
Após a crescente capacidade competitiva do Botafogo desembocar no extraordinário jogo contra o Atlético Paranaense, dir-se-ia que todas as emendas necessárias à equipa do Botafogo já teriam sido tomadas para torná-la, finalmente, competitiva com consistência.
Porém, olhando para as minhas avaliações do passado, ainda restava saber algumas coisas acerca do desempenho de Ney Franco face a algumas dificuldades que ainda não haviam surgido. Elas surgiram e Ney Franco mostrou-se à altura dos acontecimentos.
Entre as críticas que fizera no passado recente (desde há cerca de um ano) encontravam-se ainda algumas que mereciam um olhar atento, designadamente o comportamento do Botafogo perante um árbitro parcial, perante a inferioridade numérica e perante a necessidade de atemorizar o adversário marcando praticamente o ‘gol da morte’.
Tudo isso o Botafogo fez ontem com grande categoria. Aliás, durante a ‘era Ney Franco’, a qualidade da mudança realizada pela comissão técnica é visível na pontuação dos três primeiros (últimos oito jogos): 1º Grémio, 20 pts; 2º Cruzeiro, 18 pts; 3º Botafogo 17 pts.
Começando pelo árbitro, recordo que nesta semana escrevi o seguinte no Arena Alvinegra, a propósito do jogo contra o Atlético Paranaense: “Preparemo-nos para, em breve, as arbitragens mudarem de comportamento com o Botafogo; preparemo-nos para as fantasias que vão ser criadas pela comunicação social para esmorecer o nosso clube. É lamentável se isso vier a acontecer, mas também é sinal de que o Botafogo está mais vivo, mais ambicioso e mais capaz para conquistar uma nova fama no século XXI.”
Meus amigos, já se concretizou a mudança de arbitragem, mas, desta vez, a categoria dos jogadores do Botafogo e o seu esquema tático superaram o aparente desejo do árbitro e não tiveram que chorar no fim, mas rir. Porém, a diretoria do Botafogo deverá estar atenta ao assunto, antes que jogos decisivos se virem contra nós por ‘obra e graça’ do 23º elemento a correr em campo. Em minha opinião, o gol do Figueirense foi limpo (Renato Silva é que atrapalhou Renan), mas as faltas e os cartões amarelos, bem como a expulsão inadequada de Carlos Alberto, deixaram muito a desejar.
Por outro lado, os locutores do PFC começaram as suas avaliações parciais acerca do Botafogo, tal como previ. Na visão deles, as faltas do Botafogo eram merecedoras de cartão amarelo, enquanto as faltas do Figueirense eram avaliadas como ‘jogo duro’. No final entenderam que o resultado justo seria o empate. Talvez se devessem defender melhor, porque vão sentir-se muito mais vezes infelizes com os sucessos do Botafogo.
No que respeita ao comportamento do treinador, admito que esteja cada vez mais a aproximar-se da nota dez (porque o nove já é merecido). Há muito tempo que o Botafogo não tinha uma defesa que soubesse definir quem protege o primeiro pau e o segundo pau, ou quem sobe e quem desce, conseguindo que o jogo aéreo seja bem resolvido dentro da área botafoguense, ao contrário do que se dizia – que os jogadores do Botafogo não o conseguiriam fazer.
De resto, toda a equipa funciona harmonicamente, com grande solidariedade de entreajuda e em grande proximidade funcional. As correrias tresloucadas para o ataque e as inesperadas ‘criações táticas’ deram lugar à organização, à paciência e à serenidade. Por outro lado, há finalmente quem saiba ‘ler’ o jogo durante o seu decorrer, visando mudá-lo quando necessário. Ney Franco fá-lo, e sempre que se engana emenda rapidamente o erro, em vez de laborar teimosamente nele. A substituição de Wellington Paulista foi acertada no que respeita aos novos posicionamentos adoptados por Jorge Henrique e Leandro Guerreiro.
Ney Franco sabia quanto o jogo era difícil, mas manteve as suas apreciações pautadas pelo rigor profissional. Aliás, ele havia pedido quatro pontos na deslocação ao Sul, sabendo que o Botafogo nunca ganhara em Orlando Scarpelli. Porém, o Botafogo quebrou finalmente esse tabu, mesmo inferiorizado numericamente, porque Ney Franco soube modificar o Botafogo para a segunda parte e explorar as melhores qualidades dos jogadores.
