domingo, 20 de abril de 2008

1º bicampeonato da Taça Rio

Que grande alegria! O Botafogo venceu mais um clássico e uma decisão! Em sete clássicos perdeu apenas um nas circunstâncias conhecidas da arbitragem da final da Taça Guanabara. E nos últimos três anos disputou quatro das seis finais da Taça Guanabara e da Taça Rio, conquistando três dessas finais.

Tais números revelam uma equipa muito competitiva à qual é difícil ganhar sem auxílios ‘externos’ do adversário. Estão todos de parabéns, especialmente pela raça com que o Botafogo parte para essas decisões.

No que respeita ao jogo propriamente dito considero que, mais uma vez, fomos claramente prejudicados e o Fluminense foi beneficiado em diversas circunstâncias. Em primeiro lugar, Wellingol foi claramente impedido de chegar à bola dentro da pequena área logo no 1º minuto de jogo e o árbitro nada assinalou, nem se percebeu para que é que havia outro árbitro atrás da baliza – a não ser para que em vez de um houvesse dois míopes…

Na segunda parte Jorge Henrique também foi claramente pisado dentro da área e, mais uma vez, o árbitro não viu. Em contrapartida, o árbitro ‘viu’ o que não existiu: uma falta de Alessandro merecedora de amarelo… A falta não mereceu cartão amarelo nem Alessandro deveria ter sido expulso. A ‘ajudar’, Jorge Henrique fez uma falta merecedora de cartão vermelho desnecessariamente – essa foi de graça a favor dos rubros-negros para a 1ª final do campeonato carioca…

Mas a sorte esteve do nosso lado, do lado dos campeões… Renato Silva foi responsável por mais um penalty desnecessário que poderia ter feito outra história no jogo se Washington não o tivesse atirado contra a trave. E, no final, acabou por marcar o gol da vitória e resgatar-se do penalty.
O jogo foi sempre muito disputado durante toda a primeira parte e com relativa qualidade de ambos os lados, tendo o Botafogo respondido à oportunidade de penalty do Fluminense com uma bola contra a trave no final da primeira parte.

As marcações foram muito fortes de parte a parte durante 45 minutos que decorreram com bastante movimentação e poucas oportunidades de gol. O Botafogo jogou inicialmente um pouco recuado, lateralizando em excesso, mas conseguiu manter o Fluminense à distância e Washington não conseguiu fazer rigorosamente coisa nenhuma. Porém, a eficiência de marcação e a organização a sair para o ataque não se traduziram em gols para o Botafogo.

E aos 22 minutos, após mais uma bobeira de Renato Silva na área, Washington dominou a bola e quando ia finalizar Renato derrubou-o. Felizmente Washington desobedeceu às ordens do seu treinador e resolveu marcar o penalty, desperdiçando-o.

O Botafogo respondeu aos 40 minutos quando Alessandro atirou uma bomba à trave. E, pouco depois, terminou a primeira parte.

Na segunda parte entrou Leandro Guerreiro em lugar de Túlio, que não se sentiu bem, e o Botafogo começou melhor do que o Fluminense, embora a qualidade técnica tivesse diminuído em relação ao primeiro tempo.

Aos 20 minutos Cuca arriscou a entrada do atacante Fábio em lugar do meio-campista Zé Carlos, mas quem assustou foram os tricolores em remate de Thiago Neves. Pouco tempo depois surgiu a expulsão injusta de Alessandro, que saiu muito contrariado do jogo.

Porém, além de algum nervosismo nos minutos seguintes, o Botafogo não acusou a inferioridade numérica e o Fluminense continuou ineficiente com o Botafogo a controlar o jogo. Entretanto, O Botafogo também perdeu Triguinho por contusão, mas a arrumação de Cuca manteve o controlo da partida.

Quando tudo parecia encaminhar-se para a decisão por penalties, Jorge Henrique insistiu numa bola, a dividida sobrou para Fábio na área, que centrou rasteiro, e Renato Silva, inesperada e oportunamente, tocou para as redes tricolores.

O Fluminense ainda esboçou um desesperado ataque, mas nenhuma jogada realmente de perigo surgiu. O campeão estava traçado. Mais uma vez o jogo individualista dos tricolores bateu na barreira de grupo feita pela equipa botafoguense, tendo perdido os seus três jogos precisamente contra… o Botafogo!

