
Raramente peço a demissão de um treinador. Opino sobre a desejável saída de um treinador, mas por norma não peço a sua demissão. Isso é fácil demais e uma equipa não começa no treinador.
Uma equipa começa na presidência de um clube, passa pelos seus dirigentes de topo, segue pelos diretores, pelos especialistas vários em preparação física, preparação de goleiros, etc., continua pelo treinador e seus adjuntos e termina nos jogadores.
Uma equipa verdadeiramente consistente possui um treinador durante, pelo menos, três anos. Menos do que isso, ou o treinador é incompetente e deve sair ou os dirigentes do clube são incompetentes a gerir e demitem treinadores para salvar a própria pele.
A final da Liga dos Campeões pôs frente a frente duas equipas que possuem comissões técnicas estabilizadas. Ferguson está no Manchester há mais de 20 anos e o Barcelona começou a ser estruturado para o topo da Europa durante quase uma década com o treinador Cruyff. Por isso também não é à toa que ambos foram finalistas.
Nos últimos cinco anos apenas pedi a demissão de um treinador uma única vez. Não vi razão para pedir a demissão de Carlos Roberto nem de PC Gusmão e não houve tempo de desenhar a demissão de Chamusca, Roth, M. Sérgio ou Geninho.
Apenas pedi a demissão de Cuca após o ‘desastre’ com o River Plate em 2007, porque claramente o treinador chegara ao fim do seu ciclo após sucessivos erros e incapacidade de liderança na gestão do plantel. Depois regressou e acabou por se demitir, provando que o ciclo tinha realmente terminado na Argentina. Mas a incompetência da gestão botafoguense numa reta final de mandato desastrosa fez o favor de prolongar a agonia que terminou simbolicamente no chororô de Bebeto, Cuca e Túlio.
Abro agora mais uma exceção e peço a DEMISSÃO DO TREINADOR DO BOTAFOGO!
É certo que nenhum treinador pode fazer grande coisa com uma equipa tecnicamente tão fraca como esta, mas não fui eu nem os leitores quem operou a escolha destes jogadores que ‘ipatingaram’ o Botafogo. Quem escolheu livremente foi o treinador e, por isso, deve ser responsabilizado pela incapacidade técnica que originou na equipa.
Uma reflexão profunda acerca do modo como a equipa se comporta, como fala à comunicação social, como joga em campo, como é treinada, como desenvolve a sua tática e o seu (não) padrão de jogo, bem como pelas declarações públicas inócuas, inconsequentes e casuísticas do seu treinador e dos seus jogadores, só pode levar à conclusão de que a continuidade do treinador é insustentável – antes que o fantasma da segundona nos cubra de medos e traumas.
E antes que o Estádio Olímpico João Havelange assista a jogos não com 8.555 pagantes mas com a presença de uns 555... para vaiar as absurdas e medrosas exibições da equipa, claro.
Maurício Assumpção disse que queria brigar pelo título. Das duas uma: ou há muita ingenuidade e imprudência nas suas declarações ou, então, é um presidente genial, porque com essa afirmação sublinhou ao treinador qual seria a meta do Botafogo e preparou terreno para o demitir em caso de acontecer o que está acontecendo.
Se não foi ingenuidade, mas sim um grande golpe de asa para ganhar espaço de manobra, aproveite e demita o treinador imediatamente, estimado Maurício Assumpção.
Antes que fique no seu curriculo não o propalado título de bi-campeão brasileiro, mas o título de bi-rebaixamento com “piração total” dos torcedores botafoguenses.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x2 Sport
Gols: Tony 60’ e Fahel 84’ (Botafogo); Wilson 6’ e Weldon 20’
Data: 30/05/2009
Local: Estádio olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’
Arbitragem: Jailson Macedo Freitas (BA); Luiz Carlos Silva Teixeira (BA) e Adson Márcio Lopes Leal (BA)
Cartões amarelos: Teco, Lucio Flavio, Juninho, Fahel e Thiaguinho (Botafogo); Hamilton, Magrão e Juliano (Sport)
Cartões vermelhos: Hamilton (Sport)
Botafogo: Castillo, Leandro Guerreiro, Juninho e Teco (Tony); Alessandro (Thiaguinho), Fahel, Túlio Souza (Léo Silva), Lucio Flavio e Eduardo; Laio e Victor Simões. Técnico: Ney Franco.
Sport: Magrão, Moacir (Juliano), César Lucena, Igor e Durval; Moacir, Hamilton, Sandro Goiano (Eliseu), Luciano Henrique e Dutra; Weldon (Dudé) e Wilson. Técnico: Levi Gomes.





















No dia 27 de Maio de 1906 o Botafogo obteve a 1ª vitória oficial ao vencer o Bangu por 1x0, em jogo válido para o campeonato carioca, com gol de Gilbert Hime.





















