terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Fragmentos ‘futebol do botafogo 1961-1965’: campeão de futebol, de pólo aquático e Mané-62… [39]
por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e historiador
do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1963]
Na
manhã de domingo, na piscina do Guanabara, ao derrotar o Fluminense (6x5) no último jogo da melhor de três, o Botafogo
quebrou a longa série de títulos do tricolor (1954-1962), sagrando-se campeão
carioca de pólo aquático. […] Foi uma apoteose!
No Maracanã, pelo Torneio
nício, o Botafogo venceu a Portuguesa no 8º jogo (0x0 – 2x1 nos pênaltis). No
11º jogo, bateu o Fluminense (0x0 – 3x0 nos pênaltis). E na final, derrotou o
Campo Grande (1x0, gol de Jairzinho, aos 28 da fase inicial (tempo de jogo: 60
minutos). O Botafogo conquistou, por mérito e por direito, o tricampeonato,
levantando a Taça Alceu Mendes de Oliveira Castro.
Na noite de segunda-feira, o
“Centro Cultural e Dramático da Maison de France” promoveu uma sessão especial
do “Garrincha, Alegria do Povo”. O público lotou o Teatro do Consulado e vibrou
com os dribles e gols do Mané-62, […] na cadência eletrizante da sonata de Domenico Scarlatti (K. 113).
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, p. 159-160.
LOCAIS DE AQUISIÇÃO DA OBRA: É
distribuída pela Editora e Distribuidora Mauad X (ver portal) e pode ser adquirida nos portais das
grandes livrarias do Brasil, na Internet,
e nas suas lojas, como, por exemplo, a Livraria da Travessa e a
Livraria Pontes. Também pode ser adquirido na tradicional Livraria Folha Seca, na Rua do
Ouvidor nº 37.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
Leite de Castro: um mineiro em Botafogo
Joaquim Antônio Leite de Castro nasceu em São João Del Rey
(MG) no dia 17 de maio de 1903 e faleceu no dia 22 de fevereiro de 1988, tendo sido atacante
do Botafogo Football Club.
Leite de Castro estreou-se pelo Botafogo no dia 30 de
novembro de 1919 na vitória sobre o Mangueira por 6x1
e realizou o último jogo no dia 12 de julho de 1925 na vitória contra o América
por 3x2. Fez 76 jogos e marcou 8 gols.
O atleta estreou-se pela Seleção
Brasileira no dia 22 de Outubro de 1922, em sua única participação.
Leite de Castro conquistou os
seguintes títulos pelo Botafogo:
1920: Taça Alfredo Eubanck
1923: Troféu Bronze Nagib David
1924: Taça D. Cinira de Oliveira
1925: Taça Miguel de Pino Machado
Fontes: Blogue Mundo Botafogo; ogol.com.br;
flapedia.com.br; footballdatabase.eu; Alceu Mendes de Oliveira Castro: O
Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro:
Gráfica Milone, 1951, 715 pp.
domingo, 29 de janeiro de 2017
Voz de Tostão
“O mundo hoje para pra ver Real
Madrid x Barcelona. Todo o mundo diz “que espetáculo”. E tinha aqui no Brasil o
Santos x Botafogo no mesmo nível, espetacular.” – Tostão, campeão mundial de 1970, um dos jogadores não botafoguenses
que mais prazer me deu vendo jogos de futebol – um ‘Senhor’ no campo e fora do
campo.
Botafogo 1x1 Nova Iguaçu
Um ponto ganho e cinco
perdidos: SEM MAIS COMENTÁRIOS…
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Nova Iguaçu
» Gols: Marcelo, aos 7' (Botafogo); Murilo Henrique, aos 56' (Nova
Iguaçu)
» Competição: Campeonato
Carioca
» Data: 28.01.2017
» Local: Nilton Santos, Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 5.621 pagantes; 6.689 presentes
» Renda: R$
106.776,00
» Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ); Auxiliares: Eduardo de Souza Couto (RJ) e
Diogo Carvalho Silva (RJ)
» Disciplina: Marcelo, Pachu, Camilo (Botafogo); Iuri (Nova Iguaçu)
» Botafogo: Gatito Fernández, Marcinho, Marcelo, Igor Rabello e Gilson;
Dudu Cearense, Leandrinho (Guilherme), Matheus Fernandes e Camilo; Pachu (Joel)
e Sassá (Roger). Técnico: Jair Ventura.
