
1.
Adaptado ao futebol em 1958, o “olé!” nasceu de um jogo entre o Botafogo, campeão de 1957, e o River Plate, tricampeão argentino, disputado na Cidade do México. O “olé” deve-se à inspiração de Garrincha e à persistência de Vairo.
Sempre que Garrincha parava na frente de Vairo os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Garrincha dava o famoso drible e deixava Vairo sentado no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: “Ô ô ô ô ô-lê!”. Num desses momentos, um dos clarins dos mariaches atacou o trecho de Cármen que é tocado na abertura das touradas. O estádio quase foi abaixo.
O treinador tirou Vairo de campo para evitar o gozo e, rindo, Vairo exclamava: “No hay nada que hacer. Imposible!” O “Jarrito de Oro” normalmente votado e entregue no dia seguinte ao melhor jogador do torneio, naquele ano foi entregue ali mesmo, no estádio, a Garrincha. O inigualável Mané foi carregado aos ombros pelos torcedores numa volta olímpica.
2.
Seis anos mais tarde, no dia 14 de Julho de 1964, o mesmo River Plate tornou a sofrer aos pés de Garrincha. Num jogo em que Garrincha parecia um terramoto, o Botafogo venceu o River Plate, por 4x3, no Monumental de Ñunez, pela Copa Iberoamericana.
Durante aquela partida, o Botafogo exibiu um futebol de nível de Seleção e, contando com craques como Garrincha, Gérson (que marcou dois gols) e Nílton Santos, venceu sensacionalmente os argentinos. No decorrer do jogo, mais uma vez foi ouvido o grito de “olé”, que fora criado seis anos antes em terras mexicanos entre os mesmos dois clubes.
Nesse jogo o Botafogo alinhou com Manga, Joel, Paulistinha, Nílton Santos e Rildo (Aírton); Elton e Gérson; Garrincha, Jair, Sicupira e Zagalo. O River Plate jogou com Gatti, Sainz, Ramos, Delgado e Bonezuk; Roberto Matosas (Rojas) e Fernandes (Sanari); Cubilla, Artime, Onega e Mas.
O Botafogo ganhou a Copa Ibero americana vencendo sucessivamente o Boca Juniors, o River Plate e o Barcelona!
3.
Quatro anos mais tarde, no dia 29 de Junho de 1968, o ‘olé!’ ressurgiu na goleada de 4x1 do Brasil sobre a Argentina, tendo oito jogadores botafoguenses em campo.
O treinador Mário Zagallo, também botafoguense, vibrou com a vitória e narra o que aconteceu:
– “Em 1968, fui convidado para dirigir a Seleção contra a Argentina em um amistoso no Maracanã. Formei a Seleção com a base do Botafogo, que tinha sido campeão estadual em 67 e acabaria bicampeão no final de 68, e goleamos por 4 a 1. Foi o meu primeiro jogo como treinador da Seleção, para onde voltei oficialmente em 70.”
O coordenador técnico acrescentou que foi um show de bola do Brasil, que culminou com a marcação do quarto gol, feito por Paulo César, que levou o estádio ao delírio.
– “Trocamos os 53 passes, com os argentinos na roda, até sair o gol do Paulo César. Foi um lance que dificilmente será visto de novo no futebol” – disse Zagallo.
Os gols do Brasil foram marcados por Valtencir, Roberto, Jairzinho e Paulo César (todos botafoguenses) e Basile descontou para a Argentina.
Armando Marques arbitrou o amistoso e a Seleção Brasileira, formada apenas por jogadores do Rio de Janeiro, alinhou com Félix (Fluminense), Moreira (Botafogo), depois Murilo (Flamengo), Brito (Vasco), Leônidas (Botafogo) e Valtencir (Botafogo); Carlos Roberto (Botafogo) e Gérson (Botafogo); Nado (Vasco), Roberto (Botafogo), depois Ney Oliveira (Vasco), Jairzinho (Botafogo) e Paulo César (Botafogo). A Argentina jogou com Sanchez, Ostua, Perfumo, Basile e Malbernat; Solari(Savoy) e Rendo; Aguirre, Yazalde, Veglio (Minitti) e Más. O técnico era José Maria Minella.
Fontes principais
Pesquisa e texto de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
Jornal dos Sports
Portal da CBF
Adaptado ao futebol em 1958, o “olé!” nasceu de um jogo entre o Botafogo, campeão de 1957, e o River Plate, tricampeão argentino, disputado na Cidade do México. O “olé” deve-se à inspiração de Garrincha e à persistência de Vairo.
