domingo, 3 de outubro de 2021

Botafogo 1x2 Avaí

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

Perder em casa, de virada, jogando mal, após uma campanha prometedora, desanima os torcedores. Mas pior do que isso é quando um treinador se oferece ao luxo de discutir com a torcida. Como diz um amigo meu, das duas, três: ou não tem capacidade de controle emocional exigível a qualquer pessoa no seu lugar, ou começa a desbravar o caminho da saída do Clube, ou inicia um mal-estar entre torcida por um lado e comissão técnica e jogadores por outro, cujo resultado poderá ser a queda do G-4.

Em qualquer dos casos, Enderson simplesmente aumentou a tensão fora das quatro linhas quando, em boa verdade, as últimas más exibições da equipe justificam as críticas e exigem reflexão profunda da comissão técnica e do plantel, porque está em causa a absoluta necessidade de regressarmos à elite do futebol brasileiro, sob pena de fazermos companhia ao Cruzeiro como freguês continuado da Série B.

Uma coisa se depreende da atitude de Enderson: sabe pouco ou nada sobre a torcida botafoguense. E devia saber, especialmente quando se é convidado para uma casa que não é a sua. Um pedido de desculpas pelo seu excesso emocional talvez caísse bem entre os torcedores. Afinal, todos podemos errar, mas devemo-nos exigir a capacidade de reconhecer e emendar.

Perder fora é admissível, perder em casa, de virada, para quem quer subir de divisão, é bastante mau, e qualquer treinador capaz deve ter a humildade de o reconhecer e esmiuçar as razões reais da equipe descer de produção e não apresentar a mesma vontade de há umas semanas. Ora, a vontade não depende de boa ou má forma, a vontade é a vontade em qualquer circunstância, favorável ou adversa.

Dito isto, não me apetece falar mais destes três pontos desbaratados.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x2 Avaí

Gols: Diego Gonçalves, aos 48’ (Botafogo); Jean Cléber, aos 61', e Bruno Silva, aos79’ (Avaí)

» Competição: Campeonato Brasileiro – Série B

» Data: 02.10.2021

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Árbitro: Jefferson Ferreira de Moraes (GO); Assistentes: Cristhian Passos Sorence (GO) e Tiago Gomes da Silva (GO); AR: Vinícius Furlan (SP)

» Disciplina: cartão amarelo – Barreto (Botafogo)

» Botafogo: Diego Loureiro; Daniel Borges (Ênio), Carli, Gilvan, Carlinhos; Luís Oyama, Barreto; Marco Antônio (Rafael), Chay, Diego Gonçalves (Warley); Rafael Navarro. Técnico: Enderson Moreira.

» Avaí: Glédson; Edílson, Alemão, Betão, Diego Renan; Bruno Silva, Lourenço (Valdívia), Jean Cléber (Wesley); Copete (Renato), Jonathan (Rômulo), Vinícius Leite (Jadson). Técnico: Claudinei Oliveira.

2 comentários:

Filipe disse...

Perfeita sintese Caro Rui,
Em relação ao nosso técnico, além da falta de humildade para com os torcedores, estou preocupado quando este afirma publicamente " o que aconteceu com a gente, 10 vitorias seguidas, foi ponto fora da curva" e ou nas coletivas pos derrotas, prefere atribuir qualidade aos rivais do que atacar os erros do time, como se os bons resultados colhidos até entao fossem obra do acaso..enfim..se ele souber reconhecer o erros, as derrotas para CSA e Avai servirao para apontar caminhos e elevar a qualidade do time,lembro do exemplo do Corinthias em 2015, fez uma sequencia invicta em todo o 1o turno e perdeu a invencibilidade para um.time do.Z4, no inicio do returno, em casa, com estadio lotado, nao foi obra do acaso, foi estudo, estratégia..depois disso o Corinthias corrigiu a rota e foi Campeao..com toda a humildade, penso que o nosso Botafogo ainda nao está em condições de propor o jogo em 100% das partidas em casa. No jogo contra o Avai, houve super exploracao de faltas taticas por parte do Rival e não tinhamos um plano B..dentre outras falhas..enfim..a lição de casa para a equipe técnica..estudar os adversarios..voltaremos a vencer..ainda acredito !!
Saudações gloriosas amigo

Ruy Moura disse...

Concordo inteiramente, Filipe. É como se os treinadores se deslumbrassem com o primeiro milho e fossem no embalo do sucesso. Entre outro, lembro-me bem do Ney Francohá uns anos ter pegado o Botafogo em desgraça e emplacado 14 jogos de invencibilidade, e depois foi o descalabro.

No futebol brasileiro não há regularidade coletiva, individual ou de técnicos. Técnicos que tanto fazem a magnífica campanha inical do líder Náutico como despencam até próximo do Z4. Falta qualidade e, sobretudo, capacidade de avaliação e discernimento dos técnicos. Na verdade, talvez existam uns 3 técnicos realmente aceitáveis, isto é, regulares e discernentes. A maioria fala disparates, foge às realidades, não tem sistema de jogo consistente, encontra desculpas nos árbitros, nas torcidas, nos gramados, no vento forte, enfim...

Tendo em consideração que a parte melhor do futebol brasileiro (os jogadores) vai toda para a Europa jogar nos grandes clubes da atualidade, o futebol brasileiro de clubes levará décadas para se recompor.

Ou então ficamos todos contentinhos com o jargão de "o campeonato brasileiro é o mais competitivo do mundo". Pois... sim, se considerarmos que a sua competitividade deve-se à mediocridade e falta de consistência dos clubes, que de tão nivelados por baixo são capazes de ser bicampeões brasileiros como o Cruzeiro (2013 e 2014) e 5 anos depois desce à Série B e prepara-se para passar o 3º ano nela (2020, 2021 e... 2022!).

Abraços Gloriosos.

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