Saídas céleres por baixo desempenho
Fui um
grande defensor de Jair Ventura durante o tempo em que treinou o Botafogo,
principalmente por conta do modo inteligente como foi conquistando classificações
sobre ex-campeões continentais na Copa Libertadores, estabelecendo uma
estratégia e uma postura adequadas a equipes que possuem fracos ataques,
privilegiando a defesa e as transições rápidas para o ataque visando
surpreender os adversários em contra pé.
Além disso
manifestava posturas adequadas durante as conferências pós-jogos e mostrava-se clarividente
nas análises, a despeito de alguma teimosia típica dos treinadores.
Porém,
gradualmente foi cometendo erros por conta de uma ambição de transformar o
Botafogo em equipe de ataque, quando na verdade só funcionava à base de uma defesa
bem posicionada, com menos posse de bola e contra-ataques fulminantes. De cada
vez que alterou a estratégia, a equipe perdia. Retornava à estratégia antiga e
a equipe ganhava.
Todavia, há
um momento, não sei bem qual, em que Jair deve ter imaginado que era um sucesso
nacional único soberbamente elogiado pela traiçoeira mídia e… caiu no logro do
sucesso fulminante – entornando o caldo da sopa!
Em pouco
tempo mostrou alguma arrogância, errou caminhos e desleixou-se como comandante
da equipe. Perdeu-se na ânsia de uma Glória que julgava estar além do Botafogo,
do tipo largar um ‘fusca’ e passar a guiar um ‘ferrari’, e em colisão com o
Clube acabou por sair de uma forma arrogante, desajeitada e triste.
E eis Jair –
o Jair filho de lenda botafoguense – estufando o peito arrogante de futuro que
julgava certo, em direção ao Santos. E Jair pronto para o estrelato, para a
glória de, em pouco mais de um ano, ser uma constelação a brilhar nos céus
futebolísticos do país.
E… PLOFF!
Acabou in’gloriosamente’ despedido.
Mas… nada
estava perdido, porque afinal o Santos enganara-se e… o ‘grande’ Corinthians, à
moda do Ferrari de Túlio Maravilha de outros tempos, estava ali, de braços
abertos, para que Jair fosse, finalmente, elevado ao estrelato da anunciada
constelação venturosa.
E… PLOFF!
Acabou in’gloriosamente’ despedido em ‘morte anunciada’ pela segunda vez
consecutiva de forma humilhante no dia seguinte ao termino do campeonato
brasileiro.
Efetivamente,
em Globoesporte.com pode ler-se, desde 20 de novembro, que “Jair Ventura e seus
auxiliares não foram comunicados pela diretoria do Corinthians sobre a possibilidade de demissão”. Em suma, despedido informalmente por
meio de órgãos da comunicação social…
Tal como
Túlio Maravilha, que soçobrou no futebol sem a anunciada constelação que seria
no Corinthians a guiar um Ferrari, Jair (des)Ventura tinha um Volkswagen fiável
como são todos, mas quis, certamente na sua visão megalômana, um Ferrari disponível
para ‘filhinho de papá’ e muito provavelmente vai ter que se habituar proximamente
por um qualquer Fiat de baixa cilindrada se não quiser andar a pé.
Conta-se
pelos dedos os atletas e técnicos ingratos que saíram do Botafogo e não
soçobraram no futebol. À praga botafoguense nem escaparam nomes gloriosos como
Didi e Túlio Maravilha, ou técnicos como o arrogante e inoperante Osvaldo
Oliveira que não parou sequer um ano em clube algum pós-Botafogo, os quais acreditaram
em ‘ferraris’ fora do Botafogo (Real Madrid, Corinthians, Santos) e certamente
se arrependeram para o resto da vida.
Aos 6 anos
de Botafogo nas equipes de base, Jair juntou 99 jogos pela equipa profissional
e após disso… 37 jogos no Santos até ser despedido 7 meses depois e 19 jogos
pelo Corinthians até ser anunciado o seu despedimento 12 semanas depois. No
Botafogo, 52.3% de aproveitamento; no Santos 45.95% de aproveitamento; no
Corinthians 33,33% de aproveitamento…
Jair talvez já
se tenha apercebido que só os gênios vencem de um ano para o outro, que é
preciso muito trabalho e muito suor aos não gênios para conseguirem chegar ao
mais alto, com humildade, perseverança e respeito pelo próximo. Ou talvez não
se tenha apercebido ainda… e passará a um potencial ‘Já…ir’ de clube em clube
coo tantos outros…
2 comentários:
Este é o melhor resumo de Jair Ventura que se pode achar. Perfeito em suas palavras, nobre amigo. E se ele "já ir" pensando em voltar com o rabo entre as pernas para o Botafogo? Vai dividir muitas opiniões. Abraços Gloriosos!
Sim, Mauro, provavelmente divide, então fica o meu aviso-esclarecimento. Quem quiser defendê-lo como fez várias vezes com o Jobson de má memória para o futebol brasileiro e para os jovens que não precisam de maus exemplos, que o faça. Mas fica feito o meu dever de blogueiro apaixonado pelo Clube.
Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário