Década
de 60. O premiado pianista Arthur Moreira Lima está exilado em Moscou, na então
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). A vida distante do Brasil
foi a melhor alternativa encontrada diante da repressão imposta pela ditadura
militar brasileira.
Ao
arrumar a bagagem para a partida, Moreira Lima não esqueceu seu inseparável
time de botões do Fluminense e, depois de alguns meses em Moscou, as regras do
futebol de botão já tinham sido ensinadas a alguns soviéticos, que enfrentavam
o pianista em partidas disputadas em pleno frio asiático.
Quando
os amigos brasileiros iam visitar o pianista, também, levavam as suas equipes
dentro das malas. Foi o que fez o arquiteto Alfredo Brito, em 1967, quando embarcou
em um trem na Polônia, carregando um time do Botafogo em direção a Moscou, para
a disputa do clássico entre Fluminense e Botafogo, conhecido como o clássico
vovô do futebol carioca.
Na
fronteira russa, Alfredo Brito foi revistado por policiais soviéticos que
subiram ao trem. A caixa com botões, ao ser aberta, levantou suspeitas sobre o
brasileiro. Os policiais queriam saber o que eram aquelas peças estranhas,
acompanhadas de uma caixa de fósforos de parafusos, que para os russos,
certamente, seria uma bomba de estilhaços, Brito disse que se tratavam de
football toys, e o nome da bomba era Osvaldo baliza, goleiro do Botafogo no
final da década de 40.
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