Jürgen Klopp, o melhor treinador do mundo da
atualidade, tornou-se finalmente campeão europeu por artes da sua capacidade
técnica, da sua estratégia e da sua resiliência à frente de grupos de trabalho
de alta qualidade futebolística.
O técnico tem ainda a particularidade de não
se eximir a posições políticas e, sobretudo, a distinguir-se claramente da
maioria de treinadores e futebolistas no que respeita à ideologia política como
forma de olhar a sociedade de um modo solidariamente cristão. É crítico do
Brexit e da recente emergência da extrema-direita.
Surpreendente:
“Eu
diria que a nossa missão é fazer com que o nosso minúsculo pedaço de terra seja
um pouco mais bonito. [...] A vida
consiste em fazer com que os lugares por onde passamos sejam melhores, e em não
nos levarmos tão a sério. Em nos esforçarmos ao máximo. Em amar e ser amado.”
[entrevista ao Westdeutsche
Zeitung]
“Creio
no estado de bem-estar social. […] Nunca
pagarei um plano privado de saúde. Nunca votarei em um partido porque promete
baixar os impostos. Se há algo que jamais farei em toda minha vida é votar na
direita.” [entrevista ao Taz]
“Não sou a pessoa mais adequada para falar do
Brexit, mas, se me perguntam, dou a minha opinião. […] A União Europeia não é perfeita, não foi perfeita e não será perfeita.
Mas é a melhor ideia que tivemos até o momento. Devemos repensar o Brexit.”
[entrevista ao Guardian]
4 comentários:
Uma pessoa linda, sem dúvidas, representante do que a Alemanha deveria ter sido. O grande azar desta, da Europa e do mundo, foi a morte prematura de Frederico III, que junto a sua esposa Victoria (filha mais velha da mais icônica rainha britânica), pretendia criar um estado liberal, nos moldes ingleses. Assumiu seu filho, foi na onda de Bismarck (o semeador de todo o mal), e daí até Hitler foi um salto.
Invasões e barbárie humana de todo o tipo nunca foram exclusividade alemã, mas na escala do nazismo, nunca houve antes nem depois. Que Klopp e outros dignos herdeiros da linhagem de Goethe, Brecht, JS Bach, Beethoven, dentre tantos outros, consigam frear o crescimento da extrema direita daquele país.
José Carlos, a extrema-direita na Alemanha não cantou vitória nestas eleições europeias; quem cantou vitória foram os Verdes. Creio que isso se deve ao excelente mandato de Merkel em defesa da Europa solidária em relação aos refugiados, embora lhe tenha custado votos, mas no conjunto creio que sensibilizou o país para o problema da extrema-direita. Quer a direita democrática quer a esquerda democrática alemãs têm sido responsáveis. Em Portugal a extrema-direita teve... 1,4% de votos! Nem os americanos compreendem como Portugal se mantém imune à extrema-direita. Há razões várias para isso, desde o seu presidente da República e Primeiro-Ministro, até à forte integraçã da emigração na sociedade portuguesa, passando pelo bom estado da economia e ao pacifismo social em que o país vive (4º país com menor índice de criminalidade em todo o mundo). Contudo, estou otimista quanto à emergência dos Verdes e à queda da extrema-direita. Vamos ver como evolui o continente, mas acredito que a extrema-direita acabará por ceder tal como cedeu a extrema-esquerda europeia, hoje com pouco significado. São os socialistas/trabalhistas/sociaisdemocratas, os verdes e até os liberais que me parece terem propostas capazes de se afirmar no m+edio prazo. Até mesmo a direita democrática poderá se renovar e regenerar dasperdas sofridas.
Abraços Gloriosos.
Amigo Rui, Fiquei mais fan dele ainda.
Abraços
É uma pessoa inteira, Jatahy. Nele celebra-se a alegria, a vontade de viver, de amar e ser amado, de fazer crescer o Outro, um cristão que defende os verdadeiros valores cristãos, alguém – creio – com quem se pode contar. Desde o tempo que se iniciou à frente do Dortmund, gostei das atitudes dele. Não me enganei. Abraços Gloriosos.
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