O Botafogo estava sendo esperado pela sua torcida há mais duas horas no aeroporto em João Pessoa e, segundo notícia, a polícia decidiu que os atletas sairiam por uma porta lateral e entrariam num ônibus, evitando a torcida que há anos espera ver o Glorioso.
Havia no aeroporto torcedores que queriam ver pela primeira vez ao vivo a camisa do Glorioso, e o que viram foi coisa nenhuma.
Considero inaceitável que o Botafogo permita tais coisas. A nossa torcida é pacífica em qualquer parte do Brasil e do mundo, não precisa de polícias que enxotem o nosso time do carinho que merece dos seus torcedores, especialmente num Estado em que a nossa torcida é provavelmente a maior de todas as torcidas não paraibanas.
É inaceitável que os responsáveis botafoguenses permitam todo o tipo de desmandos que se abatem sobre nós. O que a delegação botafoguense deve fazer é garantir que os policiais isolem as redondezas do hotel em que o nosso clube fica hospedado para que não seja permitida a presença de ‘trezeanos’ que já anunciaram que vão fazer foguetório.
Talvez a inércia dos nossos dirigentes não seja de admirar, porque recentemente li que o técnico do Botafogo entregou a todos os jogadores o livro "Estrela Solitária: Um Brasileiro chamado Garrincha", da autoria de Ruy Castro, cujo clube todos nós sabemos qual é. É um livro ressabiado que puxa para baixo o mais espetacular jogador de todos os tempos, diminuindo-o, ao contrário de todos os outros livros que glorificam o ‘Anjo das Pernas Tortas’.
É assim que o Botafogo trata os seus atletas: em vez de distribuir livros sobre as nossas glórias – e existem dezenas deles! (eu tenho trinta e dois!) –, distribui livros sobre o alcoolismo de Garrincha, que toda a gente sabe quando e porquê começou a beber além do normal que sempre fizera.
E não venham justificar que a distribuição é para que o Jobson não siga o mesmo caminho com respeito a droga…
Estamos completamente ‘entregues às baratas’…
Imagem: Rammom Monte / Globoesporte.com
8 comentários:
Também li o livro do Ruy Castro e fiquei muito decepcionado com o enfoque do livro, sempre em busca de um copo de bebida para diminuir o nosso grande craque.
E mais: ontem numa discussão do programa "Bem, amigos!" sobre os maiores craques de todos os tempos não foi citado sequer uma vez o nome do Garrincha. Como pode?
Mikael, desde sempre os cathartiformes tudo fizeram para diminuir o Garrincha. Preferiram até endeusar Pelé, que beneficiou do ódio dos cathartiformes ao Botafogo. O Garrincha é mais lembrado em textos internacionais do que em textos nacionais. Pelé nunca fez praticamente nada em nenhuma Copa, ao contrário de Garrincha, e tudo fazem para elevar o Pelé e o Zico.
O problema é a diretoria do Botafogo não tem classe nem carisma para fazer valer o nosso riquíssimo historial. Ainda bem que cada presidente só pode estar seis anos, porque em 9 ou 12 esta diretoria afundaria o Botafogo para sempre. Talvez sem nenhuma intenção nem má fé; talvez só pela incompetência de uma visão míope a caminho de um glaucoma fatal.
Abraços Gloriosos!
Rui,
Eles não possuem ou não tem a menor ideia o que passa, sofre e sente falta um torcedor que mora fora do estado do Rio de Janeiro.
São tacanhos e provincianos!
A cada dia, hora, minuto e segundos bate um desânimo sem precedentes no meu coração Botafoguense!
Não há uma decisão sábia ou benéfica para o Botafogo que o presidente e sua trupe tomem.
O atual presidente foi responsável por elaborar o novo contrato do clube dos 13, depois disse que não assinaria por discordar de algo que ele foi mentor. Apoiou o ex-presidente da cbf que se afastou e dizem que saiu para criar uma liga para brigar com a própria cbf e o que restou do clube dos treze.
Temos um vice de futebol que nada sabe e todos estão na mão de um gerente de futebol que nunca conseguiu montar um bom time por onde passou.
Mesmo com os seis anos dessa trupe, temo pelo nosso presente e futuro.
Se não honram, não fazem por respeitar o nosso passado e tão pouco o maior bem que o clube tem que é a sua torcida, imagina o que será do nosso futuro.
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
Apoiadíssimo, Gil!
Quem não cuida do seu património nem estima quem o sustenta, acaba na desgraça.
Sei que estes próximos três anos continuarão a ser de não imposição do Botafogo, porque liderança sem assertividade não pode impor-se a ninguém. Mas guardo a esperança - a última que morre - que surja um novo presidente com uma renovada equipa.
O que eu gostaria mesmo é que os torcedores botafoguenses fossem verdadeiramente assertivos e corajosos, liderados por torcidas organizadas transportando os ideais de Tarzan, e pressionando de todas as formas esta diretoria a demitir-se. Mas isso a nossa torcida não fará. É pena.
