segunda-feira, 4 de junho de 2018

1958: o ano em que o mundo descobriu o Brasil


por WASHINGTON LUIZ DE ARAÚJO

Documentário do jornalista e cineasta José Carlos Asbeg revive a histórica vitória do Brasil contra a Suécia e traz depoimentos dos craques brasileiros que colocaram de vez o nosso futebol no cenário mundial.

"O Brasil se aproxima do seu maior sonho de toda a história futebolística. / Meus amigos, estamos na última volta do ponteiro. / Bola com Zagallo, Zagallo para Vavá. / Pelo meu cronômetro faltam dez segundos. / Desce Garrincha, prende a bola pela primeira vez. / É abordado por quatro adversários. / Recuou para Djalma, de Djalma para Didi. / Atenção! Esgotado o tempo regulamentar. / Fica na esquerda agora com Orlando, Orlando foi para a frente. Já estamos com 30 segundos de prorrogação. / Estamos caminhando para a conquista merecida do título máximo de 58. / Pelé domina no peito, de calcanhar para Zagallo. / É de calcanhar que Pelé toca para Zagallo. / Delírio dos brasileiros em Solna. / Zagallo prepara-se, tem Pelé. / Meus amigos, não há mais nervos para os brasileiros que não estão lá dentro do gramado. / Os torcedores brasileiros se erguem no estádio. / Gooooooool, Pelé! / Na cabeçada extraordinária marca o quinto gol do Brasil. / Meu Brasil querido, somos os campeões do mundo. / Gritem todos, comemorem todos! / Campeões do mundo, os brasileiros. / Meus amigos, é a vitória brasileira. / Um verdadeiro delírio. / Delírio dos brasileiros em Solna."

As vozes emocionadas dos locutores de rádio Waldir Amaral, Jorge Cury, Edson Leite, Pedro Luiz, Geraldo José de Almeida e Orlando Moreira ainda ecoam nos corações daqueles que acompanharam a final do jogo Brasil x Suécia. […] E são essas vozes entremeadas que abrem o documentário do jornalista e cineasta José Carlos Asbeg, […]

O filme traz imagens e depoimentos de craques que estiveram no Estádio Rasunda naquele 29 de junho, como Nilton Santos, Zagallo, Djalma Santos, Zito, Mazzola, Pepe, Dino Sani e Moacir. Integrantes de um time que não só nos fizeram acordar de um pesadelo de derrotas, como as de 1950 e 1954, como também sonharam e acordaram para dias mais felizes, como todos os brasileiros. "Eu só me convenci no dia seguinte. Pra mim eu tinha sonhado", afirma um risonho Nilton Santos. Mas quem cochilou foram os adversários, como lembra o nosso já lendário lateral, a "Enciclopédia do Futebol". "Quando eles perceberam que tinha Garrincha e Pelé, a gente já tava ganhando. Mas botar os dois do mesmo lado é uma sacanagem, uma covardia. Naquela época... que isso". E Nilton Santos não está sozinho com todo esse embevecimento a respeito de Garrincha. O atacante José João Altafini, o Mazzola, também rende homenagem ao mágico das pernas tortas: "Eu vou dizer a verdade: o Brasil ganhou em 58 e 62 com o 'seu' Manoel dos Santos Garrincha. Foi ele quem fez tudo, fez tudo. Fez mais do que ele tinha que fazer. É como num bolo que você tem a cereja em cima. Ele era a cereja em cima do bolo".

Texto completo em http://www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/11/textos/121

Notas do Mundo Botafogo:

[1] Titulares do Botafogo na Copa do Mundo de 1958: Nilton Santos, Didi (Bola de Ouro da Copa) e Garrincha.

[2] Titulares do Botafogo na Copa do Mundo de 1962: Nilton Santos, Didi, Garrincha (Bola de Ouro e Artilheiro da Copa), Amarildo e Zagalo.

[3] Titulares do Botafogo em 1970: Gerson (que foi convocado como botafoguense, embora tenha ingressado no São Paulo antes da Copa) e Jairzinho (artilheiro da Copa marcando 7 gols em todos os jogos); jogaram ainda Paulo César Lima (titular 2x e substituto 1x) e Roberto Miranda (substituto 2x). Todos marcaram gols. Rogério, lesionado, também integrou a comitiva brasileira.

[4] Sem o Botafogo de Futebol e Regatas não havia nem campeão, nem bicampeão, nem tricampeão.

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