» Nova Iguaçu: Jefferson, Yan, Raphael Azevedo, Murilo Henrique e Lucas;
Iuri Pimentel, Paulo Henrique, Wescley e Renan Silva (Caio César); Marlon (Alex
Souza) e Adriano (Ricardinho). Técnico:
Edson Souza.
Geraldo Décourt: o papa do futebol de mesa
Digitalizado de A Noite
(26-09-30) por Claudio Falcão
Geraldo Cardoso
Décourt nasceu em Campinas, a 14 de Fevereiro de
1911, e faleceu a 27 de Maio de 1998, tendo sido pintor, compositor, ator e,
sobretudo, o inventor do futebol de mesa, razão pela qual se tornou conhecido
em todo o país.
Considerado um dos primeiros
pintores abstracionistas do Brasil, Geraldo Décourt foi premiado no Salão Paulista de Arte Moderna com uma
medalha de bronze (1961), uma medalha de prata (1962) e o Prêmio Aquisição
(1963). Também participou em nove filmes e foi autor da letra e da música do
Hino do Botonista, em 1982.
A dedicação ao ‘botonismo’ durante toda a sua vida acabou por determinar a
oficialização do dia do seu nascimento como o ‘Dia do Botonista’, instituído pelo
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em 2001,
“Lei Nº 10.833, de 2 de julho de 2001
Institui o “Dia do Botonista”
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu
promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º – Fica instituído o “Dia do Botonista”, a ser comemorado, anualmente, no dia 14 de fevereiro.
Artigo 1º – Fica instituído o “Dia do Botonista”, a ser comemorado, anualmente, no dia 14 de fevereiro.
Palácio dos Bandeirantes, 2 de julho de 2001.
GERALDO ALCKMIN”
O ‘Papa do Botonismo’ começou por jogar com botões de cueca e depois com
botões de calça do uniforme escolar, surgindo daí o jogo de botões que haveria
de se consagrar em todo o país.
Digitalizado
de A Noite (27-12-30) por
Claudio Falcão
Origem
Dois jogos podem ter originado o futebol de mesa: o ‘jogo da pulga’ e o
jogo das ‘três tampinhas de garrafa’.
O jogo da pulga, muito praticado na Europa, consistia em pressionar uma
ficha contra outra, fazendo esta saltar e acertar um alvo – o gol – que podia
ser um recipiente de vidro, madeira, plástico ou papelão sobre uma superfície
lisa coberta por um tecido. O Príncipe Charles foi um dos maiores jogadores do
seu tempo. O jogo das três tampinhas de garrafa o dedo da mão fazia uma
tampinha passar entre duas outras, por três vezes, sem esbarrar nas demais, até
chegar ao seu alvo – o gol.
Mas o futebol foi o grande inspirador para a criação do futebol de mesa: botões
de qualquer tipo de roupa, casacos e camisas, foram as primeiras peças
utilizadas. Os botões maiores eram zagueiros e menores eram atacantes.
Jogava-se nas calçadas, riscava-se com giz o desenho do campo, mas o problema
do não deslizamento levou o jogo para pisos de cerâmica ou mármore, até se chegar
às mesas.
O material utilizado para confecção das mesas hoje é chamado de aglomerado
e os botões passaram a ser feitos de coco, tampas de relógio, osso, plástico,
fichas de pôquer, galalite, até se chegar ao acrílico ou madrepérola sob medida.