Na vida em geral também é assim: à parte meia dúzia de corajosos que mudam o mundo, as pessoas ficam à espera que as ditaduras morram ou um punhado de corajosos as destitua, em vez de agirem com o seu direito de cidadania, de indignação e de revolta.
Abraços Gloriosos!
Caros colegas botafoguenses, vocês estão equivocados. O livro "Estrela Solitária" do Ruy Castro é simplesmente o retrato mais bem feito, profundo, completo e verdadeiro já produzido sobre o Garrincha (e, vale dizer, sobre qualquer jogador de futebol no Brasil). O livro é tão bem escrito que qualquer pessoa que tenha sangue nas veias se emociona profundamente ao conhecer a história gloriosa -- e, infelizmente, também trágica -- de Garrincha. Chorei de emoção ao ler a narração de Ruy Castro para as façanhas incríveis de Garrincha em campo com a camisa do Bota e com a camisa da seleção. Diverti-me ao ler sobre suas façanhas extra-campo em busca de mulheres e bebida. E chorei de tristeza com a história trágica do alcoolismo de Garrincha. Terminei o livro completamente encantado pela figura heróica/trágica de Garrincha, pela viva descrição que Ruy Castro faz de um mundo do futebol e da cidade do Rio de Janeiro nos anos 50 e 60 que já não existem mais. Também terminei o livro profundamente agradecido por Ruy Castro não ter subestimado minha inteligência com um livro de "oba-oba" sobre Garrincha. Todo mundo sabe que garrincha foi um monstro nas quatro linhas e ninguém contou essa história melhor que Ruy Castro. E todo mundo sabe que Garrincha era alcóolatra e ninguém contou essa história (tristíssima) tão bem como esse escritor -- que, como vocês sabem, também foi alcóolatra. Já recomendei o livro para dezenas de amigos e todos que leram ficaram impressionados com a história de glórias e tragédias de Garrincha. Um livro perfeito.
Luciano, só publiquei porque a sua colocação é socialmente correta. Mas não me revejo no pior de todos os livros sobre atletas do Botafogo. Vade retro, Satanás!
Ficarei à espera que RC escreva um livro sobre, por exemplo, as vidas privadas do Bando dos Quatro: Adriano, Ronaldinho, Love e Bruno. Que fale deles e do Flamengo com a mesma 'profundidade' com que falou de Garrincha. Então ficarei convencido da sua imparcial 'profundidade'.
Que a Glória cubra sempre o maravilhoso Mané Garrincha e o clube que deu ao Brasil o futebol moderno que o projetou no mundo.
Rui, obrigado pela conversa. Já assisti palestras de Ruy Castro e ouvi declarações dele sobre Garrincha e, a partir de tudo isso, entendi que ele só escreveu o livro "Estrela Solitária" porque achava Garrincha e sua trajetória fascinantes -- ainda que trágicas. Já em relação à vida desses jogadores que você citou -- e de boa parte dos jogadores do futebol atual, eu pergunto a você: Que graça teria ler um livro sobre Adriano? E que graça teria ler um livro sobre Vagner Love? E que graça teria ler um livro sobre Bruno? Para mim, não teria graça nenhuma. Tudo que sei a respeito desses jogadores me desanima e me desinteressa imensamente. Parecem levar vidas fúteis e boçais, parecem ser mimados e folgados, isso sem falar no Bruno que é acusado de cometer um crime... Quanto a um livro sobre Ronaldinho, eu tive a chance de perguntar a Ruy Castro pessoalmente, há alguns anos, numa livraria aqui de SP, se ele teria vontade de escrever um livro sobre Ronaldinho. Isso era na época em que o Ronaldinho estava no Barcelona e parecia que ia superar o Pelé (mais ou menos como o Messi está fazendo agora). Se você visse a cara que o Ruy Castro fez para mim quando perguntei isso... Ele fez uma cara que dizia mais ou menos isso: pra que eu vou dedicar anos de minha vida (ele gasta de dois a três anos para escrever uma biografia) sobre um cara tão desinteressante como o Ronaldinho? Ainda tentei argumentar, disse que ele era um gênio, tão bom quanto o Garrincha... Ruy Castro simplesmente riu das minhas palavras e balançou negativamente com a cabeça, fazendo "tsc tsc", cmo se dissesse: "Bom como o Garrincha? Bom como o Garrincha nunca teve!"
Luciano, creio que o seu argumento sobre o interesse de publicação de um livro acerca do bando dos quatro tem força e credibilidade.
Quanto às observações do Ruy Castro, não tenho dúvidas acerca de ser dotado intelectualmente e de possuir muitíssimo discernimento. Aliás, é tão dotado e tem tanto discernimento que conseguiu fazer que um livro aparentemente fascinante seja, no subconsciente de cada um, algo cuja marca final é o alcoolismo.
Mas essa não é a marca final de Garrincha; é apenas uma marca de percurso que, como toda a gente sabe, só se transformou realmente em alcoolismo muito grave após o acidente de automóvel em que morreu a mãe de Elza Soares.
Abraços Gloriosos!
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