
Confesso que há uns quatro jogos que deixei de sofrer pelo Botafogo, coisa que não me lembro de acontecer desde o final dos anos sessenta. Isto é, há uns quatro jogos que eu fico esperando tranquilamente o gol do Botafogo, e com uma grande segurança relativamente à defesa não tomar o gol indesejado.
Wanderley Luxemburgo tem que rever a afirmação de que há muito equilíbrio no campeonato porque não há nenhuma equipa que ganhe regularmente fora de casa. Bem, temos três vitórias consecutivas fora de casa…
Seja com uns, seja com outros, porque uns estão suspensos e outros machucados, o Botafogo encontra sempre soluções para ganhar os seus jogos, especialmente na segunda parte após ajustamentos táticos a seguir ao intervalo ou a partir de substituições – ou em ambos os casos.
A precisão cirúrgica passou a ser uma característica do Botafogo. O alvo é bem definido, o paciente bem anestesiado, a mão cirúrgica domina a área de operação e o operado fica de cama até à convalescença uns tempos depois. Mas nessa altura já o nosso doutor está anestesiando outro alvo…
Hoje prova-se que a equipa é bastante boa desde que seja conduzida com clareza e com um alvo bem definido. O modo elástico do Botafogo jogar, as soluções múltiplas das suas peças e a liberdade de que cada um dispõe asseguram uma plasticidade futebolística notável – sobretudo para quem parecia destinado a um campeonato medíocre.
E no meio de toda esta evolução cada jogador encontra espaço de desenvolvimento pessoal. O âmago da equipa – o meio campo – joga com imensa ligação à defesa e ao ataque, potenciando uma e outro, apesar de não termos um verdadeiro ‘matador’ na área.
Então, por vezes, recorremos a uma certa retranca quando estamos a ganhar fora – e podemos fazê-lo porque temos uma defesa que não anda tresloucada para trás e para a frente sem saber o que fazer, tal como acontecia antes. Além disso, o adversário fica sempre sujeito aos nossos perigosíssimos contra-ataques. Isto confirma tudo o que tenho dito sobre a defesa, isto é, não há equipa vitoriosa que leve tantos gols como o Botafogo levou durante dois anos.
Finalmente a defesa tem garantido que apenas com um ou dois gols asseguramos a vitória - quando antes mesmo três ou quatro gols às vezes davam-nos o empate... E temos dois senhores goleiros, especialmente Renan que parece um jogador maduro… Se a contratação do Zárate der certo e conseguirmos desenhar um ataque ‘agressivo’, não consigo prever onde poderemos chegar…
Tal como eu afirmei em tempos, temos que saber jogar mesmo contra os árbitros. Lembram-se como nos queixávamos dos árbitros?... Bem, agora já não nos queixamos e os árbitros continuam do lado do adversário. E ganhamos deles.
Ney Franco deu-nos consciência estratégica, muito equilíbrio emocional, tranquilidade e paciência para… ganhar. Deve ser isto mesmo que me deixa tranquilo a assistir aos jogos do meu Glorioso.
Para já só conseguimos ver Palmeiras, Cruzeiro e Grémio por ali… E contra o Cruzeiro já há novamente Diguinho…
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x0 Sport
Gol: Moacir (contra) 11’ 2ºT
Competição: Campeonato Brasileiro
Estádio: Ilha do Retiro, em Recife
Arbitragem: Wallace Nascimento Valente (ES); Antônio Carlos de Oliveira (ES) e Helberth Costa Andrade (MG)
Cartões amarelos: Renato Silva e Carlos Alberto (Botafogo)
Botafogo: Renan, Thiaguinho, Renato Silva, André Luís e Triguinho; Túlio, Zé Carlos (Gil), Lúcio Flávio e Carlos Alberto (Eduardo); Jorge Henrique e Wellington Paulista (Lucas Silva). Técnico: Ney Franco
Sport: Magrão, Sidny, Igor, Durval e Dutra; Daniel Paulista, Moacir, Francisco Alex (Roger) e Luciano Henrique (Juninho); Carlinhos Bala (Ciro) e Joelson. Técnico: Nelsinho Baptista
Wanderley Luxemburgo tem que rever a afirmação de que há muito equilíbrio no campeonato porque não há nenhuma equipa que ganhe regularmente fora de casa. Bem, temos três vitórias consecutivas fora de casa…
Seja com uns, seja com outros, porque uns estão suspensos e outros machucados, o Botafogo encontra sempre soluções para ganhar os seus jogos, especialmente na segunda parte após ajustamentos táticos a seguir ao intervalo ou a partir de substituições – ou em ambos os casos.