Os goleiros no passado sempre foram improvisados com caixas de fósforo nas
quais eram colocados materiais pesados (barro, chumbo, pilhas…). Posteriormente
cobria-se o goleiro com fitas crepes ou isolantes, que atualmente também é
feito com o mesmo material utilizado nos botões.
As traves utilizavam madeira e, atualmente, utiliza-se também o arame feito de ferro galvanizado, pintado de branco. As redes são feitas de filó. As palhetas passaram a ser as fichas de póquer e são feitas de acrílico ou madrepérola. A bola, inicialmente um botão mais pequeno, evoluiu para materiais de feltro ou plástico sob medida, também de acordo com cada regra, podendo ser esféricas ou achatadas.
No Brasil
Por volta de 1929, com dezenove anos de idade, Décourt deu ao jogo o nome de ‘Celotex’, que era o material usado para a confeção das mesas, e lançou o primeiro livro de regras, tornando-se também bicampeão carioca de futebol de mesa em 1929 e 1930.
Décourt divulgou e organizou torneios e eventos de futebol de mesa em
diversos estados brasileiros, popularizando o esporte. Criou clubes e soube
administrá-los, semeando entre os que rodeavam o companheirismo. Em 1975 fundou
o ‘Botunice’ e em julho de 1982 criou o Hino do Botonista.
Entretanto, a designação ‘Celotex’ foi substituída por ‘Futebol de Mesa’ e
as regras foram mudadas. Na sua autobiografia intitulada ‘Aconteceu, sim’,
publicada em 1987, Décourt reservou um capítulo exclusivo ao futebol de mesa,
que foi reconhecido como esporte pelo CND desde 1987 e praticado em todo o país.
Regra de Décourt
A primeira regra de futebol de mesa escrita por Geraldo Décourt foi
noticiada pelo jornal ‘A Noite Esportiva’ em 1930 (e posteriormente aprimorada):
“O Football Celotex é um sport de
mesa, no qual, em cada jogo, tomam parte dois amadores, que por sua vez
representam dois teams formados por onze botões, assim distribuídos: um
guardião, dois zagueiros, três médios e cinco deanteiros.
Como se vê, o número de botões é idêntico ao número de players do Football Association. Para ser iniciado cada match é necessário que os vinte e dois botões estejam nas respectivas posições em mesa e, então, o desfavorecido pelo “toss” dará o “kick-off”, com o centro avante, o qual estenderá um passe para um dos lados, onde um outro botão do mesmo team impulsionará a bola, dando assim início ao jogo.
Como se vê, o número de botões é idêntico ao número de players do Football Association. Para ser iniciado cada match é necessário que os vinte e dois botões estejam nas respectivas posições em mesa e, então, o desfavorecido pelo “toss” dará o “kick-off”, com o centro avante, o qual estenderá um passe para um dos lados, onde um outro botão do mesmo team impulsionará a bola, dando assim início ao jogo.
Como se vê, enquanto um segundo botão do team
favorecido com a saída inicial não tocar na bola, não valerá goal. Procedida a
saída, o outro amador, chamado de B, jogará com um de seus botões uma vez e
assim, sucessivamente, um de cada vez até que seja registrada alguma falta. A
única ocasião em que cada amador poderá jogar duas vezes seguidas é, pois, no
momento da saída do centro. Depois de cada goal a bola deverá ser colocada no
centro da mesa, e o team que tiver sido vasado dará a saída. No Football
Celotex considera-se foul quando um botão do team A roçar noutro do team B, sem
que antes tenha “tocado” na bola.
Considera-se hands (coisa raríssima) quando um botão
do team A ficar sobre a bola. Neste caso, se for o guardião o infractor
proceder-se-á ordenando um “carring”, valendo goal direto. No foul e no hands
valem goals directos, e se as respectivas penalidades forem consignadas dentro
da área perigosa ordena-se um penalty. O “out-ball” é batido no lugar onde sair
a bola, sendo que para ser valido um goal, procedente desta pena, é preciso que
a bola toque em qualquer outro botão, antes de entrar na linha de goal. Nas
saídas de goal ou, melhor, nos goal kicks, não será consignado o ponto
proveniente da referida falta diretamente, mas sim depois que a bola tenha sido
tocada propositalmente. Sempre que houver qualquer falta, os botões poderão ser
removidos ou colocados pelas mãos dos patrões em lugares da mesa que este
julguem convenientes. Os botões-guardiões só impulsionam a bola nos goal-kicks,
e fora disso eles poderão ser colocados pelos patrões em qualquer momento da
partida, mas antes que seja desferido o tiro a goal e não depois do tiro ser
dado.
O tamanho oficial da mesa é de 1m,20 de largura por
2m,40 de comprimento. Essas medidas são de dentro do campo, sendo que a parte
que ficar externando a marcação quanto maior for melhor será. As mesas devem
ser feitas com um material americano feito das fibras do bagaço da
cana-de-açúcar ou, então, de madeira coberta com um pano verde, próprio para
cobrir mesas de jogo. Aconselho estes dois exemplos pelo fato de ser necessário
que a superfície não seja escorregadia.”
Hino do Botonista
Letra e Música: Geraldo Cardoso Décourt (agosto/1982)
Esta partitura foi encomendada ao músico Sérgio de Oliveira de Moraes, em
1995, exclusivamente para o livro Botoníssimo, de Ubirajara Godoy Bueno. O MIDI
foi gravado pelo músico Hermes Monteiro, de São Bernardo do Campo – SP.
“Botonista eu sou com justo orgulho
Boto muita fé no meu botão
Botonista eu sou com muita honra
Isto é verdade, eu não me arrependo não
Botonista eu sou com persistência
Jogo a qualquer hora com prazer
(Pois jogando em qualquer regra! Eu vou praticando o
meu lazer) -bis-
Eu jogo limpo, jogo sério sem esbulho,
Pois prá mim adversário considero como irmão
(Aviso logo para quem jogar comigo que somente me
vencendo poderá ser campeão) -bis-”
Pesquisa de Rui Moura (editor do Mundo Botafogo) com a participação de Claudio
Falcão (colaborador eventual do blogue); Fontes: Geraldo Décourt: Aconteceu,
Sim! (autobiografia); Ubirajara Bueno: Botonismo;
http://al.sp.gov.br (Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo); http://pt.slideshare.net/cesarjgs/histria-do-futebol-de-mesa; https://pt.wikipedia.org/wiki/Geraldo_Cardoso_D%C3%A9court; https://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol_de_bot%C3%A3o; https://pt.wikipedia.org/wiki/Futebol_de_mesa; http://www.clubedobotao.com/decourt/
sábado, 28 de janeiro de 2017
Palamone: bicampeão sul-americano
Luiz Bento Palamone nasceu em Araraquara (SP) no dia 21
de Março de 1898 e faleceu em São Paulo no dia 22
de outubro de 1970, tendo sido zagueiro da equipe de futebol do Botafogo entre 1919 e 1924.
Palamone iniciou a
carreira no Araraquara College, onde permaneceu em 1916 e 1917, tendo-se
transferido então para o Mackenzie (SP), a quem esteve vinculado até 1918-1919.
Neste ano mudou-se para o Rio de Janeiro a fim de cursar Medicina e estreou-se
oficiosamente pelo Botafogo a 14 de julho de 1919, em jogo beneficente no qual
o Botafogo venceu o Carioca por 2x1. Oficialmente a estreia ocorreu a 20 de
julho de 1919 contra o bicampeão Fluminense, tendo o Botafogo perdido por 2x1.
Palamone realizou 60 jogos pelo Glorioso e venceu apenas a Taça Centro
Mineiro, tendo o seu último jogo pelo Botafogo ocorrido no dia 11 de maio de
1924, no qual o América levou de vencida o Glorioso por 3x1.
Luiz Palamone fez parte das Seleções Carioca e Paulista. Na Seleção
Brasileira disputou 7 jogos e foi bicampeão sul-americano: em 1919 como
reserva; em 1922 como titular em todos os jogos. Na final de 1922 o Brasil
bateu indiscutivelmente a Argentina por 3x0.
Após sair do
Botafogo em 1924, e de ter sido agraciado com o título de Sócio-benemérito do
Clube a 11 de janeiro de 1923, Luiz Palamone concluiu o curso de Medicina em
2015, especializando-se em oftalmologia, e no ano seguinte retornou a
Araraquara, estabelecendo consultório.
Palamone ligou-se
também à política em Araraquara e exerceu atividades sociais e culturais, entre as quais diversos cargos
no esporte. Em 1949 tornou-se
diretor da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara e, finalmente, foi
distinguido com o seu nome no Estádio Municipal Dr. Luiz Bento Palamone.
Pesquisa de Rui Moura (editor do Mundo Botafogo), Fontes: blogue Mundo
Botafogo; 2.unifap.br; jornaloimparcial.com.br; ogol.com.br; pl.wikipedia.org; Alceu Mendes de Oliveira Castro (1951). O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro: Gráfica Milone.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
Voz de Sicupira
De pé: Joel
Martins, Élton, Manga, Nílton Santos, Paulistinha e Rildo; agachados: Garrincha,
Gérson, Barcímio Sicupira, Jairzinho e Zagallo.
“O melhor jogador com quem eu joguei, para mim, foi o Garrincha porque
ele é, depois do Pelé, o segundo melhor jogador do mundo porque ele fazia
coisas incríveis com a bola, coisas que a gente realmente nunca tinha visto.
Eu, que passei a treinar com ele depois... às vezes você deixava de
jogar para ficar apreciando o que o Garrincha fazia.” – Sicupira, ex-jogador do Botafogo e
posterior glória do Atlético Paranaense.
Malas na passarela
por LÚCIA SENNA, escritora e cantora
escrito para o blogue Mundo Botafogo
Que
existem pessoas que são verdadeiras malas,
não é nenhuma novidade e sequer chega a ser engraçado. Mas que existem malas parecidíssimas
com pessoas é no mínimo interessante e muito divertido.
Depois
de doze horas de voo, voltando de Paris, chego ao aeroporto do Galeão bastante
cansada, cara e roupa amarrotada, resultado de uma noite tensa e intensa.
Insone.
Apesar
de tanto desconforto e ansiosa para na minha casa chegar, tenho ainda tarefa literalmente pesada pela frente: esperar pelas
minhas malas que, apesar das rodinhas, estão pesadíssimas, certamente pela
quantidade de cremes e poções mágicas que me farão rejuvenescer, devolvendo-me
o frescor da mocidade.
Não
há brasileira que vá à Paris sem que faça um tour pelas pharmacies da
cidade, com parada obrigatória na City Farma, pois se lá os preços dos anti-aging são altamente convidativos, a
promessada eterna juventude nos deixa enlouquecidas e decididas a investir boa parte dos nossos
euros, apostando no viço de uma pele macia, jovem, sem rugas ou flacidez. A outra parte do nosso rico dinheirinho será,
já sabemos, para pagar os quilos excedentes, que fatalmente nos serão cobrados
pelas insensíveis e quase sempre jovens mulheres no momento de despachar nossas
bagagens.
Mas
como ia dizendo, aqui estou eu acompanhada do meu cansaço, diante de uma
esteira-rolante imóvel e tendo que ser um tantinho agressiva para conquistar desde
já uma boa posição em relação à esteira, antevendo a confusão que se formará
quando as malas começarem a surgir e os meus trezentos companheiros de viagem,
ávidos por reencontrar suas bagagens, possam, sei lá, me empurrar e eu, que já
estou pra lá de bagdá, acabar caindo
dos saltos e sair rolando esteira abaixo. Quem me conhece, sabe muito bem que
estas coisas acontecem comigo.
