quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dimas Filgueiras: alvinegro no Rio e no Ceará

Dimas Filgueiras Filho nasceu em 13 de maio de 1944, no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro. É filho de Dimas Filgueiras e Berta Domingues Filgueiras. É casado com Vânia Maria Chaves Filgueiras, sua segunda esposa, e tem quatro filhos: Ney, Danielle, Lia e Vânia. Jogou por Botafogo (1958-1971), Fortaleza (1971) e Ceará (1972-1976).

Dimas Filgueiras atuou pela Seleção Brasileira no Pré-Olímpico de 1964 no Peru e fez parte da equipa brasileira que se classificou para a Olimpíada de Tóquio. Sob o comando do técnico Antoninho, os resultados foram os seguintes: Brasil 2x0 Chile; Brasil 1x1 Colômbia; Brasil 3x1 Equador.

Durante a Olimpíada Dimas integrou a delegação Brasileira em Tóquio, mas não atuou porque estava contundido. A base da seleção brasileira era a seguinte: Florisvaldo [Botafogo]; Mura [Botafogo], Zé Luiz II [Fluminense], Valdez [Fluminense], e Dimas [Botafogo]; Íris [Fluminense] e Ivo Soares [Flamengo]; Edinho [Fluminense], Nélio [Fluminense], Evaldo [Fluminense] e Othon [Botafogo]. Técnico: Vicente Feola.

Dimas participou em diversos títulos do Botafogo na década de 1960. Recentemente, em entrevista ao jornal O Povo, Dimas falou da sua vida no Botafogo:

O POVO - Poucas pessoas conhecem a sua vida antes de futebol, antes de chegar no Ceará. É verdade que você não teve uma infância das mais tranquilas?

Dimas Filgueiras - Eu nasci no morro de São Carlos. A minha infância foi difícil, como de todos na época. Eu tive a sorte, o dom, de jogar bola. Eu fui bafejado pela sorte porque eu tinha um primo que trabalhava no Banco do Brasil e o diretor do Botafogo, doutor Rivadávia Corrêa, também trabalhava no Banco do Brasil. Aí ele disse que tinha um primo que jogava bola, e ele falou: “Leve lá. Pra ele fazer um teste no Botafogo”. Peguei dois bondes, cheguei lá, e coincidentemente, o treinador era o Marinho (Rodrigues, ex-jogador e técnico), que treinou aqui o Ceará, em 1971. Ele perguntou de que eu jogava, e eu: “Lateral-esquerdo”. E ele: “Joga lá na frente (de atacante)”. Como o treino era de cruzamentos e eu tinha a impulsão boa eu fiz dois gols. Eu era lateral-esquerdo e passei a ser centroavante naquele ano (1958). Mas eu brigava por posição com o Jairzinho, que era mais habilidoso, e aí eu pedi para jogar de lateral-esquerdo. Fiquei como lateral do Botafogo durante muito tempo. Aí fui convocado para as olimpíadas de Roma (em 1960) e fui cortado, fui pras olimpíadas de Tóquio (em 1964), fui tetracampeão juvenil, bicampeão de aspirantes, bicampeão com o profissional e começou a carreira.

OP – Até que ponto a sua proximidade com o Garrincha facilitou a vida para você no Botafogo?

Dimas – No juvenil do Botafogo eu era tido como neto do Nilton Santos, porque tinha as características dele. A pedido do Marinho eu fui aos coletivos. Fui uma vez, fui a segunda... Na terceira vez, o Nilton Santos veio me chamar a atenção porque eu tinha dado uma pancada no Mané. Pô, o Mané já passava com uma facilidade grande, se eu não marcasse... (risos) Eles me diziam: “Cuidado pra não machucar o Mané”. E teve uma viagem pela Europa e o Mané, que tinha dificuldade para escrever, me viu escrevendo umas cartas. Ele falou: “Dá pra escrever umas cartas pra mim?” Eu falei: “Dá. É só você me falar o nome da pessoa e explicar mais ou menos o que quer que eu diga”. Aí eu bolava as cartas e fazia pra ele. A partir daí, em toda viagem ele já falava pro treinador: “Você vai levar o Dimas”. Pra você ter uma ideia, eu já levava as cartas feitas (risos). Em toda viagem que ele estava, eu estava encaixado. Ele exigia: “Você não vai deixar de levar o Dimas, não. O Dimas joga nas quatro posições ali atrás. Não tem medo...”. E, realmente, em qualquer posição eu jogava.

