Lírio dos frios vales,
Estrela Vésper.”

No livro de poesias ‘Estrela Solitária’ (1940), uma poesia sob o título de ‘Estrela Solitária do meu céu!’ mostra bem a qualidade do poeta e revela a dupla paixão botafoguense que o assolava, aspirando já à fusão dos clubes alvinegros:

“Ó estrela solitária nos céus!
Ó estrela que o mar parece convidar
para um encontro impossível!
Ó estrela impassível,
estrela dos abismos, estrela dos abismos!
Há quanto tempo desafias o tempo!
Há quanto tempo esperas o fim dos tempos!”

O fim dos tempos chegou finalmente a 8 de Dezembro de 1942.

Fontes principais
http://www.revista.agulha.nom.br/afs2.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Frederico_Schmidt
http://www.astormentas.com/din/poemas.asp?autor=Augusto+Frederico+Schmidt

Fusão dramática entre a ‘Estrela Solitária’ e o ‘Glorioso’


O Club de Regatas Botafogo e o Botafogo Football Club eram ambos do mesmo bairro, eram ambos alvinegros e muitos dos seus sócios eram comuns aos dois clubes, diferenciando-se porque um nascera ainda no século XIX para as regatas e o outro iniciara-se no século XX nascendo para o futebol.

Muitos dos botafoguenses de terra e de mar desejavam a união entre os dois clubes e, em começos de 1931, Paulo Azeredo e Viveiros de Castro incumbiram Alceu Mendes de Oliveira Castro de sondar o seu primo, António de Oliveira e Castro, a maior figura do Club de Regatas Botafogo, legendário campeão de remo de 1902, sobre a fusão dos dois clubes. A 10 de Março de 1931 a resposta foi favorável à fusão, mas o momento não era oportuno porque a influência do Fluminense no CRB ainda era grande.

Os anos passaram-se e foi Carlito Rocha que dinamizou de novo a possível fusão, insistindo junto do amigo Adherbal de Souza Bastos para tornar o Botafogo maior.

Porém, a 12 de Junho de 1942, no Mourisco, as equipas da ‘Estrela Solitária’ e do ‘Glorioso’ disputavam um jogo de basquetebol válido para o campeonato carioca. No intervalo o atleta Armando Albano (ao centro na foto), do ‘Glorioso’, foi acometido de mal súbito e faleceu em plena quadra. “Tombou surpreendentemente na arena, fulminado pela morte!” (Castro, 1951: 529). Após confirmação do falecimento do jogador a partida foi interrompida a dez minutos do final, quando o marcador assinalava CRB 21x23 BFC, e nunca mais foi reatada.

O corpo de Albano, jogador do Botafogo Football Club saiu da sede de General Severiano e quando passava em frente ao Mourisco Mar houve uma parada e o drama exaltou ambos os presidentes dos dois clubes.

Augusto Frederico Schmidt, então presidente do Club de Regatas Botafogo, pronunciou um elogio que terminou do seguinte modo:

– “E comunico nesta hora a Albano que a sua última partida resultou numa nítida vitória. O tempo que resta do jogo interrompido, os nossos jogadores não disputarão mais. Todos nós queremos que o jovem lutador desaparecido parta para a grande noite como um vitorioso. E é assim que o saudamos.”

O então presidente do Botafogo Football Club, Eduardo Góis Trindade, escreveu ao C. R. Botafogo:

– “Nas disputas entre os nossos clubes – o Botafogo de Regatas e o Botafogo de Football – só pode haver um vencedor: o Botafogo!”

Dois dias após o Botafogo de Football recebia, a 19 de Junho de 1942, a resposta do presidente Schmidt que selava a fusão:

– “O que é preciso mais para que os nossos dois clubes sejam um só?”