Pensando
nisso, finco meus pés rente à esteira, abro as pernas procurando um bom ponto
de equilíbrio e fecho ainda mais o semblante, demonstrando que estou pronta
para o embate. Eis que, de repente, um barulho estranho acontece, a esteira
começa a rolar e as malas, uma a uma, surgem para alegria de todos nós. Mas
como alegria de brasileiro em aeroporto dura muito pouco, depois de uma
primeira leva de bagagens, que parecem não ser de ninguém, já que nenhum de nós
faz menção de retirá-las, uma interrupção no processo acontece. E a esteira
rola, por algum tempo, sem apresentar novidade no pedaço.
O
mal humor, agora visível, domina o recinto. Mais uma leva de malas. Mais outra.
Mais uma. E mais uma interrupção...
O
cenário torna-se cada vez mais pesado. Pessoas carrancudas vociferam o tempo
inteiro. E é no meio desse coletivo inferno astral que algo surpreendente me
acontece. Sou salva desta maldição por conta de um súbito olhar diferente sobre
o ambiente, que muda completamente o meu astral. De repente, a esteira não é
mais uma esteira e sim uma passarela e as malas, em um piscar de olhos,
transformam-se em top models nada
convencionais.
E lá vem elas desfilando
na esteira/passarela. Magras e elegantes. Novas e bonitas. Velhas. Gordas e
risonhas. Magras e tristonhas. Sérias. Discretas. Exuberantes. Exóticas.
Grandes e pesadas. Pequenas e delicadas. Feias. Belas e refinadas. Comuns.
Vulgares. Desavergonhadas, com seus fecho-éclair entreabertos. Peruas,
revestidas de pink, vermelho, roxo batata ou azulão. Barangas de cintos ajustados para
esconder o barrigão. Charmosas. Desbotadas e bastante rodadas. E agora vem
entrando uma turma de Obesas que de tão pesadas não conseguem se sustentar nos
seus pés e caem da passarela causando grande alvoroço na plateia.
Eu me divirto com tão
inusitado desfile!
Passo também a observar
que as dita cujas são parecidíssimas com seus donos, no momento exato em que um
senhor gordo e careca, retira uma das Obesas da passarela. Em seguida, é a vez
da mulher de bolsa e botas douradas que se encontra ao meu lado, retirar a sua Perua pink da esteira rolante. E a
bonita e discreta executiva, saindo com a sua charmosa e refinada bagagem de
quatro rodinhas.
Em contrapartida, vejo
uma jovem deselegante usando vestido extremamente curto e transparente,
correndo feliz ao encontro de sua Desavergonhada
de zíper entreaberto. E, agora, uma extravagante criatura alta e
desengonçada, de gestos espalhafatosos e brega, tanto nas atitudes quanto na
própria postura, sem pedir licença, quase me derruba ao reencontrar sua Baranga, velha, desbotada e muito, muito
sambada. E lá se foram as duas, disputando ‘breguice’ pelos corredores do Tom Jobim!
Epa, olha quem eu vejo
surgindo na passarela... A minha! Não chega a ser bonita, mas vendo-a assim de
longe, não posso deixar de afirmar, e com uma pontinha de vaidade, que ela tem
estilo e um certo charme. Posso apostar que já passou por mim uma porção de
vezes mas, exibida como ela só e querendo, portanto, permanecer no palco, nem
notou que eu estou aqui ansiosa por reencontrá-la. Vive viajando, a louca!
Desligaaaaaaada!!! Não há como negar: essa mala sou eu!
Diga-me, caro amigo,
como é a tua mala, e te direi quem és.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Fragmentos ‘futebol do botafogo 1961-1965’: feitiçaria e contra-feitiço do babalaô Derê… [38]
por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1963]
O
Caso de Garrincha assumira contornos sobrenaturais.