Além dessa clara supremacia de um grupo de futebol sobre jogadores individualistas, a estrelinha da sorte também já escolhera o seu campo e permitiu o golpe de sorte do gol alvinegro.

Apenas se pode lamentar que aos 48 minutos, com o jogo controlado, Jorge Henrique tivesse feito desnecessariamente uma falta grosseira em Júnior César. E logo depois a partida foi encerrada com a conquista de mais um título pelo futebol botafoguense.

Parabéns galera botafoguense!!!

FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x0 Fluminense
Gols: Renato Silva 40’ 2ºT
Competição: Campeonato Carioca
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’; 20 de Abril de 2008
Arbitragem: William de Souza Nery; Paulo Sérgio Durans Fernandes e Marcos Tadeu Peniche Nunes
Cartões amarelos: Alessandro, André Luís, Wellington Paulista, Fábio, Lúcio Flávio, (Botafogo); Cícero, Gabriel, Conca, Thiago Neves e Luiz Alberto (Fluminense)
Cartões vermelhos: Alessandro e Jorge Henrique (Botafogo)
Botafogo: Castillo, Alessandro, Renato Silva, André Luís; Triguinho (Túlio Souza); Diguinho, Túlio (Leandro Guerreiro), Zé Carlos (Fábio), Lúcio Flávio; Jorge Henrique, Wellington Paulista. Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’
Fluminense: Fernando Henrique, Gabriel, Thiago Silva, Luiz Alberto, Júnior César; Ygor (Tartá), Arouca, Conca, Cícero; Thiago Neves, Washington. Técnico: Renato Gaúcho

20 comentários:

Anónimo disse...

Rui,
parabéns pela análise, destacando não só a importância da vitória mas os erros absurdos da arbitragem, que influenciaram nesse jogo e ainda nos desfalcaram para a próxima partida.

Enfim, tiramos o primeiro grito de campeão que estava atravessado na garganta. E numa partida épica, com direito a um monstro de dedicação (Diguinho) e um grande herói (Renato Silva), como só acontece nas maiores vitórias.
Imagine quantas crianças que estavam no Maracanã (ou viram o jogo pela tevê) não se tornaram ainda mais botafoguenses depois de uma vitória como essa?
Foi de arrepiar!

Parabéns e SA,
Marcelo
www.fogoeterno.wordpress.com

Rodrigo Federman disse...

Rui,
E nesta hora eu te pergunto: Qual a diferença do lance (no primeiro minuto) do pênalti - não marcado - do Wellington Paulista para aquele da final da Taça Guanabara?
E depois dizem que choramos a toa naquela ocasião, né?
Hoje estaríamos comemorando o título estadual, não o da Taça Rio.
Mas tudo bem, o "cara lá de cima" fez desse jeito para que possamos dar o troco bem dado na grande decisão!
Abs e SA!!!

Anónimo disse...

Parabens Rui pela grande conquista da Taça Rio e que agora venha o Flamengo.Sou vascaíno e estou torcendo pelo glorioso.
Dê uma fôrça para o meu blog onde só posto súmulas de jogos até o ano de 1970.
www.sosumulas.blogspot.com

Abraços

Ruy Moura disse...

Marcelo, confesso que o Diguinho é uma notável surpresa!... De bom reserva a um jogador com grande versatilidade...

Sobre o RS... bem... a sorte bafejou-o depois de bobear com o Washington e a seguir derrubá-lo... Se o penalty fosse convertido...

Gostava que o gol tivesse sido do Wellingol. Gosto do rapaz, o que é que hei-de fazer?...

Abraço grande e divirta-se toda a semana!!!

Ruy Moura disse...

Grande Rodrigo, a diferença entre os penaltis é muito grande!... É que agora foi uma camisa alvinegra e da outra vez foi uma... rubro-negra!!!...

Abraços e goze bem esta semana!

Ruy Moura disse...

Jorge, obrigado! Estou realmente muito contente pelo modo como o clube 'brigou' no jogo. Houve raça...

Entretanto, agradeço que tenha postado a ligação para o meu blogue. Eu também já postei ligação para o seu. Dei uma olhada nele e com tempo hei-de lá ir. Você tem uma enorme tarefa pela frente!!!

