O
regulamento do Campeonato estadual de 1977 foi mesmo um dos piores já surgidos
na história. […] O Botafogo já
havia conquistado de forma invicta a Taça Guanabara e a Taça Rio, mas na
contramão da tradição, naquele ano isso não era suficiente para conquistar o
título estadual. Houve ainda um terceiro turno. […]
No
primeiro jogo, disputado em um sábado, o Glorioso jogou muito abaixo do
esperado e perdeu para o Vasco por 1 a 0. […]
A
torcida […] ficou mesmo
foi revoltada com a provocação de Edmundo, que […] resolveu rebolar debochadamente na frente do ídolo Gonçalves antes de
aplicar um drible, referência ao tenebroso hit da época, a “Dança da Bundinha”.
[…] Os jogadores botafoguenses,
irritados, prometeram dar o troco na partida seguinte.
A
segunda parte da final foi marcada para uma terça-feira
[!].
O
Botafogo jogava mal como na primeira partida. O trio Edmundo, Juninho e Ramon
comia a bola e só era parado por faltas desleais de seus rivais.
[…] E quando a partida [já] estava
equilibrada, com cheiro de empate sem gols, apareceu mais uma daquelas estrelas
improváveis, a estrela de Dimba.
Considerado
o talismã da equipe por Joel Santana, o reserva Dimba fora escalado como
titular justo na final, e até então a aposta parecia um equívoco.
[…] Mas Dimba […] protagonizou um lance digno de Garrincha.
[…] Wilson Goiano […] lançou para Dimba, que recebeu coladinho á
linha lateral, bem perto da linha de fundo, e o talismã viu Fabrício e Felipe
chegarem juntos para matar o lance, fazendo um “sanduíche”. Só que com aquele
espaço mínimo de chão, como em uma jogada de futsal, Dimba girou e passou pelo
meio dos dois rivais, entrando na grande área. Outro vascaíno, Luisinho,
apareceu correndo para cortar, mas em outro lance de génio Dimba tirou a bola
com um toquinho […] e em seguida
fuzilou cruzado, quase sem ângulo: Botafogo 1 a 0. Um gol lindo. […]
Os
jogadores alvinegros, […] enfileirados
na frente do atacante [Edmundo], repetiram
a dancinha grotesca, que não pareceu tão feia assim naquela noite de festa.
[…]
Quem
dança por último dança melhor…
[Além da narração de partes do jogo, Auriel de Almeida
ainda faz alguns destaques e curiosidades sobre Gonçalves, Dimba e Joel
Santana]
Excerto autorizado pelo autor. In: ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura, pp. 185
a 188 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br)
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