sábado, 13 de setembro de 2025

Entre a ousadia e a aventurança

por DINAFOGO | Coluna “Botafogo nisso!” | Colaborador do Mundo Botafogo

Boa tarde, Blog! A Copa do Brasil foi mais uma daquelas derrotas que demoramos a acreditar, embora já tenhamos acusado o golpe.

Vimos o mesmo filme repetido: o Botafogo não faz valer a sua força dentro de casa nas eliminatórias e, sempre que a torcida lota, com raras exceções, é sempre decepção. Se tirarmos o jogo contra o Peñarol em 2024, pouquíssimas vezes o resultado dentro de casa foi diferente de 1 gol de diferença, quando não o empate, além das inúmeras vezes em que tentamos a todo custo achar um gol e, numa falha, o adversário abriu o placar e segurou até levar para os pênaltis e nos eliminar. Assim foi contra Bahia, Atlético-PR, Vasco, todos com jogos da volta na nossa casa, tirando a gente nos pênaltis e deixando nossa torcida com cara de paspalhos.

Também vimos um time com a velha e conhecida falta de tentativa de um mísero chute fora da área ou em falta, sempre tentando invadir a área ou fazer na bola aérea, contra adversários que colocam um ônibus lá atrás. Ainda contamos com uma falha grotesca do goleiro Neto, que ascendeu em nossas memórias a falha do goleiro Júlio César na Copa do Brasil e de tantos outros que falharam de forma bisonha e inadmissível para qualquer goleiro experiente, ainda mais um que já teve passagem pela seleção. Junte-se a isso o quão claro ficou que o time não estava preparado para os pênaltis: o goleiro não pegou uma e nem esteve perto sequer, enquanto o arqueiro adversário parecia saber que Alex Telles arriscaria novamente naquele canto ao qual ele quase agarrou na etapa normal e obteve êxito. Bastou apenas a competência dos cobradores cruzmaltinos para tirar qualquer chance do Botafogo, pois logo na primeira penalidade já não dependia apenas de si para se classificar. Parece que o alvinegro esqueceu que, na marca do cal, os milhões investidos não fazem tanta diferença.

Nem preciso falar de Textor: o time é reflexo de sua liderança, tumultuada, aventureira, desorganizada, e o pior é que o gringo faz questão de jogar sempre na cara do torcedor que nos deu a melhor temporada em 120 anos de história. Parece que adquirimos uma dívida perpétua e um cala-boca para qualquer crise.

Perdemos Carioca, Copa do Brasil, Libertadores, Recopa, Supercopa, Mundial (6 competições e 4 títulos eram inéditos). Esse é o saldo. E 2026? Essa é a grande incógnita: o Botafogo terá realmente um projeto ou será time ioiô — um ano ruim (2022), melhor (2023), quem sabe um título (2024), desce de patamar novamente (2025), será que 2026 melhora? Palhaçada.

Enfim, indignação, tristeza e desesperança.

Ah, bônus: Ancelotti tem-se mostrado um estagiário de fato e optou por uma formação "mista", querendo poupar. Lembra quando AJ fez isso contra o Pachuca? Ou quando inventamos uma dessas contra o Defensa y Justicia na Sul-Americana? Alguma vez deu certo? NÃO. AJ venceu o Palmeiras com time titular e, dias depois, estávamos comemorando a América, porque não existe futebol sem ousadia, sacrifício, ambição e planejamento. Tínhamos a receita do sucesso, jogamos fora e resolvemos apostar na aventurança.

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Gandula cobrando lateral… literalmente!

Botafogo 0x0 América, 07.03.1987. Em pé, da esquerda para a direita: Josimar, Derval, Brasília, Mongol, Luís Carlos e Wagner Pepeta; agachad...