A equipa remeteu-se aparentemente à defesa desde o final da primeira parte, mas realmente não foi isso que aconteceu. Ney sabia que estava em inferioridade numérica (além de perder Wellington Paulista) e que marcando o segundo gol o jogo ficava praticamente ganho. Então, o Botafogo privilegiou a posse de bola, fez saídas de bola muito mais consistentes e simulou um jogo defensivo, obrigando o adversário a atacar e, matreiramente, abriu certas brechas para chamar o Figueirense, liquidando o jogo no contra-ataque (até o 3º gol poderia ter acontecido novamente com Túlio).
Mais uma vez o Botafogo melhorou no segundo período após as alterações do treinador, rompeu o tabu do Orlando Scarpelli e conquistou os seis pontos sulistas. E fê-lo também porque, finalmente, uma das minhas críticas foi colmatada neste jogo: associar à competitividade a SOLIDARIEDADE! Tal como na economia e na sociedade, se a competitividade andar ‘solteira’ acaba por ser pervertida e a economia desemboca em crise social. A competitividade deve ser casada sempre com a solidariedade – na vida e no futebol. Uma equipa sem solidariedade, nem com craques consegue ganhar consistentemente. Hoje em dia futebol não é sobretudo indivíduos, mas principalmente o resultado do funcionamento deles em equipa.
Foi isso que aconteceu ontem com toda a clareza. Com um árbitro caseiro e com inferioridade numérica, o Botafogo foi superior e ganhou a uma equipa forte a jogar no seu quase inexpugnável reduto e com um treinador competente.
Mas ganhou, naturalmente, porque os seus jogadores estão sendo conduzidos através de uma atitude profissional, que exige e que cobra. Uma atitude que está dando os resultados que estamos a ver. Uma equipa de futebol é difícil de ser gerida e a comissão técnica é absolutamente essencial para manter o espírito de união, de solidariedade, de exigência competitiva e de resultados esportivos.
A maioria dos jogadores do Botafogo tem qualidade. Era necessário obrigar os jogadores a darem o seu melhor – e o seu melhor é suficiente para campanhas fortes. Eis as palavras de Túlio, ao intervalo, sobre o seu próprio desempenho: “Deve-se ao Ney por dar liberdade e também cobrar.” Insisto, uma vez mais, que os nossos jogadores nunca foram ‘meninas de salto alto’: fizeram-nos ‘meninas de salto alto’ e deixaram-nos indisciplinadamente à sua sorte, às suas opções geralmente inadequadas. Como se comportam estes mesmos jogadores conduzidos com clareza, ambição, exigência e rigoroso profissionalismo?...
Comportam-se assim:
Renan, desde o 4º minuto ao 88º da partida defendeu tudo o que havia para defender e garantiu a vitória. É o futuro goleiro do ‘escrete canarinho’.
Thiaguinho, uma revelação notável, eficiente e eficaz – evitamento de gols dos adversários, passes certos e gols não lhe irão faltar na carreira. Tem raça e boa preparação física.
Renato Silva, continua o seu chutão para a frente, furou pelo menos uma vez, mas esforça-se para permanecer em titular e desta vez não comprometeu seriamente.
André Luís, acalmou-se após as cenas grotescas que protagonizou no estádio dos Aflitos e começou a usar melhor as capacidades cerebrais que a natureza lhe deu, dominando as bolas aéreas.
Triguinho, embora mediano é um jogador muito esforçado, salvou um gol em cima da linha e normalmente não erra passes, fazendo uma saída de bola muito razoável.
Diguinho, um verdadeiro motor botafoguense: tem classe, físico e rapidez. Grande futuro! Desejo que não o levem tão depressa…
Túlio, mesmo facilitado pela defesa, o seu gol é de craque e o seu desempenho retomou os seus melhores tempos.
Lúcio Flávio, cresceu substancialmente desde que foi para o banco e tem feito partidas com uma qualidade muito mais próxima da campanha de 2006.
Carlos Alberto, jogador diferenciado, mas, em minha opinião, facilita certas decisões dos árbitros devido a ser quezilento a jogar.
Jorge Henrique, mexe-se inacreditavelmente bem, possui técnica e preparação física adequadas, servindo os companheiros com muita categoria – e Ney posicionou-o tal como eu referi há duas ou três semanas atrás.
Gil, provavelmente poderá ser uma boa peça na ponta esquerda, mas ainda não engrenou na equipa.
Wellington Paulista, trabalha muito e é importante na movimentação do ataque. É pena não ser ´matador’ na grande área.
Leandro Guerreiro, tem recuperado alguma da sua forma, fez um bom jogo e já é uma opção para titular sempre que necessário.