A precisão cirúrgica passou a ser uma característica do Botafogo. O alvo é bem definido, o paciente bem anestesiado, a mão cirúrgica domina a área de operação e o operado fica de cama até à convalescença uns tempos depois. Mas nessa altura já o nosso doutor está anestesiando outro alvo…
Hoje prova-se que a equipa é bastante boa desde que seja conduzida com clareza e com um alvo bem definido. O modo elástico do Botafogo jogar, as soluções múltiplas das suas peças e a liberdade de que cada um dispõe asseguram uma plasticidade futebolística notável – sobretudo para quem parecia destinado a um campeonato medíocre.
E no meio de toda esta evolução cada jogador encontra espaço de desenvolvimento pessoal. O âmago da equipa – o meio campo – joga com imensa ligação à defesa e ao ataque, potenciando uma e outro, apesar de não termos um verdadeiro ‘matador’ na área.
Então, por vezes, recorremos a uma certa retranca quando estamos a ganhar fora – e podemos fazê-lo porque temos uma defesa que não anda tresloucada para trás e para a frente sem saber o que fazer, tal como acontecia antes. Além disso, o adversário fica sempre sujeito aos nossos perigosíssimos contra-ataques. Isto confirma tudo o que tenho dito sobre a defesa, isto é, não há equipa vitoriosa que leve tantos gols como o Botafogo levou durante dois anos.
Finalmente a defesa tem garantido que apenas com um ou dois gols asseguramos a vitória - quando antes mesmo três ou quatro gols às vezes davam-nos o empate... E temos dois senhores goleiros, especialmente Renan que parece um jogador maduro… Se a contratação do Zárate der certo e conseguirmos desenhar um ataque ‘agressivo’, não consigo prever onde poderemos chegar…
Tal como eu afirmei em tempos, temos que saber jogar mesmo contra os árbitros. Lembram-se como nos queixávamos dos árbitros?... Bem, agora já não nos queixamos e os árbitros continuam do lado do adversário. E ganhamos deles.
Ney Franco deu-nos consciência estratégica, muito equilíbrio emocional, tranquilidade e paciência para… ganhar. Deve ser isto mesmo que me deixa tranquilo a assistir aos jogos do meu Glorioso.
Para já só conseguimos ver Palmeiras, Cruzeiro e Grémio por ali… E contra o Cruzeiro já há novamente Diguinho…
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x0 Sport
Gol: Moacir (contra) 11’ 2ºT
Competição: Campeonato Brasileiro
Estádio: Ilha do Retiro, em Recife
Arbitragem: Wallace Nascimento Valente (ES); Antônio Carlos de Oliveira (ES) e Helberth Costa Andrade (MG)
Cartões amarelos: Renato Silva e Carlos Alberto (Botafogo)
Botafogo: Renan, Thiaguinho, Renato Silva, André Luís e Triguinho; Túlio, Zé Carlos (Gil), Lúcio Flávio e Carlos Alberto (Eduardo); Jorge Henrique e Wellington Paulista (Lucas Silva). Técnico: Ney Franco
Sport: Magrão, Sidny, Igor, Durval e Dutra; Daniel Paulista, Moacir, Francisco Alex (Roger) e Luciano Henrique (Juninho); Carlinhos Bala (Ciro) e Joelson. Técnico: Nelsinho Baptista
16 comentários:
Amigo Rui,
Espero que a direção do nosso querido GLORIOSO tome providencias urgentes para acabar definitivamente com os problemas de acesso ao Engenhão.
Basta um público superior a 20 mil que sempre temos problemas e muitos torcedores só conseguem acessar as dependencias do estádio no final do primeiro tempo.
Com esse time e essa energia o Engenhão vai se tornar pequeno.
Abs e Sds, BOTAFOGUENSES!!!
Este juizinho me deu muita raiva! Muita, mesmo!
Pois, Rui, tenho me sentido exatamente como vc, tranquilo a esperar a concecuçao da vitoria, coisa que era impossivel ate 05 jogos atras.
Hoje senti que o Diguinho nos faz muita falta, como o rapaz equilibra o time...
Vamos em frente, com a seriedade necessaria,sera dificil nos baterem
TEM UM GRANDE TIME O BOTAFOGO.
ESTA DE PARABENS, É O MELHO DO RIO.