Sempre que Garrincha parava na frente de Vairo os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Garrincha dava o famoso drible e deixava Vairo sentado no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: “Ô ô ô ô ô-lê!”. Num desses momentos, um dos clarins dos mariaches atacou o trecho de Cármen que é tocado na abertura das touradas. O estádio quase foi abaixo.
O treinador tirou Vairo de campo para evitar o gozo e, rindo, Vairo exclamava: “No hay nada que hacer. Imposible!” O “Jarrito de Oro” normalmente votado e entregue no dia seguinte ao melhor jogador do torneio, naquele ano foi entregue ali mesmo, no estádio, a Garrincha. O inigualável Mané foi carregado aos ombros pelos torcedores numa volta olímpica.
2.
Seis anos mais tarde, no dia 14 de Julho de 1964, o mesmo River Plate tornou a sofrer aos pés de Garrincha. Num jogo em que Garrincha parecia um terramoto, o Botafogo venceu o River Plate, por 4x3, no Monumental de Ñunez, pela Copa Iberoamericana.
Durante aquela partida, o Botafogo exibiu um futebol de nível de Seleção e, contando com craques como Garrincha, Gérson (que marcou dois gols) e Nílton Santos, venceu sensacionalmente os argentinos. No decorrer do jogo, mais uma vez foi ouvido o grito de “olé”, que fora criado seis anos antes em terras mexicanos entre os mesmos dois clubes.
Nesse jogo o Botafogo alinhou com Manga, Joel, Paulistinha, Nílton Santos e Rildo (Aírton); Elton e Gérson; Garrincha, Jair, Sicupira e Zagalo. O River Plate jogou com Gatti, Sainz, Ramos, Delgado e Bonezuk; Roberto Matosas (Rojas) e Fernandes (Sanari); Cubilla, Artime, Onega e Mas.
O Botafogo ganhou a Copa Ibero americana vencendo sucessivamente o Boca Juniors, o River Plate e o Barcelona!
3.
Quatro anos mais tarde, no dia 29 de Junho de 1968, o ‘olé!’ ressurgiu na goleada de 4x1 do Brasil sobre a Argentina, tendo oito jogadores botafoguenses em campo.
O treinador Mário Zagallo, também botafoguense, vibrou com a vitória e narra o que aconteceu:
– “Em 1968, fui convidado para dirigir a Seleção contra a Argentina em um amistoso no Maracanã. Formei a Seleção com a base do Botafogo, que tinha sido campeão estadual em 67 e acabaria bicampeão no final de 68, e goleamos por 4 a 1. Foi o meu primeiro jogo como treinador da Seleção, para onde voltei oficialmente em 70.”
O coordenador técnico acrescentou que foi um show de bola do Brasil, que culminou com a marcação do quarto gol, feito por Paulo César, que levou o estádio ao delírio.
– “Trocamos os 53 passes, com os argentinos na roda, até sair o gol do Paulo César. Foi um lance que dificilmente será visto de novo no futebol” – disse Zagallo.
Os gols do Brasil foram marcados por Valtencir, Roberto, Jairzinho e Paulo César (todos botafoguenses) e Basile descontou para a Argentina.
Armando Marques arbitrou o amistoso e a Seleção Brasileira, formada apenas por jogadores do Rio de Janeiro, alinhou com Félix (Fluminense), Moreira (Botafogo), depois Murilo (Flamengo), Brito (Vasco), Leônidas (Botafogo) e Valtencir (Botafogo); Carlos Roberto (Botafogo) e Gérson (Botafogo); Nado (Vasco), Roberto (Botafogo), depois Ney Oliveira (Vasco), Jairzinho (Botafogo) e Paulo César (Botafogo). A Argentina jogou com Sanchez, Ostua, Perfumo, Basile e Malbernat; Solari(Savoy) e Rendo; Aguirre, Yazalde, Veglio (Minitti) e Más. O técnico era José Maria Minella.
Fontes principais
Pesquisa e texto de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
Jornal dos Sports
Portal da CBF
2 comentários:
Olá Rui,
gostaria de saber se alguém tem a foto desse time antes do jogo, pois é algo que gostaria de ver na parede de General Severiano. Mais do que isso, só o filme com os gols dos 6x0 na mulambada, que dizem, ter sido queimado e não há cópias disponíveis. Pois ainda verei este espetáculo nas telonas do país e outra ao vivo, de uns 10x0, com os juros e a correção...
Meu caro José, eu creio ser difícil obter tal foto. Julgo que só será possível em acervos de jogadores que participaram da partida. No entanto, tentarei obtê-la. Se conseguir... tê-la-à.
Para o futuro já só peço um 8x0... (rs) Seria o novo recorde de maior diferença de gols de todos os tempos com o rival.
Abraços Gloriosos!
Enviar um comentário