quinta-feira, 30 de junho de 2011

Festa Junina Botafoguense

Botafogo 2x0 São Paulo

Os últimos resultados do Botafogo poder-se-ão considerar previsíveis face às opções e ao trabalho desenvolvido por Caio Júnior, além de uma melhoria significativa originada nos desempenhos de Elkeson e de outros atletas colocados nas suas posições de origem.

Não digo isto pela primeira vez. Na verdade, tenho sido muito crítico das opções táticas, do tipo de treino desenvolvido e do trabalho físico feito com os atletas, quer pelo Cuca, quer pelo Ney Franco, quer pelo Joel Santana (os principais treinadores dos últimos anos).

Sobre o Caio Júnior já escrevi que não é ‘brilhante’, mas que as suas opções podem constituir um modelo consistente de jogo no médio prazo. Isso foi muito visível já no jogo contra o Flamengo, apesar de a maioria da torcida não ter entendido que se tratava de um novo modelo de jogo sem as emoções ‘vistosas’ de jogos ‘eletrizantes’ que nos levam à perda de controlo dos jogos. Futebol hoje é controlar os jogos, não andar ‘eletrizantemente’ a correr de um lado para o outro e fazer placares de 4x4, 3x3 ou coisa parecida, como fizemos em 2007 e 2008.

Releia-se o que tenho dito sobre o assunto. Escrevi a 19.06.2011 na análise ao jogo contra o Flamengo:

“Finalmente vejo o Botafogo sem a subdesenvolvida estratégia do ‘chutão’ e sem a enxurrada de passes errados que caracterizava o futebol do Glorioso. Não ganhamos o jogo, mas poderíamos ter ganho e a orientação em campo foi certa. (…) A nossa equipa jogou pressionando, levando perigo sucessivo ao reduto adversário. (…) A orientação da equipa pode vir a dar grandes frutos, já que só o tempo permitirá rotinizar as ligações e pressionar consistentemente o adversário, com posse de bola, velocidade, mudanças de flancos e eficácia na finalização. (…) Apesar da ineficácia do último remate, o trabalho estratégico e posicional de Caio Júnior é bem visível. A correção efectuada ao nível dos passes e a tendência para manter a bola no chão são fatores muito importantes para aumentar a posse de bola, pressionar o adversário e acabar por marcar gol. (…) Gostei do esquema de jogo do Glorioso, e apesar do empate fiquei satisfeito com o desempenho tático da equipa, que dá alguma esperança para o futuro à medida que aumentar o entrosamento em função do esquema básico de jogo. (…) Considero que a ‘boa emoção’ em futebol é aquela que começa na ‘razão’ e na ‘organização’ e, na base de um esquema de jogo tendencialmente mais ‘plástico’ com o tempo, passa a gerar emoções fundadas em futebol antecipadamente pensado. (…) Isto é, parece-me que, embora à medida da nossa dimensão, o caminho começou a ser trilhado…”

Escrevi a 27.06.2011 na análise ao jogo contra o Grêmio:

“O Botafogo continua a palmilhar um caminho consistente de posse de bola, situação a que o chutão para a frente nos desabituara. A persistência há-de trazer resultados. (…) Porém, essa consistência de posse de bola não se traduz em eficácia imediata. Na verdade, o plantel continua (…) sem atacantes para a definição final. Além de o último passe, antes do remate final, funcionar deficientemente. (…) Caio Júnior não é um ás do futebol, mas se melhorar o último passe e ensinar os atacantes a rematarem decentemente, então pode criar uma equipa coesa.”

Até os fracos analistas desportivos perceberam isso ontem. Veja-se o Globoesoorte.com:

“O domínio botafoguense ficou claro desde o início. No primeiro lance de perigo, Rogério Ceni evitou gol de Herrera. (…) A marcação botafoguense não dava moleza. (…) Os cariocas, com paciência e domínio das ações, valorizavam ao máximo a posse de bola. Até que aos 37 o Botafogo transformou sua supremacia em vantagem no marcador.”

