terça-feira, 27 de março de 2012

Voz de Léo Moura

O Flamengo é a casa do Adriano e ele é a cara do Flamengo”. – Léo Moura, atleta do Flamengo.

[Nota de Mundo Botafogo: finalmente estamos de acordo!]

10 comentários:

Anónimo disse...

OLÁ RUI MOURA.

É SEMPRE UM PRAZER TER VC SEMPRE LEMBRANDO DO CLUBE MAIS POPULAR E VITORIOSO DO BRASIL JUNTANDO TODOS OS ESPORTES..

SABE O QUE É RUI, É QUE O FLAMENGO SENDO O CLUBE DO POVO TENDO 51% DA TORCIDA DO RIO DE JANEIRO E APROXIMADAMENTE 70% DAS CLASSES C e D.. É CLARO QUE DENTRO DE SUAS FILEIRAS TEREMOS ESTE TIPO DE JOGADOR COM ESTE TIPO DE ANTICULTURA..
AGORA COM CERTEZA ENVOLVENDO JOGADORES DE TORCIDAS MENORES E ELITIZADAS COMO O SEU BOTAFOGO E O FLUMINENSE DIFICILMENTE VEREMOS UMA CENA COMO ESTÁ.. JÁ COM O VASCO É MUITO DIFÍCIL ACONTECER ISSO. DIFÍCIL MAS NÃO IMPOSSÍVEL.

VALEU RUI, UM GRANDE ABRAÇO.
RAFAEL GAIO.

Ruy Moura disse...

Redobro o meu prazer ao lê-lo, Rafael Gaio. Quer porque frequenta ambientes distintos como o Mundo Botafogo, quer porque reconhece que as torcidas do Botafogo e do Fluminense são privilegiadas. Não é à toa que o são, Rafael, porque na verdade cada um faz a sua escolha e os melhores geralmente escolhem os melhores contextos, deixando para os piores os piores contextos… É isso que reza a sociologia da estratificação social…

O seu texto, que apesar da ironia é socialmente correto, tem apenas um ligeiro equívoco: é o pleonasmo ‘menores’ e ‘elitistas’. Realmente, as elites são sempre restritas, como sabe, e são elas que conduzem sempre as maiorias aos sítios que as maiorias gostariam de ir mas não conseguem fazê-lo sozinhas. Quando querem chegar a algum sítio elegem um comandante – geralmente o melhor de todos entre as suas fileiras. Ele pensa pelo conjunto, com o aval do conjunto.

Por isso, as elites, que sempre foram muito generosas, em vez de viverem uma vidinha mole e agradável que poderiam desfrutar sem percalços, pensaram o mundo, teorizaram sobre a realidade, sonharam que podíamos navegar, que podíamos voar, que podíamos rumar fora da estratosfera, que poderíamos ter aquecimento permanente nas nossas casas e alimentação refrigerada constantemente, que poderíamos viver em democracia, em socialismo, que poderíamos rever os conceitos de Estado e afastar os governantes consanguíneos sem eleição de ninguém, que seríamos capazes de reestruturar valores e criar sociedades baseadas na igualdade, na liberdade e na fraternidade, que poderíamos fazer a Revolução Francesa, a Revolução Russa, a Revolução Chinesa, a Revolução Portuguesa, fundar a nacionalidade portuguesa e dar o grito do Ipiranga brasileiro, que poderíamos eliminar fronteiras e aproximar os povos e as culturas, quiçá dar possibilidades ao povo de cada país, de cada região, de cada continente, em aceder à educação, ao emprego, ao bem-estar e elevar a sua qualidade de vida. Com a sua colaboração e esforço, evidentemente, mas sob a égide do pensador. Aliás, o desenvolvimento das Nações é proporcional à qualidade das suas elites. Consulte o mais credível índice mundial, elaborado pelo PNUD sob a designação de Índice de Desenvolvimento Humano, e verá como a ordem dos países corresponde ao esclarecimento maior ou menor das suas elites.

E não lembro sempre do Flamengo, não. Não vou a blogues do Flamengo, não leio as notícias do Flamengo, não vejo jogos do Flamengo – não tenho tempo para atos espúrios. Todavia, a torrente de mediocridade é tão grande entre dirigentes, torcedores, atletas, etc., e como são os tais 51% - acreditando em si e nas sondagens encomendadas à medida –, inevitavelmente damos de caras com o disparate, mesmo que lhe queiramos diariamente fugir. A maior parte das vezes ignoro e não faço nenhuma menção no blogue, caso contrário teria profusa matéria diária sobre o assunto e não me sobraria tempo para quase nada mais. Porém, noutras ocasiões, a falha de neurônios é tão grande que não resisto a publicar as pequenas frases que eles deixam cair da boca para fora…

Ademais, elite e povo têm certas semelhanças, e uma delas é rir do disparate alheio. E certamente o riso botafoguense, fluminense e vascaíno não deve ser sempre privado de momentos privilegiados como o ilustrado hoje no Mundo Botafogo.

Cordiais saudações.

Lorismario disse...

