domingo, 13 de setembro de 2015

Biriba septuagenário!

por FÁBIO BIRIBA LAU E JOSÉ SÉRGIO BIRIBA ROCHA
[jornalistas Fábio Lau e Zé Sérgio]

No próximo dia 14 de setembro, segunda-feira, um grupo de torcedores do Botafogo têm encontro marcado no bar Carioca da Gema [do botafoguense Thiago Cesário Alvim] (Mem de Sá nº 79, Lapa) para festejar os 70 anos de seu eterno mascote Biriba (na foto, liderando a parada da vitória no campeonato carioca de 1948), o vira-lata mais sacana da história do futebol mundial.

A concentração será a partir das 18 horas, com promoção de chope até 21h30 para quem estiver trajando a camisa do aniversariante ou do Glorioso.

Filho de uma fox terrier e de pai desconhecido, Biriba nasceu em 1945 numa esquina de Copacabana, nas imediações da Rua Miguel Lemos, onde viveu nas calçadas até ser adotado pelo zagueiro Macaé.

Mas foi aos 3 anos de idade que ficou conhecido. No ano de 1948, sob a batuta do presidente Carlito Rocha, o Botafogo sonhava com o título que não vinha desde o tetracampeonato de 1932-33-34-35. O dirigente via sua imagem de empreendedor e apaixonado torcedor ser trocada pela de azarado. Muitos já desconfiavam do seu talento como gestor. Foi quando um fato novo surgiu e entrou para a história do clube. E era uma história de quatro patas.

Um vira-lata preto e branco foi levado a General Severiano pelo zagueiro titular, Macaé. O cão, arisco e determinado, só permitia que Carlito, além do próprio Macaé, o pegassem no colo. E foi assim, quase cumprindo um ritual, que o presidente apresentou um a um aos atletas o cachorro que tinha nome para lá de incomum: Biriba. O nome não veio por acaso: tratava-se do jogo de cartas que atletas apostavam valendo dinheiro antes dos jogos num período pré-concentração.

E no terceiro jogo do campeonato carioca, Macaé fez o cão, que até então só era íntimo de alguns jogadores, virar uma celebridade. Levou Biriba para o gramado e o soltou. A festa na arquibancada foi imediata por uma razão: os juízes ingleses, que estreavam no futebol do Rio, com sua fleuma de lordes reverentes à Rainha, se irritaram com a presença do cachorro e mandaram que o tirassem.

Funcionários, policiais, atletas, ninguém conseguia alcançar o cão. E os próprios juízes, com seus cabelos engomados, partiram para cima. E Biriba, que ainda não conhecia Garrincha, driblava um a um.

Os jogadores adversários, do Madureira, também tentaram sem sucesso agarrar o mascote pelo rabo, orelha, focinho. Que nada!!! E a arquibancada, em peso, gritava “Plé!”. Biriba só sal de campo, para começar a partida, quando cansou e foi finalmente apanhado por Carlito Rocha.

O placar do jogo preliminar determinou a sorte do cão e a importância que teria na história: Botafogo 10 a 2. A partir daí, Biriba seria presença obrigatória em partidas no Rio, no Brasil e no exterior. Fizesse chuva ou sol.

Sua morte foi devidamente registrada pelos jornais no dia 11/8/58. Curiosamente, o cão surgiu com um título e despediu-se com outro, o de 1957. E como se a torcida já preparasse a saída do mascote, que morreria no ano seguinte, gritou seu nome na arquibancada do Maracanã.

Não se tem notícia de um estádio inteiro (100 mil pagantes) prestando tamanha homenagem a um cachorro.

2 comentários:

Luciana disse...

Que história linda!

Ruy Moura disse...

É mesmo, Luciana!

Abraços Gloriosos.

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