domingo, 19 de setembro de 2021

Botafogo 3x1 Náutico – a desforra do turno gol a gol

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

Já não me lembro de uma campanha assim, seja em que competição for: 10 vitórias, 1 empate e 1 derrota, 86% de aproveitamento.

Realço, mais uma vez, a importância de os treinadores fazerem muita diferença. A mesma diretoria, a mesma equipe e a única variável que mudou foi a comissão técnica.

A mudança foi de tal modo radical que os meus amigos, e eu próprio, sempre receosos do Botafogo levar viradas e perder jogos nos quais saía em vantagem, agora é o inverso: a equipe leva um gol, mas os torcedores veem como os atletas continuam determinados em campo e acreditamos mesmo é na virada a nosso favor. Como ontem.

No futebol como na vida, se a cascata flui, a alegria é intensa e a energia enorme; se a cascata começa a secar, o desapontamento não anima o regresso à cascata, cuja tendência é secar dia após dia ante os nossos olhos desanimados.

Foram 15 minutos de Náutico e depois 75 minutos de Botafogo: a procura do empate, o gol que foi acompanhado de alguma sorte, embora a intenção tenha sido claríssima de gol fora da área, e a virada.

Virada logo no início da segunda parte para não restarem dúvidas sobre o vencedor e tranquilizar-se a equipe, apesar da vantagem mínima. E Navarro tratou de sacramentar. A alegria desta equipa faz sorrir. E que nos faça sorrir até ao fim, embora tenhamos que estar preparados para algum revés inesperado.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 3x1 Náutico

» Gols: Luís Oyama, aos 40’, e Rafael Navarro, aos 50’ e 90+6’ (Botafogo); Jean Carlos, aos 8’ (Náutico)

» Competição: Campeonato Brasileiro – Série B

» Data: 18.09.2021

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP); Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Gustavo Rodrigues de Oliveira (SP); VAR: Fabrício Porfírio de Moura (SP)

» Disciplina: cartão amarelo – Camutanga, Bryan e Djavan (Náutico)

» Botafogo: Diego Loureiro; Daniel Borges, Kanu, Gilvan (Lucas Mezenga) e Carlinhos; Pedro Castro (Luís Oyama), Barreto e Chay (Luiz Henrique); Warley (Diego Gonçalves), Marco Antônio (Kayque) e Rafael Navarro. Auxiliar Técnico: Luís Fernando Flores.

» Náutico: Alex Alves; Hereda, Camutanga, Rafael Ribeiro e Bryan (Murillo); Matheus Trindade (Guilherme Nunes), Djavan (Júnior Tavares) e Jean Carlos; Luiz Henrique (Giovanny), Vinicius e Iago Dias (Marciel). Técnico: Marcelo Chamusca.

6 comentários:

Sergio disse...

Surpreendente a mudança de postura do time do Botafogo. Há muito não via no Botafogo time com confiança, esquema, força e confiança. Parabéns ao Enderson Moreira e comissão técnica pela mudança de atitude, parece outro time com outro elenco, bem diferente do treinador anterior, eu diria dos treinadores anteriores.
Em outro comentário escrevi a aquela famosa frase de que sem ovos não se faz omelete, mas muito pior é ter ovos mesmo não sendo excelentes e não conseguir fazer um omelete e nem um ovinho mexido. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Isso, Sergio, o elenco é mediano e aquém das necessidades da Série A, mas para a Série B parece-me que tem condições de fazer brilharetes. Eu insisto sempre na necessidade de os treinadores brasileiros se formarem num mundo futebolístico onde os métodos mudaram radicalmente em todos os aspectos, seja táticos, técnicos, físicos, alimentares, etc. E creio que cada vez mais os treinadores fazem realmente a diferença.No caso do Enderson, a grande diferença parece residir numa postura simultaneamente orgulhosa e humilde, humilde na preparação da equipe, orgulhosa nos resultados obtidos. Sem inventar!

Curisosamente, alguns treinadores que por um tempo inicial deram certo no Botafogo, não inventavam. Quando se enchiam de vaidade inventavam e começavam a perder. Desejo e espero que isso não aconteça agora. Talvez Enderson, depois de Covid em janeiro e procdimento cirurgico após enfarte em maio, tenha percebido que há fórmulas de levar a vida com serenidade e bons resultados.

A única variável que mudou foi a comissão técnica, que com o mesmo plantel, o mesmo departamento de futebol e a mesma diretoria, virou uma quipe triste e derrotada para uma equipe alegre e vencedora.

Abraços Gloriosos.
Abraços Gloriosos.

Adauto Oliveira disse...

Perfeito!!!!

Ruy Moura disse...

Adauto, se esta campanha continuar, mesmo com alguma queda natural em certo momento do percurso, podemos sonhar com um 2022 bastante mais promissor na Série A. Desde que haja criatividade na diretoria e que o departamento de futebol e a comissão técnica não 'inventem' contratações 'estranhas' nem estratégias e técnicas em campo desadequadas do perfil do elenco.

Abraços Gloriosos.

Eduardo Samico disse...

Caro Ruy. Interessante como o sentimento que você teve durante o jogo, relatado em seu terceiro parágrafo acima, foi o mesmo que eu tive.

Sofremos o gol, mas me mantive sereno e acreditando que a virada seria questão de tempo. Poderia até não ocorrer, mas esperanças havia, ao contrário de inúmeras outras situações, especialmente na fatídica campanha da temporada 20/21 e, após, na triste era Chamusca. Ali, via o Botafogo sofrer um gol e não via forças ou capacidade para o time lograr reverter o marcador.

E, da mesma forma, vencendo agora por um gol de diferença encontrava-me tranquilo, sem recear o fatídico gol de empate, tão comum em outros tempos.

Realmente, é impressionante a mudança operada pelo Enderson Moreira e a nova comissão técnica. De um time cuja tibieza assombrava passamos a um que transmite segurança e confiança aos seus torcedores e demonstra inabalável vontade de vencer.

Abs.

Ruy Moura disse...

Caro Eduardo, chama-se a isso capacidade de sentir a alma da equipe. Nó sentimos a alma da equipe e praticamente sabemos o que vai acontecer. Não há razão nem emoção que o explique. É o sentir da alma que desvenda o dinamismo que vai nas outras almas.

Grande e Glorioso Abraço.

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