quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Botafogo 2x1 Paraná

Gol da virada. Captura de tela em 08.09.2015.

Pensei que após três vitórias seguidas, e pela lógica comportamental das equipes, o Paraná iria perder o jogo.

Mas…

Lembra-se algum dos leitores há quantos séculos o Botafogo tomou o último gol sem falhas dos zagueiros ou dos laterais?... Confesso que não me lembro disso nos últimos anos e… Giaretta lá estava para manter a tradição!

E depois de três lances de gol claro do Botafogo entre os 17’ e os 20’, sem concretização, acrescido de um certo amornar do jogo, fiquei receoso para a segunda parte. Que se acentuou em virtude de uma parte final tecnicamente inferior à inicial.

Mas…

Eis que Ricardo Gomes saca novamente de Sassá, em tempo útil, e o jovem atleta decide o desafio. Gomes tem uma virtude que gosto: não espera pelos 30’ ou 35’ para fazer substituições, eventualmente tardias e ineficazes. Sassá chegou cedo, engrenou, mudou o figurino de jogo, aparentemente para o qual o Paraná já não estaria preparado, e como se colocou à defesa acabou tomando a virada como é muito comum das equipes que marcam um gol e passam a centrar-se na sua defensiva.

Em minha opinião foi muito interessante o 1º gol de Sassá, que depois de cabecear se manteve quieto à espera de uma eventual oportunidade – e não vacilou. E o segundo gol resulta de uma nova excelente colocação. Após várias partidas de Sassá com resultados pessoais nulos, eis que resolve dois desafios ao cair do pano, o que provavelmente nunca lhe acontecera na vida até então.

Porém, sendo uma vitória muito importante para descolar – para já – do 5º lugar, este torcedor que sabe dominar a emoção – embora a tenha à flor da pele – e julga saber usar a razão, não aprecia dois desafios claramente resolvidos na ‘raça’ e não na ‘técnica’.

Se queremos ser uma equipe de futebol em progresso, muito teremos que mudar, porque não se pode viver de vitórias emocionais, muito suadas e muito sofridas, se se quiser consolidar uma equipe e fazê-la disputar títulos.

Futebol é regularidade, consistência técnica, preparação física e, obviamente também, estofo emocional e coração generoso. São componentes indispensáveis para podermos ir a assistir a jogos de futebol e ver a nossa equipa jogar bem e ganhar sem apelo nem agravo.

Ninguém vai a um espetáculo cultural à espera que os protagonistas falhem clamorosamente aqui e ali, que nos façam zangar, que nos façam assobiá-los até começarem a desempenhar bem o seu papel. Esperamos desempenhos técnicos condizentes com a profissão de cada qual. E o nosso desempenho técnico e tático ainda deve muito à modernidade e à qualidade do futebol.

Satisfaz-me as três vitórias consecutivas. E se a equipe se concentrar para ganhar os próximos – e bem acessíveis – quatro confrontos, são sete vitórias consecutivas e praticamente o título na mão. Embora não me agrade comemorar um título de 2ª divisão com o Clube de Garrincha, Nilton Santos, Didi, Gerson e Jairzinho.

Mas… bem… olhemos em frente sempre com uma ideia clara e inabalável: quando o Botafogo entra em campo é para ganhar. E para reconfigurar-se num futuro promissor.

