por LÚCIA SENNA | Escritora e Cantora | Cronista do Mundo Botafogo
Era uma manhã qualquer no quartel-general da Disney. Em um canto isolado do vasto império do entretenimento, uma reunião inusitada estava prestes a acontecer. Os personagens se reuniam para discutir a nova direção do governo, que acabara de chegar. Visivelmente preocupados com as mudanças políticas, cada um deles tentava entender as possíveis repercussões para o futuro.
A reunião estava tensa, e o Mickey, com suas orelhas ligeiramente mais achatadas do que o normal, olhava com uma expressão preocupada para o resto da turma. O destino da Disney nunca parecera tão nebuloso, e o fato de que o governo atual estava tomando decisões, sem nem ao menos ouvir a opinião dos personagens mais experientes, o deixava inquieto. Mickey balançando suas mãos pequenas, pediu atenção e falou:
-- Gente, vocês viram o que estão fazendo com a nossa marca? A Disney sempre foi magia, inclusão e sonhos! Agora, parece que estamos mais para um parque temático do que para uma verdadeira terra de fantasias. Ainda assim, galera, vamos manter a calma! Precisamos estudar a situação, antes de tomarmos qualquer atitude.
O Pateta, sentado na ponta da mesa, com o boné torto e os olhos esbugalhados, estava claramente perdido. Parecia estar em transe existencial:
-- Hã... então... quer dizer que vai ter mudança...na coisa toda? Quer dizer que isso é bom ou ruim, hein Mickey? Eu não tô entendendo nada.
Pateta balbuciou uma porção de bobagens, fazendo todos soltarem uma risada abafada. Já o tio Patinhas, com olhar calculista e riso ganancioso, estava radiante com os impactos financeiros das novas políticas. Fazia cálculos no ar com os dedos, já imaginando como poderia aumentar a fortuna:
-- Mudança política? Maravilha! Agora vou poder investir ainda mais nas minhas minas de ouro e nas aventuras de caçar riquezas sem me preocupar com essa história de projetos sociais.
Enquanto isso, Zé Carioca, batendo as asas com nervosismo, não conseguia esconder o pânico. Temia que a qualquer momento surgisse uma carta com seu nome, enviando-o direto para Guantánamo:
-- Ai, meu Deus, e agora? Com essas mudanças, será que vou ser deportado? Será que vou ter que voltar para aquela confusão do Brasil?! E se pedirem meu passaporte, Mickey? Nem sei onde coloquei aquele treco! Eu sou famoso, não vou ficar em fila de migração. Eu tenho meus direitos, ora bolas!
Mickey tentou acalmá-lo:
-- Zé, respira! Não vai acontecer nada disso. Vamos esperar o governo se organizar e ver o que acontece. Você está exagerando. Estamos todos aqui para proteger uns aos outros.
Nesse momento todos se entreolharam e Mickey parecia profundamente preocupado. Tio Patinhas, no entanto, imerso nos próprios cálculos, continuava com os olhos brilhando com o poder do lucro:
-- Impostos mais baixos, mais possibilidades de expandir meus negócios! O futuro é de quem tem dinheiro, meu chapa, ahahaha!
Zé Carioca não parava de andar de um lado para o outro, agora com um plano mais elaborado na cabeça:
-- Mickey, já sei o que fazer. Vou procurar as autoridades brasileiras. Quem sabe eles podem me ajudar. Vou falar com o presidente, fazer umas relações diplomáticas. De repente, ganho uma carteirinha especial, uma cidadania vitalícia, algo como...sei lá... um Zé Carioca VIP! Vou criar uma rede de apoio internacional. Não, não vão me pegar de jeito algum.
Pateta, coitado, na sua santa ingenuidade, ao ouvir o plano de Zé, exclamou:
-- Vai nessa, Zé, que eu te apoio. Só não vai esquecer da gente, tá?
Mickey, já sem paciência, resolveu acabar com aquela conversa, tentando imprimir um pouco de realidade naquelas cabeças atordoadas:
-- Gente, calma!!!! Vocês estão fazendo uma tempestade em copo d’agua. Vamos dar um tempo e aguardar as medidas reais da nova direção. E vamos lutar para manter a Disney o que ela sempre foi.
Enquanto a discussão sobre o futuro da Disney parecia não ter fim, com toda a turma trocando argumentos acalorados sobre qual caminho seguir, a porta da sala se abriu com barulho repentino. Era o pato Donald, com os olhos semiabertos e bocejando sem parar.
Entrou cambaleando, como se tivesse acordado de um sono profundo, e antes mesmo de olhar para os outros, soltou:
-- Gente, não sei o que está acontecendo aqui, mas pelo amor de Deus, preciso de silêncio! O jogo do Botafogo contra o Flamengo vai começar, e eu sou mascote do Glorioso, viu? Não posso perder nenhum segundo da transmissão!
