Didi, o ‘Príncipe Etíope’

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Valdir Pereira, o ‘Didi’, nasceu a 8 de Outubro de 1928, em Campos (Rio de Janeiro), e faleceu a 12 de Maio de 2001. Didi foi meio campista e destacou-se no Botafogo como um craque genial.

Estreia de Didi pelo Botafogo:

BOTAFOGO 2x1 AMERICANO
Data: 11/03/1956
Local: Campos dos Goytacazes (RJ)
Árbitro: Reinaldo Serra
Competição: Amistoso
Gols: João Carlos (1° tempo); Didi e Fubá (2° tempo)
Botafogo: Pereyra Natero, Domício e N. Santos; Orlando Maia, Bob (Juvenal) e Pampolini; Garrincha, João Carlos (Gato), Alarcón (Mário), Didi e Rodrigues (Quarentinha).
Americano: Luiz, Jorge Ramos e Naime; Marreca, Cidinho e Nílton; Fubá, Carlinhos, China, Zuza e Arturzinho. [Fontes: Jornal dos Sports e O Globo]

Despedida de Didi pelo Botafogo:

BOTAFOGO 3X0 MONTERREY-MEX
» Gols: Didi (de falta) 1', Gerson 66' e Elton 70'

» Competição: Amistoso

» Data: 24/02/1965
» Local: Estádio Tecnológico, em Monterrey (México)
» Data: 24/02/1965
» Botafogo: Hélio Dias (Lalá), Mura, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton e Gérson; Jairzinho, Bianchini (Adevaldo), Didi (Sicupira) e Roberto (Zagallo). Técnico: Geninho.

» Monterrey: Bárron, Molina, Bazán e Terrón (Rulo Vásquez); Lama e Nélson; Vázquez, Fello (Vevé), Neco, Rubini e Avilán. Técnico: Hugo Inego. [Fonte: El Informador (México), 25/02/1965, pp. 1 e 12-B]

COMPETIÇÕES, JOGOS, GOLS
Amistosos e Torneios (1956 a 1962 e 1964 a 1965): 166 jogos e 41 gols
Camp. Carioca (1956 a 1958, 1960 a 1962 e 1964): 119 jogos e 60 gols
Torneio Rio-SP (1957 a 1959 e 1961 a 1962): 28 jogos e 13 gols
TOTAL: 313 jogos e 114 gols

Pelo Botafogo, Didi disputou 313 partidas, marcou 114 gols e conquistou três Campeonatos Cariocas (1957, 1961 e 1962), Torneio Rio-São Paulo (1962) e Torneio Pentagonal do México (1962). Pelo ‘escrete canarinho’ conquistou duas Copas do Mundo (1958 e 1962), tendo sido eleito o melhor jogador na Copa de 1958. No tempo do Botafogo foi internacional ‘canarinho’ em 53 jogos e fez 18 gols, sagrando-se bicampeão mundial (1958-62). No total da carreira, Didi foi internacional ‘canarinho’ em 74 jogos, 68 dos quais oficiais, marcando 21 gols. Participou nas Copas do Mundo de 1954, 1958 e 1962.

Didi também jogou pelo Americano, Madureira, Fluminense (campeão carioca em 1951), Real Madrid e São Paulo. Mais tarde tornou-se treinador de vários clubes: Sporting Cristal e Alianza Lima (Peru), Vera Cruz (México), River Plate (Argentina), Fernerbache (Turquia) AL – Ahli (Arábia Saudita), Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Bangu (Brasil).

Como treinador obteve três títulos de campeão nacional pelo Sporting Cristal, cinco pelo Fenerbahce, três Copas do rei e um campeonato do Golfo pelo Al-Ahli Club Jeddah (Arábia Saudita)

Didi foi um meia armador clássico, inteligente e absolutamente ‘frio’ a jogar. A sua fama iniciou-se em 1950 quando rubricou o primeiro gol do Maracanã, na derrota dos cariocas para os paulistas por 2x1.

A sua mestria na arte de jogar futebol foi exaltada pela sua classe e elegância, tornando-se unânime a avaliação sobre a sua habilidade e liderança em campo. A sua fama cresceu ainda mais quando inventou a ‘folha seca’, um estilo de cobrança de falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo. Numa cobrança de falta nesse estilo, a bola pairou no ar, mudou de caminho e entrou na baliza adversária – o Brasil acabara de se classificar para a Copa do Mundo de 1958 com uma vitória por 1x0 sobre o Peru, nas eliminatórias de 1957.

Voltou da Copa do Mundo de 1958, na Suécia, consagrado como o melhor jogador pela crítica internacional e como um craque de grande personalidade em campo.

O ‘Príncipe Etíope’, como passou a ser conhecido, fora a maior transacção da época, tendo sido comprado pelo Botafogo, em 1956, por 1,85 milhões de cruzeiros. Depois da Copa de 1958 foi para o Real Madrid, mas Di Stefano e companhia boicotaram-no, tendo regressado ao Botafogo em 1961, ainda a tempo de conquistar novos títulos pelo clube em que se imortalizou.

Didi, Heleno de Freitas, Mané Garrincha e Nilton Santos constituem o quarteto dos deuses do futebol botafoguense. Muitos outros foram grandes craques, mas o quarteto está mais acima – no Olimpo de General Severiano.

Referências:
Acervo e pesquisa de Rui Moura, Pedro Varanda, Gunter de Moura