
Entre 1950 e 1963 trabalhou no Diário Carioca, no qual escreviam jornalistas de grande renome. Colaborou também no Diário da Noite e na revista Manchete, indo depois para O Cruzeiro e, em 1959, para o Jornal do Brasil.
Armando Nogueira ficou especialmente conhecido quando foi testemunha ocular do atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, considerado num dos mais importantes governadores do Rio de Janeiro, devido a ter narrado a reportagem na primeira pessoa, o que era inédito no Brasil.
Na televisão, Armando Nogueira foi pioneiro desde 1959, escrevendo textos para os locutores Cid Moreira e Heron Domingues transmitirem na antiga TV-Rio.
Em 1966 foi convidado por Walter Clark para a rede Globo e foi um dos responsáveis pela implantação do telejornalismo da emissora. Em 25 anos de Globo implantou o jornalismo em rede nacional e criou os noticiários Jornal Nacional e Globo Repórter.
Porém, o Botafogo e o desporto foram sempre as suas grandes paixões, tendo realizado a cobertura das Copas do Mundo desde 1954 e dos Jogos Olímpicos desde 1980. Escreveu dez livros sobre desportos.
Não obstante, a vida de Armando Nogueira teve importantes polémicas. Diretor de jornalismo durante a ditadura, há quem o acuse de ter pactuado com o regime totalitário, tendo sido na sua ascensão à Rede Globo que o grande João Saldanha foi demitido, e Armando Nogueira recusou-se mais tarde a dar entrevistas para a biografia do ‘João Sem Medo’.

Em sentido contrário, Armando Nogueira (a imagem acima representa o troféu instituído pela Globo para premiar o melhor jogador de cada posição no Campeonato Brasileiro) opôs-se a Roberto Marinho durante as eleições presidenciais entre Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva, argumentando que a Globo favoreceu Collor ao exibir no Jornal Nacional um debate entre os candidatos, cuja exibição, segundo Nogueira, foi claramente favorável ao futuro presidente. Após criticar pessoalmente o todo-poderoso dono da Globo, Armando Nogueira foi aposentado e desligou-se da emissora.
Desde então, Nogueira dedicou-se exclusivamente ao jornalismo desportivo, mantendo uma coluna reproduzida em 62 jornais brasileiros, um programa na SporTV, outro na rádio e um sítio oficial na Rede.

Armando Nogueira foi reconhecido pelo Botafogo de Futebol e Regatas, que inaugurou, a 18 de Maio de 2009, em General Severiano, a sala de imprensa ‘Jornalista Armando Nogueira’. Leia a reportagem feita sobre o assunto em http://mundobotafogo.blogspot.com/2009/05/sala-de-imprensa-jornalista-armando.html.
Armando Nogueira, consagrado pela qualidade da sua escrita, deixou-nos frases lapidares, tais como:
– "A tabelinha de Pelé e Tostão confirma a existência de Deus."
– "Para Garrincha, a superfície de um lenço era um latifúndio."
– "Para entender a alma do brasileiro é preciso surpreendê-lo no instante de um gol."
– "Deus é esférico."
Sobre o Botafogo disse um dia: – “Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo, o caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus.”
Mas a frase que, em minha opinião, concentra toda a energia e esplendor botafoguense deve-se a Armando Nogueira:
– "O Botafogo é bem mais que um clube – é uma predestinação celestial."
Referências:
Globoesporte.com
Wikipédia
8 comentários:
RIP, Armando Nogueira!
Abs e SA!!!
Rui e demais,
Se achar que devem, leiam a minha homenagem: A Armando Nogueira.
Bela homenagem, Paulo Cézar. Vinda de um torcedor fluminense (ou tricolor) ganha relevo especial. Parece que o mundo celestial completou o trio BotaxFluxFla da 'escrita fácil': Armando Nogueira, Nélson Rodrigues e Mário Filho.
Abraços Gloriosos!
Abraços, Rodrigão!
Minha primeira participação neste blog dá-se justo no dia em que perdemos Armando Nogueira.
O que é propício, porque o blog é um lídimo recuperador da história do Botafogo, no que ela tem de ouro e de chumbo. E Armando foi uma testemunha privilegiada dessa história.
É propício também porque Armando foi amante do Botafogo e do vernáculo, e destro como poucos em rejuntar essas duas paixões.
No que se foi Armando Nogueira, fica Rui Moura como um dos legítimos legatários desse brasileiro, tanto no que diz respeito ao amor do Botafogo e de sua história, quanto no que à pena precisa e elegante.
"Ouro e chumbo é a nossa história".
Muito interessantes os seus comentários.
Armando Nogueira escreveu o seguinte:
"No esporte, como na vida, não existem vitórias nem derrotas definitivas."
Ouro e chumbo são história e nenhum é definitivo, porque o Botafogo será eternizado tanto na ponta de uma 'chuteira imortal' como na ponta da 'indelével escrita' de uma caneta.
Obrigado pelas belas palavras, Beo!
Saudações Gloriosas!
Obrigado pelo elogio, Rui. Vindo de um alvinegro, é sinal de que escrevi bem mesmo sobre o mestre Armando.
Só uma correção: o Mário Filho também era tricolor, embora tenha escrito muito sobre o Flamengo.
Sim, o Mário Filho era Fluminense. Mas um dia, nos idos de 1950, disse-se não torcedor de ninguém para ser mais imparcial. Mas fez a história do Flamengo então. Por isso acho que é muito mais rubro-negro do que fluminense. Há gente que muda. Roberto Dinamite mudou de Botafogo para Vasco; Didi mudou de Fluminense para Botafogo. E o Zagallo, permanecerá fluminense?... Não será mais torcedor do Botafogo e do Flamengo?... E por aí...
Mas oficialmente consta ter sido torcedor do Fluminense, sim.
E a si, Paulo Cézar, acho que tem uma qualidade bastante acima das questiúnculas de torcedores menores...
Abraços Gloriosos!
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