domingo, 20 de janeiro de 2008

Botafogo em ritmo de estreia

O Botafogo realizou a sua primeira partida pelo campeonato carioca sem deslumbrar nem comprometer. Algo lento e ainda com falta de ritmo, venceu por 2x0 com dois gols ‘modernos’ de Zé Carlos e Wellington Paulista. Neste jogo foi entregue ao Botafogo a taça de campeão da Copa Peregrino (foto).

O Botafogo iniciou a partida impondo o seu ritmo e aos 8 minutos poderia ter aberto o marcador por Alessandro, que não encontrou a melhor forma de cabecear um centro de Zé Carlos. Porém, a pressão do Botafogo não era muito clarividente e o primeiro tempo terminou empatado, depois de aos 37 minutos Wellington Paulista ter levado a bola a embater na trave direita e depois na esquerda, antes de morrer nas mãos do goleiro Rodolpho.

Na segunda parte, aos 8 minutos, Zé Carlos cobrou uma falta à direita da entrada da área, a bola descreveu um arco perfeito para o lado esquerdo e entrou, sem apelo nem agravo, no ângulo superior direito da baliza adversária.

A partir do gol o Botafogo pressionou mais e aos 14 minutos, numa jogada perfeita pelo lado direito e próximo da linha de meta, Jorge Henrique driblou por duas vezes o zagueiro adversário, centrou rápido e rasteiro e Wellington Paulista, aparecendo em velocidade, rematou de primeira e fixou o resultado final em 2x0.

O Botafogo descansou, o Resende tentou atacar fazendo entrar os atacantes Jack Jones e Roberto, mas a nossa defesa evidenciou superioridade e não deu oportunidades ao adversário, apesar de Renato Silva, mais uma vez, ter levado um cartão amarelo desnecessariamente.

O resultado poderia ter sido mais amplo e evidenciar uma equipa com maior entrosamento e perigosidade, mas Adriano Felício, Fábio e Lúcio Flávio desperdiçaram as boas oportunidades que desfrutaram.

As notas mais salientes do jogo vão para Ferrero, que jogou com segurança e tranquilidade, Túlio, que continua a impor a sua garra e determinação, Jorge Henrique, que nos brinda com jogadas notáveis, e Diguinho, pela regularidade dos seus jogos.

Wellington Paulista, desaparecido até fazer a bola bater nas duas traves, parece ser um jogador oportuno que surge do quase nada para marcar. Castillo fez a sua terceira partida sucessiva sem ter trabalho, aguardando-se o seu comportamento em jogos difíceis. Lúcio Flávio fez algumas boas jogadas, como sempre, mas no segundo tempo cansou-se, tal como Zé Carlos. A equipa ainda continua sem o ritmo necessário.

Uma nota de atenção para a insistência de Cuca em Renato Silva: tal como no ano passado o jogador não dá mostras de merecer vestir a camisa branca e preta, mas quem tem ‘pai’ assim continuará a ‘furar’ e a ser escalado.

Numa equipa aparentemente sem ‘craques’, tal como muitas outras no futebol brasileiro, os esquemas táticos são essenciais para a vitória, já que existem poucos lances resolvidos através da genialidade individual. Por isso, cada vez mais os esquemas engendrados pelos treinadores são responsáveis por vitórias e derrotas. Então, Cuca terá que crescer muito em relação ao ano passado, em que incorreu diversas vezes nos mesmos erros, sob pena de não constituir diferencial na hora decisiva de ganhar os três pontos.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2-0 Resende
Gols: Zé Carlos 8’ 2ºT e Wellington Paulista 14’ 2ºT
Data: 19 de Janeiro de 2008
Estádio: João Havelange, ‘Engenhão’
Arbitragem: Adriano Pereira Machado; Jackson Massarra dos Santos e Michel Correia
Público: 12.525
Disciplina: Cartão amarelo para Renato Silva e Wellington Paulista (Botafogo), Valdir, Hirishi e Fabiano (Resende).
Botafogo: Castillo, Alessandro (Fábio), Ferrero, Renato Silva e Triguinho; Diguinho, Túlio, Zé Carlos (Adriano Felício) e Lúcio Flávio; Jorge Henrique e Wellington Paulista (Marcelinho). Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’.
Resende: Rodolpho, Valdir, Márcio Costa, Naílton e Fabiano; Fred (Roberto), Beto, Hiroshi (Fábio) e Léo; Rafael e Arangio (Jack Jones). Técnico: António Carlos Roy.