[…] A Última Hora publicou que o babalaô
Derê “confirmou haver feito um despacho, a fim de desmanchar o que a cantora
Elza Soares certamente mandou fazer contra D. Nair” […]
Surpreendido
com as declarações da moça, de que iria processá-lo, Derê não se intimidou:
“Não fiz feitiço por vingança, mas apenas para defender a mulher de Garrincha e
suas oito filhas. Não há lei alguma que proíba alguém de fazer a caridade. Dona
Elza é que deve tomar juízo, pois sua parte espiritual precisa de cuidados”. O
famoso babalaô disse ao jornal que […] fora procurado pela cantora, que não se identificou, para lhe pedir que
fizesse “um trabalho para amarrar um rapaz de futebol”. […] “Recusei-me porque, apesar de possuir a
força da magia negra, eu não a executo com finalidades maléficas”. […]
O
povo viu nas palavras de babalaô a explicação definitiva da incompreensível
mudança de Garrincha. […]
Garrincha
perdera o rumo e se afastara de todos que lhe queriam bem.
[…] No juízo do povo, só podia ser o
resultado de “coisa feita”, de coisa do mal.
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, p. 158-159.
LOCAIS DE AQUISIÇÃO DA OBRA: É
distribuída pela Editora e Distribuidora Mauad X (ver portal) e pode ser adquirida nos portais das
grandes livrarias do Brasil, na Internet,
e nas suas lojas, como, por exemplo, a Livraria da Travessa e a
Livraria Pontes. Também pode ser adquirido na tradicional Livraria Folha Seca, na Rua do
Ouvidor nº 37.
Botafogo 0x2 Madureira
Não
vi o jogo. Vi os gols e li comentários de amigos.
Os
gols: uma vez mais, duas bobeadas da defesa que Jair elogiou há dias por ser a
melhor defesa do segundo turno do campeonato brasileiro do ano passado.
Comentários:
equipe mal escalada, mal preparada fisicamente, más substituições, segundo os
meus amigos. Mal escalada é fácil de ver: quando Renan Fonseca e Lindoso são
titulares a garantia de gol adversário é quase certa. Sob calor tórrido e mal
preparada, é fácil perceber que tudo fica facilitado…
O
mais ‘interessante’ é a equipe vacilar diante do energúmeno souza e da mais
inacreditável contratação do ano passado, Giovane Maranhão, que o Botafogo
nunca explicou porque a fez.
Pode
ser que este resultado sirva de aviso para a Libertadores, mas se não adotarmos
uma postura verdadeiramente profissional e de rigor, arriscamo-nos a ter a
reedição da nossa última Libertadores e de… Húngaro!
Que
me perdoe Jair, pessoa de quem gosto, mas quem considera termos um bom plantel
arrisca-se a ter que engolir o que disse. Espero bem que não tenha que o fazer.
FICHA
TÉCNICA
Botafogo 0x2 Madureira
»
Gols: Souza e Geovane Maranhão
» Competição: Campeonato Carioca
»
Data: 25.01.2017
»
Local: Moça Bonita
»
Árbitro: Luís Antonio Silva dos Santos (RJ); Assistentes: Wagner
de Almeida Santos (RJ) e Daniel do Espírito Santo Parro (RJ)
»
Público: 1.690 pagantes / 2.190 presentes
»
Renda: R$ 40.940,00
»
Disciplina: cartão amarelo – Ruan (Madureira); Jonas, Rodrigo Pimpão
(Botafogo)
»
Botafogo: Gatito Fernández; Jonas, Emerson Silva,
Renan Fonseca e Victor Luís; Rodrigo Lindoso (Leandrinho), Airton (Sassá),
Bruno Silva e Montillo; Rodrigo Pimpão (Vinícius Tanque) e Roger. Técnico: Jair
Ventura.
»
Madureira: Rafael; Ruan, Diego Guerra, Jorge
Fellipe e Wellington Saci; Willian, Luciano, Leandro Carvalho e Bruno (Souza);
Douglas Lima (Geovane Maranhão) e Júlio César. Técnico: PC Gusmão.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
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