por CARLOS EDUARDO MANSUR
07.07.2017
“O Botafogo é a grande história do futebol do Rio, e sua caminhada é o
exemplo insuperável do quanto faz bem a um time ter uma identidade de jogo,
algo que não é tão simples de se construir, em especial na insana conjuntura do
futebol brasileiro. O alvinegro não deve se afastar de suas convicções, o que
não significa que deva abrir mão de evoluir dentro de seu modelo.
É natural um time tão bem ajustado defensivamente
confiar em sua capacidade de atuar sob pressão perto de sua própria área.
Ocorre que, por vezes, é preciso respirar, ter um mínimo de controle da bola
para que o jogo não passe tanto tempo sendo disputado ao redor de Gatito
Fernández. Não se trata de expor o time. O Botafogo foi treinado para ser forte
defensivamente e incisivo nas estocadas ofensivas. O que faz com maestria.
Criou-se um consenso de que o alvinegro está sempre
diante de rivais que lhe são tecnicamente superiores. Claramente, não era o
caso do Nacional do Uruguai. O Botafogo é melhor, seus meias têm capacidade de
trocar passes. Mas de tanto abrir mão do controle da bola, andou perto de
sofrer o gol. Por melhor que seja sua defesa, jogar muito perto de sua área é
andar no limite. Assim mostram a bola que tocou a trave de Gatito, o erro de
Emerson Silva e a mão na bola de Victor Luís.
Mas este Botafogo tem muito mais méritos do que
pecados. E tem uma cara, transmite uma rara sensação no futebol brasileiro:
graças à condução de Jair Ventura, mostra ser um time que sabe exatamente quem
é e o que quer.”
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