Jogo tecnicamente fraco de parte a
parte e sem muita emoção, com algumas oportunidades de gol perdidas por ambas
as equipes nos pés de atacantes tecnicamente fracos e incapazes de acertar no
gol.
A proposta do Botafogo foi a usual, e
correta: defesa fechada e aposta no contra-ataque rápido. A equipe está sempre
à espera de poder ganhar em contra-ataques rápidos, mas não desmerece um empate
fora, em especial no tradicionalmente difícil estádio do Atlético. É fácil
dizer, como se dirá, que poderíamos ter ousado mais perante uma equipe fraca,
mas essa equipe fraca empatou com o Corinthians fora na rodada anterior fazendo
dois gols…
Jair será acusado de não ousar, mas
provavelmente quem o acusa desse modo também o acusou de errar quando colocou a
equipe ofensiva e perdeu em ambos os jogos por 2x0 (Barcelona e Avaí).
O Botafogo tem que jogar cerrado na
defesa e esperando a oportunidade de contra-ataque, e se não consegue ainda
melhores resultados dos que tem obtido não se deve a falta de ousadia, mas a
uma equipe que continua errando estrondosamente os passes e efetua finalizações
a gol absolutamente desastradas. Porque a equipe é resiliente e difícil de ser
batida devido ao seu estilo de jogo, mas é tecnicamente frágil. Isto deve ser
bem sublinhado, porque desde a entrada de Jair o Botafogo anda sempre na parte
de cima da tabela do Brasileirão, enquanto antes andava na parte de baixo e com
melhores jogadores do que aqueles que hoje dispõe.
Hoje há planejamento e estratégia: ir
o mais longe possível na Libertadores, tentar ganhar a Copa do Brasil, colocar
o Clube entre os seis primeiros do Brasileirão. Se no Brasileirão se pode
recuperar de jogos com maus resultados devido a ser uma competição longa e por
pontos, nas competições de mata-mata isso não ocorre e, por isso, o Brasileirão
deverá ser aposta intermédia, já que não temos equipe para disputar o título.
Ora, essa linha de conduta que está
sendo seguida está sendo conseguida com gestão do plantel e seleção cirúrgica dos
jogos que não podemos perder e devemos ganhar. Quando se olha para as campanhas
pífias dos últimos anos, inclusive com descida de divisão, é legítimo pensar
que se pode fazer melhor do que se está fazendo agora?...
O Botafogo perde sucessivamente
jogadores por transferência, por lesão e por disciplina (neste jogo foram
quatro…) e, contudo, a equipa vem sendo reinventada a cada passo com os parcos
recursos de que dispõe.
Em jeito de observações ao jogo direi
que foi realmente fraco e pouco emotivo, mas isso é típico do sistema tático da
equipe, que não deixa o adversário jogar e espera o contra-ataque rápido.
O problema é que ontem, como quase sempre,
os passes errados são mais do que muitos e as finalizações são absurdas. Tão
absurdas que apesar de termos tido algumas oportunidades de marcar, o goleiro
adversário não fez uma única defesa difícil porque as bolas foram para fora.
O chute de Matheus Fernandes para a ‘lua’
e o egoísmo de Guilherme a querer resolver sozinho quando Bruno Silva estava à
medida para empurrar a bola para o gol, são bem elucidativos das nossas
incapacidades atacantes.
Em contrapartida, Jeferson ia
entregando novamente o ‘ouro ao bandido’ com um rebote para os pés do
adversário à frente da baliza. Se não fosse Victor Luís estaríamos derrotados.
Jeferson não está bem e deve ser chamado à atenção sobre os tapinhas que faz
para a frente da baliza e dentro da pequena área.
A defesa é um muro com Joel Carli e
Igor Rabello. É esta defesa maciça que garante os resultados. É a quarta defesa
menos vazada. Contra o Atlético viu-se novamente uma defesa que não hesita em
afastar a bola. E a marcação à zona continua sendo de boa qualidade.
Porém, o meio campo cria muito pouco
e o seu papel tem vindo a diminuir, sendo necessário recorrer a bolas longas no
contra-ataque. Porém, o ataque é constituído por um lento e esforçado Roger e, em
geral, na segunda parte, por um egoísta jovem Guilherme. O rapaz é tecnicamente
melhor do que Sassá, mas pensa que pode resolver tudo e brilhar sozinho. Ora,
quem resolve são os craques capazes de desequilibrar uma partida e, contudo, o
Botafogo não tem nenhum craque nem ninguém capaz de desequilibrar uma partida.
Ninguém capaz de fazer tudo sozinho. Ou Guilherme evolui para o coletivo ou Guilherme
não serve para a filosofia da equipe.
Quanto a mim o Botafogo ficará
satisfeito se fizer quatro pontos contra o Atlético Paranaense e o Atlético
Goianiense. Com tempo para depois tratar do Atlético Mineiro e do Nacional.
Nestes dois jogos o desempenho vai ser bem melhor porque a estratégia aponta
nesse sentido. Esperemos que dê certo.
