terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sankt Pauli: um clube verdadeiramente diferente


Na Alemanha, país do qual não sou apreciador, há apenas três coisas que gosto: a Catedral de Colónia, a Ópera de Berlim e… o Sankt Pauli!

Foi publicado um texto sobre o clube, que reproduzo em seguida (endereço no fim da página). Faço notar que acrescentarei ao texto uma nota do meu querido amigo Danilo Paiva, a qual se encontra entre parêntesis retos. Ambos gostamos do clube. Segue o texto…

“O clube alemão da cidade de Hamburgo acabou de lançar uma torradeira que deixa um dos símbolos do time na própria torrada. No café da manhã, o fanático torcedor do alternativo clube alemão poderá degustar uma deliciosa torrada com a marca do seu time preferido e esquecer que seu time encontra-se na décima terceira posição da segunda divisão alemã (Bundesliga 2).

Saiba mais sobre o Sankt Pauli em um post de 2010, ano do centenário do time e de sua promoção à primeira divisão do campeonato alemão.

Um Red Light District

O time leva o nome do bairro onde está sediado desde a sua criação, na cidade de Hamburgo, norte da Alemanha. Conhecido por ser um Red Light District (bairro da luz vermelha), o local abriga sex shops, casas de prostituição, teatros, discotecas e bares.

É conhecido por receber faz muito tempo os marinheiros ávidos e sedentos pelos prazeres carnais depois de meses no mar.

Hoje em dia, o bairro tem como seu ponto alto a famosa rua Reeperbahn, repleta de casas de stripers, bordéis e um museu do sexo. É lá também que se encontra o ilustre Star Club, onde os Beatles, no começo dos anos 60, ainda desconhecidos, tocavam.

Por lá já passaram também Jerry Lee Lewis, Jimi Hendrix, Ray Charles e tantos outros astros do Rock.

É nesse ambiente que vive o St. Pauli. Parodiando o filosofo iluminista: O clube é o reflexo de seu meio. Seus torcedores compostos por punks, rockeiros, artistas e gays compõem a paisagem do estádio Millerntor, junto à fumaça dos cigarros de maconha e das bandeiras com caveiras de pirata, símbolo do clube.

Militantes libertários ou de extrema esquerda, todos se unem nos valores defendidos pelo clube desde a sua criação em 1910. No seu estatuto está determinado que antes de mais nada o Sankt-Pauli é um clube anti-racista e antifascista.

Rivalidades

O St. Pauli, clube mais sui generis de toda a história do futebol mundial, completou 100 anos em 2010.

Além da rivalidade com o Hamburgo, o St. Pauli tem como principais adversários o Bayern de Munique e o Hansa Rostock.

O time de Munique é considerado pelos habitantes de Hamburgo o expoente do capitalismo da rica Baviera. Eles encaram o confronto como o jogo do time de esquerda, do norte e protestante, contra um dos mais ricos clubes do mundo, localizado no sul da Alemanha, região composta por maioria católica.”

[Danilo Paiva: Em linhas gerais, o texto está bom. A única coisa que deve ser destacada é que essa parte do "norte protestante x sul católico" não é, absolutamente, levada em consideração na rivalidade com o Bayern München. A "rivalidade" com o Bayern se dá muito por conta da diferença entre o poder dos dois times, um gigante milionário contra um clube que se orgulha em ser pequeno e independente. Se a torcida do St. Pauli se preocupasse com rixas religiosas e se considerasse parte do "norte protestante", jamais poderia ser aliada da torcida do Celtic. Nessa rivalidade com o Bayern, um capítulo especial ocorreu em 2002: o Bayern era campeão europeu e mundial, mas foi derrotado, no Millerntor, por 2x1, pelo St. Pauli. Até hoje vendem camisas na loja do clube, com a data do jogo e escrito: St. Pauli: Weltpokalsiegerbesiger (St Pauli: vencedor do campeão do mundo). Video dos gols do jogo: http://www.youtube.com/watch?v=QtxVtRU3AMQ. A a torcida do Bayern também não é, de forma geral, racista e de direita. É comum, inclusive, ver uma faixa "Ultras gegen rassismus" (ultras contra o racismo) nos jogos do Bayern. Depois do Botafogo, o St. Pauli é o time mais legal do mundo.]

“A briga com o Hansa Rostock é outra. O time da ex-Alemanha Oriental tem muitos torcedores neonazistas.

Este jogo é considerado o mais perigoso do país.

The Rebel’s choice

Não só de rivalidades vive o St. Pauli. Os torcedores do time de Hamburgo têm uma amizade fraternal com os seus homólogos escoceses do Celtic de Glasgow. A união das duas torcidas é chamada de The Rebel’s choice (a escolha rebelde).

O ilustre senhor Corny

Em 2002, Cornelius Littman, ou simplesmente Corny, assumiu a presidência do clube.

Homossexual assumido, Corny é artista e dono de um cabaré no bairro, o Schmidt Theater.

Este emblemático personagem de Hamburgo conseguiu conciliar as obrigações do futebol moderno com o desejo de seus torcedores de manter as tradições da instituição.

Corny deu algumas pinceladas capitalistas na gestão do clube, que pagou uma enorme dívida.

Deu início também à modernização do estádio Millerntor. Conciliou o desejo de seus torcedores de manter a maioria dos lugares em pé com preços baixos e construiu camarotes caros para quem deseja mais conforto.

O bom trabalho de Corny foi premiado com a primeira divisão da bundesliga no ano de seu centenário.

É lógico que a festa não podia ser banal.

No dia 9 de maio deste ano, logo após o apito final do último jogo da segunda divisão, os jogadores do St. Pauli entraram no vestiário e voltaram alguns minutos depois com as camisas de seus futuros adversários da Bundesliga.

A paródia de um jogo entre o Sankt-Pauli e o All Stars da Bundesliga foi idealizada e dirigida por Corny.

O rockeiro St. Pauli

Nos jogos em casa, o time entra em campo ao som de “Hells Bells do grupo AC/CD.” 
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