21 de Junho de 1989. Botafogo x Flamengo no Estádio do
Maracanã, no Rio de Janeiro, pela final do campeonato carioca de futebol.
Sobre 1989 tudo já foi dito. E o que não havia sido
dito, Paulo Marcelo Sampaio e Rafael Casé disseram no livro publicado por ambos.
1989 foi uma ânsia, um grito, um marco de viragem, a certeza de que o Botafogo
renascerá sempre das cinzas com o fulgor da sua Estrela Solitária que brilha
desde 1894.
Poderíamos resumir tudo a um placar: Botafogo 1x0 sobre o eterno rival Flamengo. E a uma taça: a do campeonato carioca de 1989. Mas foi muito mais do que isso: foi superstição, foi o cabalístico 21, foi uma magia de 90 minutos, foi uma das páginas inesquecíveis que evidencia, em toda a sua plenitude, um dia especialmente feliz do Glorioso – o dia em que se reergueu das cinzas para uma década de novas Glórias.
E justamente no ano da queda do muro de Berlim que representava
a ditadura de esquerda dos sovietes, bem como o último ato que varreu a
ditadura de direita brasileira e reinstalou a democracia em todo o solo pátrio
com a eleição direta do Presidente da República.
Naquele dia não foi apenas o Botafogo que estava em
campo. Desde Luiz Caldas e Flávio Ramos, passando por Mimi Sodré, Carvalho
Leite, Nilo, Heleno, Garrincha, Nilton Santos, Didi, Jairzinho, até Carlito
Rocha, João Saldanha, Paulo Antônio Azeredo e Renato Estelita, todos os
botafoguenses do mundo estavam em campo. Tinha que ser o dia!
E do outro lado não estava uma equipa qualquer. Estava
o Flamengo de Zico que era considerado como a mais requintada equipa de futebol
do Rio de Janeiro. Zico estaria supostamente destinado a arrasar. Mas Zico não
arrasou, nem sequer dominou a bola, porque o ‘modesto’ Luisinho, um jovem de 24
anos, que só vestira a camisa alvinegra até então, tinha a missão de anular
aquele que o Flamengo considera o seu melhor jogador de sempre – embora nunca
tenha vencido uma Copa nem feito nenhum brilharete com a camisa canarinha.
Exatamente como também nada fez nessa tarde de 1989.
O Botafogo estava disposto a deixar todo o seu sangue
em campo para conquistar o título tão perseguido. Na verdade, a torcida
botafoguense era maior do que a do Flamengo.
Premonitória torcida! No dia 21, com 21º de
temperatura, ao 21º cruzamento e etc. e tal de diversos 21 e 12, o Botafogo
inaugurou o marcador. Luisinho lançou Mazolinha que desceu pela extrema
esquerda do ataque, centrou a bola para a área, Leonardo parecia mais a jeito
de tocar na bola, mas Maurício é chamado ao altar cósmica da estrela solitária,
tira o zagueiro do lance com um toque subtil, a bola descai para o seu pé
direito, Maurício chuta e… GOL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Creio que ainda hoje, numa qualquer dimensão da
imensidão cósmica, aqueles botafoguenses que deram luz e força ao Glorioso no
Maracanã permanecem gritando “É CAMPEÃO!!!!!!!!!!!!”
O Botafogo, comandado por Valdir Espinosa, alinhou com
Ricardo Cruz; Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e Marquinhos; Carlos
Alberto Santos, Luisinho e Vítor; Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha).
2 comentários:
Continue a lembrar das grandes façanhas do nosso Glorioso! Não se preocupe com "likes". Saiba somente que em um rincão qualquer desse imenso globo haverá alguém que ao investigar sobre um fato do nosso glorioso terá vosso "elo" como referencial. E isso tudo é genial!!!
Obrigado, companheiro de escudo!
Abraços Gloriosos.
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