FICHA
TÉCNICA
Botafogo 0x0 Atlético Paranaense
» Gols: -
»
Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 20.07.2017
» Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
» Público: 17.191 presentes
» Árbitro: Anderson Daronco (RS); Assistentes: Rafael da Silva Alves
(RS) e Elio Nepomuceno de Andrade Júnior (RS)
»
Disciplina: cartão amarelo – Joel Carli,
Pimpão, Emerson Santos, Igor Rabello e Jefferson (Botafogo); Otávio,
Nikão e Lucho (Atlético-PR); cartão
vermelho (duplo amarelo) – Emerson Santos (Botafogo)
» Botafogo: Jefferson, Luís Ricardo, Joel
Carli, Igor Rabello e Victor Luís; Rodrigo Lindoso (Marcelo), Bruno Silva,
Matheus Fernandes e João Paulo; Rodrigo Pimpão (Gilson) e Roger (Guilherme). Técnico: Jair Ventura.
» Atlético: Weverton; Jonathan (Cascardo),
Thiago Heleno, Paulo André e Sidcley; Otávio, Eduardo Henrique (Guilherme) e
Lucho Gonzalez; Nikão, Pablo e Douglas Coutinho (Ederson). Técnico: Fabiano Soares.
6 comentários:
Prezado Rui Moura
Pessimistas por natureza, agora os botafoguenses tem a grande oportunidade de ser otimistas!
Com um grupo que não se não é um time de oba-oba mas que luta até o fim, e que vem fazendo o que parecia ser impossível: avançar nas fases da Libertadores, Copa do Brasil e ficar no G-6 do brasileirão.
Nenhuma equipe do Botafogo, em qualquer tempo, conseguiu levar avante o brilho da estrela solitária em todas as frentes!
Agora é tempo de surpresas!
Que venham os títulos de 2017!
Grande abraço.
Humberto
Amigo Humberto, aprecio na globalidade a nova lufada de ar que o presidente CEP introduziu no Clube e, em especial, a lufada de ar muito fresco trazida pela comissão técnica no futebol, mudando a face de um equipe de futebol que se encaminhava para mais uma descida de divisão e num só turno avançou para a Libertadores.
Espanta-me que certos torcedores impliquem com Jair Ventura, o homem que nos trouxe finalmente alegrias mantendo-nos, JÁ EM JULHO, na Libertadores, na Copa do Brasil e na zona de classificação 6º lugar ex-aequo com o Palmeiras) para a Libertadores 2018. Talvez preferissem o Roth, o Mancini, o Gusmão, o Chamusca, o Gomes, o Culpi, o Ney Franco, etc.
Tenho muita esperança que o novo candidato à eleição para presidente seja Manoel Renha, já que o CEP parece que não se recandidatará.
Finalmente, quero dizer (a propósito do pessimismo) que sou um Botafoguense genuíno com todos os defeitos e virtudes da nossa massa adepta, exceto duas coisas: não tenho superstições e não sou pessimista gratuitamente - quando fico pessimista não deixo de procurar a razão e mostrar caminhos alternativos com civilidade, coisa que, infelizmente, alguns de nós não fazem.
Abraços Gloriosos.
Prezado Rui Moura
Longe de mim classificá- lo como pessimista ou rotulá-lo de algo.
Mas parece que para alguns de nós alvinegros, por serem pessimistas, damos munição á mídia cathiforme que tenta desestabilizar o clube e enfraquecer a confiança da torcida em nossa equipe.
A despeito de todas as coisas já ditas e escritas ("Botafogo não vai se classificar", "não vai passar de fase", "este ano cai de novo") por tais testas de ferro, o Botafogo se mantém firme e forte em sua fantástica jornada neste ano.
Se seremos campeões ou não teremos de aguardar. Mas,ainda estamos vivos especialmente nos torneios eliminatórios. E acho, na verdade, acredito muito, que comemoraremos um título inédito no final do ano.
Qual seria a sua percepção?
Grande
Humberto
Meu amigo Humberto, não me interprete mal: jamais pensei que me estaria classificando de pessimista ou rotular-me. Apenas quis deixar a minha opinião sobre os Botafoguenses SEMPRE pessimistas e que, como muito bem diz o Humberto, dão munição aos 'inimigos'.
Não sei se teremos título, porque qualquer das três competições é bem difícil, mas fundamentalmente poderia ser um ano de estabilização para preparar um 2018 em força total. Mas evidentemente que uma Copa do Brasil, por exemplo, viria bem a calhar para a nossa sala de troféus!
Abraços Gloriosos.
Poxa Rui então está tudo relax.
Vamos que vamos pra mais uma emoção:
O jogo com o Atlético-GO está com cara de jogo traiçoeiro!
Uma lembrança do jogo com o Avaí me deixa de cabelo em pé!
Tomara que não abandonemos o sistema de jogo que deu certo e que está mais do que estabelecido.
Que voltemos com os três pontos e, em seguida, virar a chave para a Copa do Brasil.
Saudações Botafoguenses
Humberto
Humberto, creio que podemos vencer, mas preocupa-me que entremos com meia equipe e que a outra meia não esteja devidamente entrosada em termos de posicionamento e capacidade combativa. E, sobretudo, temo muito, muito mesmo, Emerson Silva, porque com ele é gol adversário quase garantido. Mas ainda assim podemos trazer três pontos se o Guilherme não achar que deva resolver o jogo sozinho driblando todo mundo e... perdendo a bola e o gol.
Abraços Gloriosos.
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