2 comentários:

snoopy em p/b disse...

caríssimo rui,

sua análise sobre o jogo foi perfeita.
não tenho o que tirar e o que completar.
concordo também com a insistência descabida do cuca no renato silva.

mas hei de discordar de você sobre o que disse sobre o nosso treinador no aspecto tático, especialmente sobre o ocorrido no ano passado.
eu diria até que um dos diferenciais do botafogo de 2007, enquanto encantou o brasil, foi exatamente pela presteza da aplicabilidade do esquema tático do cuca. ele, pra mim, foi o principal responsável por ter feito o time jogar bem como jogou.
se analisarmos os pontos mais decisivos de 2007 e que nos fizeram perder títulos, veremos que fatores alheios à tática que foram os diferenciais, e não me refiro às grosserias do montenegro. antes disso.
veja bem:
- no carioca, com a expulsão do júlio césar, no primeiro jogo, perdemos força ofensiva, o que é natural, já que um jogador de frente teria de ser sacado.
mas no segundo jogo, o que fez a diferença foi justamente o que o botafogo tinha de melhor: o ataque. perdemos gols incríveis quando vencíamos o jogo por 2 x 1, depois de uma virada sensacional.
joílson, dodô (2 vezes) e jorge henrique perderam chances fundamentais e não vejo culpa do cuca nisso.

- o segundo jogo da copa do brasil foi totalmente atípico.
o que o cuca tinha de fazer, ele fez taticamente. escalou o time pra cima.
fizemos 5 gols naquele jogo, dois deles pessimamente anulados, o que foi decisivo.

- na sulamericana, fizemos o que um time adversário raramente faz naquele estádio espetacular, contra aquele time espetacular e aquela torcida espetacular.
jogamos com autoridade e fizemos 2 x 1, com o adversário rendido.
daí, o jorge henrique resolver perder dois gols claros e o dodô, com total preciosismo, quis fazer um gol bonito, em vez de decidir de vez o jogo.
a culpa disso tudo foram esses gols perdidos, a meu ver.
depois, o que se viu foi um desastre total de um time de farsantes.

a queda no brasileiro, talvez, tenha tido uma boa parcela de culpa do nosso treinador, mas com interferência direta de vários fatores, como o doping do dodô, a arbitragem, o stjd, desfalques e a grosseria do montenegro...

é por essa minha análise que defendo e sempre vou defender o cuca, que trouxe de volta um gosto especial de ser botafoguense, fazendo os rivais cariocas nos respeitarem nos clássicos e trazendo uma identificação que não ruiu sequer à monumental tragédia.

acho que me alonguei demais no comentário e desculpe-me por isso! mas foi pra dizer que, com os erros e acertos naturais de todo ser humano, espero contar com o nosso cuca por muito tempo, mas, obviamente, com títulos.

abraço, amigo, e saudações botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Caro amigo, os seus comentários nunca serão longos demais. Sobre o Cuca concordo em algumas partes, mas aparentemente ele não sabe, por exemplo, montar uma defesa, o que é um 'crime' no futebol de hoje, e por isso levámos 60 gols! Escala muito mal às vezes, que foi o que aconteceu contra o Figueirense no 1º jogo da Copa Brasil da semifinal. Quem perdeu o jogo foi ele logo à partida. Muitas outras vezes não substitui bem. Só desejo que tenha aprendido com os erros do passado, mas não tenho a certeza, porque ontem tornou a ousar, talvez excessivamente, embora tenha dado certo. Refiro-me à entrada de Fábio para substituir um defesa. Deu certo, mas podia ter fragilizado a defesa. Às vezes o Cuca ousa excessivamente, especialmente no ataque, que é uma compulsividade que ele tem. Por outro lado, a torcida encontra muitas razões para as derrotas, e razões certas, mas nunca inclui também os erros do Cuca, e isso não é saudável para ninguém. Enfim, desejo, obviamente, que o ano de 2008 lhe corra de outra forma, mas ainda estou numa posição de observador.

Abraço grande.

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