Fora de tópico: Saúde, amor e trabalho correm-me bem, mas original mesmo é correrem bem todas as minhas preferências futebolístico-desportivas (por ordem decrescente): Botafogo líder do 'Brasileirão' B com 6 pontos de vantagem sobre o 5º classificado; Sporting líder do 'Lusão' ex-aequo com o Porto e o Arouca; Portugal líder do Grupo de classificação para o Campeonato da Europa e a 1 ponto de se classificar; Brasil ganhando os seus amistosos.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Paraná
» Gols: Sassá, aos 71’ e 87’ (Botafogo); Gustavo Sauer, aos 13' (Paraná)
» Competição: Campeonato Brasileiro série B
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Data: 08.09.2015
» Público: 6.220 pagantes; 7.226 presentes
» Renda: R$ 130.240,00
» Árbitro: Francisco Carlos do Nascimento (AL)
» Disciplina: cartão amarelo – Tomas, Elvis, Luís Henrique (Botafogo); Rafael Carioca, Gustavo Sauer (Paraná)
» Botafogo: Helton Leite, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Roger Carvalho e Diego Giaretta; Camacho, Willian Arão, Tomas (Daniel Carvalho), Elvis e Lulinha (Sassá); Navarro (Luís Henrique). Técnico: Ricardo Gomes.
» Paraná: Felipe Alves, Ricardinho, Anderson Uchôa, Luciano Castán e Rafael Carioca; Fernandes, Rafael Costa, Gustavo Sauer (Carlinhos) e Danielzinho (Paulo Henrique); Gabriel Leite (Crystian) e Carlão. Técnico: Fernando Diniz.

10 comentários:

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

Que grande partida do Sassá. E eu não aguento mais o sub-atleta que é o Giaretta.
Mas quero falar sobre a imbecilidade do Aarão. Quer criar clima negativo para sair. Queria receber o bicho em dinheiro vivo! Pois bem, que treine em separado até o fim do ano e que paguem bem caro para ele ir embora. Quero ver se esse estrupício vai receber salário em dia no clube vagabundo que é o Flamengo, para onde ele quer tanto ir. Por mim, não joga mais no Botafogo. Chega de tumultuador de ambiente!
Abraços.

Anónimo disse...

RUI,concordo com a sua análise sobre a partida.Nada me surpreende em nossas atuações dada a fraqueza técnica do elenco.
Pouco antes do início do CBB,tive o saco de assistir a partidas dos principais adversários.Comentei em alguns blogs que eram fraquíssimos,e mesmo com o nosso grupo de série B,subiríamos tranquilos,desde que não houvesse problemas internos,contusões graves etc.
Os percalços de saída de jogadores,mudança de técnico,etc,parece que foram superados.
Quanto a minha última Msg,lá de baixo,sorry,falha nossa na justa causa,rsrsrsrs.
Quanto ao achismo religioso,de pleno acordo,optei por não seguir nenhuma religião depois que fiquei adulto e percebi a exploração religio$$$$a em todas.
Tenho alguma simpatia pelo espiritismo de KARDEC,pois no Kardecismo vejo fazerem muita caridade com crianças e idosos,sem passarem sacolinha,nem cobrarem dizimo dos adeptos.
Alguns amigos dizem-me que sou questionador e polêmico.Apenas respondo que não sou "Maria vai com as outras"e que,graças ao meu querido e saudoso pai,aprendi a viver a vida decentemente e sem depender de ninguém.
Fique à vontade caso não queira publicar.JOTA.

Gil disse...

Grande Rui,

Um detalhe que me chamou a atenção no primeiro gol do Sassá foi a vontade e coragem de chutar com vontade aquela bola, mesmo tendo dois adversários de frente e com os pés em direção a mesma.
Se fosse outro jogador, talvez tirasse o pé ou tentaria algo diferente que não fosse enfrentar os dois adversários.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Sergio Di Sabbato disse...