A turma se entreolhou, em choque, enquanto Donald se acomodava na cadeira, ignorando completamente os debates importantes que aconteciam ao redor. Tio Patinhas, com um suspiro de frustração, foi o primeiro a falar:
-- Donald, a gente tá decidindo o futuro da Disney! E o que você está fazendo aqui?
E Donald, com um sorriso bobo e os olhos grudados na tela do celular, respondeu:
-- Eu estou cuidando do meu futuro, Patinhas. Afinal, mascote precisa estar sempre bem informado, né? E o blogue do Mundo Botafogo aguarda ansioso pelas minhas considerações.
E assim, enquanto a reunião continuava de um jeito pouco produtivo, Donald permaneceu ali, em seu mundinho de futebol, levando todos a perceber que, às vezes, a verdadeira distração pode ser o melhor remédio para uma crise sem solução.
25 comentários:
O Donald botafoguense tem sempre razão. Já o outro... Parabéns pelo belo texto, Lúcia!
Lucia Senna voltando em grande estilo.
Super atual e pra lá de saborosa.
Parabéns! Você é grande!
Celso
Lucia Senna é imbatível! Quanta criatividade em um texto magistral enaltecendo o nosso GLORIOSO através do mascote mais famoso do mundo futebolístico. Genial !!!!
Amauri
É a glória Gloriosa eterna. O Mundo Botafogo é lido pelo Pato Donald e ainda vira objeto de literatura! Ruy Moura não dorme até o final do ano...
Belíssima sacada!!!!!!
O final é simplesmente GLORIOSO!!!!!
Parabéns cronista!!!!!Você é demais!
Carlos Esteves
MARAVILHOSO!!!!!
NADA ALÉM DE MARAVILHOSO!!!!
O nosso Pato se mete em tudo até no texto da nossa cronista kkkkkkkk
José Damasceno.
Nossa, minha cronista favorita! Teu talento está cada vez mais abusado kkkkkkk. Estou torcendo para que o ZÉ CARIOCA não seja deportado,ainda mais para Guantanamo. ...
Obrigada por esse texto tão inspirador!
Eliana Rodrigues ( da academia)
O DONALD ,nosso Pato, é muito sedutor e carismático. E a nossa cronista também! O grand final do texto está aí pra não me deixar mentir.
Lucia é GLORIOSA!!!!!
Paulo Cardoso
Obrigada CHICO pelo comentário gentil!
Em grande estilo ? KkkkQue delícia de elogio.
Valeu,Celso!
Sem dúvida o nosso Pato é garantia de sucesso. Não foi a toa que apelei pra ele no final da crônica kkkkkk
Grande abraço!
Ruy ,como o Botafogo, é GLORIOSO em todos os momentos. Alguém dúvida?kkkkkk
Preciso dividir o crédito com o Pato. Foi dele que veio minha inspiração pra finalizar o texto.
Gloriosos abraços!
Pois é, José!
Que Pato mais metido é esse?kkkkk.
Abração!
Acho que o Zé Carioca vai conseguir se safar. Ele já anda com boas ideias na cabeça....
Inspiração ali sai pelos poros, ou melhor, pelas penas.
Vamos torcer pelo nosso Zé.
Ele é gente boa pra caramba !
Beijão, amiga !
Oi, Paulo! Agora fiquei toda boba com tão gentil comentário. Só me resta agradecer muito e te desejar um ótimo restinho de semana.
Abraços!
...e que divertida inspiração, Lucia!! Só acho que o Donald vem deixando a desejar. Como, por ex., o tumultuado jogo de ontem. Vamos trabalhar, Mascote emplumado!!!
Herdei a Glória da cronista mais 'louca' e extraordinária de todo o bairro de Botafogo, quiçá da Zona Sul, quiçá do estado do Rio de Janeiro, quiçá do bairro de Botafogo aos Mawayanas do Pará, quiçá do Brasil! Loucura total porque ela vai sambar ao lado do Botafogo Samba Clube que vai abrir o desfile oficial na Marquês de Sapucaí!
Beijos Gloriosos.
Amo teus exageros e teus olhos apertadinhos .....🤩🤩🤩
Amo teus excessos e teus olhos apertadinhos ...🤩🤩🤩
De quem será esse divertido comentário, alegando que o nosso
mascote só quer saber de dormir, deixando o trabalho de lado?
Será que a SOL 🌞 preferiu se esconder numa sombrinha, não suportando enfrentar o calor que ela mesma produz?
SERÁ????
Amo teus excessos e teus grandes olhos negros... 🥰🥰🥰
QUIÇÁS ...😂🤣
Amo teus excessos, teus olhos apertadinhos e teus toques em minh' alma.
Alma minha gentil que te recrias...
Beijos.
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