sexta-feira, 26 de abril de 2019

Botafogo – patrimônio cultural e imaterial brasileiro

por BRENO DE BARROS, in Crônicas Olímpicas

«No último domingo estava conversando com o meu pai, na varanda de casa, quando o papo furado caiu no campeonato carioca. Vira e mexe, quando falamos sobre futebol, chegamos no Botafogo. Ele é um legítimo botafoguense que acredita que a fé é a certeza daquilo que espera e a prova das coisas que não vê. Convivendo com o meu pai, aprendi que não tem como falar do glorioso sem falar de fé.

Papo vai e papo vem, ele foi contando várias histórias nostálgicas do clube carioca. “O Botafogo e o Santos são os times que mais cederam jogadores para a Seleção Brasileira. O futebol tem muito a agradecer aos dois clubes”, ele gosta de repetir, orgulhoso. Prefiro acreditar que é a ponta de esperança que o mantém torcendo pelo time.

Quando voltei para casa, porém, o assunto não saiu da minha cabeça. Foi aí que percebi que o Botafogo deixou de ser um clube de futebol para se tornar um patrimônio cultural e imaterial brasileiro. O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) bem que poderia cuidar para que não morresse o modo peculiar dos botafoguenses de torcer e a arte dos cartolas de manter o time longe de títulos.

Curioso, fui ao site do IPHAN para entender melhor a função do órgão. Ele foi criado em 1937 e é responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial do país. O site informa que a função da entidade é “defender e favorecer os bens culturais do país proporcionando sua existência e usufruto para as gerações presentes e futuras, buscando a preservação dos tesouros da cultura nacional”. Olha aí, é tudo de que o esporte brasileiro precisa.

Durante o exato momento em que assistimos às provas ou partidas, o esporte não passa de entretenimento. No minuto seguinte, o lazer e o passatempo viram história, que é incorporada simultaneamente à cultura nacional. No final, tudo vira matéria-prima para abastecer os museus do país

O pretexto de Breno de Barros para enquadrar a sua coluna foi o nosso Botafogo e a conversa com o seu apaixonado pai pelo Clube da Estrela Solitária, mas o autor foi mais longe, escrevendo um interessantíssimo artigo sobre o patrimônio cultural e imaterial que o desporto representa para o país. Por isso, Breno de Barros termina assim a sua coluna:

«Vivemos em uma época estranha, em que as pessoas são cada vez mais egocêntricas. Só querem consumir, cobrar e não pensam em investir e incentivar. Como os brasileiros não conseguem olhar para o esporte como algo importante e que colabora para a evolução da sociedade, mesmo depois de acolher o mundo durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 e a Copa do Mundo de futebol 2014, a gente tem que mudar de postura e passar a tratar o esporte como patrimônio cultural do país.»

É deveras curiosa a inspiração do autor ligando o Botafogo a patrimônio cultural e imaterial. Então, é legítimo convidar os nossos leitores a conferirem a coluna completa do autor em https://www.olimpiadatododia.com.br/cronicas-olimpicas/134392-patrimonio-cultural-e-imaterial-do-pais/

2 comentários:

Carlos Eduardo disse...

Ta vendo Ruy não é só a gente que acha que o Botafogo é patrimônio histórico kkkk inclusive acho que o IPHAN está demorando demais para dar suas voltinhas lá em General Severiano.
O Botafogo tem tudo(eu disse TUDO) que precisa para ser tombado a tal honraria.História com o remo,futebol e outros esportes.Dirigentes(os bons) os jogadores,General Severiano,o bairro de Botafogo,ser peça fundamental do futebol-arte;a nossa maneira de torcer,superstições,etc.
Não há clube que tenha sido mais retratados em livros que o nosso BOTAFOGO,e outras coisas mais.

Abraços!!! E viva o "Patrimônio imaterial,cultural e esportivo";o nosso Botafogo!!!

Ruy Moura disse...

Eu diria que em termos patrimônio cultural não há igual ao Botafogo em todo o Brasil. Há aproximações, tais como o Palmeiras, o Santos e o Vasco da Gama, mas ainda assim ficam distantes do nosso tão diversificado Clube a todos os níveis.

Abraços Gloriosos.

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