O NEY FRANCO É UM GRANDE TECNICO ESTA DE PARABENS.
Olá, Gil! É verdade. Da diretoria do Botafogo destaco duas coisas: a) o esforço para escolher um bom treinador, resultando em cheio; b) a incapacidade de fazer as boas parcerias inicialmente previstas para o Engenhão. está tudo entregue a gente amadora...
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Oi, Hangman. Sem dúvida. Por isso avisei há cerca de duas semanas que tínhamos que nos preparar para ganhar contra os ábitros! A gente sobe e eles começam logo a prejudicar. Por enquanto conseguimos passar por cima deles - tal com eu sempre defendi. Temos uma torcida pequena, logo, árbitros contra. Então, temos que fazer futebol que nem árbitro consegue prejudicar. Ney foi campeão com o Ipatinga contra o Cruzeiro e o Atlético...
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Reinaldo, que bom não estar só!...
O Diguinho é o homem da explosão para o ataque. Com ele, a defesa fica mais protegida e o ataque mais agressivo. Faz MUITA FALTA!!!
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Obrigado, Léo. O Ney é melhor do que eu pensava. Os meus favoritos eram o Dorival Júnior e ele. Hoje, é só ele! É diferenciado como pessoa e como treinador. A diretoria merece elogio por isso.
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
que maravilha!
não vi o jogo e como é agoniante esperar pelo resultado positivo sem acompanhar a partida...
aff!!!
g4, muito prazer!!!
Olá, snoopy. Houve um jogo do BFR que não vi porque ia no avião. Pedi à minha filha que me enviasse o resultado por mensagem no telemóvel / celular. Assim que cheguei ao aeroporto liguei o telefone e o coraçao acelerou. Foi angustiante, mas pude sorrir aliviado: tínhamos ganho!...
Viva o BotaG4! Viva o Ney e aquela equipa bem lutadora e capaz!
Parabéns à diretoria pela escolha do Ney!
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Com certeza no nosso Bota,tá jogando com determinação.
Falta sómente um atacante de área.
Um abração
Saudações Botafoguenses.
Geninho
Rui, que fase, né? E como vc disse: Quarta teremos o retorno do Diguinho, que aliás, faz muita falta!
Abs e SA!!!
Pois é, Geninho. Talvez seja o tal do Zárate, que mais parece o D. Sebastião português perdido até hoje no nevoeiro da batalha... Estará ainda vivo?...
E o Zárate, é uma personagem real?... Ver para crer!...
Com um matador na área, confesso que não sei até onde poderíamos ir...
O Ney, finalmente, mudou tudo que estava errado (e era muita coisa, como se vê agora) na equipa; por isso merecia que lhe dessem um 'matador'...
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
É uma fase extraordinária, Rodrigo! Concretiza todas as soluções que eu preconizava.
Diguinho: o Cuca punha-o recuado e o Ney fê-lo avançar. A diferença é abismal: deu mais segurança à defesa e imensa ofensividade no ataque. Ele é o grande 'carregador d epiano' da equipa. Não é o LF nem o CA, que são bons e úteis, mas não têm a espontaneidade energizante do Diguinho. Este rapaz irá muito longe, se é que já conseguiu assentar a 'cabecinha' em definitivo.
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Grande Rui, perfeita a sua análise. Ainda ontem escrevi, que há muito tempo não sentia tanta confiança como agora no time do Botafogo. O time está amadurecendo e o NF vê com muita clareza o jogo e sabe posicionar muito bem os jogadores que tem. Se continuarmos assim, chegamos longe. Grande abraço e saudações botafoguenses!
Amigo Sergio, o que distingue Ney da maioria esmagadora dos treinadores é, entre outras coisas, saber 'ler' o jogo e alterar os esquemas táticos durante o decorrer da partida, bem como fazer as substituições certas. E quando se engana não teima, emenda logo o erro - porque ele quer ganhar sempre! Os teimosos, que persistem mesmo quando os erros estão à frente do nariz, acabam por não ganhar nada ao enfiarem a cabeça na areia.
Este treinador é de elite. Que bom foi as diretorias do Flamengo e do Atlético Paranaense não perceberem nada do que é um comando técnico em potencial crecsimento - como é o caso do Ney.
O Botafogo devia procurar agarrar mais o Ney a um cargo técnico de desenvolvimento de todo o futebol botafoguense. Dos mirins aos adultos. Veja a minha coluna no Arena Alvinegra.
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Enviar um comentário