Caro Rui. Vou me meter aí na sentença do Leo Moura "Adriano é a cara do Flamengo e o Flamengo do Adriano" e do Rafael Gaio sobre "elites" e "minorias" com uma frase popularizada pela química. "Simili similis". Rafael, você está no blogue certo. Adriano e Flamengo estão nos lugares certos. Afinal, "semelhante atrai semelhante". Loris

Ruy Moura disse...

Por acaso pensei o mesmo, Loris, mas a frase do Léo era esta e tive que ser fiel à dita cuja.

Abraços Gloriosos!

Leonel disse...

Quando surgiram os primeiros boatos desta volta de Adriano, eu próprio falei a um amigo alvinegro esta mesma frase dita depois publicamente por Leo Moura...
Aliás, a foto ilustra muito bem o porquê...
Abraços, Rui!

Ruy Moura disse...

Exato, Leonel. É uma frase à medida dos cathartiformes.

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

OLÁ RUI MOURA.

VC SABE QUE ADIMIRO SUA INTELIGÊNCIA E SUA ESCRITA.

MAS AGORA VC DIZER QUE AS ELITES SEMPRE SE PREOCUPARAM EM VER UM MUNDO MELHOR E COM MAIS IGUALDADE SOCIAL É DEMAIS, NÃO ACHA NÃO? A ELITE EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO COM RARA EXCESSÃO SEMPRE PRIMOU PELO LUCRO EXCEDENTE, PELA EXPLORAÇÃO DA MÃO DE OBRA OPERÁRIA, PELA MAIS VALÍA. SEMPRE PROCURANDO OLHAR PARA O SEU PRÓPRIO UMBIGO.. OU NÃO É ISSO RUI MOURA? A EXCESSÃO FICA POR CONTA DO HENRY FORD. UM EXEMPLO A SER SEGUIDO POR TODOS OS INDUSTRIAS CAPITALISTAS DO MUNDO.

VOLTANDO AO ASSUNTO RUI. NEM MESMO A IGREJA CATÓLICA QUE É UMA ELITE RELIGIOSA, QUASE SEMPRE AO LONGO DOS SÉCULOS NÃO OLHAVA PARA AS CLASSES INFERIORES..

MAS DE QUALQUER FORMA AGRADEÇO SUA RESPOSTA... SÓ PELO FATO DE VC SER FÃ DE FERNANDO PESSOA JÁ MOSTRA QUE VC POSSUI UMA ALMA REFINADA.. POR ISSO TENHO LEVE DESCONFIANÇA QUE VC NUTRE UMA PEQUENA ADIMIRAÇÃO PELO CLUBE DE RETAGAS DO FLAMENGO. AFINAL DE CONTAS TEM COMO UM FÃ DE FERNANDO PESSOA NÃO ADIMIRAR UM CLUBE QUE POSSUI UMA NAÇÃO COMO O FLAMENGO?... CALMA RUI MOURA, BRINCADEIRINHA.RSR. COMO DISSE ANTES, ADIMIRO SUA INTELIGÊNCIA..

ABRAÇÃO.
RAFAEL GAIO.

Ruy Moura disse...

Caro Rafael, não me refiro a elites ‘económicas’, porque essas não o são culturalmente. Quando muito, utilizando a terminologia de Bourdieu, obtêm capital social devido à capacidade económica, mas jamais logram ‘capital cutural’. Em muitso casos, emsmo sendo ricos, é-lhes vedada a participação em certos ambientes bem pensantes. Aliás, não são elites em toda a amplitude da palavra, porque as verdadeiras elites são seres pensantes na perspectiva do/s outro/s.

Existem muitas formas de definir ‘elite’ e em vários quadrantes. Mas refiro-me sobretudo a uma elite aproximada à categoria de ‘classe dirigente numa perspetiva de ‘intectual orgânico’, tal como foi definido por Gramsci, cuja ideia seria substituir a noção de ‘opinião pública’ pela noção de ‘construção ideológica’.

Ora, as grandes mudanças do mundo foram de natureza ideológica. Já lhe referi antes diversas revoluções. As grandes mudanças e a construção do futuro melhor, futuro mais cidadão e mais livre, foi sempre orientada por elites de ‘ideólogos’ sonhadores, de utopistas, de audazes, de inovadores, de inventores e de criadores, de gente que o comum dos mortais apelida de ‘loucos’, ‘esquisitos’, ‘desviantes’ e muito mais. O rumo da alma está sempre sendo remexida e reorientada por poetas e escritores, que o fazem não por questões económicas, nem para explorar seja quem for – fazem-no por exigência da sua moldagem a uma elite pensante, inquieta e preocupada com o mundo que nos rodeia.

A minha visão de elite não é essa comezinha visão de ‘exploração do homem pelo homem’, isto é, de ‘exploração do outro por mim’. É, antes, a visão da utopia, da generosidade, da comunhão com uma multidão de gente que jamais se há-de conhecer pessoalmente mas que é a razão da vivência de cada um – a vida em sociedade.

