por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Botafogo 2x1 Flamengo – Final do Campeonato
Carioca de 2010
»
Destaque: Por umas seis vezes o Flamengo esteve à beira de se tornar tetracampeonato
para se igualar ao tão invejado tetra do Botafogo (1932-33-34-35), mas após os
tricampeonatos foi sempre derrotado pelo Fluminense, pelo Vasco da Gama ou pelo
Botafogo; em 2010 parecia ser o ano do tetra do Flamengo, porque vinha de três
campeonatos sucessivos conquistados em finais precisamente contra o Botafogo,
sempre sonegado em 2007, 2008 e 2009 pelas arbitragens de Djalma Beltrami,
Hilton Moutinho, Marcelo de Lima Henrique, entre outros, o que animava o
Flamengo para um tetra que, como diria o goleiro Felipe aquando da conquista de
mais um campeonato carioca com gol impedido do Flamengo contra o Vasco, “Estava
impedido, né? Roubado é mais gostoso.”, mostrando o caráter sempre reinante
no Flamengo; e o Botafogo até havia sido goleado pelo Vasco por 6x0, mas isso
foi antes da chegada de Loco Abreu, que inquirido ainda no aeroporto sobre a
dita goleada disse premonitoriamente “No estaba acá, ahora estoy acá.”;
e foi assim, com a chegada de El Loco e do novo treinador Joel Santana, que
começou a caminhada para a desforra sobre o Vasco da Gama, vencendo-o por 2x0
na decisão da Taça Guanabara; e no dia 18 de abril de 2010, Botafogo e Flamengo
eram finalistas da Taça Rio; se o Flamengo ganhasse haveria final entre o
campeão da Taça Guanabara e o campeão da Taça Rio, se o Botafogo ganhasse era
automaticamente campeão da Taça Rio e do Campeonato Estadual; ufano por se
sentir dominante no Rio de Janeiro, o Flamengo começou perdendo o jogo, mas
empatou no penúltimo minuto da 1ª parte; no 2º tempo Loco Abreu cobrou um pênalti
de ‘cavadinha’ aos 71’, sentando o hediondo goleiro Bruno no chão e
eternizando-se na história do Glorioso, e logo em seguida o fantasma do tetra
tornou a assombrar em um pênalti contra o Botafogo, mas o já lendário
Jefferson, o ‘goleiro pega pênalti’, defendeu o único pênalti perdido por
Adriano ‘Imperador’ em toda a sua carreira – o Botafogo era novamente campeão
estadual!
BOTAFOGO 2x1 FLAMENGO
» Gols: Herrera,
aos 22' (pen.) e Loco Abreu, aos 71´ (pen.) (Botafogo); Vagner Love, aos 44'
(Flamengo)
» Competição: Final da Taça Rio / 2010
» Data: 18.04.2010
» Local: Estádio
do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
» Renda: R$
1.677.565,00
» Público:
50.303 pagantes; 60.748 espectadores
» Árbitro: Gutemberg
de Paula Fonseca (RJ); Assistentes: Wagner
de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço Massara dos Santos (RJ)
» Disciplina: cartão
amarelo – Renato, Somália, Alessandro, Túlio Souza e Leandro Guerreiro
(Botafogo); Bruno, Toró, Maldonado, Ronaldo Angelim, Vagner Love, Vinícius
Pacheco, Rodrigo Alvim e David (Botafogo); cartão vermelho – Herrera
(Botafogo); Maldonado (Flamengo)
» Botafogo:
Jefferson, Fábio Ferreira, Antônio Carlos e Fahel; Alessandro, Leandro
Guerreiro, Túlio Souza (Caio), Renato (Edno) e Somália; Herrera e Loco Abreu.
Técnico: Joel Santana.
» Flamengo:
Bruno, Léo Moura (Petkovic), David, Angelim e Rodrigo Alvim; Toró (Vinicius
Pacheco), Willians, Maldonado e Michael (Fierro); Adriano e Vagner Love.
Técnico: Andrade.