A história do jogo de ontem já contei nas citações acima. Caio Júnior sustenta-se num modelo europeizado de futebol e, mesmo quando erra, o modelo suporta os erros e funciona. Na verdade, quem mais aparece são o próprio Caio Júnior e as rotinizações crescentes num futebol de posse de bola – uma equipa. Isso mostra que o treinador faz trabalho tático, aperfeiçoa o passe e a posse de bola, e ainda se preocupa, aparentemente com qualidade, da evolução física dos atletas – elemento crucial nos dias de hoje.

Caio aposta primeiro na ‘razão’ – nas mecanizações e no uso do pensamento – em vez de apostar na ‘emoção’ da fuga para a frente em jogos ‘eletrizantes’ que renegam a ‘razão’ e atualmente não criam verdadeiros campeões. Na verdade, o futebol brasileiro perde os seus craques para a Europa e, por isso, a opção não é a ‘emoção eletrizante’, mas a ‘razão’ fundada em esquemas táticos e jogadores ‘pensantes’.

Note-se que os campeões brasileiros que conquistaram merecidamente o título nacional máximo nos últimos cinco anos (São Paulo tricampeão em 2006-2007-2008 e Fluminense campeão em 2010), não jogaram ‘bonito’ – jogaram futebol à moda europeia, ou, se quiserem, ‘muricyana’…

Posse de bola, pressão, persistência, marcação cerrada, mudanças de flanco velozes e bom aproveitamento de bolas paradas, são ‘receita de campeão’. Insisto que com um modelo de jogo do tipo 4-4-2 em losango (Caio usa o 4-5-1, com variação para 4-4-2, até possuir melhores atacantes) é possível irmos bem longe num campeonato em que os clubes não têm táticas consistentes (exceção honrosa dos times de M. Ramalho). E por isso podem ser batidos pelo nosso Botafogo em versão ‘caio júnior’. Espero não me enganar nessa matéria.

Eu gosto deste Botafogo, e o meu irmão Marcos Venícius parece ter razão quando profetizou que Caio Júnior era gente boa e trabalhadora – e que haveria resultados. Isso é fundamental: gente com bom caráter (e aparentemente bem diferente do estilo Cuca ou do estilo Joel), trabalhadora e, sobretudo, sem inventar. Desde 2006 é a primeira vez que vejo um treinador não inventar, não colocar jogadores fora das suas posições, como insistiam Cuca, Ney, Estevam e até mesmo Joel Santana.

Vejo um novo Botafogo com muitas possibilidades de crescer. E, claro, de dar muito trabalho aos dirigentes federativos e às arbitragens, que terão que reinventar grandes penalidades, gols limpos anulados, etc.

Porém, como sempre tenho dito, se formos superiores aos adversários com margens razoáveis, teremos espaço também para derrotar os dirigentes federativos e as arbitragens. Como na década de 1960 em que a superioridade era imparável por quem quer que fosse.

Vamos torcer, estar atentos e, sobretudo, afinarmos a nossa inteligência sobre o que significa o futebol de hoje num quadro de conquistas que tanto desejamos. Sei que sou – como todos os companheiros de clube – um botafoguense exagerado, mas esta noite sonhei que íamos à final do mundial de clubes. É um exagero, eu sei, e não devemos embandeirar em arco quando as coisas começam a correr melhor, porque a confiança excessiva geralmente traz muitos desaires. Porém, sonhar é lindo, ter utopia é essencial. Mas as utopias, que começam sempre nas emoções, são invariavelmente concretizadas com a ‘razão’.

O Botafogo precisa de gente cerebral, que muito tem faltado na última década, começando por dirigentes, comissões técnicas e atletas até aos torcedores que xingam e vaiam indiscriminadamente sem acrescentarem ‘razão’ ao nosso ambicioso projeto de recolocar o Botafogo na rota do futebol mundial.