Saudações alvinegras!
[eu digo sempre 'saudações botafoguenses', mas desta vez são alvinegras pelas nossas duas cores... rsrsrs...]

Anónimo disse...

Caro Rui.

Memorável o jogo e nossa vitória.

Estou para escrever já a algum tempo, mas os dias tem estado terrivelmente corridos.

Fui a posse do meu tio (Humberto) em Brasília e foi ótimo ver a família toda reunida.

Levei seu artigo em mãos sobre meu avô, "O avô Botafoguense" e como neto mais velho pude partilhar com todos as deliciosas historias do velho Adolfo.

Cometi apenas um pequeno pecado errando seu nome. Seu nome correto é Adolfo Saraiva dos Santos.

No jogo de hoje, um quebra de rotina me deixou apreensivo, minha esposa torcedora do Fluminense resolveu ir junto. Preocupado recorri a um expediente sobrenatural, usei a colônia que o velho Adolfo usava.

Durante o jogo como sempre defendemos cruzando tudo nos ataques adversários. No desenrolar do jogo, depois do penalty perdido
passamos a contar com a ajuda dos botafoguenses ao redor que solidáriamente cruzavam tudo também.

Ao final com nossa sofrida vitória fiquei emocionado com a festa da nossa torcida e exorcizei um velho fantasma.

Não assistia jogos com o Fluminense desde a final de 1971, que fui com meu amigo Marcelo França (Rede Globo) e assisti em cima das cabines de rádio. Graças a ajuda de um grande jornalista amigo do pai do Marcelo, Carlos Lemos. Não preciso nem dizer que fiquei uma boa temporada sem falar com o Marcelo mesmo estudando na mesma sala do colégio. Afinal ser campeão em cima do meu Botafogo com gol roubado no ultimo minuto era um crime capital.

Acho que no jogo com o Flamengo vou levar um frasco da colônia do velho Adolfo para o maraca.

Egberto disse...

Grande Rui!

Jogo fascinante!!! Perdi a voz e a compostura!

Mais uma vez, parabéns pelo texto!

DÁ-LHE FOGO!!!

Anónimo disse...

Rui encontrei na posse outro Botafoguense ilustre e apaixonado.
Nélio Machado, um dos maiores advogados criminalistas do nosso país.

Ruy Moura disse...

Caro neto do 'velho' Adolfo

Ainda bem que tornou a escrever. As suas histórias são deliciosas. Essa da água de colônia é um grande amuleto!... Vá encharcado de água de colônia contra o Fla!

E já percebi porque é que o Washington perdeu o penalty: foram os 'cruzamentos' na bancada que lhe fizeram estirar de mais a bola... rsrsrs...

Vou alterar o nome do seu avô.

Da próxima vez que escrever assine com o seu nome, porque ainda não sei o seu nome próprio.

Que a água de colônia no Maraca faça os rubro-negros enjoarem de vez... rsrsrs...

Abraços botafoguenses

Ruy Moura disse...

Oi, Egberto

Parabéns pela rouquidão!!!...

Eu assisto aos jogos no sofá. Não dá para perder a compostura nem a voz e tais circunstâncias, mas geralmente a última meia-hora dos jogo é sempre complicado, porque o esultado não está definido e eu não consigo ficar quito. Levanto-me, ando pela sala, o coração acelera, a gesticulação aumenta, enfim... Os disparates costumeiros de torcedores... Sempre achei tão estranho como é que um simples jogo nos pode alterar tanto!... Tudo muda cá por dentro, desde as emoções aos argumentos, desde o funcionamento orgânico à tolerâmcia para com o outro... Enfim, somos compensados com alegrias como as de ontem!...

Especialmente contra o Fluminense tenho muito prazer em que ganhemos por causa dos comportamentos impróprios do seu teinador e jogadores além das contratações 'por baixo' da mesa que os seus dirigentes costumam fazer sem negociar com os clubes desses jogadores.

Que a sorte o acompanhe no Maracanã Domingo!!! Wellingol neles!!! rsrsrs...

Abraços botafoguenses

Ruy Moura disse...

Caro amigo, já anotei o Nélio Machado nos meus apontamentos.

