por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue reporta-se
ao ano de 1965]
Carta
de Ney Palmeiro a João Saldanha
V.S.ª, em recente programa de televisão […] censurou com
veemência o apoio que a Diretoria dá aos desportos amadoristas, em que
gastaria, “com a compra de uniformes luxuosíssimos, assim como pagamento a
atletas de ordenados polpudos e prêmios régios”, verdadeiras fortunas, à custa
e em prejuízo do futebol profissional. […]
Sendo V.S.ª sócio Benemérito e […] membro nato
do Conselho Deliberativo, não [compareceu] à reunião de 15 de junho em que aquele órgão aprovou, sem qualquer
voto discordante, nossas contas referentes a 1964, julgo de meu dever encaminhar-lhes
os dados e considerações que se seguem. […]
Compõem o Departamento Técnico, a que
estão subordinados os desportos competitivos praticados em nosso Clube, com
exceção do futebol, as seguintes seções: […]
As despesas […] totalizaram,
em 1964, Cr$59.081.337.
Os Cr$59.081.337 gastos pelo
Departamento Técnico, durante todo o ano, correspondem à média mensal de
Cr$4.923.445; dividindo-se essa média pelas 10 seções do mencionado
Departamento, teremos, para cada uma, a despesa mensal de Cr$500.000
aproximadamente. […]
Somente se a Diretoria possuísse o
condão de fazer milagres, como o da multiplicação dos pães, poderiam esses
Cr$5000.000 mensais, além de suportar o pagamento de ordenados de técnicos
especializados, material esportivo comum, transportes, taxas cobradas por
entidades, lanches em dia de jogos e treinos, dar ainda para a “compra de
uniformes luxuosíssimos e pagamentos a atletas de ordenados polpudos e prêmios
régios”.
Se o ilustre Benemérito tivesse
comparecido à última reunião do Conselho Deliberativo, em 15 de junho último,
estou certo de que não quebraria a unanimidade com que foi aprovada a proposta.
Fonte do excerto: VILARINHO, C.
F. (2016). O Futebol do
Botafogo 1961-1965. Edição do Autor: Rio de Janeiro, pp. 308-309.
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