Carlito Rocha ditou então a Nova Monteiro os pontos básicos do protocolo de fusão e a 13 de Novembro, num jantar em que o BFC homenageou os dirigentes do CRF, a fusão concretizou-se. Nesse jantar Carlito Rocha sugeriu a designação de Clube Botafogo de Futebol e Regatas. Homero Borges da Fonseca sugeriu a supressão da palavra ‘Clube’ e Paulo Azeredo lembrou que o respeito pela antiguidade deveria colocar primeiro ‘regatas’ e depois ‘futebol’. Porém, Ibsen De Rossi, que representava Augusto Schmidt, presidente do CRB que se encontrava ausente do Rio, referiu que as regras da eufonia indicavam que se invertesse a designação, acabando por vingar o nome de Botafogo de Futebol e Regatas.

As doze bases da fusão foram aprovadas: a 1ª selava a futura designação do clube; a 2ª assumia todos os créditos e débitos dos dois ex-clubes; a 3ª assegurava que as três datas de fundação seriam comemoradas no futuro; a 4ª que a bandeira conservaria as cores do BFR e acrescentaria a estrela solitária; a 5ª definia a adopção do uniforme negro com uma estrela branca para os desportos náuticos e do uniforme alvinegro para os desportos terrestres; a 6ª e a 7ª definiam as categorias de sócios; da 8ª à 12ª tratava-se de definir a composição do Conselho Deliberativo e de nomear o presidente do BFR e o presidente do CRB para presidente e vice-presidente do Botafogo de Futebol e Regatas, respectivamente.

A morte de Albano tornou os Botafogos apenas um. No dia 8 de Dezembro de 1942 houve a fusão entre o Botafogo Football Club e o Club de Regatas Botafogo, clubes do mesmo bairro, das mesmas cores, de muitos sócios e torcedores em comum e da mesma vontade de vencer.

Nasceu, então, o Botafogo de Futebol e Regatas que manteve as cores alvinegras, adoptou calções pretos e o monograma do escudo BFC foi substituído pela estrela solitária. A tragédia de Armando Albano imortalizou-o na gesta alvinegra.

Fontes (algumas)
Augusto, Sérgio (204), Botafogo – Entre o Céu e o Inferno, Rio de Janeiro: Editora Ediouro.
Castro, Alceu Mendes de Oliveira (1951), O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro: Gráfica Milone
http://pt.wikipedia.org/
http://www.botafogocentenario.kit.net/
http://www.botafogopaixao.kit.net/http://www.constelar.com.br/

Botafogo venceu a Copa Peregrino

Na terceira e última partida a realizar na Copa Peregrino a nossa equipa de futebol foi representada pelo Boavista, que empatou com o Start em 2x2 e garantiu o título de campeão para o Botafogo.

O Start, apesar de rebaixado, “já foi duas vezes campeão nacional”. Os seus destaques são “os defensores Bård Borgersen, Atle Roar Håland, os meias Anthony Annan de Gana, a estrela do time Kristofer Hæstad que atuava no Wigan da Inglaterra, o veterano meia da seleção islandesa Johannes Hardarsson, a revelação Fredrik Strømstad que atua no meio-campo e o grandalhão atacante Ole Martin Årst tbm com carreira fora do país” (Edu Cacella: “Copa Peregrino 2008”, in http://blog.soccerlogos.com.br/).

O Boavista colocou em campo a equipa reserva, devido ao início do campeonato carioca, e adiantou-se no marcador por duas vezes (1x0 e 2x1), mas os noruegueses empataram logo a seguir. O resultado de 2x2 foi construído na primeira parte, porque na segunda parte o cansaço dos noruegueses e o desinteresse do Boavista não alteraram o resultado. É de notar que no regulamento do torneio havia menção a uma pequena paragem aos 22 minutos de cada tempo para hidratação dos jogadores, porque na Noruega é Inverno neste momento e o calor do Rio excessivo para os visitantes.

O jogo decorreu ontem, 18 de Janeiro de 2008, no Estádio Giulite Coutinho (Édson Passos), e marcaram os gols Bruno aos 5’ 1ºT e Flávio Santos aos 16’ 1ºT pelo Boavista e Khalili aos 12’ 1ºT e aos 37’ 1ºT pelo Start. A equipa que representou o Botafogo alinhou com Daniel, Fábio Braz, Bruno e Hélder; Arílson, Adriano, Bruno Moreno e Esquerdinha; Flávio Santos, Faioli e Bruno Rangel. Edinho esteve no comando técnico do Boavista.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Uma excursão trágica

Júlio Diogo publicou no blogue soccerlogos (ver fonte) notícia sobre uma excursão do Botafogo a Porto Alegre, em 1932, que durou duas semanas e que se saldou por duas vitórias, um empate e duas derrotas contra quatro clubes gaúchos e o Estado do Rio Grande do Sul. Os resultados foram os seguintes:

15/11/1932: 2-3 Internacional
20/11/1932: 0-1 Grêmio
24/11/1932: 2-1 Cruzeiro
27/11/1932: 1-1 Rio Grande do Sul
30/11/1932: 3-2 Força e Luz

Porém, a excursão acabou ficando gravada tragicamente para a história do Botafogo porque o zagueiro Rodrigues (8º da esquerda para a direita na foto dos campeões de 1932) contraiu tifo e faleceu a 8 de Janeiro de 1933. Sobre o malogrado atleta, Júlio Diogo cita o jornal ‘A Tribuna’, de Santos:

”O zagueiro Rodrigues, do Botafogo, faleceu hoje às 18,30 horas, no Hospital de São Sebastião, vítima de tifo, contraído na recente excursão do campeão carioca a Porto Alegre. O enterramento do malogrado jogador será feito amanhã, às 17 horas, por conta do Botafogo.

Rodrigues atuava na zaga do Botafogo desde 1924 e era, depois de Nilo, o mais antigo defensor desse clube na atividade. Nas rodas esportivas cariocas chamavam-no por autonomasia o ‘Agarradeira’. Campeão de 1930 e 1932, muito se destacou nos torneios.

Esteve em Santos, em princípios de 1932, integrando o Combinado Olímpico, que veio do Rio com o propósito de angariar fundos para a viagem dos atletas brasileiros a Los Angeles”.

Numa breve pesquisa aos meus arquivos pode-se acrescentar que a última glória de Rodrigues foi o título de campeão carioca de 1932 no jogo decisivo contra o Bonsucesso, que deu o título ao Botafogo com duas rodadas de antecipação. O Botafogo venceu essa partida duríssima por 5x4, com quatro gols de Nilo e um de Paulinho. Leônidas da Silva, o ‘Diamante Negro’, foi o grande destaque do adversário com três gols assinalados.

Quem arbitrou foi Carlito Rocha, que à época era tesoureiro do Botafogo e dava gemadas aos jogadores para se fortificarem, assinalando quatro penalties, dois para cada lado, tendo apitado com imparcialidade, tal como referiu a imprensa da época.

FICHA TÉCNICA
Bonsucesso 4x5 Botafogo
Gols: Nilo (4) e Paulinho para o Botafogo; Leônidas da Silva (3) e Lolô para o Bonsucesso
Data: 2 de Outubro de 1932
Árbitro: Carlos Martins da Rocha (por falta de comparência do árbitro escalado)
Botafogo: Victor, Benedicto e Rodrigues; Ariel, Martim e Canalli; Álvaro, Paulinho, Carvalho Leite (Almir), Nilo e Celso.
Bonsucesso: Pinheiro, Fernandes (Congo) e Barcellos; Lolô, Otto (Eurico) e Marcello; Carlinhos, Prego, Gradim, Leônidas da Silva e Miro.

