por
RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo
Mudança de treinador, 4 vitórias em 4 jogos, 7 gols marcados e 0 gols sofridos. Mais uma vez tem que se dar o benefício da dúvida, embora tantas vezes tenha acontecido, nos últimos 10 anos, que vários treinadores começaram bem e terminaram mal, sobretudo por falta de estudo e atualização sobre o futebol moderno em que a combinação de novos métodos de treinos, de preparação física, de resposta médica, de força psicológica e disciplina individual e coletiva é que produz realmente resultados, independentemente de maior ou menor talento dos jogadores.
E o chefe da orquestra, quem tem que exigir das equipes de apoio, é cada vez mais o treinador, figura central no futebol moderno, sobretudo no nosso caso porque em geral no futebol brasileiro não há craques à disposição devido à emigração e os resultados não se definem principalmente por desempenhos estritamente individuais, mas sim coletivos.
Enderson tem alguns resultados positivos no seu currículo profissional, mas os últimos anos não foram positivos e o aproveitamento das suas equipes é sofrível. De 2014 em diante, e já lá vão 7 anos, Enderson Moreira quedou-se sempre por um aproveitamento abaixo de 60%.
A verdade é que Enderson começou por aquilo que é elementar e crucial numa equipe de futebol – possuir uma defesa capaz. Recordo-me do tempo do Cuca em que o Botafogo marcava muitos gols com um futebol ofensivo e tomava outros tantos por fragilidade das defesas que armava. Quem ganha jogos são os gols marcados, mas perde-se pelos gols sofridos.
Equipes frágeis como as do Botafogo, geralmente mal construídas e mal geridas a partir do departamento de futebol, precisam de um treinador que jogue futebol prudente e arrisque em contra ataque, mudanças de flanco e deslocações em profundidade. Pode-se não gostar do futebol do Atlético de Madrid, mas como fazer para se conquistar títulos se o orçamento e o potencial de Real Madrid e Barcelona são muito maiores?...
Ontem foi um 1º tempo sofrível e um 2º tempo bastante interessante, apesar das claríssimas deficiências de criação e a dificuldade de afinação do remate. Apesar disso, o 2º tempo fluiu, houve mais objetividade, mais mudanças de flanco e mais profundidade, acabando por resultar no 2º gol que selou a partida.
Apesar das fragilidades da equipe, se Enderson levar por diante, com firmeza, o pensamento que demonstrou na coletiva de ontem, a equipe tem condições para chegar ao título da Série B. Não é fácil, porque depende sobretudo da capacidade técnica e de gestão de Enderson Moreira e pela até agora cinzenta gestão do departamento de futebol, que se espera ver melhorada o mais rapidamente possível.
Porém, se com tantas incertezas conseguimos chegar a 3 jogos do meio do campeonato com apenas 2 pontos de atraso em relação ao G4 e 5 pontos em relação à liderança, porque não admitir chegar mais longe?...
E para chegar mais longe o ‘segredo’ é simples: passar ao jogadores o lema do “jogo a jogo”, isto é, somos candidatos a vencer o próximo jogo e apenas nele nos concentrarmos com otimismo e dedicação, nada mais!
As sequências de vitórias valem pouco se forem alternadas com sequências de não vitórias: o Náutico teve uma sequência de jogos VVVVV (5 vitórias), mas agora a sequência é EVEDD… Isto é, uma média de 5 pontos em 5 jogos…
Enfim, como “gato escaldado tem medo de água fria”, mantenhamo-nos atentos e firmes, e sobretudo que a torcida não facilite e não falhe nas reclamações. E que quando reclamar o faça através de um porta-voz credível que consiga visibilidade pública para pressionar a diretoria a não seguir os caminhos ínvios dos últimos 13 anos.
Adiante pela longa reconquista que temos pela frente!
OUSAR CRIAR, OUSAR VENCER!
PS: O nosso Clube tornou a seguir o lema de que “há coisas que só acontecem ao Botafogo”, isto é, a ‘lei do ex’ funcionou, mas ao contrário: o medíocre jogador Kevin da Ponte Preta, ex-Botafogo, abriu o placar a nosso favor!
FICHA TÉCNICA
Botafogo
2x0 Ponte Preta
» Gols: Kevin, aos 31’ [contra], e Rafael Moura, aos 88’
» Competição: Campeonato Brasileiro – Série B
» Data: 08.08.2021
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro
(RJ)
» Árbitro: Rodrigo Batista Raposo (DF); Assistentes: Lehi Sousa
Silva (DF) e Lucas Costa Modesto (DF)
» Disciplina: cartão amarelo – Barreto (Botafogo); Rayan (Ponte
Preta)
» Botafogo: Diego Loureiro; Daniel Borges, Kanu, Gilvan
(Carli), Guilherme Santos; Pedro Castro (Matheus Frizzo), Barreto; Marco
Antônio (Warley), Chay (Rafael Moura), Diego Gonçalves; Rafael Navarro (Luís
Oyama). Técnico: Enderson
Moreira.
» Ponte Preta: Ivan; Kevin, Rayan, Fábio Sanches, Felipe
Albuquerque (Jean Carlos); André Luiz, Vini Locatelli; Moisés, Camilo (Fessin),
Richard (Niltinho); Josiel (João Veras). Técnico: Gilson
Kleina.
6 comentários:
Excelente comentário. Atualíssimo. De quem entende. Resumo: velocidade, passe certo e aproveitamento no contra-ataque.
E isso é tão fácil, não é, meu amigo? Mas parece que, afinal, é difícil de implementar no futebol brasileiro sem velocidade, individualista e jogando para a montra, sujeito a outras forças que boicotam os planos delinedos durante a semana... Será?...
Abraços Gloriosos.
Bela análise Caro Rui!! Ousar criar é ousar vencer..se nao me engano..parece que a estratégia de segurar o Japa e o He man no banco até os 15 minutos finais esta dando certo..nos ultimos jogos ambos foram decisivos..
PS2..pergunta elementar; o que o Moreira fara quando o Chay cansar??..o cara corre o campo inteiro..
PS3 Sim..Ha coisas que só acontecem no Botafogo..o ex Kevin participou diretamente nos dois gols..ele saiu até na foto do 2o gol..foi sinistrooo..eu estava assistindo o jogo..quando o.He man entrou..pensei.forte...hj ele desencanta..deu certo.rss..Abraços gloriosos meu caro
Olá, Filipe! Confesso que não sei se é estratégia ou, pelo menos no caso do R. Moura, se se trata de uma preparação gradual para assegurar um ritmo evoluitivo adequado.
Em todo o caso, o que vale é que funcione!
PS: Gostei muito de ver jogar o Kevin, o 'craque do reverso'... (rsrsrs)
Abraços Gloriosos, companheiro!
Hahahhahahha
Rindo alto pelo craque do reverso, muito alto! Hahaahahahah
Leymir, nem consegue calcular como esse Kevin foi ruim no Botafogo e como é ruim na Ponte Preta. Além do gol contra esteve na jogada do segundo gol numa inação característica das suas atuações. A coisa vai ficar preta para a Ponte... (rsrsrs)
Grande braço!
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