Obs: 1) Loco Abreu fechou o placar com uma grande penalidade de cavadinha; 2) Jefferson defendeu uma grande penalidade cobrada por Adriano na fase final da partida; 3) Botafogo, campeão da Taça Rio e Campeão Carioca
Botafogo 5x0 Peñarol – semifinal da Copa
Libertadores da América de 2024
»
Destaque: Numa semifinal em que não se passou nada de extraordinariamente
estranho ao futebol, nenhuma equipe prejudicada, nenhum acontecimento do tipo
“há coisas que só acontecem ao Botafogo”, poderá parecer estranho a súmula
deste jogar surgir entre as 20 Histórias Gloriosas desta série; porém, não é à
toa que num ano em que o Botafogo enfrentou inúmeras dificuldades internas e
externas para chegar onde chegou, tendo novamente como adversário o poderoso
pentacampeão da Libertadores que já defrontara em 1993, não conseguindo acionar
o placar na 1ª parte jogando em casa, mas começando a 2ª parte marcando três
gols de rajada em oito minutos e mais dois no espaço de seis minutos, abrindo
uma verdadeira avenida em direção à sua 1ª final da Copa Libertadores – o
Botafogo justificou que tal goleada de 5x0 entrasse para a Galeria das goleadas
soberbas e pela primeira vez na nossa história a torcida ganhasse a ousadia
mental de acreditar profundamente, no mais fundo da sua alma, que o Botafogo conquistaria
a tão aspirada Copa Libertadores da América.
Botafogo 5x0 Peñarol
» Gols: Savarino, aos 50’ e 58’, Alexander
Barboza, aos 55’, Luiz Henrique, aos 72’, e Igor Jesus, os 78’
» Competição: Copa Libertadores
» Data: 23.10.2024
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio
de Janeiro (RJ)
» Público: 39.393 pagantes / 42.982 espectadores
» Renda: R$ 4.378.907,50
» Árbitro: Andrés Rojas (Colômbia);
Assistentes: Alexander Guzmán (Colômbia) e Richard Ortiz (Colômbia);
VAR: Yadir Acuña (Colômbia)
» Disciplina: cartão amarelo – Luiz Henrique,
Igor Jesus, Gregore e Artur Jorge – técnico (Botafogo); Rodrigo Pérez (Peñarol)
» Botafogo: John; Vitinho (Mateo Ponte), Bastos,
Alexander Barboza e Alex Telles (Marçal); Gregore (Danilo Barbosa), Marlon
Freitas e Savarino; Luiz Henrique (Tiquinho Soares), Igor Jesus (Óscar Romero)
e Thiago Almada. Técnico: Artur Jorge.
» Peñarol: Aguerre; Milans, Javier Méndez, Guzmán Rodríguez e Maxi Olivera; Damián García (Gastón Ramírez), Rodrigo Pérez, Báez (Lucas Hernández) e Leo Fernández; Darias (Mayada) e Maxi Silvera (Sequeira). Técnico: Diego Aguirre.
Botafogo 3x1 Palmeiras – decisão antecipada
do Campeonato Brasileiro de 2024
»
Destaque: Este jogo não era uma decisão de campeonato brasileiro e nada de
anormal ocorrera, mas, afinal, era a decisão antecipada; toda a mídia, todos os
palmeirenses e provavelmente todos os torcedores brasileiros – excepto
naturalmente os botafoguenses – apostariam que o Palmeiras consolidaria a
liderança jogando em casa, conquistando a vitória e amealhando três pontos de
avanço, visto que o Botafogo aparentemente perdera fôlego, vinha de três
empates sucessivos contra Cuiabá, Atlético Mineiro e Vitória e seis pontos
desbaratados e o sonho de se tornar campeão brasileiro esvaía-se por entre os
dedos, e que também já estaria com a cabeça na final da Libertadores e não no
Brasileirão; porém, o nosso Botafogo tem muitos ‘poréns’, a estratégia de um
português venceu a de outro português de forma claríssima e Gregore, Savarino e
Adryelson tornaram-se protagonistas ‘secadores’ do Palmeiras com três gols e
colocaram o Glorioso na ponta a duas rodadas do fim do campeonato brasileiro,
podendo ser campeão nas duas mais importantes frentes do futebol brasileiro e
sul-americano.
Botafogo 3x1 Palmeiras
» Gols: Gregore, aos 18’, Savarino 72’, e
Adryelson, aos 88’ (Botafogo); Richard Ríos, aos 47’ (Palmeiras)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Local: Estádio Allianz Parque
» Data: 26.11.2024
Público: 31.753 espectadores
Renda: R$ 3.284.958,13
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO);
Assistentes: Bruno Raphael Pires (GO) e Bruno Boschilia (PR);
VAR: Wagner Reway (ES)
» Disciplina: cartão amarelo – Alex Telles,
Alexander Barboza, John e Thiago Almada (Botafogo); Marcos Rocha, Mayke e
Gustavo Gómez (Palmeiras); cartão vermelho – Marcos Rocha (Palmeiras)
» Botafogo: John; Vitinho, Bastos (Adryelson),
Alexander Barboza e Alex Telles (Marçal); Gregore, Marlon Freitas e Thiago
Almada (Eduardo); Luiz Henrique (Matheus Martins), Igor Jesus (Júnior Santos) e
Savarino. Técnico: Artur Jorge.
» Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha, Vitor Reis, Gustavo Gómez e Caio Paulista; Aníbal Moreno (Maurício), Richard Ríos e Raphael Veiga (Mayke); Estêvão (Gabriel Menino), Rony (Dudu) e Felipe Anderson (Flaco López). Técnico: Abel Ferreira.
Botafogo 3x1 Atlético Mineiro – final da Copa
Libertadores da América de 2024
»
Destaque: A grande final, o grande sonho, a certeza da vitória com o Mâs
Monumental albergando 40 mil almas botafoguenses sequiosas da mais almejada
conquista precisamente nos 120 anos do nosso futebol; a esperança era enorme, a certeza absoluta, as nossas mentes
esculpiam jogadas maravilhosas, as nossas almas atingiam os píncaros de Olímpia
onde todos os desportos se festejavam na Grécia Antiga e as Coroas de Louros
consagravam os campeões; começa o jogo e ‘zás’, Gregore faz uma entrada
temerosa no adversário – que, aliás, foi o atleticano que meteu a cabeça à bola
na direção do pé de Gregore que já lá estava – e todas as aparências apontavam
para uma jogada agressiva que, perante todos, justificava o cartão vermelho num
lance que ocorreu aos 29” de jogo; aos 40” Gregore – peça fundamental – estava
expulso, os corações dos botafoguenses pararam certamente por uns segundos
pairando como o beija-flor e nesses segundos os sortilégios e os dramas das
coisas que só acontecem ao Botafogo (as muito boas, as muito más e as muito
surpreendentes) estavam destinados a provarmos o fel do maior choque das nossas
vidas apaixonadas pelo Glorioso da Estrela Solitária; daí em diante nem sequer
o Atlético Mineiro mudou o seu jogo, tal era a certeza de que jamais nos
recuperaríamos de tão profundo e inacreditável golpe; porém, benditos poréns do
Botafogo!, eis que o técnico do Glorioso não fez o que qualquer treinador
faria, recuando um elemento mais avançado para reforçar a retaguarda de modo a
não arriscar o golpe rápido do adversário em contra-ataque, e fez exatamente o
inverso, mantendo a linha de ataque intacta, resultando em grande surpresa e em
crescendo do Botafogo com Luiz Henrique em tarde inspirada inaugurando o placar
e provocando um pênalti que Alex Telles converteria para ampliar o placar no
final da 1º parte do jogo, levando a torcida do Botafogo ao clímax e os
atleticanos às profundezas do inacreditável; bastava agora gerir o placar no
início da 2ª parte; mas como em se tratando de Botafogo nada é fácil, o
Atlético diminuiu a desvantagem logo ao 1º minuto da 2ª parte e o sofrimento
roeu-nos até mesmo ao final da partida, sofrimento que se ia transformando em
resiliência e fé com o passar do minutos até chegarmos ao final do tempo
regulamentar e, ao 6º e último minuto dos acréscimos, o meu jogador preferido,
Júnior Santos, grande artilheiro da competição continental, insistiu numa
jogada na linha de fundo, liquidou a fatura marcando o 3º gol e glorificou o
meu desejo profundo de ser ele o ‘matador’ final da Libertadores; nunca, mas
nunca mesmo, em toda a minha vida, tive um êxtase tão fulminante, tão sublime,
tão fundo como a profundidade do Universo numa conquista tão estoica, épica,
transcendente e majestosa!