Fontes
http://blog.soccerlogos.com.br/
http://paginas.terra.combr/esporte/rsssfbrasil
http://www.botafogocentenario.kit.net/

Mensagem de 7 a 17 de Janeiro de 2008

SEJAM BEM-VINDOS…
ABEDI, FERRERO, ANDRÉ LUÍS, CASTILLO, EDSON, ESCALADA, FÁBIO, MARCELINHO, ROBSTON, TRIGUINHO, TÚLIO SOUZA, WELLINGTON PAULISTA E ZÉ CARLOS
… E BEM SUCEDIDOS!

Mensagem saudando a chegada dos novos jogadores contratados pelo Botafogo para a temporada de 2008.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Botafogo goleia noruegueses

O Botafogo realizou a sua segunda partida pela Copa Peregrino e goleou o Viking da Noruega por 4x0. O ritmo de jogo foi imposto por nós desde o início e a equipa não sentiu quaisquer dificuldades em vencer folgadamente aos noruegueses.

O Viking foi o 3º classificado do campeonato norueguês e já comemorou oito títulos de campeão nacional, o último dos quais em 1991 (o Rosenborg, entre 1992 e 2004, venceu todos os campeonatos noruegueses, interrompendo a marca em 2005 e retomando os títulos em 2006).

O alvirrubro norueguês tem os seguintes destaques: “goleiro Thomas Myhre que fez carreira no futebol inglês, o lateral Trond Erik Bertelsen, o zagueiro Ragnvald Soma que já atuou no West Ham e o atacante Alexander Ødegaard, todos da seleção nacional.” Destacam-se, ainda, “o atacante veterano da seleção islandesa Hannes Sigurdsson e o ganês Razak Pimpong também da seleção, e o meia dinamarquês Nicolai Stokholm também da seleção” (Edu Cacella: “Copa Peregrino 2008”, in http://blog.soccerlogos.com.br/).

Na sua segunda partida o Botafogo abriu o marcador novamente cedo, aos 9 minutos do primeiro tempo, através de Jorge Henrique. Lúcio Flávio recebe a bola e lança de primeira para dentro da área, onde Jorge Henrique se desmarca, domina a bola e remata com êxito cara a cara com o goleiro.

Aos 20 minutos Jorge Henrique recebeu lançamento de Diguinho, ficou isolado para marcar e o goleiro faz penalty. Lúcio Flávio cobra o penalty no canto e marca, apesar do goleiro se ter estirado.

Aos 44 minutos Lúcio Flávio faz novamente um grande lançamento para a área, Alessandro entra em velocidade, dribla o goleiro e aumenta para 3x0.

No segundo tempo as substituições no Botafogo foram excessivas e o jogo decaiu de nível. Somente aos 37 minutos o resultado foi novamente alterado. Marcelinho cobra uma falta pelo lado direito, Edson desvia de cabeça à boca da baliza e sela o resultado final: Botafogo 4, Viking 0.

Ao contrário do jogo anterior, Zé Carlos esteve muito apagado e Alessandro redimiu-se com um belo gol, sendo aplaudido. Um penalty assinalado por Lúcio Flávio e dois lançamentos fantásticos para dois gols mostraram que o jogador poderá ser novamente um caso sério de bom futebol botafoguense.

No último jogo do torneio o Botafogo deveria enfrentar o Start, mas como somos um clube de originalidades inventou-se algo verdadeiramente surrealista: devido ao treinador botafoguense ter-se recusado, desde o início, a jogar o último jogo, alegando colidir com a estreia no campeonato carioca, o Botafogo faz-se representar pelo Boavista e os pontos conquistados pelo representante pertencerão ao representado. Basta o Boavista empatar e o título será do Botafogo, sem jogar…

FICHA TÉCNICA:

Botafogo 4-0 Viking (Noruega)
Gols: Jorge Henrique, 9' 1ºT (1-0); Lúcio Flávio, 20' 1°T (2-0); Alessandro, 44 1°T (3-0); Edson, 37' 2°T (4-0)
Competição: Copa Peregrino
Estádio João Havelange, ‘Engenhão’
Arbitragem: Nilton Feitosa do Nascimento; Marcelo da Silva Cardoso e Marçal Rodrigues Mendes (RJ)
Cartões amarelos: Nickt e Stokholm (Viking)

Botafogo: Castillo (Renan, 35' 2°T), Renato Silva (Édson, 22' °2T), Ferrero (Renato Silva, 44' 2°T) e Triguinho (Joaquim, 32' °2T); Alessandro (Índio, 22' °2T), Túlio (Rodrigo Fabiano, 30' 2°T), Diguinho (Wellington Jr., 10' 2°T), Lúcio Flávio (Adriano Felício, 22' °2T) e Zé Carlos (Marcelinho, 12' 2°T); Jorge Henrique (Rodrigo Dantas, 30' 2°T) e Wellington Paulista (Fábio, 20' 2°T). Técnico: Alexi Stival, o 'Cuca'.

Viking: Nicht, Ross, Soma, Steenslid e Bertelsen (Odegard, 10' 2°T); Gaarde, Stokholm (Samuelsen, 10' 2°T), Danielsen (Nisja, 30' 2°T) e Austnes (Andersen, 18' 2°T); Fillo (Pereira, 10' 2°T) e Pimpong. Técnico: Uwe Rosler.

Neivaldo e a chuteira

Neivaldo foi jogador do Botafogo e levantou os títulos de campeão de 1957, 1961 e 1962, embora tenha jogado poucas vezes porque era o reserva de… Garrincha!

Certa vez Neivaldo entrou no balneário, após o intervalo, a mancar de uma perna. O médico quis examinar o jogador e disse-lhe para tirar a chuteira, mas o tornozelo estava tão inchado que seria tarefa inglória fazê-lo.

Então, o médico recorreu ao massagista solicitando que lhe trouxesse uma faca a fim de cortar a chuteira.

Porém, botafoguense apaixonado, Neivaldo reagiu instantaneamente à pretensão:

- “Com todo o respeito, doutor Lídio, o senhor não vai cortar minha chuteira. Se cortar, com o pé e tornozelos inchados, não vou poder calçar outra. Vou voltar para o segundo tempo assim mesmo”.

Neivaldo voltou e jogou até ao fim!

Fonte
http://portoroberto.blog.uol.com.br/

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sem campo, sem sede e com 12 sócios pagantes em 1912!

O drama do Botafogo ao abandonar a Liga em 1911 não se ficou apenas por aí. O ano seguinte foi um verdadeiro calvário e confrontou o Botafogo com a eminência da sua extinção. Segundo uma testemunha privilegiada da época, o Botafogo “sobreviveu graças à dedicação fanática e ao heroísmo de um pequeno grupo de sócios, comandado pela figura inesquecível do abnegado Herman Palmeira, cuja residência (…) passou a servir de sede ao clube”. (Castro, 1951: 72).

Foi precisamente no drama do abandono da Liga e no calvário subsequente que o Botafogo formou a sua mística, a qual faz do botafoguense, como reconhece Mário Filho, um torcedor diferente dos outros, “dedicado até ao sacrifício ao pavilhão de seu clube, seja qual fôr a situação, esteja êle altaneiro no mastro da vitória, ou paire nos campos da desgraça” (Castro, 1951: 72).

Em 1911 o Botafogo aguentou-se bem, jogando com os clubes paulistas e retirando renda ao campeonato carioca. E foi precisamente na partida contra o Germânia que se estreou o extraordinário Carlos Martins da Rocha, o Carlito Rocha, jogando como goleiro dos segundos quadros na vitória de 2x0 sobre os paulistas. Porém, 1912 foi um ano terrível.

