Na Alemanha, país do qual não sou apreciador, há
apenas três coisas que gosto: a Catedral de Colónia, a Ópera de Berlim e… o
Sankt Pauli!
Foi
publicado um texto sobre o clube, que reproduzo em seguida (endereço no fim da página). Faço notar que
acrescentarei ao texto uma nota do meu querido amigo Danilo Paiva, a qual se
encontra entre parêntesis retos. Ambos gostamos do clube. Segue o texto…
“O clube alemão da cidade de Hamburgo acabou de lançar
uma torradeira que deixa um dos símbolos do time na própria torrada. No café da
manhã, o fanático torcedor do alternativo clube alemão poderá degustar uma
deliciosa torrada com a marca do seu time preferido e esquecer que seu time
encontra-se na décima terceira posição da segunda divisão alemã (Bundesliga 2).
Saiba mais sobre o Sankt Pauli em um post de 2010, ano
do centenário do time e de sua promoção à primeira divisão do campeonato
alemão.
Um Red Light District
O time leva o nome do bairro onde está sediado desde a
sua criação, na cidade de Hamburgo, norte da Alemanha. Conhecido por ser um Red
Light District (bairro da luz vermelha), o local abriga sex shops, casas de prostituição,
teatros, discotecas e bares.
É conhecido por receber faz muito tempo os marinheiros
ávidos e sedentos pelos prazeres carnais depois de meses no mar.
Hoje em dia, o bairro tem como seu ponto alto a famosa
rua Reeperbahn, repleta de casas de stripers,
bordéis e um museu do sexo. É lá também que se encontra o ilustre Star Club, onde os Beatles, no começo
dos anos 60, ainda desconhecidos, tocavam.
Por lá já passaram também Jerry Lee Lewis, Jimi
Hendrix, Ray Charles e tantos outros astros do Rock.
É nesse ambiente que vive o St. Pauli. Parodiando o
filosofo iluminista: O clube é o reflexo de seu meio. Seus torcedores compostos
por punks, rockeiros, artistas e gays compõem a paisagem do estádio
Millerntor, junto à fumaça dos cigarros de maconha e das bandeiras com caveiras
de pirata, símbolo do clube.
Militantes libertários ou de extrema esquerda, todos
se unem nos valores defendidos pelo clube desde a sua criação em 1910. No seu
estatuto está determinado que antes de mais nada o Sankt-Pauli é um clube
anti-racista e antifascista.
Rivalidades
O St. Pauli, clube mais sui generis de toda a história do futebol mundial, completou 100
anos em 2010.
Além da rivalidade com o Hamburgo, o St. Pauli tem
como principais adversários o Bayern de Munique e o Hansa Rostock.
O time de Munique é considerado pelos habitantes de
Hamburgo o expoente do capitalismo da rica Baviera. Eles encaram o confronto
como o jogo do time de esquerda, do norte e protestante, contra um dos mais
ricos clubes do mundo, localizado no sul da Alemanha, região composta por
maioria católica.”
[Danilo Paiva: Em
linhas gerais, o texto está bom. A única coisa que deve ser destacada é que
essa parte do "norte protestante x sul católico" não é,
absolutamente, levada em consideração na rivalidade com o Bayern München. A
"rivalidade" com o Bayern se dá muito por conta da diferença entre o
poder dos dois times, um gigante milionário contra um clube que se orgulha em
ser pequeno e independente. Se a torcida do St. Pauli se preocupasse com rixas
religiosas e se considerasse parte do "norte protestante", jamais
poderia ser aliada da torcida do Celtic. Nessa rivalidade com o Bayern, um capítulo
especial ocorreu em 2002: o Bayern era campeão europeu e mundial, mas foi
derrotado, no Millerntor, por 2x1, pelo St. Pauli. Até hoje vendem camisas na
loja do clube, com a data do jogo e escrito: St. Pauli: Weltpokalsiegerbesiger
(St Pauli: vencedor do campeão do mundo). Video dos gols do jogo: http://www.youtube.com/watch?v=QtxVtRU3AMQ. A a torcida do Bayern também não é, de forma
geral, racista e de direita. É comum, inclusive, ver uma faixa "Ultras
gegen rassismus" (ultras contra o racismo) nos jogos do Bayern. Depois do
Botafogo, o St. Pauli é o time mais legal do mundo.]
“A briga com o Hansa Rostock é outra. O time da ex-Alemanha
Oriental tem muitos torcedores neonazistas.
Este jogo é considerado o mais perigoso do país.
The Rebel’s choice
Não só de rivalidades vive o St. Pauli. Os torcedores
do time de Hamburgo têm uma amizade fraternal com os seus homólogos escoceses
do Celtic de Glasgow. A união das duas torcidas é chamada de The Rebel’s choice
(a escolha rebelde).
O ilustre senhor Corny
Em 2002, Cornelius Littman, ou simplesmente Corny,
assumiu a presidência do clube.
Homossexual assumido, Corny é artista e dono de um
cabaré no bairro, o Schmidt Theater.
Este emblemático personagem de Hamburgo conseguiu
conciliar as obrigações do futebol moderno com o desejo de seus torcedores de
manter as tradições da instituição.
Corny deu algumas pinceladas capitalistas na gestão do
clube, que pagou uma enorme dívida.
Deu início também à modernização do estádio
Millerntor. Conciliou o desejo de seus torcedores de manter a maioria dos
lugares em pé com preços baixos e construiu camarotes caros para quem deseja
mais conforto.
O bom trabalho de Corny foi premiado com a primeira
divisão da bundesliga no ano de seu centenário.
É lógico que a festa não podia ser banal.
No dia 9 de maio deste ano, logo após o apito final do
último jogo da segunda divisão, os jogadores do St. Pauli entraram no vestiário
e voltaram alguns minutos depois com as camisas de seus futuros adversários da
Bundesliga.
A paródia de um jogo entre o Sankt-Pauli e o All Stars
da Bundesliga foi idealizada e dirigida por Corny.
O rockeiro St. Pauli
Nos jogos em casa, o time entra em campo ao som de
“Hells Bells do grupo AC/CD.”
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