quinta-feira, 16 de março de 2017

Botafogo, canhotinha de ouro e ortografia

por FILADELFO BORGES DE LIMA
15.03.2017

Pierre Sobrinho Lopes nasceu, no ano de 1944, na “Cidade Abelha”.  Também o fiz em 1944, mesma cidade. Ele jogou futebol, eu brinquei de fazê-lo. Ele foi astro nos campos de terra e sobre a relva, honrou a camisa da Associação Jataiense e a do Botafogo, os clubes amadores que deram sabor especial ao esporte bretão da nossa Jataí por volta da segunda metade anos sessenta (disse-me um professor de português que é anos sessentas, não anos sessenta).  Tinha técnica para defender clubes de vanguarda do Brasil, mas ficou na Colmeia, onde se casou com a hoje senhora Abadia.  São os pais do Reidner, Wander, Vânia e Pierrinho. Vânia é matrimoniada com Dauster Júnior, sobrinho paterno da minha esposa, meu pelo coração e nosso afilhado. Reidner, se não me trai a memória, jogou na Jataiense, mas cruzou fronteiras e se viu titular, dentre outros, do tradicional Botafogo de Futebol e Regatas. Raras vezes, e sempre pela TV, vi o Reidner a jogar.

Volvemo-nos ao Pierre. Tenho a impresso de que, na década de 1951-1960, ele e eu participamos de “peladas” no “campinho dos padres, situado em frente ao então Hospital Regional e aos fundos do sobrado onde mora o bispo católico. Naqueles idos, no piso desse prédio funcionava a Escola Paroquial Santo Agostinho, da qual, em 1957, fui expulso pelo abjeto padre Miguel, o diretor, na cumplicidade de uma professora injusta e carola. No andar superior moravam os abatinados. Salvo engano meu, Pierre estudou nessa escola mesquinha. Para mim ele foi “O gerson de Jataí”. Sim, “gerson de Jataí”, inicial minúscula porque, no caso, é substantivo comum. Seu jeito de jogar se assemelhava ao do Gerson Nunes de Oliveira, o “Canhotinha de Ouro” campeão do mundo na maravilhosa Seleção de 1970, craque do Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense.

Acredito que, de cada dez pessoas, nove redigiriam “O Gerson de Jataí”. Escreve-se os “Eduardos Cunhas da vida”, “Carlos é o Pelé desse time”, “Foi um Deus-nos-acuda”. Deve-se grafar os “eduardos cunhas da vida”, “Carlos é o pelé desse time”, “foi um deus nos acuda”.

Leia mais em http://www.dm.com.br/opiniao/2017/03/o-pierre-o-gerson-ortografia.html

2 comentários:

Jatahy disse...

Caro Rui,
Também sou de Jataí, e por isso uso na rede a alcunha de Jatahy.
Ainda garoto vi o Pierre jogar, e assino junto com o meu conterrâneo.
O nosso Botafogo de Jataí fez história.
tinha grandes craques. um grande abraço

Ruy Moura disse...

Que engraçado, Osmar! Finalmente sei porque razão o meu amigo usa essa alcunha. Que, diga-se de passagem, soa muito bem ao ouvido.

Cumprimentos à esposa e Abraços Gloriosos.

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