Finalmente, confesso que, anteriormente, quando o Botafogo ganhava por 2x0 e o adversário diminuía a diferença, eu ficava com o ‘coração nas mãos’ sempre à espera do indesejado gol de empate – que aconteceu muitas vezes devido a erros de natureza tática. Ontem, após o gol do Figueirense, a minha atitude foi de grande serenidade e pensei: “Vocês acabaram de fixar o placar final.” Foi assim porque há um goleiro (ou dois) e uma defesa muito melhor organizada e montada à medida das exigências do futebol de hoje.
Quando se sente isso, finalmente acredita-se na equipa. Eu acredito neste Botafogo! Acredito na comissão técnica (em treino, em jogo e em declarações profissionalíssimas à imprensa) e acredito que estes jogadores responderão à medida do que lhes é exigido. Porque o que lhes é exigido não é abaixo daquilo que podem alcançar nem acima daquilo que podem dar. O que lhes é exigido é precisamente o máximo do que podem dar – eis a diferença de exigência de uma liderança eficaz.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Figueirense
Gols: Túlio, 16' 1ºT e Thiaguinho 8´ 2ºT; Rafael Coelho 17´ 2ºT
Estádio: Orlando Scarpelli, Florianópolis (SC); 07/08/2008
Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro (MG); Rodrigo Otavio Baeta (MG) e Carlos Augusto Nogueira Junior (SP)
Cartões amarelos: Carlos Alberto, Thiaguinho, Túlio e Diguinho (Botafogo); Asprilla, Bruno Perrone e Leandro Carvalho (Figueirense)
Cartões vermelhos: Carlos Alberto (Botafogo)
Botafogo: Renan, Thiaguinho, Renato Silva, André Luís e Triguinho; Diguinho, Túlio, Lúcio Flávio e Carlos Alberto; Jorge Henrique (Gil) e Wellington Paulista (Leandro Guerreiro). Técnico: Ney Franco
Figueirense: Wilson, Anderson Luís (Edu Salles), Bruno Perone, Asprilla e William Matheus (Marquinho); Leandro Carvalho, Magal, Rodrigo Fabri (Ricardinho) e Cleiton Xavier; Rafael Coelho e Tadeu. Técnico: Paulo César Gusmão
Porém, olhando para as minhas avaliações do passado, ainda restava saber algumas coisas acerca do desempenho de Ney Franco face a algumas dificuldades que ainda não haviam surgido. Elas surgiram e Ney Franco mostrou-se à altura dos acontecimentos.
Entre as críticas que fizera no passado recente (desde há cerca de um ano) encontravam-se ainda algumas que mereciam um olhar atento, designadamente o comportamento do Botafogo perante um árbitro parcial, perante a inferioridade numérica e perante a necessidade de atemorizar o adversário marcando praticamente o ‘gol da morte’.
Tudo isso o Botafogo fez ontem com grande categoria. Aliás, durante a ‘era Ney Franco’, a qualidade da mudança realizada pela comissão técnica é visível na pontuação dos três primeiros (últimos oito jogos): 1º Grémio, 20 pts; 2º Cruzeiro, 18 pts; 3º Botafogo 17 pts.
Começando pelo árbitro, recordo que nesta semana escrevi o seguinte no Arena Alvinegra, a propósito do jogo contra o Atlético Paranaense: “Preparemo-nos para, em breve, as arbitragens mudarem de comportamento com o Botafogo; preparemo-nos para as fantasias que vão ser criadas pela comunicação social para esmorecer o nosso clube. É lamentável se isso vier a acontecer, mas também é sinal de que o Botafogo está mais vivo, mais ambicioso e mais capaz para conquistar uma nova fama no século XXI.”
Meus amigos, já se concretizou a mudança de arbitragem, mas, desta vez, a categoria dos jogadores do Botafogo e o seu esquema tático superaram o aparente desejo do árbitro e não tiveram que chorar no fim, mas rir. Porém, a diretoria do Botafogo deverá estar atenta ao assunto, antes que jogos decisivos se virem contra nós por ‘obra e graça’ do 23º elemento a correr em campo. Em minha opinião, o gol do Figueirense foi limpo (Renato Silva é que atrapalhou Renan), mas as faltas e os cartões amarelos, bem como a expulsão inadequada de Carlos Alberto, deixaram muito a desejar.
