por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1964]
Brandão
Filho lamentou-se: “Para nós, era muito mais fácil e muito mais cômodo tomar um
ônibus para ir jogar no Maracanã do que um avião para voar a Buenos Aires, mas,
infelizmente, é lá que nos pagam bem”.
Frisou
que o dinheiro ganho no Torneio (cerca de 29 milhões) sustentaria o Botafogo
por dois ou três meses: “São cinco ou seis meses deficitários que temos pela
frente. Porque raros são os jogos do campeonato que deixam algum lucro. Há
partidas que até pagamos para jogar. Um clube como o Botafogo, que paga bons
salários e tem de dar prêmios altos por vitórias, tem de arrecadar sempre acima
de 4 milhões por partida. E isto, no Rio, é praticamente impossível”.
Apesar
de estar com a razão do seu lado, o Botafogo continuou levando pedradas de
Saldanha e Armando Nogueira.
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, pp. 226-227.
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Livraria Pontes. Também pode ser adquirido na tradicional Livraria Folha Seca, na Rua do
Ouvidor nº 37.
2 comentários:
Prezado Rui Moura
Esta matéria do excelente livro de Carlos Vilarinho mostra o porquê de o Botafogo ter feito tantas partidas internacionais e diputado tantos torneios no exterior: precisava manter seus incomparáveis craques com altos salários.
Assim, tinha que ir buscar lá fora os dólares que os estrangeiros pagavam para ver de perto os bicampeões mundiais.
Permita-me dizer que os dirigentes fizeram certo! Pagar Nilton Santos, Didi, Garrincha, Amarildo, Zagallo, Manga, Jairzinho, etc.Isto era prioridade! E tinha que ser feito.
Segundo, mostra a dinheirama que estes jogadores receberam do Botafogo nesta fase áurea, jogando por terra a "historinha" de que Garrincha ou qualquer outro jogava de graça ou ficou na miséria por ter jogado no Botafogo.
Este sensacional livro, aliás que adquiri devido a exposição no blog Mundo Botafogo,relata em detalhes, os pagamentos feitos a estes atletas.
Grande abraço
Humberto
Confesso, Humberto, que os livros do Carlos Vilarinho me fascinam. É a melhor literatura que existe sobre o futebol do Botafogo, na sequência de Oliveira Castro. Tenho a felicidade de sermos amigos e de poder divulgar trechos autorizados pelo autor. Quanta desmistificação os livros contêm. Vilarinho é incontornável: escreve o que pensa sobre a vida do Glorioso. Custe a quem custar. Ficamos muito mais esclarecidos e com capacidade para afastar de nós as mentiras que ouvimos d tempos a tempos. Por exemplo, depois de Pelé, Garrincha era o jogador com o salário mais alto do país, e reconheceu que ganhava muito, mas muito bem mesmo. O Botafogo não está em dívida com Garrincha. Nem ele com o Botafogo.
Abraços Gloriosos.
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