A segunda partida oficial do ano mostrou que o Botafogo continua com a mesma disposição atacante com a qual iniciou o ano anterior. Balanceado para o ataque desde o primeiro minuto, rapidamente colocou o resultado num confortável 2x0 aos 18 minutos do primeiro tempo, através de Jorge Henrique.
Sem nenhuma marcação em cima, Lúcio Flávio municiava o ataque, Zé Carlos aparecia bastante pela esquerda a lançar para a área e Jorge Henrique, muito mais avançado do que há um ano, sofreu um penalty não assinalado e marcou dois bons gols, um depois de Zé Carlos chutar contra o goleiro e o outro a passe de Lúcio Flávio.
No entanto, entre os 18 minutos do 2º gol e os 33 minutos, em que Castillo se estreou de modo fulminante a defender muito bem um penalty, passaram-se 15 minutos em que o Friburguense criou jogadas perigosas por lhe ter sido dado mais espaço, incluindo o lance do penalty, sobretudo porque o Botafogo quis continuar a atacar ao mesmo ritmo sem cuidar da defesa e das marcações como ate aí tinha feito. E como Jorge Henrique perdeu um gol na cara do goleiro os minutos seguintes foram marcados por muitos passes errados, não tendo Zé Carlos sido nesses 15 minutos o mesmo do primeiro quarto de hora, enquanto o equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque baixou visivelmente de nível. E foi esse um dos problemas do ano passado, pelo qual o Botafogo sofreu seis dezenas de gols. Essa é uma lacuna a rever rapidamente, sob pena de contra os clubes melhor apetrechados não estarmos suficientemente preparados. Esses 15 minutos devem ser alvo de análise mais aprofundada pelo comando técnico e jogadores.
No entanto, o posicionamento das peças em jogo foi inicialmente adequado e o esquema do treinador pareceu bom. Isto significa que, a dada altura, os jogadores se desconcentraram ou não souberam gerir com tranquilidade a vantagem obtida. Na verdade, o Botafogo esteve apagado durante 15 minutos, período do qual apenas saiu após Castillo defender muito bem um penalty – sobre o qual comentou ter sido ‘iluminado’.
A partir daí o Botafogo geriu melhor a vantagem e na segunda parte acrescentou mais dois gols. Todavia, deve-se realçar que quer Jorge Henrique, quer Wellington Paulista, quer Fábio já no final, desperdiçaram gols cara a cara com o goleiro. Em jogos decisivos isso paga-se normalmente com derrotas.
No entanto, apesar de o adversário ser relativamente fraco, a movimentação da nossa equipa em campo foi globalmente positiva. Lúcio Flávio fez mais uma bela partida de municiador da maioria dos ataques, Jorge Henrique destacou-se como avançado e goleador, Wellington Paulista confirmou ser oportuno marcando novo gol e suficientemente humilde para passar bolas a Jorge Henrique quando melhor colocado e Castillo brilhou finalmente, tendo travado, com a sua defesa, o estímulo do Friburguense – apesar de na segunda parte mostrar pouco acerto nas saídas da baliza.
Na segunda parte o Botafogo tomou novamente as rédeas da partida e após a expulsão de um jogador friburguense a posse de bola passou a ser privilégio do Botafogo. No entanto, apesar de ter obtido mais dois gols, o Botafogo parece não ter ainda preparo físico para o segundo tempo e o treinador demorou excessivamente a substituir, o que já no ano passado acontecera frequentemente. Estes pontos merecem ser analisados pelo comando técnico.
A equipa pode melhorar ainda muito a sua coesão, sobretudo porque este ano não terá que jogar em função de um atacante, como o ano passado fazia. A triangulação Zé Carlos, que é um meia ofensivo, Wellington Paulista e Jorge Henrique, sem contar com Escalada ainda, pode ser muito produtiva. Túlio e Diguinho tiveram um desempenho acima da média. Ao contrário do que é costume, Alessandro fez uma boa partida e um gol com classe, mas Renato Silva continua a ser igual a si próprio e a fazer faltas desnecessárias.