Por outro lado, os locutores do PFC começaram as suas avaliações parciais acerca do Botafogo, tal como previ. Na visão deles, as faltas do Botafogo eram merecedoras de cartão amarelo, enquanto as faltas do Figueirense eram avaliadas como ‘jogo duro’. No final entenderam que o resultado justo seria o empate. Talvez se devessem defender melhor, porque vão sentir-se muito mais vezes infelizes com os sucessos do Botafogo.
No que respeita ao comportamento do treinador, admito que esteja cada vez mais a aproximar-se da nota dez (porque o nove já é merecido). Há muito tempo que o Botafogo não tinha uma defesa que soubesse definir quem protege o primeiro pau e o segundo pau, ou quem sobe e quem desce, conseguindo que o jogo aéreo seja bem resolvido dentro da área botafoguense, ao contrário do que se dizia – que os jogadores do Botafogo não o conseguiriam fazer.
De resto, toda a equipa funciona harmonicamente, com grande solidariedade de entreajuda e em grande proximidade funcional. As correrias tresloucadas para o ataque e as inesperadas ‘criações táticas’ deram lugar à organização, à paciência e à serenidade. Por outro lado, há finalmente quem saiba ‘ler’ o jogo durante o seu decorrer, visando mudá-lo quando necessário. Ney Franco fá-lo, e sempre que se engana emenda rapidamente o erro, em vez de laborar teimosamente nele. A substituição de Wellington Paulista foi acertada no que respeita aos novos posicionamentos adoptados por Jorge Henrique e Leandro Guerreiro.
Ney Franco sabia quanto o jogo era difícil, mas manteve as suas apreciações pautadas pelo rigor profissional. Aliás, ele havia pedido quatro pontos na deslocação ao Sul, sabendo que o Botafogo nunca ganhara em Orlando Scarpelli. Porém, o Botafogo quebrou finalmente esse tabu, mesmo inferiorizado numericamente, porque Ney Franco soube modificar o Botafogo para a segunda parte e explorar as melhores qualidades dos jogadores.
A equipa remeteu-se aparentemente à defesa desde o final da primeira parte, mas realmente não foi isso que aconteceu. Ney sabia que estava em inferioridade numérica (além de perder Wellington Paulista) e que marcando o segundo gol o jogo ficava praticamente ganho. Então, o Botafogo privilegiou a posse de bola, fez saídas de bola muito mais consistentes e simulou um jogo defensivo, obrigando o adversário a atacar e, matreiramente, abriu certas brechas para chamar o Figueirense, liquidando o jogo no contra-ataque (até o 3º gol poderia ter acontecido novamente com Túlio).
Mais uma vez o Botafogo melhorou no segundo período após as alterações do treinador, rompeu o tabu do Orlando Scarpelli e conquistou os seis pontos sulistas. E fê-lo também porque, finalmente, uma das minhas críticas foi colmatada neste jogo: associar à competitividade a SOLIDARIEDADE! Tal como na economia e na sociedade, se a competitividade andar ‘solteira’ acaba por ser pervertida e a economia desemboca em crise social. A competitividade deve ser casada sempre com a solidariedade – na vida e no futebol. Uma equipa sem solidariedade, nem com craques consegue ganhar consistentemente. Hoje em dia futebol não é sobretudo indivíduos, mas principalmente o resultado do funcionamento deles em equipa.
Foi isso que aconteceu ontem com toda a clareza. Com um árbitro caseiro e com inferioridade numérica, o Botafogo foi superior e ganhou a uma equipa forte a jogar no seu quase inexpugnável reduto e com um treinador competente.
Mas ganhou, naturalmente, porque os seus jogadores estão sendo conduzidos através de uma atitude profissional, que exige e que cobra. Uma atitude que está dando os resultados que estamos a ver. Uma equipa de futebol é difícil de ser gerida e a comissão técnica é absolutamente essencial para manter o espírito de união, de solidariedade, de exigência competitiva e de resultados esportivos.
A maioria dos jogadores do Botafogo tem qualidade. Era necessário obrigar os jogadores a darem o seu melhor – e o seu melhor é suficiente para campanhas fortes. Eis as palavras de Túlio, ao intervalo, sobre o seu próprio desempenho: “Deve-se ao Ney por dar liberdade e também cobrar.” Insisto, uma vez mais, que os nossos jogadores nunca foram ‘meninas de salto alto’: fizeram-nos ‘meninas de salto alto’ e deixaram-nos indisciplinadamente à sua sorte, às suas opções geralmente inadequadas. Como se comportam estes mesmos jogadores conduzidos com clareza, ambição, exigência e rigoroso profissionalismo?...
