O botafoguense Márcio Villar poderá ser o primeiro atleta do mundo a completar a dobragem da Copa do Mundo de Ambientes Extremos – a Bad 135 World.
A prova disputa-se em três etapas de 217 km cada. A primeira etapa é a Brazil 135, que Márcio superou e dobrou nas montanhas da Serra da Mantiqueira, entre São Paulo e Minas Gerais. A segunda etapa é a Badwater, que Márcio também superou e dobrou no Deserto do Vale da Morte, na Califórnia, com temperaturas de até 60 graus positivos, e foi nessa etapa que bateu o recorde mundial com mais de 20 horas de diferença. O atleta dobrou ambas as provas, fazendo ida e volta e completando 434 km em cada uma.
A última etapa é a Arrowhead, que acontece na divisa dos E.U.A. com o Canadá e inicia-se desde hoje até 4 de fevereiro.
– “Em Janeiro de 2009 eu me tornei o primeiro atleta do mundo a conseguir completar as 3 provas e criei um desafio: conseguir ser o único atleta do Mundo a dobrar todas as provas correndo 434 km em cada uma, fazendo a prova com os atletas e retornando sozinho à largada. Em janeiro de 2010 me tornei o único atleta do mundo a dobrar a Brazil 135, percorrendo os 434 km em 90 horas. Em julho de 2010 eu bati o recorde da Double Badwater em mais de 20 horas correndo os 434 km do deserto em 79 horas. Agora, dia 31 de janeiro, tentarei o maior desafio da minha vida, correr 434 km com 40º negativos puxando um trenó.”
General Severiano em 2010 (foto de Luana Motta)
Márcio Villar correrá na neve a uma temperatura de 40 graus negativos, puxando um trenó. Se Márcio chegar ao fim, sagrar-se-á o único atleta planetário a dobrar a Copa do Mundo de Ambientes Extremos.
Devido à grande probabilidade de morte, nunca foi permitido a nenhum atleta dobrar as provas, no entanto, por ter conseguido a façanha de dobrar os dois primeiros circuitos, Márcio Villar conseguiu autorização para a última prova.
Márcio prometeu a Maurício Assumpção, em General Severiano, fincar a bandeira do Botafogo ao lado da do Brasil no topo da montanha: – “Agora todos os desafios serão quebrados, pois uni o meu amor pela corrida com o do meu time do coração. Nunca nenhum atleta do Botafogo suou a camisa do clube como eu irei suar para conquistar o meu objetivo pelo Glorioso”.
Entretanto, Márcio Villar chegou a International Falls no dia 22 de janeiro para se aclimatar para a Double Arrowhead, tendo saído de uma temperatura de 40º positivos do Rio para 43º negativos.
Nesse inferno gelado, Márcio ficou dois dias sem conseguir sair do hotel devido a dor de cabeça resultante da mudança brusca de temperatura. Entretanto, tem nevado muito mais do que no ano passado e isso constitui um problema acrescido para o atleta, apesar de treinar muito na praia puxando pneu. Além do grande esforço de correr sobre neve muito fofa, Márcio ainda terá a dificuldade de puxar o trenó que fica preso na neve. Será um esforço descomunal.
Esta semana em International Falls (foto do atleta)
Márcio fez adaptações no trenó e mudou a estratégia de alimentação e hidratação para tentar ganhar algum tempo, pois os outros atletas irão correr 217 km e Márcio fará a dobragem – 434 km em ida e volta.
Na volta, o atleta não terá nenhum tipo de apoio ou acompanhamento, voltará sozinho e isso é muito perigoso.
Ninguém acredita que Márcio Villar consiga realizar a proeza, mas depois de ser o único atleta do mundo a dobrar a Brazil 135 e a Badwater, além de bater o recorde mundial desta prova, Márcio acredita que no dia 4 de fevereiro próximo será o único atleta do mundo a dobrar toda a Copa do Mundo de Ambientes Extremos.
As suas palavras soam à absoluta convicção dos campeões: – “O que me motiva é realizar desafios que nunca ninguém conseguiu no mundo. O impossível não existe. Quando a gente faz o que ama e se dedica, a gente sempre consegue ir mais longe”.
O meu coração estará contigo nestes dias privilegiados da tua desafiante vida, Márcio Villar! Força, campeão!
Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)