Tal desiderato não é impossível se a ‘razão’ imperar. Não foi assim nesse glorioso tempo de grandes conquistas, caro Paulo Antônio Azeredo?...

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x0 São Paulo
» Gols: Elkeson 35’ e Herrera (pen) 51’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 29.06.2011
» Local: Estádio do Morumbi (SP)
» Público: 8.361 pagantes
» Renda: R$ 185.4190
» Arbitragem: Elmo Alves Resende da Cunha (GO); Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva e Christian Passos Sorence
» Disciplina: Renan, Antônio Carlos e Somália (Botafogo); Rodrigo Souto, Henrique e Willian José (São Paulo)
» Botafogo: Renan, Alessandro, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Marcio Azevedo (Araruama); Lucas Zen, Somália, Everton (Cidinho), Elkeson e Maicosuel (Caio); Herrera. Técnico: Caio Júnior.
» São Paulo: Rogério Ceni; Ilsinho (Rivaldo), Xandão, Luiz Eduardo e Juan; Rodrigo Souto, Jean, Casemiro e Marlos; Willian José e Fernandinho (Henrique). Técnico: Paulo César Carpegiani.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Botafogo conquista medalhas de ouro no remo

O Botafogo conquistou duas medalhas de ouro no Campeonato Brasileiro de Remo Júnior e Adaptado, realizado em 26.06.2011, no Estádio de Remo da Lagoa.

Eis os resultados dos nossos atletas ‘dourados’:

·        Skiff masculino TA: Isaac José Ribeiro
·        Double Skiff masculino júnior: Victor Tavola Bastos e Marciel Morais Souza

Isaac Ribeiro, tricampeão brasileiro, garantiu vaga no campeonato mundial em Bled, Eslovenia, que será realizada em agosto próximo.

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Campeonato Estadual de Remo 2011

Após a 3ª Regata do Campeonato Estadual de Remo (2011), que decorre na Lagoa Rodrigo de Freitas, as medalhas de ouro conquistadas pelos botafoguenses são as seguintes:

3ª Regata (19.06.2011)

     ·        Four Skiff – Aspirante – 2.000m: Bernardo Quintelas Murad, João Manoel Beirão Brandão, Miquéias Vieira da Silva e Dickson Grael  Macedo (Botafogo A)

·        Single Skiff – Infantil / Feminino – 500m: Gabrielle Marques dos Santos (Botafogo A)

2ª Regata (07.05.2011)

·        Double Skiff – Infantil – 500m: Antonio Cesar Alvim de Bittencurt Berenguer e Wellington Gonçalves de Queiroz (Botafogo B)

·        4 Com – Júnior – A – 2.000m: José Antonio Barchilon de Castro, Victor Tavora Bastos, Marciel Morais Souza, Marcelo de Almeida Paiva e Ruan Fernandes Castello (Botafogo B)

·        Single Skiff – Aspirante – 2.000m: Bruno Almeida Paiva (Botafogo B)

·        8 Com – Peso Leve – 2.000m: Ailson Eraclito da Silva, Celio Dias Amorim, Thiago Almeida, José Carlos Gonçalves Sobral Jr., Emanuel Dantas Borges, Thiago Gomes, Diego Donizette Nazário, Marcel Oliveira Madruga de Souza e Cláudio Geovani Alves da Silva (Botafogo A)

1ª Regata (03.03.2011)

·        Four Skiff – Júnior – A – 2.000m: Pablo Roberto Pire Aguirre, Victor Távora Bastos, Marciel Morais Souza e Marcelo de Almeida Paiva (Botafogo A)

·        4 com – Aspirante – 2.000m: Bernardo Quintelas Murad, João Manoel Beirão Brandão, Miqéias Viera da Silva, Marcel Oliveira Madruga de Souza e Cláudio Geovani Alves da Silva (Botafogo B)

·        Double Skiff – Peso Leve  S23 – feminino – 2.000m: Emília Mariana Escauriza Troche e Gabriela Alexandra Mosqueiro Benitez (Botafogo B)

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

60 anos de glória

O meu Grande Irmão botafoguense, Marcos Venícius, completou 60 anos gloriosos. A família, o Botafogo, os amigos e os colegas de profissão: o mundo todo em Tremembé. Parabéns, Marcos!

