terça-feira, 7 de junho de 2011

Bebeto de Freitas - DNA Botafoguense

José de Oliveira Ramos
Jornal Pequeno, 05. 06.2011

Houve um tempo, mais precisamente nas décadas de 70 e 80 que o Voleibol nacional além de trilhar um glorioso caminho de conquistas dentro de quadra, assumiu uma liderança renovadora na tática e no conceito moderno da modalidade. Comandado dentro de quadra por Bebeto de Freitas, ex-jogador, torcedor e dirigente do Botafogo de Futebol e Regatas, o Voleibol alcançou com muita competência a medalha de prata nos Jogos Olímpicos.

A partir dali o Voleibol assumiu nova importância e passou a formar, também, os principais dirigentes das diversas modalidades disputadas no Brasil, com maior ênfase para o futebol. Por anos, Carlos Brunoro foi dirigente do Palmeiras, administrando a parceria com a Parmalat. Mais tarde Bebeto de Freitas, consagrado no Voleibol, assumiria como dirigente do futebol do Atlético/MG, vindo, posteriormente, a presidir o Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas, sendo o principal responsável pela parceria de cessão do Estádio João Havelange (Engenhão) ao clube que passou a dirigir.

Bebeto de Freitas tem DNA botafoguense. De parentesco aproximado com um dos maiores ídolos do alvinegro carioca em todos os tempos, Heleno de Freitas, Bebeto, como o parente já falecido, também tem o “pavio curto”. Aparentado também com um dos maiores alvinegros de todos os tempos, João Saldanha, Bebeto aprendeu com o “João Sem Medo” a dar a própria vida pelo Glorioso.

Paulo Roberto de Freitas nasceu no Rio de Janeiro, a 16 de janeiro de 1950, e hoje é conhecido como Bebeto de Freitas. Foi um jogador e treinador de Voleibol.

Como gestor desportivo, foi presidente do Botafogo de Futebol e Regatas entre 2003 e 2008 e, posteriormente, diretor-executivo do Atlético Mineiro. Umas das figuras-chave na transformação e identidade tática e técnica que o Voleibol brasileiro adquiriu a partir do início dos anos 80, quando passou a dirigir a seleção masculina.

Voleibol - Bebeto de Freitas foi um dos mais importantes jogadores de Vôlei do Botafogo, tendo conquistado onze campeonatos consecutivos (de 1965 até 1975), além de ter defendido a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de 1976 em Montreal.

Treinador - Bebeto é um dos mais respeitados treinadores de Vôlei do mundo, tendo dirigido o time da consagrada "geração de prata" do Vôlei masculino brasileiro nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles e também nos Jogos Olímpicos de 1988 em Seul. Após passagem de grande sucesso pelo Voleibol italiano dirigindo o Maxicono Parma (1990-1995), onde arrebatou cinco importantes títulos, Bebeto foi convidado a treinar a seleção italiana, de 1997 a 1998, sendo campeão da Liga Mundial de Voleibol em 1997, em Moscou e campeão mundial em 1998, na final com a Iugoslávia em Tóquio, Japão (Itália 3 sets a 0).

Gestor: Início no Atlético Mineiro - Bebeto de Freitas teve duas passagens como manager do Clube Atlético Mineiro em 1999 e 2001. Trabalhou durante a gestão do então presidente Nélio Brant em parceria com o presidente do Conselho Deliberativo e diretor de futebol Alexandre Kalil.

Durante estas duas passagens, o clube obteve resultados expressivos. Foi campeão mineiro e vice-campeão brasileiro em 1999 e chegou ao quarto lugar no Brasileiro de 2001. No entanto, deixou o clube para ir trabalhar no Botafogo.

Botafogo - A fase no Atlético o fez despertar o interesse de dirigir o Botafogo, seu clube de coração. No início de 2002, chegou a assumir um cargo como diretor do clube carioca, mas em poucos meses pediu afastamento pois, por ser funcionário, não poderia se candidatar ao cargo de presidente, ao final daquele ano, e, também, por discordar da gestão do então presidente Mauro Ney Palmeiro.

