por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
O Botafogo ganhou e classificou-se em casa do adversário,
mas em abono da verdade, a equipe não convenceu. Questiono-me se o desperdício
de John John aos 2’ e/ou o impedimento milimétrico do golaço anulado ao
Bragantino aos 6’ não tivesse ocorrido, o que é que aconteceria no restante
jogo.
Se tivéssemos em
desvantagem nos primeiros 15 minutos em que o Bragantino entrou disposto a
marcar e nós não conseguíamos anular os movimentos de ataque dos adversários,
não conseguíamos saída de bola da defesa e consequentemente não havia criação,
então a classificação estaria em risco.
Porém, o Bragantino está claramente em queda, vindo de
quatro derrotas consecutivas no campeonato brasileiro e uma derrota para nós na
Copa do Brasil, averbando a segunda. E a partir dos 15 minutos o Botafogo
recuou mais as peças da frente e assim conseguiu apoio para marcar melhor o
Bragantino, que começou a ceder.
Todavia, em matéria de criação, a nulidade era tal que o
Botafogo não conseguiu uma jogada verdadeiramente perigosa, embora tivesse
esfriado os movimentos do Bragantino, e a partir dos 30’ de jogo limitou-se a
garantir o placar em branco até ao intervalo.
Ancelotti manteve-se impávido e sereno durante toda a 1ª
parte, não intervindo para reorganizar a equipe na sua vertente atacante – onde
nada acontecia.
O 2º tempo começou praticamente com o choque de Marlon
Freitas e a sua substituição por Danilo, uma espécie de estrela cintilante que
surgiu na partida e, logo na sua primeira intervenção, lançou um bolão rasteiro
que passou entre os zagueiros e foi encontrar Savarino em corrida pela ala
direita inaugurando o marcador com um gol de belo efeito.
E depois de 3x0 de desvantagem no placar agregado o
Bragantino quebrou completamente, mas parece não ter aceitado a derrota: Nathan
Mendes tomou o 2º cartão amarelo aos 70’, sendo expulso, e aos 79’ foi a vez de
Athyrson também ser expulso numa falta muito feia sobre Joaquín Correa que o
poderia ter mandado para o departamento médico.
Com 11 jogadores contra 9 em campo, o Botafogo limitou-se
a controlar tranquilamente a partida e classificar-se às quartas-de-final da
Copa do Brasil.
Porém, sejamos francos, o jogo foi tecnicamente
confrangedor: praticamente sem jogadas verdadeiramente perigosas, Léo Linck fez
uma única defesa enquadrada à baliza e Cleiton não fez nenhuma defesa. Que me
lembre, houve três remates enquadrados às balizas: o gol anulado ao Bragantino,
uma cabeçada defendida pelo nosso goleiro e o remate no gol de Savarino.
E é relativamente fácil a razão da nossa inoperância:
atacantes e meias ofensivos como Nathan Fernandes, Santí Rodriguez, Joaquín
Correa ou Mastriani, ainda não mostraram ao que vieram. Quanto ao nosso
treinador, ainda não mostrou nenhuma das ‘inovações’ que se diz que traria ao
Botafogo.
Continuo apreensivo. E segue-se fora de casa o Fortaleza
de Renato Paiva, em clara melhoria de performance. Esperemos que tudo o que os
nossos jogadores não fizeram ontem, possam fazê-lo no próximo sábado.
FCHA TÉCNICA
Botafogo 1x0 RB Bragantino
» Gols: Savarino, aos 54’
» Competição: Copa do Brasil
» Data: 06.08.2025
» Local: Estádio Cícero de Souza Marques, em Bragança Paulista (SP)
» Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima (PE); Assistentes: Nailton Junior de Sousa Oliveira (CE) e Eduardo
Gonçalves da Cruz (MS); VAR: Rodrigo
D’Alonso Ferreira (SC)
» Disciplina: cartão amarelo – Marlon Freitas, Joaquín Correa e Alexander
Barboza (Botafogo) e Nathan Mendes, Jhon Jhon e Cleiton (Bragantino); cartão vermelho – Nathan Mendes e
Athyrson (Bragantino)
» Botafogo: Léo Linck; Vitinho, David Ricardo, Alexander Barboza e Alex Telles
(Marçal); Newton (Huguinho), Marlon Freitas (Danilo) e Joaquín Correa; Nathan
Fernandes (Matheus Martins), Savarino (Mastriani) e Santi Rodríguez (Artur).
Técnico: Davide Ancelotti.
» Bragantino: Cleiton; Nathan Mendes, Pedro Henrique, Gustavo
Marques e Cauê; Fabinho (João Neto), Praxedes (Athyrson), Gustavo Neves
(Gabriel) e Jhon Jhon (Davi Gomes); Nacho Laquintana (Marcelinho) e Eduardo
Sasha (Thiago Borbas). Técnico: Fernando Seabra.
2 comentários:
O Botafogo entrou desinteressado e, se o Bragantino abrisse o placar, seria aquele martírio, mas foi murchando e, depois do terceiro gol, minguou de vez. O que se viu foi um jogo pobre tecnicamente, faltoso e desinteressado. O que salvou foi o passe do Danilo, um ótimo cartão de visita, pois precisamos de um meia dinâmico e que possibilite a criação de jogadas ofensivas, ainda mais com nosso ataque em baixa. Enfim, vitória do Glorioso e chances reais de ganharmos essa Copa do Brasil, mas tem que melhorar muito ou, caso contrário, será mais uma chance de ouro desperdiçada na história do alvinegro.
Eu queria, nas quartas, Vasco; na semi, Fluminense; e, na final, Atlético Mineiro.
Dinafogo, eu percebo que haja algum desinteresse porque o 'abandono' de Textor destruiu parte da alegria, dinâmica e confiança dos campeões, mas não consigo entender isso já nesta fase da temporada.
Quanto a preferências, não tenho. Por um lado, acredito que o que fará a diferença seja o momento em que cada equipe se encontra nesses confrontos e, por outro lado, só nos interessa a vitória e teremos que superar três adversários, sejam eles quais forem. Mas talvez perceba o seu sentimento, se for este: o Vasco está bastante ao nosso alcance, Fluminense é freguês cm o seu jogo de tiki-taka e o Atlético vai para a final ainda com o fantasma de 30 de novembro. Talvez seja isso.
Certo, certo, é que ambos e mais uns quantos milhões de botafoguenses queremos a inédita Taça!
Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário