domingo, 2 de setembro de 2012

Montenegro: ei-lo de volta…


Carlos Augusto Montenegro (CAM) surge sempre ao ataque nos momentos em que os outros se espalham completamente ao comprido. Foi assim durante os mandatos de Bebeto de Freitas, que detonou por dentro, e mantém-se como sempre.

Em 2010, após a goleada para o Vasco da Gama, atacou – ano e meio depois de empurrar Maurício Assumpção para a presidência. Curiosamente não tornou a prestar declarações bombásticas após a conquista do campeonato carioca de 2010…

Nova goleada e aí está ele de regresso, sempre pronto a desunir o que está unido ou desunir ainda mais o que já está meio desunido, e exibindo ideias sem nexo, tais como colocar Túlio no comando do ataque botafoguense e Jobson ao seu lado.

O ataque é pertinente: AB é o elo mais fraco entre os torcedores e o homem que embora tenha os resultados desastrosos que tem, é capaz de ter relações no mundo do futebol que M. Assumpção não tem – já que em 2009 confessou que só tinha experiência de futebol de praia.

A ideia, evidentemente, é isolar M. Assumpção. Eu apoiaria se CAM fosse um homem credível para abrir caminhos, mas o caminho que ele nos abriu em 2008 foi… Maurício Assumpção!

Foi ele que o escolheu, que por sua vez escolheu André Silva e Anderson Barros para a tríade de comando do Glorioso.

Sobre os argumentos de CAM – Anderson Barros ganha R$ 500 mil por ano e devia ser demitido face aos resultados; os atacantes foram demitidos e Rafael Marques não é nada; Antônio Carlos está bichado e o Fábio Ferreira está mal técnica e fisicamente – não há nada de novo, porque esses argumentos só mostram que os torcedores botafoguenses conseguiram fazer valer publicamente as suas críticas bem-intencionadas e CAM usa-se desses argumentos do ‘povo glorioso’ como que para legitimar o seu próprio ataque.

O que queríamos de figuras públicas do Botafogo era uma nova proposta para devolver o Botafogo aos dias de glória, e não jogos de disputa política do poder assentes exclusivamente em argumentos do povo botafoguense com o intuito de nos envolver emocionalmente.

O que queríamos de CAM era algo mais visionário, mais inovador e mais ousado; o que queríamos era uma proposta política e técnica séria de renovação do Glorioso e não ataques ocasionais meramente de jogo político de poder.

Em 2008, para afastar da candidatura à presidência pessoas ligadas a Bebeto de Freitas, CAM anunciou a sua candidatura à presidência do clube, e quando Bebeto caiu aos olhos do povo, minado por dentro e por fora, e sendo certo que para CAM o terreno ainda não era propício, rapidamente ele se descartou da sua candidatura e patrocinou a de Maurício Assumpção.

O que CAM nos deu de ‘presente’ foi um despreparadíssimo Maurício Assumpção e os seus ‘anexos’ André Silva e Anderson Barros – e o que nos propõe agora é minar a gestão de Maurício Assumpção para criar as melhores oportunidades para si mesmo ou para quem escolher… As suas próprias palavras revelam que está à espera de ser convidado… porque – diz ele – não entra sem convite…

Aliás, há quem especule sobre a existência de uma pré-escolha de candidatura para daqui a dois anos feita antes do ataque de CAM ao atual presidente. É este o Botafogo que nos dão, é este o Botafogo que temos!

Portanto, CAM não traz novidades, mas coisas antigas, muitíssimo antigas e desconexas de uma nova realidade que precisa de uma verdadeira visão, de metas ambiciosas e de estratégias credíveis para um paradigma futebolístico que mudou na última década em todo o mundo.

CAM não está preparado para lançar uma nova proposta de revitalização do Botafogo além de confrontos ocasionais, mas poderia ser verdadeiramente inovador contando-nos sobre as suas ações estratégicas dentro do Botafogo, como, por exemplo: porque é que patrocinou um homem como Maurício Assumpção, sem nenhuma preparação de gestão esportiva?

Poderia dizer-nos também quais são as reais razões pelas quais Maurício Assumpção continua defendendo Anderson Barros no cargo de diretor de futebol, já que CAM fez dele o grande alvo do seu ataque.

A torcida aguarda curiosa por esses contributos...

2 comentários:

Gil disse...

Rui,

Mais uma vez PERFEITO!

Voltando no tempo, as nossas dívidas trabalhistas deram um altíssimo salto após a passagem de CAM na presidência do clube. Ganhamos um título nacional, porém o custo ainda não foi pago!

O desânimo só aumenta, pois as esperanças de dias melhores a partir de 2015 sucumbe diante de declarações e politicagens como essas declarações!

Pobre do atual Botafogo!

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Os adeptos de CAM gabam-se de ser o presidente do título, mas ele mesmo, numa entrevista,mostrou-se surpreendido com a conquista. Efetivamente, ele dividira tanto a equipa em dois grupos - ao estilo de dividir para reinar - que nem queria acreditar que seria possível conquistar fosse o que fosse. Mas o Túlio estava lá...

Ele inaugurou a 'dinastia negra' do Glorioso, apenas interrompida brevemente por Bebeto de Freitas.

Abraços Gloriosos!

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