Eleito para um mandato não-remunerado inicial de três anos, entre 2003 e 2005, Bebeto de Freitas iniciou um processo de reestruturação do clube. Sua direção teve como marco importante, que foi a volta do time de futebol à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Reeleito até 2008, conquistou os títulos de futebol profissional da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca de 2006 e da Taça Rio, de 2007 e 2008. Além disso, venceu também títulos em diversas categorias amadoras, tais como Pólo Aquático, Basquete, Vôlei e Natação.

Bebeto de Freitas foi um dos homens de frente na luta da aprovação da Timemania, que poderia solucionar parte das dívidas do clube. Além disso, em sua gestão, o clube - a partir da empresa criada por ele, a Cia. Botafogo - conquistou a concessão do Estádio Olímpico João Havelange, em 2007.

Após a final da Taça Guanabara de 2008, revoltado com a arbitragem, chegou a pedir licenciamento do cargo de presidente, dizendo que "não aguentava mais as coisas que acontecem no futebol". No entanto, como sua renúncia foi somente verbal, dias depois, Bebeto voltou atrás em sua decisão e permaneceu à frente do clube até dezembro daquele ano, quando seu mandato se encerrava, sem possibilidades de reeleição.

Volta ao Atlético - Em 2009, a convite de Alexandre Kalil, que desta vez assumira o cargo de presidente do Galo, Bebeto de Freitas assumiu o cargo de diretor-executivo remunerado do clube.

Bebeto de Freitas já não trabalha mais no futebol, como dirigente remunerado do Atlético/MG. Aceitou convite para voltar ao Vôlei como técnico do Halkbank Ankara, da Turquia.

Bebeto tem nome consagrado na história do Voleibol mundial, pois colocou o Vôlei brasileiro entre os melhores do mundo, quando foi treinador da Seleção medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, nos Estados Unidos. O técnico também levou a Itália ao título mundial em 1998.

(Fonte: Wikipédia)

Um saque no futuro

O Botafogo é a eterna paixão de Bebeto de Freitas. As saudades apertaram quando o técnico de vôlei deixou o País em 1997, para dirigir a seleção italiana. De Parma, onde morava, ligava para os parentes, no Rio, com um só desejo: ouvir a narração dos jogos de seu time de coração pelo rádio. O preço do romance era medido pela conta telefônica: R$ 1,7 mil, em média, a cada mês. Esse amor, no entanto, tem força para transformar-se num grande negócio. Desde março, o destino do clube de General Severiano pode estar em suas mãos. Em parceria com a economista Elena Landau, ex-diretora de desestatização do BNDES, ele abraçou a missão de negociar um novo contrato de patrocinador para o time alvinegro, através da empresa de marketing esportivo EBP (Elena Bebeto Partners).

A dupla, que busca dinheiro para o Botafogo e pretende instalar um novo modelo de gestão administrativa, se conheceu em 1998. Na época, o primeiro escalão do tucanato reuniu-se para elaborar propostas da área esportiva para o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Bebeto foi convidado para o encontro. Afinal de contas, havia levado o vôlei brasileiro à medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1984, e conquistado a Liga Mundial, em 1997, e o título mundial, em 1998, no comando da seleção italiana. Suas idéias seduziram Elena Landau. Em fevereiro deste ano, eles formalizaram a EBP.

Antes da concretização da empresa, Paulo Roberto de Freitas, 50 anos, casado com Solange, pai de três filhos, teve uma experiência vitoriosa. No ano passado, ao trocar o vôlei pelo futebol, ocupou o cargo de diretor executivo do Atlético Mineiro, de Belo Horizonte. Primeiro, colocou os salários em dia. Depois, foi o personagem principal de uma parceria com a Octagon, empresa de marketing esportivo. Em 15 anos, o Galo vai receber R$ 400 milhões. Resultado: a equipe mineira ficou com o vice-campeonato brasileiro.