O bolo: botafoguense, claro!

Os filhos e a sobrinha.

Marcos com amigos de longa data.

Marcos com colegas de profissão.

Marcos e a esposa.

A turma do ‘parabéns a você’.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Botafogo 2x1 Grêmio

 
Nós estamos sempre reclamando da equipa de futebol, e com razão. Desta vez vamos realçar a vitória e o lugar ocupado na tabela classificativa.

Ademais, o Botafogo continua a palmilhar um caminho consistente de posse de bola, situação a que o chutão para a frente nos desabituara. A persistência há-de trazer resultados.

Porém, essa consistência de posse de bola não se traduz em eficácia imediata. Na verdade, o plantel continua a ser reforçado com volantes e meias e permanece sem reforços na defesa e sem atacantes para a definição final. Além de o último passe, antes do remate final, funcionar deficientemente.

Efetivamente, Herrera continua a mais na equipa e não existem atacantes com provas dadas, a não ser uns jovens irregulares como Caio, Cidinho e Alex.

Por outro lado, continuamos a depender de excelentes defesas de Jefferson e Renan, que salvam fífias como as de Alessandro ontem – uma vez mais e mais uma vez. É claro que os goleiros estão lá para isso, mas os defesas estão ainda antes dos goleiros precisamente para evitar que as bolas mais perigosas cheguem ao guardião das redes botafoguenses.

Quanto a substituições, as de ontem não comprometeram, mas considero que Caio Júnior errou mais uma vez. Eu teria colocado a jogar Lucas e Alex, em vez de Alessandro e Caio. Alex parece ser mais homem gol.

Caio Júnior não é um ás do futebol, mas se melhorar o último passe e ensinar os atacantes a rematarem decentemente, então pode criar uma equipa coesa.

E Elkeson, claro, a revelação – o motor que Maicosuel teima em não engrenar.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Grêmio
» Gols: Marcelo Mattos 70 e Elkesen 81’ (Botafogo); Rafael Marques 88’ (Grêmio)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 26.06.2011
» Local: Estádio Olímpico João Havelange, Engenhão (RJ)
» Público: 13.983 espectadores (10.433 pagantes)
» Renda: R$ 235.895,00
» Arbitragem: cartão amarelo – Jailson Macedo Freitas (BA); Assistentes: Adailton José de Jesus Silva (BA) e José Oliveira dos Santos (BA); cartão vermelho – Fernando (Grêmio)
» Disciplina: Marcelo Mattos, Elkeson, Caio (Botafogo); Mário Fernandes (Grêmio)
» Botafogo: Renan, Alessandro, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos (Thiago Galhardo), Lucas Zen, Everton (Cidinho) e Elkeson; Maicosuel (Caio) e Herrera. Técnico: Caio Júnior
» Grêmio: Marcelo Grohe, Gabriel, Mário Fernandes, Rafael Marques, Neuton; Fernando, Willian Magrão, Lúcio, Marquinhos (Roberson), Douglas; Lins (Leandro). Técnico: Renato Gaúcho.

sábado, 25 de junho de 2011

Botafogo versus América de 1911

De pé: Coggin, Edgar Pullen e Dinorah. Ajoelhados Rolando, Lulu e Lefèvre; Sentados: Emmanuel, Decio, Abelardo, Mimi Sodré e Lauro (foto de 25.09.1910)

O Botafogo Football Club tornou-se o Glorioso em 1910 pela conquista do campeonato carioca com goleadas em quase todas as partidas.