Quando o Giaretta cometeu aquela falha bisonho, num jogo que parecia que ia se resolver de modo relativamente simples e, depois de duas defesas espetaculares do goleiro do Paraná, uma numa bela bicicleta do Lulinha, eu pensei: parece que hoje é daqueles dias que o Botafogo vai nadar, nadar e morrer na praia. Repito: nos primeiros minutos o Botafogo dominava bem a partida e o adversário não encontrava soluções, mas eis que uma falha grotesca transformou a partida que adquiriu tons dramáticos. Eu acho que não me lembro de ficar tão irritado com um erros de um jogador como o de ontem, foi primário demais. Enfim, na base da vontade e com boas substituições o Botafogo conseguiu virar o placar, mas até hoje a irritação continua.
Acho que a equipe do Botafogo com o RG está mais consistente, a defesa melhor postada, o meio mais ativo e o ataque tem tido mais oportunidades de definir as partidas, mas as falhas individuais ainda comprometem o desempenho da equipe. O Rg armou uma boa jogada pela direita, com o Arão, LR e as vezes o Tomas, que se não é brilhante e as vezes displicente, melhorou a proteção pelo lado direito. O Lado esquerdo é que continua com problemas, haja visto que os dois gols sofridos nos 2 últimos jogos foram pela esquerda. Gostei das substituições, principalmente a do Sassá, que me surpreendeu pela boa atuação e o DC pela luta pela posse de bola. Sobre o LH, acho que é bom jogador e tem uma outra virtude: sabe jogar pelos lados, mas também sou de opinião que ele tem que ir entrando aos poucos, ganhando experiência. De fato, ontem ele cometeu uma falta infantil numa jogada aguda pela direita que o Sassá cabeceou para o gol, mas a jogada havia sido invalidade exatamente por esta falta sem o menor sentido do LH. Esse lance mostra o quanto ele tem que aprender, pois não havia a menor necessidade dele fazer o que fez, principalmente se tivesse olhado o desenho da jogada.
Enfim, acho que o time tem tudo para subir, mas não pode é ficar dando chance ao azar. Erros individuais crassos não há técnico que dê jeito, ainda mais num elenco limitado como o do Botafogo, onde não há muitas opções de mudanças. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Aurelio, acho que foi a partida da vida do Sassá. Não acredito que faça outra igual tão cedo. Embora eu gostasse muito que fizesse. Não foram só os gols, foi toda amovimento desde que entrou em campo.

Sobre o Arão, e (a) tendo em consideração o que li sobre ele e o pai e (b) que o desmanche do time já foi feito e não parece ser uma grande falta (o coletivo é que pode vencer, porque individualmente são em geral todos muito fracos), eu colocava-o a treinar à parte. Eram pelo menos 4 meses de castigo que ia pagar durante um bom, tempo no flamengo até se ajeitar. Se é que se ajeita, porque antes do botafogo ele marcara um gol em toda a sua carreira. Creio que nos cathartiformes ele vai afundar - como merece.

Não respeito quem não respeita o Botafogo.

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

JOTA, concordo com a análise ao CBB.

De religião tenho simpatia por duas coisas: o budismo, que é muito interessante e teve o único Deus vivo, real; e a 'filosofia' cristã, posteriormente destruída completamente pela catolicismo reacionário, maniqueísta e dogmático (além de assassino durante toda a Santa Inquisição). Já participei muito intensamente no espiritismo via Alan Kardec, mas os meus questionamentos permanentes levaram-me a outros rumos.

A minha filha mais nova (talvez a mais velha também o diga) diz o mesmo de mim: não verga a cerviz e diz claramente a quem a quer vergar: não foi isso que o meu pai me ensinou. E manda o sujeito para outra morada ou mesmo muda de emprego. Fico contente com esse comportamento - que eu tive muitas e muitas vezes antes.

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Gil, concordo inteiramente. Gostei tanto desse chute um misto de raiva e energia que revi o gol seis vezes!

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Concordo inteiramente com toda a sua análise, Sergio. Eu destacaria dois aspectos: parece que o RG está conseguindo organizar melhor a equipe, embora eu pense que precisa de treinar mais certos aspectos, apesar da escassez de tempo de um 'calendário assassino' no futebol brasileiro; o LH faz coisas que evidenciam essa imaturidade, mas os impacientes da torcida querem-no na frente de ataque, sem perceberem que ele não ainda estofo para isso e comete alguns erros elementares.

Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Sassá é esforçado, sempre foi. Não é driblador, ou particularmente habilidoso, portanto não serve para as pontas; estava sendo mal utilizado pelos treinadores anteriores. RG fez bem em colocá-lo como centro-avante.

Ruy Moura disse...

Concordo com as observações sobre o Sassá. Muito aplicado, sim. Merecia ter um bocadinho mais de qualidade técnica.

Abraços Gloriosos.

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