por
WASHINGTON LUIZ DE ARAÚJO
Documentário
do jornalista e cineasta José Carlos Asbeg revive a histórica vitória do Brasil
contra a Suécia e traz depoimentos dos craques brasileiros que colocaram de vez
o nosso futebol no cenário mundial.
"O Brasil se aproxima do seu maior sonho de toda
a história futebolística. / Meus amigos, estamos na última volta do ponteiro. /
Bola com Zagallo, Zagallo para Vavá. / Pelo meu cronômetro faltam dez segundos.
/ Desce Garrincha, prende a bola pela primeira vez. / É abordado por quatro
adversários. / Recuou para Djalma, de Djalma para Didi. / Atenção! Esgotado o
tempo regulamentar. / Fica na esquerda agora com Orlando, Orlando foi para a
frente. Já estamos com 30 segundos de prorrogação. / Estamos caminhando para a
conquista merecida do título máximo de 58. / Pelé domina no peito, de calcanhar
para Zagallo. / É de calcanhar que Pelé toca para Zagallo. / Delírio dos
brasileiros em Solna. / Zagallo prepara-se, tem Pelé. / Meus amigos, não há
mais nervos para os brasileiros que não estão lá dentro do gramado. / Os
torcedores brasileiros se erguem no estádio. / Gooooooool, Pelé! / Na cabeçada
extraordinária marca o quinto gol do Brasil. / Meu Brasil querido, somos os
campeões do mundo. / Gritem todos, comemorem todos! / Campeões do mundo, os
brasileiros. / Meus amigos, é a vitória brasileira. / Um verdadeiro delírio. /
Delírio dos brasileiros em Solna."
As vozes emocionadas dos locutores de rádio Waldir
Amaral, Jorge Cury, Edson Leite, Pedro Luiz, Geraldo José de Almeida e Orlando
Moreira ainda ecoam nos corações daqueles que acompanharam a final do jogo
Brasil x Suécia. […] E são essas vozes entremeadas que abrem o documentário do
jornalista e cineasta José Carlos Asbeg, […]
O filme traz imagens e depoimentos de craques que
estiveram no Estádio Rasunda naquele 29 de junho, como Nilton Santos, Zagallo,
Djalma Santos, Zito, Mazzola, Pepe, Dino Sani e Moacir. Integrantes de um time
que não só nos fizeram acordar de um pesadelo de derrotas, como as de 1950 e
1954, como também sonharam e acordaram para dias mais felizes, como todos os
brasileiros. "Eu só me convenci no dia seguinte. Pra mim eu tinha
sonhado", afirma um risonho Nilton Santos. Mas quem cochilou foram os
adversários, como lembra o nosso já lendário lateral, a "Enciclopédia do
Futebol". "Quando eles perceberam que tinha Garrincha e Pelé, a gente
já tava ganhando. Mas botar os dois do mesmo lado é uma sacanagem, uma
covardia. Naquela época... que isso". E Nilton Santos não está sozinho com
todo esse embevecimento a respeito de Garrincha. O atacante José João Altafini,
o Mazzola, também rende homenagem ao mágico das pernas tortas: "Eu vou
dizer a verdade: o Brasil ganhou em 58 e 62 com o 'seu' Manoel dos Santos
Garrincha. Foi ele quem fez tudo, fez tudo. Fez mais do que ele tinha que
fazer. É como num bolo que você tem a cereja em cima. Ele era a cereja em cima
do bolo".
Texto completo em http://www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/11/textos/121
Notas
do Mundo Botafogo:
[1] Titulares
do Botafogo na Copa do Mundo de 1958: Nilton Santos, Didi (Bola de Ouro da Copa)
e Garrincha.
[2] Titulares
do Botafogo na Copa do Mundo de 1962: Nilton Santos, Didi, Garrincha (Bola de
Ouro e Artilheiro da Copa), Amarildo e Zagalo.
[3] Titulares
do Botafogo em 1970: Gerson (que foi convocado como botafoguense, embora tenha ingressado
no São Paulo antes da Copa) e Jairzinho (artilheiro da Copa marcando 7 gols em
todos os jogos); jogaram ainda Paulo César Lima (titular 2x e substituto 1x) e
Roberto Miranda (substituto 2x). Todos marcaram gols. Rogério, lesionado,
também integrou a comitiva brasileira.
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