domingo, 7 de setembro de 2025

Jefferson: intenso em campo, resiliente na vida

Crédito: Acervo de Jefferson Vieira da Silva.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Jefferson Vieira da Silva nasceu no dia 25 de agosto de 1970, em Londrina, no estado do Paraná, atuava como lateral-esquerdo, era canhoto, media 1,80m e pesava 75kg.

Foi revelado pelo Botafogo FC, de Ribeirão Preto, e chegou aos profissionais do clube em 1988, onde se manteve até 1990. Pelo seu bom desempenho foi contratado pelo Botafogo de Futebol e Regatas, em 1991.

Entre 1991 e 1992 Jefferson atuou em 22 partidas, tendo sido então emprestado ao Palmeiras no período de 1992-1993. O seu 1º jogo ocorreu no dia 29 de julho de 1993, em empate por 1x1 com o Juventus, entrando em substituição de Biro, pelo Campeonato Paulista; o seu último jogo ocorreu no dia 8 de dezembro de 1993, em empate por 0x0 com o Remo, sendo titular, pelo Campeonato Brasileiro. Atuou em 25 jogos e marcou 1 gol. No clube paulista conquistou o Campeonato Brasileiro (1993), o Torneio Rio-São Paulo (1993) e o Campeonato Paulista (1993).

Regressou ao Botafogo em 1994 e rumou ao Paraguai, por empréstimo do Botafogo ao Cerro Porteño. Atuou pelo clube em 17 jogos, marcou 1 gol e arrecadou para a sua coleção de títulos o Campeonato do Paraguai.

Tornou a General Severiano ainda nesse ano, tendo realizado 20 jogos e marcado 2 gols pelo Glorioso no período de 1994-1995.

No dia 29 de março de 1995 Jefferson atuou pela primeira e única vez em representação da Seleção Brasileira no empate por 1x1 com a Seleção das Honduras, gol de Túlio Maravilha, de pênalti, em amistoso no estádio Serra Dourada, em Goiás. Sob o comando de Zagallo, a equipe alinhou com Danrlei; Bruno Carvalho, Gélson Baresi, Argel e Jefferson; Zé Elias, Leandro Ávila, Juninho Paulista e Souza; Túlio Maravilha e Viola.

Entretanto, ainda em 1995, tornou a ser emprestado, desta vez ao CR Vasco da Gama, onde atuou em 12 jogos.

Em 1996, já mais amadurecido na profissão, Jefferson retornou ao Botafogo. Entre 1996 e 1998 realizou 67 jogos e marcou 4 gols. No clube da Estrela Solitária Jefferson conquistou diversos títulos.

Em matéria de títulos oficiais arrecadou a Taça Cidade Maravilhosa em 1996, a tríplice coroa carioca com a conquista da Taça Rio, Taça Guanabara e Campeonato Estadual, em 1997, e o Torneio Rio-São Paulo em 1998.

Nas finais do Torneio Rio-São Paulo o Botafogo ganhara ao São Paulo o jogo de ida por 3x2, gols de Zé Carlos, aos 38’, Sérgio Manoel, aos 75’, e Jorge Luiz aos 80’, em virada do Botafogo em cima de uma virada dos paulistas. No jogo de volta bastava o empate para o Botafogo se sagrar campeão, e Jefferson não se fez de rogado, inaugurando o marcador aos 11’ e firmando o farol para o título. O São Paulo tornou a virar o placar, tal como fizera no jogo de ida, mas Zé Carlos resolveu a partida aos 76’, decretando o empate e a conquista do título. A equipe atuou com Wagner; Wilson Goiano, Jorge Luiz, Gonçalves e Jefferson; Pingo, França (Zé Carlos), Djair e Sérgio Manoel (Alemão); Túlio e Bebeto.

Fonte: Instagram @maquinhosfutebolhistória

No Botafogo Jefferson conquistou, ainda, um título oficioso pelo Torneio Cidade de Brasília, em 1996, e os importantes títulos internacionais Troféu Teresa Herrera, Torneio Presidente da Rússia e Copa Nippon Ham, totalizando 9 conquistas.

Após as várias estadias jogando pelo Botafogo, num total de 109 jogos e 6 gols, Jefferson transferiu-se para o Sport CR, em 1998, atuando pelo clube em 18 jogos e marcando 12 gols, sem títulos conquistados.

No ano seguinte, em 1999, rumou ao EC Bahia, onde permaneceu até 2001, tendo realizado 69 jogos e marcado 5 gols. No Bahia, Jefferson tornou a ser vitorioso, conquistando os Campeonatos da Bahia de 1999 e 2001 e a Copa do Nordeste de 2001.

No dia 28 de abril de 2001 o Bahia enfrentou o Sport no jogo de volta das finais da Copa do Nordeste, apoiado por quase 66.000 pagantes, no estádio da Fonte Nova, em Salvador. O Sport vencera por 1x0 no jogo de ida e o Bahia precisava de vencer por dois gols de diferença para se sagrar campeão no tempo regulamentar. Aos 24’ de jogo Jefferson deu o mote para a vitória cruzando a bola para a área, Nonato acertou a trave e no rebote Preto chutou de fora da área, sem deixar a bola cair ao chão, abrindo o placar. Nonato resolveu o resto com dois gols, aos 42’ e ao 76’. O Bahia venceu por 3x1 e sagrou-se campeão. A equipe, sob o comando de Evaristo de Macedo, alinhou com Émerson; Japinha, Jean Elias, Carlinhos e Jefferson; Preto, Bebeto Campos, Capixaba (Mantena) e Alex Oliveira; Robson (Washington) e Nonato (Fábio Costa).

Em 2002 Jefferson transitou para o Juventude, mas o sucesso deixou de lhe bater à porta, não tendo sequer jogado pelo seu novo clube. Aos 32 anos o atleta foi abruptamente acometido de uma doença rara, muito grave e incurável que lhe paralisou todos os movimentos do corpo.

Ao longo dos anos Jefferson foi melhorando ligeiramente os seus movimentos, apoiado em fisioterapia e hidroterapia, mas a sua fala foi definitivamente afetada. Lúcido e consciente de tudo, Jefferson ainda hoje se comunica através de sinais manuais, interpretados pela sua esposa Adriana.

As últimas aparições de Jefferson em ambiente desportivo, pesquisadas pelo Mundo Botafogo, foi as seguintes: em 30 de setembro de 2020, durante a pandemia COVID-19, o ex-futebolista assistiu, no estádio Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro, à partida entre Botafogo e Bahia; em 10 de maio de 2022, antes de um jogo de futebol em Pato Branco, Jefferson foi conhecer o elenco do Bahia n hotel onde os jogadores estavam instalados. Dois sonhos realizados com os clubes nos quais foi mais feliz na sua trajetória profissional.

Independentemente de tudo, Jefferson continua sentindo um enorme carinho pelos clubes da Estrela Solitária e do Esquadrão de Aço e enfrentando heroicamente, com amabilidade e brandura, as adversidades da vida.

Fontes: https://pt.wikipedia.org; https://terceirotempo.uol.com.br; https://www.ogol.com.br; https://www.terra.com.br; https://www.uol.com.br; https://www.verdazzo.com.br; Instagram @jeffersonheroi; Instagram @marquinhosfutebolhistória.

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