Comportam-se assim:
Renan, desde o 4º minuto ao 88º da partida defendeu tudo o que havia para defender e garantiu a vitória. É o futuro goleiro do ‘escrete canarinho’.
Thiaguinho, uma revelação notável, eficiente e eficaz – evitamento de gols dos adversários, passes certos e gols não lhe irão faltar na carreira. Tem raça e boa preparação física.
Renato Silva, continua o seu chutão para a frente, furou pelo menos uma vez, mas esforça-se para permanecer em titular e desta vez não comprometeu seriamente.
André Luís, acalmou-se após as cenas grotescas que protagonizou no estádio dos Aflitos e começou a usar melhor as capacidades cerebrais que a natureza lhe deu, dominando as bolas aéreas.
Triguinho, embora mediano é um jogador muito esforçado, salvou um gol em cima da linha e normalmente não erra passes, fazendo uma saída de bola muito razoável.
Diguinho, um verdadeiro motor botafoguense: tem classe, físico e rapidez. Grande futuro! Desejo que não o levem tão depressa…
Túlio, mesmo facilitado pela defesa, o seu gol é de craque e o seu desempenho retomou os seus melhores tempos.
Lúcio Flávio, cresceu substancialmente desde que foi para o banco e tem feito partidas com uma qualidade muito mais próxima da campanha de 2006.
Carlos Alberto, jogador diferenciado, mas, em minha opinião, facilita certas decisões dos árbitros devido a ser quezilento a jogar.
Jorge Henrique, mexe-se inacreditavelmente bem, possui técnica e preparação física adequadas, servindo os companheiros com muita categoria – e Ney posicionou-o tal como eu referi há duas ou três semanas atrás.
Gil, provavelmente poderá ser uma boa peça na ponta esquerda, mas ainda não engrenou na equipa.
Wellington Paulista, trabalha muito e é importante na movimentação do ataque. É pena não ser ´matador’ na grande área.
Leandro Guerreiro, tem recuperado alguma da sua forma, fez um bom jogo e já é uma opção para titular sempre que necessário.
Finalmente, confesso que, anteriormente, quando o Botafogo ganhava por 2x0 e o adversário diminuía a diferença, eu ficava com o ‘coração nas mãos’ sempre à espera do indesejado gol de empate – que aconteceu muitas vezes devido a erros de natureza tática. Ontem, após o gol do Figueirense, a minha atitude foi de grande serenidade e pensei: “Vocês acabaram de fixar o placar final.” Foi assim porque há um goleiro (ou dois) e uma defesa muito melhor organizada e montada à medida das exigências do futebol de hoje.
Quando se sente isso, finalmente acredita-se na equipa. Eu acredito neste Botafogo! Acredito na comissão técnica (em treino, em jogo e em declarações profissionalíssimas à imprensa) e acredito que estes jogadores responderão à medida do que lhes é exigido. Porque o que lhes é exigido não é abaixo daquilo que podem alcançar nem acima daquilo que podem dar. O que lhes é exigido é precisamente o máximo do que podem dar – eis a diferença de exigência de uma liderança eficaz.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Figueirense
Gols: Túlio, 16' 1ºT e Thiaguinho 8´ 2ºT; Rafael Coelho 17´ 2ºT
Estádio: Orlando Scarpelli, Florianópolis (SC); 07/08/2008
Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro (MG); Rodrigo Otavio Baeta (MG) e Carlos Augusto Nogueira Junior (SP)
Cartões amarelos: Carlos Alberto, Thiaguinho, Túlio e Diguinho (Botafogo); Asprilla, Bruno Perrone e Leandro Carvalho (Figueirense)
Cartões vermelhos: Carlos Alberto (Botafogo)
Botafogo: Renan, Thiaguinho, Renato Silva, André Luís e Triguinho; Diguinho, Túlio, Lúcio Flávio e Carlos Alberto; Jorge Henrique (Gil) e Wellington Paulista (Leandro Guerreiro). Técnico: Ney Franco
Figueirense: Wilson, Anderson Luís (Edu Salles), Bruno Perone, Asprilla e William Matheus (Marquinho); Leandro Carvalho, Magal, Rodrigo Fabri (Ricardinho) e Cleiton Xavier; Rafael Coelho e Tadeu. Técnico: Paulo César Gusmão
12 comentários:
Pelo jeito este jogo deixou orgulhosos os botafoguenses do mundo todo. Belo texto, Rui! Belo texto!
