por PLÍNIO J. V. LINS
Leitor do blog de Wanderley Nogueira, em 30.10.2013
Comentário à publicação ‘Garrincha revisitando a vida aos 46 anos’
Ele e a Elza Soares moraram na Ilha do
Governador, onde nasci, me criei e minha família mora até hoje. Em frente à
casa deles, no Moneró, havia um campinho onde a gente jogava bola, na vã
esperança de que Garrincha pelo menos chegasse na varanda, “descobrisse” um de
nós e levasse para o Botafogo.
Algumas vezes vi Garrincha, ainda jogador
do Botafogo, chegar na barbearia de Wilson, na Estrada do Dendê, com um copinho
de cachaça na mão. Nada de cerveja, uísque ou outra coisa: com ele era cachaça
mesmo
E no Maracanã, pobres de nós,
rubro-negros. Jordan, lateral-esquerdo do Flamengo (acho que era também
passista da Mangueira), tentava marcar o Mané pulando de um lado para outro; o
demônio ficava parado, hipnotizando e de repente (cadê ele?) já tinha saído
pelo lado oposto ao pulo do lateral. Pior era o Coronel, do Vasco, que já
entrava em campo de cabeça baixa porque era o joão predileto, segundo a lenda.
Altair, do Fluminense, tentava marcar na base do carrinho, nunca deu certo.
A Ilha do Governador, na minha época de
garoto, era local de residência de muitos jogadores famosos. Sabará
(ponta-direita do Vasco, cujo filho Tilico jogava uma bola medonha), Pinga
(ponta-esquerda do Vasco, dono de um narigão indecente), Escurinho
(ponta-esquerda do Fluminense, muito veloz, risonho, andava pela rua daquele
jeito pisa-macio), Didi (morou um tempo na Ilha, acho que numa época em que
separou da Guiomar, gostava muito de passear de bicicleta), Clóvis
(quarto-zagueiro do Flu), Brito (Vasco e seleção) e outros. Sem contar o
pioneiro, o grande Nilton Santos, nascido e criado lá, e a quem tive o prazer
de encontrar aqui em Maceió há alguns anos, e dele recebi com dedicatória o
livro-depoimento Minha Bola, Minha Vida.
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