A primeira experiência empresarial de Bebeto foi em 1977, quando rumou com a família para a Califórnia, nos Estados Unidos. Em Santa Barbara, assumiu as funções de treinador e manager da equipe de vôlei do Spikers. Ficou na costa oeste americana até 1980. Aproveitou a oportunidade para fazer vários cursos na área. “Isso me deu uma visão de planejamento que foi fundamental em minha carreira”, admite. A facilidade com que incorporou o aprendizado do marketing esportivo, porém, não o deixou à vontade com sua nova ferramenta de trabalho: o computador. “Não me considero um empresário, sou do esporte”, insiste em dizer.
Bebeto de Freitas deu seus primeiros passos no esporte como jogador de basquete. Chegou, inclusive, a vestir a camisa do Botafogo, mas uma tragédia mudou seu destino. Seu único irmão, João Carlos, que despontava jogando vôlei nas areias de Copacabana, morreu de leucemia quando tinha 17 anos. Bebeto tinha apenas 9 anos. “Esse episódio me marcou muito. Passei a jogar vôlei como nunca”, relembra. Depois de defender o Botafogo por 19 anos, brigou com os dirigentes e foi para o Flamengo. “Como toda a minha família é botafoguense fanática, ninguém foi assistir aos meus jogos”, conforma-se.

Essa não foi a única vez em que se viu sozinho. Quando era treinador da seleção italiana de vôlei, enfrentou a torcida brasileira. Foi em 1998, nas semifinais do Campeonato Mundial do Japão. Na partida que valia classificação para a final, Bebeto saiu da quadra vitorioso. Apesar do resultado, ele não vibrou. “Quando o jogo acabou, minha cara era de choro”, lembra. “Foi o momento mais difícil da minha carreira, afinal era botafoguense, carioca e brasileiro”, diz, resumindo sua paixão.

(Vivianne Cohen – Editora Três)

Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/2011/6/5/bebeto-de-freitas---dna-botafoguense-158165.htm

7 comentários:

PEDRIN disse...

Parabéns por colocar essa matéria sobre o Bebeto. Muitos o achincalham, ou por interesses contrariados ou por desconhecimento do que ele realmente significou para a história do Botafogo. Se você autorizar gostaria de copiar a matéria no canalbotafogo, com a indicação da fonte. Abraço daqui desta maravilhosa e fascinante cidade onde existe o Botafogo Futebol e Regatas.
Pedrin

Ruy Moura disse...

Com certeza, Pedrin. Os erros do último ano e meio do Bebeto - que começaram com a 'confusão' gerada pelo doping do dodô - não pode nem deve ocultar quatro anos e meio que resgataram o Botafogo à 2ª divisão, lhe deram uma equipa competitiva e um título carioca após uma década, o colocaram na liderança do campeonato brasileiro e permitiram a candidatura que havia de ganhar o Engenhão para nós. Nem mesmo Montenegro poderá, alguma vez, retirar Bebeto da história do Botafogo. Ele faz parte integrante dela, no vôlei e na gestão do clube.

Abraços Gloriosos!

Júlio disse...

Olhando pelo lado do voleibol, digo que nunca uma prata fez tão bem a uma modalidade como fez com o voleibol brasileiro.

Anónimo disse...

Como sobrinho do Bebeto, e mais um exemplo do vício e do DNA Botafoguense de nossa família, tenho que dizer que fiquei muito admirado com este texto. Agradeço as palavrs gentis porque sei que ele agradeceria (ainda que tivesse melhor relação com computadores). Bebeto sempre foi e será uma grande fonte de orgulho dentro de minha família e do Botafogo.

abraços,

Felipe

Ruy Moura disse...

Muito bem visto, Júlio.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Felipe, não se admire. Há muita gente que reconhece a modernidade trazida ao Botafogo pelo Bebeto de Freitas. Modernidade, aliás, rapidamente perdida nos últimos dois anos.

Sucede é que as pessoas mais que reconhecem o Bebeto são mais discretas do que as outras...

Mas neste blogue Bebeto sempre teve o espaço que merece, ao contrário de outros dirigentes que não terão espaço de memória por aqui.

Abraços Gloriosos!

Gil disse...

Rui,

Gostaria muito que tivéssemos um Bebeto de Freitas candidato para as próximas eleições.
Os acertos foram muito maiores que os erros.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

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