O Fluminense não perdoou esse protagonismo dos rapazes botafoguenses em detrimento dos homens de bigode fluminenses. Os bastidores começaram a mexer novamente, tal como os fluminenses fizeram em 1907, em que se recusaram a disputar em campo o título carioca, que acabou por ser atribuído a ambos os clubes na década de 1990.

Exatamente há cem anos atrás, no dia 25 de junho de 1911, o Botafogo defrontava o América pelo campeonato carioca. Os americanos baixaram o sarrafo nos botafoguenses e isso acabou por estabelecer uma enorme briga provocada pela violência do adversário.

Flávio Ramos foi violentamente agredido por Gabriel Carvalho, protestando. Abelardo intervém e o jogador americano insulta-o. Abelardo riposta com um bofetão, o campo é invadido e a confusão estabelece-se.

As intenções dos americanos parecem ser premeditadas e “Flávio Ramos chega a desarmar um celerado que empunhava um revólver” [in O Futebol no Botafogo (1904-1950), A. M. Oliveira Castro]

A decisão da federação foi assim: advertência aos capitães do Botafogo e do América por terem permitido a violência e trinta dias de suspensão para o provocador Gabriel de Carvalho, enquanto… sancionou seis meses de suspensão para Adhemaro Delamare e doze meses de suspensão para Abelardo Delamare.

A federação conhecia bem a rapaziada botafoguense e acabou por provocar o seu desligamento da liga por solidariedade com os seus camaradas, regressando apenas no campeonato de 1913 e por intervenção de Alberto Borgerth, então ao serviço do rubro-negro, que havia abandonado o Fluminense no mesmo ano de 1911 juntamente com mais oito titulares das laranjeiras. Acresce que a Liga era dominada por fluminenses…

Em 02 de julho de 1911, a diretoria escreve que certos indivíduos “declinavam das características de sportmen, insultando no mais baixo escalão os nossos jogadores e respondendo às espontâneas reclamações das archibancadas, com o emprego de gestos offensivos á moral, somente próprios de indivíduos cuja classificação nos dispensamos de fazer. (…) Diante de taes fatos, é bem de ver-se que, não seria possível aos jogadores do primeiro team do botafogo, por mais esforços que fizessem, manter a compostura conveniente. (…) A diretoria do Botafogo viu realizadas as suspeitas que tinha por denuncia várias de que o América pretendia lançar mão de todos os meios, lícito ou ilícitos próprios ou não do sportmen, para conquistar a victoria do seu primeiro team” [op. cit.].

Em 1907 o Internacional não foi a campo defrontar o Botafogo para os primeiros quadros, apesar de ter enviado os segundos quadros para a partida do campeonato respectivo. Esse era o pretexto para o Fluminense impugnar a vitória do Botafogo, recusasse disputar o campeonato no campo e evitasse a perda da supremacia de que se julgava merecedor.

Havendo essa situação pregressa [tal como outras situações no futuro que permitiram ao referido clube saltar da 3ª para a 1ª divisão de futebol diretamente], e conhecendo-se toda a manha que os fluminenses utilizavam na federação, dominando-a a seu bel-prazer, assim como a influência detida junto de outros clubes, parece-me que a história não foi completamente bem contada.

Para mim, o problema de investigação seria este: que influência tiveram (ou não) os então dirigentes do Fluminense junto dos jogadores americanos, cujo clube nem tinha condições de disputar o título, para exercerem tanta violência em campo e provocarem tão ‘desejável’ desfecho em junho de 1911?

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Botafogo vence 1º turno de voleibol mirim

O Botafogo venceu o 1º turno do campeonato estadual de voleibol mirim feminino ao derrotar o Fluminense, pentacampeão estadual e invicto desde 2009, por 3x1, de virada, no Ginásio das Laranjeiras.

