domingo, 30 de junho de 2024

Botafogo 1x1 Vasco da Gama - dois pontos perdidos...

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Jogo ruim de parte a parte; oportunidade perdida. Bastos acrescentou dois pontos ao empate em 0x0; as substituições e a ‘ajuda’ de John retiraram os dois pontos num empate sofrível.

Em minha opinião, em nenhum momento da partida houve uma jogada realmente digna de bom futebol. Os ataques não funcionaram, os meios-campos não criaram e os goleiros facilitaram os dois gols num triste 1x1 em São Januário.

Depois de duas belas jogadas que nos deram a vitória sobre o Bragantino – também sem jogarmos bom futebol no restante tempo – eis que a dupla Eduardo / Tiquinho regressou à normalidade dos últimos tempos e acompanhou a equipe no tristonho desempenho de ontem.

Um início de jogo com o Botafogo trocando passes no campo adversário, sem nenhum sentido de gol, nem remates que valessem qualquer destaque. O 1º foi de Luiz Henrique fora da área por volta dos 13’; saiu rasteiro e frouxo para as mãos do goleiro.

Entretanto o jogo ficou truncado com perdas de bola de parte a parte, falta de capacidade para domínio da bola, passes demasiado longos, atacantes excessivamente atrasados, remates (poucos) sem direção à baliza, enfim, o costume de muitas e tantas peladas do Brasileirão, apesar do Vasco permitir grandes espaços de penetração porque o seu meio-campo e a defesa não se articulavam capazmente.

O resultado foi um 1º tempo muito truncado e consequentemente equilibrado na falta de qualidade a diversos níveis, designadamente a constante perda de bola. Alguns cruzamentos poderiam ter criado oportunidades, mas Cuiabano cruzou diversas vezes com a bola quase junto ao chão, tornando-se presa fácil da zaga vascaína.

O Botafogo esteve mais próximo da área vascaína a partir dos 32’, mas nada de claramente objetivo aconteceu.

Eventuais chances de gol: num caso Tiquinho não conseguiu o domínio da bola; noutro caso Luiz Henrique adiantou tanto a bola que acabou nas mãos do guardião, quando poderia ter ficado cara a cara com um toque mais suave.

Na verdade, a melhor chance de gol foi aos 38’ quando Maicon cabeceou contra a própria baliza, tendo a bola saído ao lado do poste…

De realçar que por volta da meia hora de jogo Tchê Tchê sofreu uma biqueirada imprudente e poderia ter saído fraturado na jogada, porém, nem o amarelo lhe foi mostrado, talvez porque o árbitro ficou em dúvida entre o amarelo e o vermelho e, em caso de dúvida, preferiu fechar os olhos à jogada. A ruindade das arbitragens também prejudica muito o futebol, porque não pune com cartões vermelhos diversas casos flagrantes, permitindo aos atletas sentirem-se impunes para exagerar nas faltas.

Na 2ª parte o Botafogo melhorou um pouco, mas as duas equipes mostraram imensa dificuldade quanto à eficácia dos seus ataques com a bola rolando no gramado e apostavam no jogo aéreo. E foi assim que, em cobrança de escanteio, Bastos tornou a faturar inaugurando o marcador com a ‘ajuda’ do goleiro vascaíno, cuja bola lhe passou entre as mãos.

Seis minutos volvidos, com o Vasco sem capacidade de penetração, eis que Artur Jorge decidiu efetuar três substituições de uma assentada, acabando por apostar em substituir toda a linha de ataque e 2/3 do meio campo ao fazer entrar Danilo Barbosa, Patrick de Paula e Kauê para os lugares de Marlon Freitas, Luiz Henrique e Eduardo.

E não deu outra coisa se não o empate. O Botafogo, que recuara após marcar o gol, recuou ainda mais, e quatro minutos após as referidas três substituições finais, em bola aérea, e com a ‘ajuda’ de John que saltou atrasado para intercetar a bola, Vegetti deu números finais ao placar. Ambas as equipes com pouco fôlego, e aparentemente conformadas com o resultado, nada mais fizeram até ao apito final.

Algumas notas individuais:

John vai ter que treinar mais para sair debaixo dos postes e antecipar-se ao jogo aéreo, além de avançar demasiado no terreno e sujeitar-se a golaços do meio-campo; Cuiabano, que tem algumas falhas técnicas elementares, precisa melhorar muito o critério dos seus cruzamentos e dos seus remates porque tem algumas virtudes atacantes, incluindo a de marcar gols; Luiz Henrique continua sem dizer ao que veio, parecendo-se muito com o desempenho de Martín Segóvia – muita parra e pouca uva.

Eduardo e Tiquinho são fáceis de analisar: compare-se o que jogaram contra o Bragantino, equipe forte, com o que jogaram contra o Vasco, equipe visivelmente fraca. Não se compreende…

Quanto a AJ, confiou demais que recuando assegurava a vitória, mas a sua proposta de substituições aos 79’ foi um desastre – Danilo Barbosa não foi melhor do que Marlon Freitas, Kauê é jovem demais para momentos decisivos e Patrick de Paula foi um claríssimo erro de Artur Jorge, porque não acrescenta rigorosamente nada quando entra na equipe.

Bastos e Gregore foram claramente os destaques do jogo.

O Botafogo de AJ já fez jogos muito melhores, enfrentando agora uma má fase. A Comissão técnica tem que refletir seriamente sobre opções táticas, dinâmica de jogo e qualidade das escolhas na escalação e nas substituições.

Reforços são precisos.

Nesta rodada o Flamengo pode abrir quatro pontos na liderança, mas também pode ser o Cruzeiro a embolar o G4; Palmeiras e Bahia podem ultrapassar o Botafogo, que ainda assim se mantém no G4 apesar de desperdiçar pontos preciosos – e previsivelmente a equipe do Cuiabá não será coisa mole de vergar.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x1 Vasco da Gama

Gols: Bastos, aos 73’ (Botafogo); Vegetti, aos 83’ (Vasco da Gama)

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Local: Estádio São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)

» Data: 29.06.2024

» Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC); Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP) e Gizeli Casaril (SC); VAR: Wagner Reway (ES)

» Público: 15.593 pagantes / 16.121 presentes

» Renda: R$ 847.907,00

» Disciplina; cartão amarelo – Bastos, Gatito Fernández, Júnior Santos, Damián Suárez e Patrick de Paula (Botafogo) e Victor Luís, Hugo Moura e João Victor (Vasco da Gama);

» Botafogo: John; Damián Suárez, Lucas Halter, Bastos e Cuiabano; Gregore, Marlon Freitas (Danilo Barbosa) e Tchê Tchê (Júnior Santos); Luiz Henrique (Patrick de Paula), Tiquinho Soares (Óscar Romero) e Eduardo (Kauê). Técnico: Artur Jorge.

» Vasco da Gama: Léo Jardim; Paulo Henrique, João Victor, Maicon e Victor Luís (Zé Gabriel); Hugo Moura (Erick Marcus), JP (Rayan) e Estrella (Payet, depois Sforza); Adson, Lucas Piton e Vegetti. Técnico: Rafael Paiva.

2 comentários:

Sergio disse...

Realmente o jogo de ontem foi uma pelada infame, pouco digna das tradições de ambos os clubes.
Acho que o Artur Jorge foi muito infeliz nas substituições e mais ainda o time que resolveu parar de jogar, reflexo natural das equivocadas substituições .Mas há de se ressaltar que após o gol sofrido pelo Botafogo este pelo menos voltou a ter domínio territorial. Então fica a pergunta: por que o time recuou tanto e deu espaços para o time vascaíno?
Longe de querer " passar o pano" para o Artur Jorge, mas acredito que a falta de uma pré temporada decente, o pouco tempo para treinamento tem pesado muito para essa irregularidade do time. Antes do jogo contra Corinthians e Fluminense, para mim as duas melhores exibições do time nesse brasileiro, o Botafogo teve tempo para treinar, depois não, e o time foi caindo de produção, como aliás muitos times do brasileiro. As ideias do Artur Jorge ainda não foram totalmente assimiladas e, sem tempo para treinar e com um elenco ainda com muitas ausências e lacunas, automatizar um estilo de jogo em menos de 3 meses, para o treinador e para ontimeé algo complicado mas até que estar entre os 4 primeiros colocados é importante, lembrando que se o Flamengo vencer hoje fica a apenas 3 pontos a frente do Botafogo. Lembrando que o Botafogo tem 4 jogos a mais que a maioria dos times desse campeonato devido a pré Libertadores, e isso numa temporada tão exaustiva pesa e muito.
Mas não podemos deixar de observar que alguns jogadores continua muito abaixo das expectativas. Entretanto parece que o Textor está investindo em jogadores de mais qualidade focados para a segunda janela, pois em termos criativos e sem movimentação necessária, o que faltou desde o jogo contra o Atlético Paranaense, parece que os que estão sendo contratados terão a possibilidade de elevar a qualidade do time, em especial o Tiago Almada. Tomara que o Almada não repita o Luís Henrique, que até hoje não mostrou o futebol que sabemos que tem. Abs e SB!


Ruy Moura disse...

Pelada mesmo, Sergio. Difícil de digerir. Os seus argumentos podem fazer sentido, mas já vi o Botafogo de AJ jogar muito melhor. Não estão jogando quase nada, exceptuando as jogadas entre Eduardo e Tiquinho contra o Bragantino. O AJ tem que refletir seriamente com a sua comissão técnica sobre o assunto, porque, afinal, tem à sua disposição jogadores de meio campo e ataque como Danilo, Tchê Tchê, Eduardo, Marlon Freitas, Tiquinho, Júnior Santos, Luiz Henrique. Pelo menos estes 7 justificariam muito melhores resultados.

Além disso,AJ já inventou pelo menos em dois jogos. Patrick de Paula é brincadeira. Aliás, sobre Luiz Henrique e Patrick de Paula parece mais que o futebol deles já era. Porquê, não sei, mas não renderam nem de longe nem de perto o dinheiro investido e as promessas de 'artistas' da bola.

Abraços Gloriosos.

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