Abraços botafoguenses

Unknown disse...

Oi Rui!!!!
Do jogo de ontem, daquela maravilhosa vitória, me restou uma dúvida: o que terá dito o Castillo pro Washington qdo este estava arrumando a bola na marca do pênalti???
Beijo imenso!!
Agora cabeça e coração contra a Portuguesa!!!

Ruy Moura disse...

Olá, Maria Cecília

Já tinha pensado em si diversas vezes!...

Você viu o vídeo do Castillo a desorientar o Washington?... Notável... Uma pressão corporal incrível sobre o tricolor. Primeiro foi com o corpo sobre o corpo dele, depois foi tocando a bola com o pé e... o Washington não conseguiu olhar nos olhos do Castillo!... Em minha opinião isso pressionou o W. a tentar bater a bola o mais longe possível do Castillo. Tão longe que não entrou!!!

Contra a Lusa acho que com calma a coisa vai... Mas é preciso estar de olho bem aberto, não vá o Diabo tecê-las...

Complicado será no Domingo... para ambos os lados, julgo eu!...

Tenha uma semana muito feliz! Frua bem o título!!!

Um beijo imenso também!

Danilo Julião disse...

Opa!!E aí, tudo bem?
Olha, que ótima análise do jogo!!Gostei demais!!!No final, os vencedores éramos nós, antes do jogo(já que não ficamos de soberba,ne?)...
O Fogão foi um time guerreiro, quase perfeito táticamente....só epcou pela expulsão do JH, pq a do Alessandro foi ridícula!!!!

O que importa é que nossos heróis trouxeram o título para nós e trarão outro, se Deus quiser!!!
Abração e SA!!

snoopy em p/b disse...

rui,
você sempre preciso e coeso em suas análises pós-jogo.
a gente fica até sem ter o que acrescentar.... hehehe

vamos com tudo que este time é capaz de nos dar a alegria maior.

forte abraço!

Ruy Moura disse...

Olá, Danilo! Completamente de acordo! E 'cheira-me' a que os nossos jogadores sejam prejudicados com ausências e e julgamentos por estes dias, e que as reavaliações dos rubro-negros ocorram... depois das finais...

Mas... Wellingol neles!!!

SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES

Ruy Moura disse...

Danilo e Snoopy, fico contente que gostem das análises dos jogos.

Espero poder fazer uma análise muito 'motivada' após os jogos desta semana!!! rsrsrs...

WELLINGOL NELES!!!

Guy Barroso disse...

Caro amigo Rui,

Meu nome é Luiz Guilherme, mas com sempre fui chamado de GUI, desisti do nome.
As vezes se sem me chamam de Guilherme, Luiz ou Luiz Guilherme nem reconheço.

A história da superstição é uma enorme brincadeira, essa é a diversão da coisa. Nossa festa e a emoção de torcer vale tudo.

Saudações Alvinegras !!!!!!!!

Ruy Moura disse...

Caro Guy, seja benvindo a este espaço botafoguense exclusivo.

Sabe, e utlizo o meu 2º nome, e quando me chamam ocasionalmente pelo 1º nome também não o reconheço. Portanto, somos mesmo Gui e Rui.

Eu penso que a superstição tem duas vertentes: é uma enorme brincadeira e uma enorme seriedade. Eu levo na brincadeira porque não sou supersticioso, mas tenho um imenso prazer com as histórias botafoguenses daqueles que são realmente supersticiosos no nosso clube. Porque também é uma coisa séria: foi para Carlito Rocha, para o Aloísio 'Birruma', até para o próprio João Saldanha! É uma coisa que contagia. Aliás, a superstição, apesar de ser considerada uma exótica no Botafogo, existe por todo o lado, mesmo quando não a reconhecemos. Por exemplo, não passa de superstição invocar Deus. Deus não está preocupado com jogos de futebol... E, no entanto, as pessoas apelam a Ele. E a história do sapo do Arubinha?... Foram oito anos de vascaínos à procura do cadáver do sapo que, enterrado, os impedia de conquistar títulos... rsrsrs... É uma grande brincadeira e uma coisa bem séria também. Gosto de uma e respeito a outra.

Wellingol neles!!!
Saudações Botafoguenses

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...