No final desse ano, o proprietário do terreno que constituiu o primeiro estádio do Botafogo, na rua Voluntários da Pátria, decidiu não renovar o aluguer e o clube ficou sem campo. Em menos de quase nada o Botafogo desligou-se da Liga, ficou sem campo e sem sede, sem dinheiro e sem presidente por renúncia ao cargo e reduzido a… 12 sócios pagantes! (depoimento de Flávio Ramos ao Boletim do Botafogo de Futebol e Regatas, Março de 1948)

Foi nestas circunstâncias que o Botafogo fundou, com clubes mais modestos, a Associação de Football do Rio de Janeiro, entidade registada na Federação Brasileira de Futebol. Nesse ano, jogando num modesto campo da Rua São Clemente, o Botafogo arrecadou o título contabilizando nove vitórias em dez partidas. Era o seu terceiro título.

O núcleo duro de botafoguenses não cogitava sequer a extinção, mas numa partida no campo do Fluminense ouviram-se comentários risonhos de tricolores que na arquibancada diziam que o Botafogo morrera, que o Botafogo acabara. Foi quanto bastou.

Rapidamente se formou uma Comissão composta por Alfredo Couto, Paulo Martins, Eduardo Alexander, Luiz Rebelo e Eduardo Mota Júnior, que ‘decidiu’ que um local abandonado e pertencente à Saúde Pública seria a nova casa do Botafogo. Mesmo sabendo-se que o Governo pretendia erguer aí a Universidade Brasil, estes ilustres botafoguenses interferiram nas esferas do poder e Rivadávia Corrêa, Ministro da Justiça, acedeu a alugar o terreno por 300 mil-réis mensais.

Foi assim que o clube se instalou em General Severiano, tomando posse do terreno a 23 de Junho de 1912, içando a bandeira brasileira ao som do hino nacional. Somente em 1913 é que o Botafogo reintegrou a Liga, por iniciativa do representante do Flamengo, Alberto Borgerth, e de sectores da imprensa que desejavam reforçar a competitividade do campeonato carioca. A saudação do Jornal ‘O Imparcial’, de 23 de Janeiro de 1913, é muito clara sobre isso:

“Incontestavelmente, a volta do Botafogo ao seio da Metropolitana traz o enthusiasmo e faz reviver o nosso quase decaído football.”

Foram tempos dramáticos de verdadeiro desafio à têmpera dos botafoguenses, mas o depoimento de Benjamin Sodré em 1941 mostra bem que clube iria ser aquele (Boletim do Botafogo Football Club, Outubro de 1941):

“Completamente isolados, sem campo, sem séde, sem organização (…). Entre sacrifícios ináuditos, jogamos em grounds que mais eram capinzais (…) e que nas épocas chuvosas se transformavam em charcos. (…) Nesse ínterim, alguns clubes cercavam por todos os lados alguns do nosso onze. (…) Não! Era sempre a resposta. (…) Todos suportaram com spartano heroísmo o sacrifício. (…) Após um ano de afastamento, naquela vida extravagante de incerteza, sem esperança, num exemplo singular de fidelidade, o Botafogo se apresentava em campo com o seu team intacto. Ninguém desertara!”

Foi com esta têmpera que a estóica equipa do Botafogo, constituída por Álvaro, Dutra, Ernesto Pullen, J. Couto, Rolando, Pino, Vilaça, Abelardo Delamare, Facchine, Mimi e Lauro Sodré, inaugurou o novo estádio, a 13 de Maio de 1913, vencendo o Flamengo por 1x0 numa partida oficial, com gol de Mimi Sodré.

Fontes principais
Augusto, Sérgio (2004), Botafogo – Entre o Céu e o Inferno, Rio de Janeiro: Editora Ediouro
Castro, Alceu Mendes de Oliveira (1951), O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro: Gráfica Milone

Retrospecto recente Botafogo x Palmeiras

Créditos: Elson Souto. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo NO PERÍODO DE VIDA DO MUNDO BOTAFOGO (2007-2025) No período de vida do M...