Eis a campanha vitoriosa:

Botafogo 2x3 Flamengo
» Data: 10.04.2011
» Local: Ginásio do Flamengo

Botafogo 3x0 Grajú
» Data: 17.04.2011
» Ginásio do Botafogo

Botafogo 3x0 Vasco da Gama
» Data: 10.05.2011
» Ginásio: Ginásio do Vasco da Gama

Botafogo 3x0 AM ProSport
» Data: 15.05.2011
» Local: Ginásio do Botafogo

Botafogo 3x0 5 de Julho
» Data: 22.05.2011
» Local: Ginásio C. 5 de Julho

Botafogo 0x3 Fluminense
» Data: 29.05.2011
» Local: Ginásio do Botafogo

Botafogo 3x0 Tijuca
» Data: 05.06.2011
» Local: Ginásio do Tijuca

Botafogo 3x0 Niterói
» Data: 16.06.2011
» Local: Ginásio do Botafogo

Decisão:

Botafogo 3x1 Fluminense
» Parciais: 21x25; 25×14; 25×22; 26×24
» Data: 19.06.2011
» Local: Ginásio do Fluminense
» Botafogo: equipa inicial – Isabella, Juliana, Luciana, Blandine, Gabrielle e Júlia; entraram – Larha, Alyne, Vickzinha e Joanna; integraram o banco – Mariana Lisboa, Mariana Amaral, Juju Greco, Bárbara e Fernanda; Treinador – Pedro Henrique; Auxiliares – Marcelo Sá, Vinícius Cardoso e Natan.

Síntese: 9 jogos; 7 vitórias; 2 derrotas; 23-7 parciais de saldo.

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Voz de Maurício Assumpção

“Estou há dois anos e meio à frente do Botafogo e reconheço as dificuldades enfrentadas pelo ex-presidente Bebeto de Freitas, porque várias delas também enfrento. Ele comandou o clube durante seis anos e marcou sua gestão com importantes conquistas, como o retorno à Série A, a concessão do Estádio Olímpico João Havelange e o resgate da credibilidade do clube com a atração de grandes parceiros. Além disso, sua gestão foi responsável pela estruturação dos departamentos do clube. Muito dessas estruturas física e pessoal foram fundamentais para os resultados administrativos que conquistamos hoje.”Maurício Assumpção, presidente do Botafogo de Futebol e Regatas, comentando a absurda exclusão do ex-presidente Bebeto de Freitas do quadro social do clube.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Paulo Amaral: um gigante inesquecível



Paulo Lima Amaral, preparador físico afamado, nasceu no dia 8 de Outubro de 1923, no Rio de Janeiro, e faleceu no dia 1º de Maio de 2008, na mesma cidade, com 84 anos de idade.

Paulo Amaral, que na juventude praticou boxe e halterofilismo, possuía quase dois metros de altura e cem quilos de músculos e a cabeça raspada a navalha. Conta-se que numa excursão do Botafogo a Medellín, na Colômbia, quebrou a cama do hotel com seu peso. Aos 80 anos ainda corria e nadava na praia. No dia 8 de outubro, Paulo Amaral iria completar 85 anos.

Foi jogador do Flamengo (infanto-juvenil em 1939, juvenil em 1940-41, amador em 1942-43, profissional em 1943-44-45) e do Botafogo (1946-47-48). Em 1942, por sugestão de Flávio Costa, matriculou-se na Escola de Educação Física e Desportos da Universidade do Brasil, concluindo em 1944 o curso de professor de educação física. Em 1947 obteve o diploma de técnico de futebol e em 1952 estreou-se como preparador físico nos aspirantes do Botafogo. Posteriormente treinou os profissionais do Botafogo, Vasco da Gama, Fluminense e Corinthians, bem como Juventus e Genoa em Itália. Também colaborou com o Porto, de Portugal. Porém, foi como preparador físico que Paulo Amaral se destacou realmente, em especial na Seleção Carioca, em 1956, com Pirilo, e posteriormente na Seleção Brasileira bicampeã mundial em 1958 e 1962.