E, perdoe-me, Rafael, mas Ford não foi exceção, apesar do ‘fordismo’ propangandeado por muitos. Na verdade, foi uma boa forma de deturpar a esseência do ‘taylorismo’, da mesma forma que foi deturpada a essência do ‘capitalismo’ e do ‘socialismo’. Foi o homem que inventou a cadeia de montagem, após visitar um matadouro municipal, creio que em Chicago, e que fez benchmarking para a sua fábrica de automóveis, que, como ele mesmo dizia, “produz automóveis de todas as cores, desde que sejam pretos”. E o povo/cliente que se lixe…

Abraços Gloriosos!
(ainda comentarei o Flamengo em comentário a seguir)

Ruy Moura disse...

Rafael, como é fácil perceber, tenho uma pesquisa imensa sobre o Botafogo e sobre os desportos em geral no Brasil. Portanto, não poderia deixar de pesquisar as histórias, pelo menos, dos rivais – Vasco da Gama, Fluminense e Flamengo (a rivalidade – que promove confrontos, gracejos e emoções exacerbadas – pressupõe ‘contato territorial’ frequente, e por isso falo apenas dos grandes clubes do Rio, porque os de outros Estados não são rivais, mas ‘adversários’).

Da história dos quatro grandes não tenho nenhuma dúvida sobre a qualidade da história de cada um (refiro-me a dados qualitativos e não apenas qualitativos como alguns gostam de fazer – uns por ignorância, outros porque lhes convém). A ordem decrescente é, em minha opinião, esta: Botafogo, Flamengo, Vasco da Gama e Fluminense.

Talvez sintetizada nos extremos pela pena do insuspeito fluminense Mário Filho: “O único clube rapaz é o Botafogo. Explica-se: foi o único clube que nasceu rapaz. Os outros, pelo menos, procuraram nascer homens. Já o Botafogo teve a preocupação de ser o oposto do Fluminense, que era o homem-feito.”

Ora, sabe-se que os rapazes desencadeiam a ‘alegria’ e que os homens-feitos desencadeiam a ‘respeitabilidade cinzenta’.

A fundação do Clube de Regatas Botafogo e a fundação do Botafogo Football Club são absolutamente invulgares, como foi invulgar a fusão de ambos. Como é invulgar toda a história do Botafogo.

O Flamengo tem uma história engraçada no seu nascimento e foi um clube interessante até se expandir em demasia e tornar-se desinteressante.

O início do clube, em resposta aos ‘musculosos’ remadores do Botafogo que namoravam as mocinhas do Flamengo, é muito engraçado. Os rapazes encheram-se de brio e fundaram um clube, cujo barco afundou à primeira e foi salvo pelo barco do Botafogo, mas não desistiram, insistiram e fundaram mais um clube, então de elite, no Rio de Janeiro.

Depois teve a sorte de ver a sua seção de futebol fundada pelos fluminenses dissidentes e foi Alberto Borgerth que deu a mão para o Botafogo regressar ao estadual de futebol em 1913. Foi nesse ano que o BFR e o CRF fizeram o seu 1º clássico, com o presidente do Clube Naval de Lisboa na tribuna – jogo que inaugurou o estádio do Botafogo e que reproduzi a narração na rubrica ‘antiguidades’.

A história continuou engraçada até que o Flamengo se despeitou de Heleno de Freitas e acabou por a rivalidade crescer no famoso Jogo do Senta, em que o Flamengo sentou literalmente em campo goleado por 5x2.

(continua)

Ruy Moura disse...

Nos anos sessenta acabou o ‘estado de graça’. Veio Garrincha que deitou e rolou no Flamengo e os azedumes do Flamengo aumentaram. Foi nessa época de 1940-60 que o Flamengo deixou de ser rapaz como o Botafogo e passou a ser homem como o Fluminense. Mas um homem de barba mal feita, feio e desengonçado.

Quando chegou a Ditadura e a Globo creio que a beleza do Flamengo quedou-se para sempre. Até aí, embora simpático, o futebol do Flamengo não ganhara nada além de campeonatos cariocas, mas a Ditadura e a Oligarquia da mídia levaram o Flamengo ao colo e as arbitragens fizeram o resto. Quem não se lembra de Zero Roberto Wright em 1981, numa das mais tristes páginas da história do Flamengo? E muitos outros ‘cambalachos’ próprios dos comportamentos menos éticos.

A Ditadura e a Oligarquia tornaram o Flamengo arrogante, insano e cada vez mais repulsivo aos demais adeptos do desporto e da verdade desportiva.

E se tudo de ruim lhe acontece – desde micos fabulosos até atletas enrolados com assassínio, droga, armas e outras coisas mais – não é pela simples razão de ter uma torcida ‘enorme’, mas porque deixou de respeitar os outros, tal como um ‘cartelista’ que se julga dono do mundo e perdeu a beleza.

Como aprecio a beleza, reconheci o Flamengo outrora, não o conheço hoje. O Flamengo hoje é feio, meu amigo. Por muito que isso lhe custe.

[PS: Aprecio as suas notas acerca da minha pessoa, e pode crer que estou gastando este tempo todo porque estou respondendo – espero – a um flamenguista e não a um cathartiforme, já que gente deste segundo tipo merece tão simplesmente o meu mais simplório desprezo.]

Abraços Gloriosos!

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