Botafogo 3x1 Atlético Mineiro
Gols: Luiz Henrique, aos 35’, Alex Telles, aos
43’, e Júnior Santos, aos 96’ (Botafogo); Vargas, aos 46’ (Atlético)
» Competição: Copa Libertadores da América – Final
» Data: 30.11.2024
» Local: Estádio Mâs Monumental, Buenos Aires,
Argentina
» Árbitro: Facundo Tello (Argentina);
Assistentes: Ezequiel Brailovsky (Argentina) e Gabriel Chade (Argentina);
VAR: Mauro Vigliano (Argentina)
» Disciplina: cartão amarelo – Battaglia, Lyanco,
Fausto Vera e Hulk (Atlético); Alex Telles, Thiago Almada, Igor Jesus e Vitinho
(Botafogo); cartão vermelho – Gregore (Botafogo)
» Botafogo: John; Vitinho, Alexander Barboza,
Adryelson e Alex Telles (Marçal); Gregore, Marlon Freitas e Savarino (Danilo
Barbosa); Luiz Henrique (Matheus Martins), Igor Jesus (Allan) e Thiago Almada
(Júnior Santos). Técnico: Artur Jorge.
» Atlético Mineiro: Everson; Lyanco (Mariano),
Battaglia e Junior Alonso; Gustavo Scarpa (Vargas), Fausto Vera (Bernard), Alan
Franco e Guilherme Arana; Hulk, Paulinho e Deyverson (Alan Kardec). Técnico:
Gabriel Milito.
Botafogo 2x1 São Paulo – último jogo do
Campeonato Brasileiro de 2024
»
Destaque: Após a conquista da Libertadores tínhamos mais uma ‘pedreira’ no
Beira-Rio contra o Internacional, a lutar na zona do G4, jogando bom futebol e
sendo a grande esperança para o Palmeiras recuperar os três pontos perdidos e a
liderança; no entanto, a garra de campeão esteve presente, e desde os 5’ de
jogo a vitória pertencia-nos com um gol de Savarino; menos presente estive eu nos
minutos finais, percorrendo a casa para me acalmar, sempre com a desconfiança
do inesperado, olhando de soslaio para o televisor, retomando a minha caminhada
caseira, tornando a deitar o olho ao ecrã, recuperando novamente a caminhada
pela casa até ao minuto final; e sim, no fim, quase campeões, estávamos a um
empate de conquistar a tão almejada ‘dobradinha’ brasileira e sul-americana na
última rodada contra o São Paulo; inauguramos
o marcador contra os paulistas aos 37’, novamente por Savarino, o São Paulo
empatou aos 62’ e o Palmeiras, desanimado, estava sendo derrotado; a grande
conquista estava prestes a exultar todo o Niltão, embora fosse uma conquista
que sabia a pouco devido ao empate com o regulamento debaixo do braço; então,
eis que o ‘vilão’ Gregore da final da Libertadores puxou o pé atrás e no
instante seguinte disparou um tiraço aos 90+1’ para nos dar o título brasileiro com uma vitória final e 6
pontos de avanço sobre o moribundo Palmeiras, além de comprovar, mais uma vez,
que há coisas que só acontecem connosco, transformando, no último minuto, o
‘vilão’ do último jogo na Libertadores em ‘herói’ do último jogo do
Brasileirão!
Botafogo 2x1 São Paulo
» Gols: Savarino, aos 37’, e Gregore, aos 90+1’
(Botafogo); William Gomes, aos 62’ (São Paulo)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 08.12.2024
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio
de Janeiro (RJ)
» Público: 36.967 pagantes; 41.986 presentes
» Renda: R$ 3.000.925,00
» Árbitro: Anderson Daronco (RS);
Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Fabricio Vilarinho da Silva (GO); VAR:
Daniel Nore Bins (RS)
» Disciplina: –
» Botafogo: John; Mateo Ponte, Adryelson, Marçal
e Alex Telles; Gregore, Marlon Freitas (Allan) e Savarino (Matheus Martins);
Luiz Henrique (Rafael), Igor Jesus (Tiquinho Soares) e Thiago Almada (Tchê
Tchê). Técnico: Artur Jorge.
» São Paulo: Jandrei; Ruan (Igão), Alan Franco e
Sabino; Igor Vinicius (Michel Araújo), Santiago Longo, Marcos Antônio
(Rodriguinho), Rodrigo Nestor e Patryck; William Gomes (Ryan) e André Silva
(Moreira). Técnico: Luis Zubeldía.
Sem comentários:
Enviar um comentário