por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1964]
Nesta sexta-feira, vigilante, Vargas
Netto repôs a verdade: “O próprio Garrincha afirmou que a lesão se verificou no
Chile, em 1962, no jogo contra a Espanha. Ao dar um drible, no qual ele girou
com muita violência, emitiu a primeira dor. Daí por diante a dor foi piorando.
E levou dois anos para consentir na operação, sobre a qual não admitia nem conversa.
Levou dois anos fora de forma, tapeando até a si mesmo, prejudicando-se também.
Agora, uns engraçadinhos [dizem] que o
Botafogo foi que deu um bico no joelho de Garrincha, estragando uns meniscos
que o próprio clube mandara fabricar e colocar no joelho do craque. […] Depois, o alvinegro deu para fugir de
Garrincha. Sumia, não dizia onde estava, fazendo o coitadinho do Garrincha ir
até aquele triângulo entre as Avenidas Venceslau Brás, Lauro Sodré e Rua Gen.
Severiano, não encontrando nem sinal do clube. Nem campo, nem sede, nem
departamento técnico, nem departamento médico, nem administrativo, nada. Uns
diziam que o Botafogo tinha ido para Pau Grande. […] Outros contavam que o Botafogo estava na Ilha do Governador. […]
E o pobrezinho do Garrincha, órfão de
amor e de carinho, na busca em vão, implorando a presença do Botafogo! […] Mas
Garrincha não achava, desesperado de saudade, sucumbiu de angústia. Então, o
Botafogo foi mesmo cruel, […] mandou
vários médicos perseguirem e ameaçarem Garrincha de estarem preocupados por
ele. […] Além dos unguentos de
abóboras e beterrabas, de Cabraes e Tiradentes, postos no joelho do craque, os
médicos querendo trata-lo”! Que desaforo! Garrincha declarou que não se
operaria, deixaram-no descansar, ele foi passear em São Paulo. Não falaram mais
na operação. Então, ele chamou quem bem entendeu e mandou operar, onde e quando
bem quis. Tudo por sua conta e risco.”
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, pp. 244-245.
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