Concordo com tudo. É animador! Até o Lúcio Flvávio voltou a jogar bem. Minha preocupação é quando começar a Sul-Americana,pois, jogaremos 2 vezes por semana e os outros adversários somente 1 (terão a semana inteira para treinar e nos enfrentarão descansados) vez. Tomara que de tudo certo.
Patrick
Olá, amigo Hangman. É de estarmos orgulhosos. Confirma-se que o grupo de jogadores é globalmente bom e que a escolha de novo treinador acertou no centro do alvo. Desde 2003 que eu não via um grupo com uma coesão tão regular de jogo para jogo. No tempo do Cuca houve bons momentos, mas nunca foram consistentes, isto é, nunca houve regularidade. Estou mesmo muito contente e só espero poder continuar a ver o BFR jogar assim. Ganha e faz desafios bastante bons.
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Caro amigo Patrick. Essa sempre foi uma das minhas preocupações. É necessário priorizar. Um dos problemas de 2007 - reconhecido em 2008 pelo Cuca - foi não termos priorizado, tentarmos ganhar tudo e acabar não ganhando nada. Se o BFR quiser apostar na Sul-Americana tem que priorizar por causa da preparação física. Priorizar não é só jogar com os reservas em certos jogos, mas sim elaborar um plano de treino e de preparação física que, nas datas das eliminatórias, tenha os jogadores em forma física e técnica. A minha opção seria priorizar a copa SA, porque precisamos de um título urgentemente e a Libertadores devia ser algo para apostar realmente em 2009. Em suma, eu preferia ficar entre 5º-8º no brasileirão e ganhar a copa SA. A não ser que todo o mundo começasse a perder muitos pontos e o BFR tivesse a chance de disputar o título nacional - o que é muito difícil.
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
eu vi um poco do jogo.
o time do botafogo esta certinho Rui Moura.
Tulio ta jogando bem,.
o time esta muito bom, dar pra ficar entre os 4, tem um grande tecnico tbm.
Ruy,
Precisa e profunda análise... Parabéns!
Tony
Amigo Léokope, há muitos anos que não via o Botafogo simultaneamente tão certinho e tão consistente. As loucas correrias de ataque foram substituídas pela organização harmónica. Neste estilo de jogo, se houvesse um plantel bem recheado, era caso para dizer que poderia chegar o tempo do 'carrossel alvinegro'. Mas assim já está bem, pelo menos para mim que estou habituado a tantos sobressaltos! Desejo mais um pouco de ´banalidade', isto é, que as vitórias sejam esperadas e que aconteçam realmente.
Saudações esportivas
Olá, amigo Tony! Gostei que tenho gostado da análise... eheheh... Espero que você possa saborear no Engenhão, Domingo, mais uma vitória. E esta vitória seria de gritos: contra o melhor clube da actualidade e contra o melhor técnico da actualidade - ambos empatados com o Botafogo e o Ney Franco, claro!!!...
Grande abraço a preto-e-branco
Botafogo, Botafogo
Campeão desde 1907
Foste herói em cada jogo
Botafogo,
Por isso é que tu és
E hás de ser
Nosso imenso prazer
Tradições,
Aos milhões tens também
Tu és o Glorioso
Não podes perder,
Perder para ninguém
Noutros esportes
Tua fibra está presente
Honrando as cores
Do Brasil de nossa gente
Na estrada dos louros,
Um facho de luz
Tua estrela solitária
Te conduz
Grande vitória! Estavamos precisando vencer o Figueira,
time muito enjoado.
Saudações Botafoguenses.
Amigo, sou um torceor que respeito muito os outros torcedores e os outros clubes, mas o Figueirense desagrada realmente. Por exemplo, enquanto acho simpático o Furacão, acho o Figueirense uma coisa para se ver ao longe, sem óculos e com vendas nos olhos...
Quem canta o hino assim está muito feliz! Eu também estou! Se ganharmos hoje ao Palmeiras...
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Rui Moura,
Eu digo enjoado no sentido de ser difícil de ser batido, eu gosto das cores do Figueirense, igual a nossa. Já não gosto das cores do Atlético Paranaense.
Saudações Botafoguenses.
Oi, amigo. Não havia entendido a sua observação, mas continuo a não gostar do Figueirense.
Há clubes com os quais simpatizo e clubes com os quais não simpatizo. Assim como com jogadores e treinadores adversários, e confesso que sorri com o despedimento do fanfarrão Renato Gaúcho.
Saudações botafoguenses
Enviar um comentário