Em minha opinião o árbitro não esteve bem na primeira meia hora, porque não assinalou penalty sobre o Jorge Henrique e porque devia ter expulsado Ferrero segundo os regulamentos. O que poderia ter sido grave para o Botafogo – sobretudo se tivesse redundado em 2x1 –, significando que o comando técnico deve agir sobre os jogadores nesta matéria de fazerem penalties com a mão. O restante trabalho do árbitro foi regular porque o resultado do jogo ajudava a isso.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 4x1 Friburguense
Gols: Jorge Henrique 10’ e 18’ 1ºT, Wellington Paulista 12’ 2ºT e Alessandro 17’ 2ºT; Tiago Messias 18’ 2ºT
Competição: Campeonato Carioca
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’, 23 de Janeiro de 2008
Arbitragem: Antonio Frederico Schneider; Jorge Luís Campos Roxo e Francisco Pereira de Souza (RJ)
Cartões amarelos: Ferrero e Abedi (Botafogo); Cadão, Sérgio Gomes, Bidu, Tiao Messias, Guido (Friburguense)
Cartão vermelho: Cadão (Friburguense)
Botafogo: Castillo, Alessandro (Abedi), Renato Silva, Ferrero, Triguinho, Túlio, Diguinho, Lucio Flávio (Adriano Felício), Zé Carlos, (Fábio), Jorge Henrique, Wellington Paulista. Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’
Friburguense: Adriano, Sérgio Gomes (Ziquinha), Cadão, Tiago Messias, Gilson (Maycon), Bidu, Cassiano, Everton, Guido, Victor Hugo, Paulo Roberto (Léo Andrade). Técnico: Cleimar Carvalho
Sem nenhuma marcação em cima, Lúcio Flávio municiava o ataque, Zé Carlos aparecia bastante pela esquerda a lançar para a área e Jorge Henrique, muito mais avançado do que há um ano, sofreu um penalty não assinalado e marcou dois bons gols, um depois de Zé Carlos chutar contra o goleiro e o outro a passe de Lúcio Flávio.
No entanto, entre os 18 minutos do 2º gol e os 33 minutos, em que Castillo se estreou de modo fulminante a defender muito bem um penalty, passaram-se 15 minutos em que o Friburguense criou jogadas perigosas por lhe ter sido dado mais espaço, incluindo o lance do penalty, sobretudo porque o Botafogo quis continuar a atacar ao mesmo ritmo sem cuidar da defesa e das marcações como ate aí tinha feito. E como Jorge Henrique perdeu um gol na cara do goleiro os minutos seguintes foram marcados por muitos passes errados, não tendo Zé Carlos sido nesses 15 minutos o mesmo do primeiro quarto de hora, enquanto o equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque baixou visivelmente de nível. E foi esse um dos problemas do ano passado, pelo qual o Botafogo sofreu seis dezenas de gols. Essa é uma lacuna a rever rapidamente, sob pena de contra os clubes melhor apetrechados não estarmos suficientemente preparados. Esses 15 minutos devem ser alvo de análise mais aprofundada pelo comando técnico e jogadores.
No entanto, o posicionamento das peças em jogo foi inicialmente adequado e o esquema do treinador pareceu bom. Isto significa que, a dada altura, os jogadores se desconcentraram ou não souberam gerir com tranquilidade a vantagem obtida. Na verdade, o Botafogo esteve apagado durante 15 minutos, período do qual apenas saiu após Castillo defender muito bem um penalty – sobre o qual comentou ter sido ‘iluminado’.
A partir daí o Botafogo geriu melhor a vantagem e na segunda parte acrescentou mais dois gols. Todavia, deve-se realçar que quer Jorge Henrique, quer Wellington Paulista, quer Fábio já no final, desperdiçaram gols cara a cara com o goleiro. Em jogos decisivos isso paga-se normalmente com derrotas.