OP – Nessa convivência com ele você deve ter presenciado muita...

Dimas – Não (apressa-se em interromper). Ele era pessoa... Sabe uma pessoa matuta? Ele era daquele jeito. Eu esclarecia muita coisa pra ele. Às vezes ele estava machucado e era obrigado a entrar. Eu falava pra ele: “Torto, não entra não. Você vai pro banco, diz que vai jogar mas não joga”. Ele dizia: “É mesmo, né, Mosca?” Ele me chamava de Mosca de Boi, porque eu era muito chato. E essa convivência foi tão boa! Tanto que ele foi pro Corinthians (1966) e eu era lateral do Botafogo. Aí, no primeiro jogo Corinthians e Botafogo, ele falou: “E agora, Mosca?” Eu falei: “Pode ficar tranquilo, que o que eu tiver que tomar é na bola”. Ele disse: “Faça o teu que eu já tô deixando o futebol e você tá começando”. Ele era tão amigo...

3 comentários:

hangman disse...

Essas histórias não aparecem no livro do RuyM Castro. Preferiu solidificar a imagem de um bebado.

Ruy Moura disse...

Hangman, é minha absoluta convicção que certas 'escritas' são para manter Garrincha e o Botafogo na sombra do futebol brasileiro. E, simultaneamente, valorizar Pelé para desvalorizar Mané. Já que valorizar esse tal de Zico ganha-nada é muito difícil...

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

Alô Mundo Botafogo, câmbio.

Estreia de Dimas:
BOTAFOGO 0 (2) x 0 (1) PORTUGUESA
Data – 23 / 06 / 1963
Local – Maracanã
Árbitro – Guálter Gama de Castro
Competição – Torneio Início
Botafogo – Hélio Dias, Mura, Zé Carlos, Adevaldo e Dimas; Luiz Carlos Theodoro e Arlindo; Jairzinho, Roberto, Dedé e Othon
Portuguesa – Omar, Paulinho, Luisão, Reginaldo e Tião; Raul e Mário Breves; Zezinho, Guttemberg, Humberto e Zé Carlos
Obs: 1. Nos pênaltis, Botafogo 2 a 1. Marcaram Arlindo (dois) p/o Botafogo e Luisão p/a Portuguesa; 2. O Botafogo foi representado pelo time juvenil na competição de 1° time
Fonte: Jornal dos Sports

Despedida:
BOTAFOGO 1 x 2 BAHIA
Data – 05 / 11 / 1969
Local – Fonte Nova (Salvador)
Competição – Campeonato Brasileiro / Taça de Prata
Botafogo – Cao, Moreira, Moisés, Leônidas (Chiquinho Pastor) e Dimas; Carlos Roberto e Afonsinho; Zequinha, Humberto, Ferretti e Paulo Cézar. Gol: Ferretti.

Os títulos pelo time principal:
Campeão do Torneio Início (1963 e 1967)
Campeão da Taça Círculo de Periódicos Esportivos de Caracas (1966)
Campeão da Taça Carranza de Buenos Aires (1966)
Campeão do Torneio Rio-São Paulo (1966)
Campeão do Hexagonal do México (1968)
Campeão Carioca (Estadual) – 1968
Campeão da Taça Guanabara (1968)
Campeão Brasileiro (Taça Brasil) – 1968

Jogos no time principal: 153 (incluído seis prélios pelo Torneio Início de 1963 e 1967) e nenhum gol.

Os títulos por outras categorias:
Campeão do Triangular Rio-Minas (1961)
Tetracampeão Carioca Juvenil (1961-1962-1963-1964)
Campeão Carioca de Aspirante (1965)

Jogos por outras categorias: 76 e marcou 9 gols.

Saudações Botafoguenses.

Nasci em Botafogo e gosto do clube de General Severiano.

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