sábado, 23 de dezembro de 2017

Requiem a uma diretoria ainda por empossar

O editor do blogue escreveu, ao longo dos anos, artigos de fundo sobre a vida do Botafogo e, em especial, sobre as suas oportunidades, ameaças, limitações e potencialidades.

Nunca criticou por criticar e sem avançar com ideias e soluções. Durante anos muitos dirigentes do Botafogo eram leitores do blogue e certas medidas tomadas a seguir a sugestões nossas prediziam que valia a pena continuar nessa linha.

Porém, ano após ano os mesmos erros regressaram à ribalta do nosso cotidiano Clubista e os erros de palmatória continuaram a suceder-se de tal modo que a desmotivação em escrever sempre sobre o mesmo, renovado sucessivamente o apelo às mesmas soluções para os mesmos erros repetidos, cansou o editor e tornou-se inútil do ponto de vista prático.

O final tristonho de 2017, após um início fulgurante e um comportamento em campo muito relevante, eis que novos erros se sucederam em cima dos que já eram feitos, os jogadores afrouxaram o seu foco e ficamos fora da Libertadores de um modo absolutamente infantil, elementar, injusto e imperdoável.

E, contudo, durante todo ano, o Mundo Botafogo foi alertando, nos seus comentários às partidas de futebol, que era absolutamente necessário tomar duas medidas relevantíssimas: mover o gerente de futebol, Antônio Lopes, para fora do departamento, e mover o Vice-presidente de futebol, em acumulação, novamente para a sua função de Vice-presidente do Remo (já que aí a enorme qualidade da direção e da comissão técnica da modalidade não permitem os erros sucessivos do seu Vice-presidente).

A ação do gerente de futebol foi altamente perniciosa em contratações absurdas de atletas que não chegaram a jogar, ou pouco jogaram, e influenciou negativamente outras ações que deveriam ter sido tomadas. Quanto ao Vice-presidente, as sucessivas ‘furadas’ em declarações públicas e internas conduziram a mal estar e a situações insustentáveis.

Em final de ano, o Vice-presidente de futebol deixa a sua função e o contrato do gerente de futebol não é renovado. Haverá prova maior da influência negativa de ambos no desempenho dos seus cargos que agora deixam de exercer?

Talvez fosse interessante que a nova diretoria começasse a frequentar mais o Mundo Botafogo e as suas análises…

E, todavia, quase certamente a diretoria vai deixar escapar Jair Ventura, o maior responsável pelo nosso brilharete na Copa Libertadores da América, muito embora ainda cometa erros importantes a corrigir e que se pode atribuir a inexperiência de um jovem treinador às vezes sem a humildade suficiente para reconhecer erros. Mas para quem fez o seu primeiro ano como treinador parece-me que é uma ‘promessa’ a considerar nessa qualidade, ainda mais quando se sabe que só existem três, no máximo quatro, treinadores acima da mediania medíocre que existe no futebol brasileiro nessa profissão (comprovada pela inexistência de chamada de treinadores brasileiros ao exterior e sem nunca terem conquistado títulos significativos no exterior) e aos quais o Botafogo não pode pagar os altos salários reivindicados.

Mas o Botafogo é assim: a Taça correspondente à sua única grande conquista internacional oficial desapareceu. Braz Pepe, em tempos, procedeu à notável tarefa de resgatar troféus que estavam abandonados ao sol, à chuva e ao vento num quintal qualquer. Recuperou 300, entre os quais o troféu do simbólico Campeonato Carioca de 1989, imagine-se! Agora temos um artesão a recuperar a Taça da CONMEBOL, conquistada em 1993, concluindo mais um projeto de resgate ao centro de memória de General Severiano.

Ou como afirmou cristalinamente Augusto Frederico Schmidt em conversa com Santhiago Dantas, “O Botafogo tem a vocação do erro”.

E como não bastasse sermos amadores e desleixados com o nosso próprio patrimônio, fala-se que uma das hipóteses para treinador é Jorginho, ex-adjunto de Dunga (!), e para diretor executivo Anderson Barros, figura de má memória das diretorias do execrável Maurício Assumpção.

Alias, uma diretoria que faz artimanhas à moda de Putin, mudando presidente para vice-presidente e vice-versa e assumindo-se como muito transparente e contra a reeleição de diretorias, permite-nos arriscar a possibilidade de, desta vez, nem os deuses de futebol nos salvarem!

PS: O grande destaque destes anos vai para o notável trabalho de Manoel Renha, que só não é presidente consensual do nosso Clube porque não quis assumir o risco.

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