quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Jair – sem ventura…

Saídas céleres por baixo desempenho

Fui um grande defensor de Jair Ventura durante o tempo em que treinou o Botafogo, principalmente por conta do modo inteligente como foi conquistando classificações sobre ex-campeões continentais na Copa Libertadores, estabelecendo uma estratégia e uma postura adequadas a equipes que possuem fracos ataques, privilegiando a defesa e as transições rápidas para o ataque visando surpreender os adversários em contra pé.

Além disso manifestava posturas adequadas durante as conferências pós-jogos e mostrava-se clarividente nas análises, a despeito de alguma teimosia típica dos treinadores.

Porém, gradualmente foi cometendo erros por conta de uma ambição de transformar o Botafogo em equipe de ataque, quando na verdade só funcionava à base de uma defesa bem posicionada, com menos posse de bola e contra-ataques fulminantes. De cada vez que alterou a estratégia, a equipe perdia. Retornava à estratégia antiga e a equipe ganhava.

Todavia, há um momento, não sei bem qual, em que Jair deve ter imaginado que era um sucesso nacional único soberbamente elogiado pela traiçoeira mídia e… caiu no logro do sucesso fulminante – entornando o caldo da sopa!

Em pouco tempo mostrou alguma arrogância, errou caminhos e desleixou-se como comandante da equipe. Perdeu-se na ânsia de uma Glória que julgava estar além do Botafogo, do tipo largar um ‘fusca’ e passar a guiar um ‘ferrari’, e em colisão com o Clube acabou por sair de uma forma arrogante, desajeitada e triste.

E eis Jair – o Jair filho de lenda botafoguense – estufando o peito arrogante de futuro que julgava certo, em direção ao Santos. E Jair pronto para o estrelato, para a glória de, em pouco mais de um ano, ser uma constelação a brilhar nos céus futebolísticos do país.

E… PLOFF! Acabou in’gloriosamente’ despedido.

Mas… nada estava perdido, porque afinal o Santos enganara-se e… o ‘grande’ Corinthians, à moda do Ferrari de Túlio Maravilha de outros tempos, estava ali, de braços abertos, para que Jair fosse, finalmente, elevado ao estrelato da anunciada constelação venturosa.

E… PLOFF! Acabou in’gloriosamente’ despedido em ‘morte anunciada’ pela segunda vez consecutiva de forma humilhante no dia seguinte ao termino do campeonato brasileiro.

Efetivamente, em Globoesporte.com pode ler-se, desde 20 de novembro, que “Jair Ventura e seus auxiliares não foram comunicados pela diretoria do Corinthians sobre a possibilidade de demissão”. Em suma, despedido informalmente por meio de órgãos da comunicação social…

Tal como Túlio Maravilha, que soçobrou no futebol sem a anunciada constelação que seria no Corinthians a guiar um Ferrari, Jair (des)Ventura tinha um Volkswagen fiável como são todos, mas quis, certamente na sua visão megalômana, um Ferrari disponível para ‘filhinho de papá’ e muito provavelmente vai ter que se habituar proximamente por um qualquer Fiat de baixa cilindrada se não quiser andar a pé.

Conta-se pelos dedos os atletas e técnicos ingratos que saíram do Botafogo e não soçobraram no futebol. À praga botafoguense nem escaparam nomes gloriosos como Didi e Túlio Maravilha, ou técnicos como o arrogante e inoperante Osvaldo Oliveira que não parou sequer um ano em clube algum pós-Botafogo, os quais acreditaram em ‘ferraris’ fora do Botafogo (Real Madrid, Corinthians, Santos) e certamente se arrependeram para o resto da vida.

Aos 6 anos de Botafogo nas equipes de base, Jair juntou 99 jogos pela equipa profissional e após disso… 37 jogos no Santos até ser despedido 7 meses depois e 19 jogos pelo Corinthians até ser anunciado o seu despedimento 12 semanas depois. No Botafogo, 52.3% de aproveitamento; no Santos 45.95% de aproveitamento; no Corinthians 33,33% de aproveitamento…

Jair talvez já se tenha apercebido que só os gênios vencem de um ano para o outro, que é preciso muito trabalho e muito suor aos não gênios para conseguirem chegar ao mais alto, com humildade, perseverança e respeito pelo próximo. Ou talvez não se tenha apercebido ainda… e passará a um potencial ‘Já…ir’ de clube em clube coo tantos outros…

2 comentários:

Aqipossa Informativo disse...

Este é o melhor resumo de Jair Ventura que se pode achar. Perfeito em suas palavras, nobre amigo. E se ele "já ir" pensando em voltar com o rabo entre as pernas para o Botafogo? Vai dividir muitas opiniões. Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Sim, Mauro, provavelmente divide, então fica o meu aviso-esclarecimento. Quem quiser defendê-lo como fez várias vezes com o Jobson de má memória para o futebol brasileiro e para os jovens que não precisam de maus exemplos, que o faça. Mas fica feito o meu dever de blogueiro apaixonado pelo Clube.

Abraços Gloriosos.

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