Pioneiro em quase tudo o que se relaciona com o futebol, Amaral foi o primeiro preparador físico do Brasil (Botafogo, 1952). Ele era honesto, trabalhador e valorizava a preparação física acima da tática ou da técnica. Pouco depois era preparador físico da seleção carioca e da seleção brasileira.

Como características pessoais pode-se dizer que Paulo Amaral também era explosivo. Durante um famoso Brasil 3x1 Uruguai, pelo Campeonato Sul-Americano de 1959, disputado na Argentina, o jogo acabou se batalha campal e Paulo Amaral conseguiu nocautear vários adversários antes de os jogadores brasileiros serem agredidos.

Em 1973 Paulo Amaral treinava o Paraguai e conta-se que quando perguntou quem estava contra ele nada menos do que 17 jogadores paraguaios deram um passo à frente. Em 1978 foi técnico do El Helal (Riad, Arábia Saudita) e logo na sua estreia, no dia 7 de Setembro, a equipa ganhou por 5x1. Dois dias depois, Amaral recebeu um bilhete em árabe que pensou ser de congratulações pela vitória, mas tratava-se de um “bilhete azul” dispensando-o. E somente a intervenção de João Havelange, então presidente da FIFA, evitou que fossem devolvidos os passaportes confiscados a ele, à mulher, à filha menor e até à empregada.

Sua última aparição pública foi em 2006, quando foi homenageado pela CBF, e estava na lista entre os que participariam dos eventos em comemoração dos 50 anos da conquista do título na Suécia neste ano.

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo) e Pedro Varanda (Colaborador do Mundo Botafogo)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sonja, símbolo vivo de 1989

Em 1989 a alegria explodiu no coração dos botafoguenses com a conquista do campeonato carioca de futebol, feito não realizado desde 1968. Uns meses antes, em dezembro de 1988, Sonja Martinelli, gandula do Glorioso, chorou copiosamente à beira do campo com uma nova derrota do Botafogo para o Vasco da Gama.

Foi o sinal que o Glorioso precisava para iniciar e terminar o campeonato carioca do ano seguinte de forma invicta. Obrigado, querida Sonja!

Sonja, chorando copiosamente

Sonja, muito feliz

Sonja, tatuada aos 18 anos

Sonja e Rui Moura, em 2009

Galera eufórica leva Taça do JS


“Um clima de muita euforia tomou conta do Mourisco, sede social do Botafogo. Depois da longa madrugada de ontem, em que se comemorou a conquista do título, surgiram outros motivos para a festa. Um deles, a entrega da Taça Torcida Mais Animada, oferecida pelo JORNAL DOS SPORTS e pela “Super Rádio Tupi” para a torcida que fizesse o melhor carnaval e, o outro, pela presença de Mazolinha, que apesar do cansaço não fugiu das fotos com os torcedores e dos caçadores de autógrafos.

Representantes de várias facções compareceram ao local para ajudar a levantar a taça, que segundo Mothel Santoro, vice-presidente da Torcida Jovem, representou muito para todas as torcidas, as quais trabalharam todo o campeonato, muitas vezes sendo até sabotadas por outras:

– As torcidas organizadas jamais esquecerão da iniciativa do JORNAL DOS SPORTS, porque foi a primeira vez que a imprensa se lembrou de nós.

Uma figura já tradicional na torcida botafoguense e que se orgulha de sua paixão pelo Botafogo carregou emocionada o prêmio, como se tratasse de um bebê. Russão, ao lado da esposa e dos amigos, posou imponente para várias fotos, dentre elas, uma muito especial, ao lado de Mazolinha, que se misturou aos torcedores para ajudar a levantar o troféu que desta vez foi conquistado pela torcida que há 21 anos não sentia tanta emoção.


REALIDADE OU ILUSÃO

Descontraído como sempre e cercado de amigos e torcedores, Mazolinha não teve um minuto de sossego desde ontem. O assédio dos fãs era muito grande e o cansaço estava estampado em seu rosto, pois depois do jogo os campeões se reuniram em uma boate para comemorar, e acabaram virando a noite. Não sabendo como expressar tanta alegria, ele não escondeu sua emoção da torcida do seu querido Fogão:

– Eu estou sonhando. Parece ilusão. Agora só quero curtir esse momento, que procurei há 12 anos em minha carreira. Durante 12 anos, esses 55 minutos foram os que mais valeram.

Emocionado, disse que houve ocasiões em que até pensou em sair do clube, pois foi muito criticado e certa vez chegou a sair do campo sob as vaias da torcida. Contudo, os amigos o ajudaram muito a superar essa fase, que hoje para ele é uma página virada. Quanto ao tratamento que lhe foi dispensado pela torcida, não poderia ser melhor, e as vaias foram substituídas pelos gritos de “campeão”, “campeão”:

– Eu procurei jogar todos os meus sentimentos para a arquibancada e cada vez que por um motivo ou outro me chamaram de burro ou de campeão havia uma troca – conta o jogador que tomava o seu chopinho, entre um autógrafo e outro.

1989 Mourisco. O clima no restaurante do Mourisco não poderia ser mais festivo e até valeu cantar a marchinha que dizia, “Maurício pega a bola, Bebeto sempre chora, e só dá ele, ê, ê, ê, ê, ê, ê, ê, bota pra f….”

Mas a vitória do Botafogo, não agradou só a torcedores e jogadores. Os vendedores de camisas, bonés, e todos os tipos de lembranças do clube também vibraram. Só no Shopping Estrela Solitária, no Mourisco, se formaram imensas filas, para brigar pela aquisição de camisas, que até às 16 horas já haviam acabado.”

Recorda-se as fichas técnicas dos dois jogos da decisão em que o Botafogo se sagrou campeão carioca de 1989:

FICHA DO 1º JOGO
Botafogo 0x0 Flamengo
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 18.06.1989
» Local: Estádio Mário Filho (Maracanã)
» Renda: NCz$ 303.243,00
» Público: 56.897 pagantes
» Árbitro: Pedro Carlos Bregalda
» Botafogo: Ricardo Cruz, Josimar, Wilson Gotardo, Mauro Galvão e Marquinhos. Vítor, Carlos Alberto Santos e Luisinho (Mazolinha); Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo. Técnico: Valdyr Espinosa.
» Flamengo: Zé Carlos, Jorginho, Aldair, Zé Carlos Nascimento e Leonardo. Aílton, Renato e Zico, Alcindo, Bebeto e Zinho. Técnico: Telê Santana.

FICHA DO 2º JOGO
Botafogo 1x0 Flamengo
Gol: Maurício, aos 12 minutos do 2º tempo
Competição: Campeonato Carioca
» Data: 21.06.1989
» Local: Estádio Mário Filho (Maracanã)
» Renda: NCz$ 302.592,00
» Público: 56.412 pagantes (68.671 presentes)
» Árbitro: Walter Senra
» Botafogo: Ricardo Cruz, Josimar, Wilson Gotardo, Mauro Galvão e Marquinhos. Vítor, Carlos Alberto Santos e Luisinho; Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha). Técnico: Valdir Espinosa.
» Flamengo: Zé Carlos, Jorginho, Aldair, Zé Carlos Nascimento e Leonardo. Aílton, Renato e Zico (Marquinhos); Alcindo (Sérgio Araújo), Bebeto e Zinho. Técnico: Telê Santana.

Pesquisa: Rui Moura (editor do Mundo Botafogo); Súmulas: Pedro Varanda (colaborador do Mundo Botafogo); Fonte: Jornal dos Sportts, 1989.

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...