No entanto, apesar de o adversário ser relativamente fraco, a movimentação da nossa equipa em campo foi globalmente positiva. Lúcio Flávio fez mais uma bela partida de municiador da maioria dos ataques, Jorge Henrique destacou-se como avançado e goleador, Wellington Paulista confirmou ser oportuno marcando novo gol e suficientemente humilde para passar bolas a Jorge Henrique quando melhor colocado e Castillo brilhou finalmente, tendo travado, com a sua defesa, o estímulo do Friburguense – apesar de na segunda parte mostrar pouco acerto nas saídas da baliza.
Na segunda parte o Botafogo tomou novamente as rédeas da partida e após a expulsão de um jogador friburguense a posse de bola passou a ser privilégio do Botafogo. No entanto, apesar de ter obtido mais dois gols, o Botafogo parece não ter ainda preparo físico para o segundo tempo e o treinador demorou excessivamente a substituir, o que já no ano passado acontecera frequentemente. Estes pontos merecem ser analisados pelo comando técnico.
A equipa pode melhorar ainda muito a sua coesão, sobretudo porque este ano não terá que jogar em função de um atacante, como o ano passado fazia. A triangulação Zé Carlos, que é um meia ofensivo, Wellington Paulista e Jorge Henrique, sem contar com Escalada ainda, pode ser muito produtiva. Túlio e Diguinho tiveram um desempenho acima da média. Ao contrário do que é costume, Alessandro fez uma boa partida e um gol com classe, mas Renato Silva continua a ser igual a si próprio e a fazer faltas desnecessárias.
Em minha opinião o árbitro não esteve bem na primeira meia hora, porque não assinalou penalty sobre o Jorge Henrique e porque devia ter expulsado Ferrero segundo os regulamentos. O que poderia ter sido grave para o Botafogo – sobretudo se tivesse redundado em 2x1 –, significando que o comando técnico deve agir sobre os jogadores nesta matéria de fazerem penalties com a mão. O restante trabalho do árbitro foi regular porque o resultado do jogo ajudava a isso.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 4x1 Friburguense
Gols: Jorge Henrique 10’ e 18’ 1ºT, Wellington Paulista 12’ 2ºT e Alessandro 17’ 2ºT; Tiago Messias 18’ 2ºT
Competição: Campeonato Carioca
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’, 23 de Janeiro de 2008
Arbitragem: Antonio Frederico Schneider; Jorge Luís Campos Roxo e Francisco Pereira de Souza (RJ)
Cartões amarelos: Ferrero e Abedi (Botafogo); Cadão, Sérgio Gomes, Bidu, Tiao Messias, Guido (Friburguense)
Cartão vermelho: Cadão (Friburguense)
Botafogo: Castillo, Alessandro (Abedi), Renato Silva, Ferrero, Triguinho, Túlio, Diguinho, Lucio Flávio (Adriano Felício), Zé Carlos, (Fábio), Jorge Henrique, Wellington Paulista. Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’
Friburguense: Adriano, Sérgio Gomes (Ziquinha), Cadão, Tiago Messias, Gilson (Maycon), Bidu, Cassiano, Everton, Guido, Victor Hugo, Paulo Roberto (Léo Andrade). Técnico: Cleimar Carvalho
2 comentários:
oi, rui!
o rodrigo, no blog dele, falou também que acha que o cuca demorou para substituir. penso que foi porque o time estava bem.
ele foi mexer quando o time cansou de vez...
não achei que foi pênalti no jorge henrique e a mão do ferrero não foi intencional, o que, penso eu, não caracteriza um lance de expulsão.
no mais, concordo com você. o lúcio flávio está muito bem municiando o ataque e a movimentação da equipe está muito boa, com todos brigando mais pelo jogo.
legal isso!
domingo, temos o americano.
forte abraço e saudações botafoguenses!!!
Amigo Snoopy, aceito perfeitamente a sua visão sobre os penalties, porque realmente podem ser discutíveis. A minha visão, face a tantas jogadas 'malandras' que já vi, diz-me que o goleiro se 'deixou ir' para os pés do J. Henrique e que o Ferrero 'deixou' a mão lá em cima. Em ambos os casos parecem-me penalties experientemente muito bem feitos. Há jogadores que os sabem fazer na perfeição, não parecendo que o fazem.
Um abração.
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